🔴 ONDE INVESTIR EM NOVEMBRO: AÇÕES, DIVIDENDOS, FIIS E CRIPTOMOEDAS – CONFIRA

Felipe Miranda: Lou Reed e as small caps — take a walk on the wild side

As small caps têm seus riscos, mas dão sinais de que podem começar a entrar num ciclo virtuoso, dadas as condições macro mais favoráveis

22 de maio de 2023
20:02 - atualizado às 14:58
Arte mostrando um painel de cotações com a palavra Small Caps em destaque. Melhores Small Caps para 2024 ações Ibovespa
Imagem: Shutterstock

“She's married. I'm more a friend and occasional lover.” 
― Stieg Larsson, Os homens que não amavam as mulheres

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Ficou famosa carta recente da gestora Atmos que, entre outras coisas, traz a seguinte conclusão: "O impacto de uma eventual queda de juros deveria ser significativamente mais alto nas ações em comparação aos instrumentos de renda fixa, mesmo os atrelados à inflação com vencimentos longos, pois parte do principal é devolvido ao longo do tempo.”

O gráfico abaixo resume o argumento, com contornos fortes, dada a provável iminência do início do corte da taxa Selic, ali entre agosto e setembro:

Fonte: Atmos

Eu vou contar um segredo, vamos mantê-lo aqui entre nós três: as cartas da Atmos são melhores do que as da Dynamo, mas ninguém admite isso porque a Dynamo, merecidamente, conquistou um lugar no Olimpo. Ainda que o Olimpo tenha um espaço reservado para os anjos, não podemos incorrer no halo effect, de transbordar os espetaculares atributos específicos dos gestores de recursos para o campo literário. 

Os textos da Dynamo, embora carreguem, sim, muito conhecimento e profundidade, se tornaram um pouco de um exercício diletante de demonstração de inteligência e erudição, enfadonhos e prolixos. As comunicações da Atmos me parecem mais saborosas e instigantes, misturando capacidade literária e originalidade, sem perder o pragmatismo, atendo-se a temas de finanças ao menos tangenciando a conjuntura.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Veio daí a ideia de, neste Day One, tentar estender um pouco o argumento original. A sensibilidade das ações à queda dos juros é mesmo muito grande, mas é ainda mais intensa historicamente a reação de uma classe específica da renda variável ao afrouxamento monetário, a saber: as small caps.

Leia Também

Esse segmento do mercado foi simplesmente dizimado desde julho de 2021, quando começamos a nos preocupar com a inflação, a alta prospectiva da Selic e o meteoro do Paulo Guedes, que, ao somar-se a outros elementos, viria a nos jogar numa discussão fiscal insuperável. 

Houve casos de quedas de 70%, 80%, 95%, muito em função do aumento das taxas de juro. As empresas menores têm tradicionalmente custos de capital maiores, e os efeitos do aperto monetário acabam sendo perversos sobre seus indicadores de liquidez e sua capacidade de acessar o mercado de capitais.

Adicione a isso um ciclo trágico de resgates sobre a indústria de fundos de ações e a pessoa física fugindo da bolsa para comprar CDB, LCI, LCA e LIG – qualquer venda marginal pesa sobre quem goza de pouca liquidez em Bolsa.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

O Google me conta que, em cinco anos, o BOVA11, que basicamente replica o Ibovespa, sobe 43%, enquanto o SMAL11, que persegue um índice de small e midcaps (ainda que com uma lista longa de críticas sobre sua composição), avança 28%.

Em 12 meses, temos 0,37% contra -8,5%, respectivamente. Estariam as small caps sendo treinadas por Vanderlei Luxemburgo? Dada a goleada, o consenso de mercado já começa a desconfiar…

Curioso como a discrepância contraria um dos artigos mais clássicos da literatura do chamado Financial Economics. O tradicional modelo Fama-French, replicado mundo afora várias vezes e de diversas formas, costuma apontar, no longo prazo, retorno maior das menores sobre as large caps.

É razoavelmente intuitivo: as empresas menores carregam mais risco e, portanto, deveriam render mais, na média, no longo prazo. Identifico um paralelo interessante entre a dinâmica das small caps neste momento e aquele observado ao final de 2015.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

De uma forma bem simplista, talvez até meio grosseira, talvez pudéssemos resumir a história da indústria de small caps no Brasil da seguinte forma: essa classe de ativos teve uma performance espetacular no ciclo de 2003 a 2007, sobretudo a partir do que convencionou-se chamar de “reabertura do mercado” com o mitológico IPO da Natura.

Aquilo fez fama e fortuna para muitos gestores de ações, ainda que parte da glória tenha vindo das puxetas derivadas das próprias captações – o fundo de small caps ia bem, atraía a atenção do público (e não se iluda achando que só as pessoas físicas caíram nessa e os alocadores profissionais foram diligentes; a ganância permeia as decisões humanas), captava recursos e esse dinheiro era usado para comprar, muitas vezes com violência, as posições previamente carregadas, que continuavam subindo numa espécie de profecia autorrealizável, alimentando o ciclo de feedback positivo, não necessariamente virtuoso.

Então, veio a quebra da Lehman e já fez uma primeira faxina, levando embora uma meia dúzia. Mas a “marolinha" foi rápida, porque as ações se recuperaram com intensidade em 2009. A indústria seguiu razoavelmente bem. Só que aí entrou a era Dilma.

Com a classe indo muito mal de 2010 a 2015, small cap virou palavrão. Restaram pouquíssimos investidores profissionais realmente focados nisso.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Meu ponto – e aí vai o paralelo com os tempos atuais – é que confundiram um ciclo ruim com uma classe ruim. O segmento de small caps não é ruim. Ele é muito cíclico e pode, sim, matar, se você não tiver, simultaneamente: o horizonte temporal certo, a capacidade de sair quando o ciclo virar para baixo de novo, a tolerância requerida à volatilidade e o passivo correto.

Essa é uma grande vantagem da pessoa física sobre os gestores profissionais, porque ela não tem passivo com ninguém, além de si mesmo. Então, se estiverem adequadas ao horizonte temporal exigido e à volatilidade tradicional da classe, as pessoas físicas podem lograr um êxito extraordinário.

O argumento de Davi e Golias aqui já foi desenvolvido por Peter Lynch na década de 90, mas, por incrível que pareça, muitos ainda não estão preparados pra ele – aliás, quando a indústria financeira estará preparada para algum argumento que a colocará em desvantagem? Nem mesmo as cotas negativas e três anos de resgates consecutivos puderam disciplinar sua arrogância.

Depois de muito tempo com performance relativa inferior, o SMAL11 está acima do BOVA11 em 2023. Com expectativa de um plano para não explodir nossa trajetória fiscal e de queda das taxas de juro em 2023, o ciclo começa a virar. 

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

As small caps podem não ser para casar. Também não devem ocupar, sei lá, mais de 15% do portfólio total, mesmo de investidores mais arrojados. Mas a verdade é que poucas coisas são tão transformadoras para um investidor do que surfar um ciclo positivo completo das small caps.

Acordei ao som de Lou Reed… "Doo do doo do doo do do doo…"

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

COMPARTILHAR

Whatsapp Linkedin Telegram
TRILHAS DE CARREIRA

Promovido, e agora? Por que ser bom no que faz não te prepara para liderar pessoas

9 de novembro de 2025 - 8:00

Por que seguimos promovendo técnicos brilhantes e esperando que, por mágica, eles virem líderes preparados? Liderar é um ofício — e como todo ofício, exige aprendizado, preparo e prática

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Novo nome da Eletrobras em nada lembra mercado de energia; shutdown nos EUA e balanço da Petrobras também movem os mercados hoje

7 de novembro de 2025 - 8:14

Depois de rebranding, Axia Energia anuncia R$ 4 bilhões em dividendos; veja o que mais mexe com a bolsa, que bate recorde depois de recorde

SEXTOU COM O RUY

Eletrobras agora é Axia: nome questionável, dividendos indiscutíveis

7 de novembro de 2025 - 7:03

Mesmo com os gastos de rebranding, a empresa entregou bons resultados no 3T25 — e há espaço tanto para valorização das ações como para mais uma bolada em proventos até o fim do ano

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

FII escondido no seu dia a dia é campeão entre os mais recomendados e pode pagar dividendos; mercado também reflete decisão do Copom e aprovação da isenção de IR

6 de novembro de 2025 - 8:03

BTGLG11 é campeão no ranking de fundos imobiliários mais recomendados, Copom manteve Selic em 15% ao ano, e Senado aprovou isenção de Imposto de Renda para quem recebe até R$ 5 mil

FII DO MÊS

É bicampeão! FII BTLG11 volta ao topo do ranking dos fundos mais recomendados em novembro — e tem dividendos extraordinários no radar

6 de novembro de 2025 - 6:03

Pelo segundo mês consecutivo, o BTLG11 garantiu a vitória ao levar quatro recomendações das dez corretoras, casas de análise e bancos consultados pelo Seu Dinheiro

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Economista revela o que espera para a Selic em 2025, e ações ligadas à inteligência artificial sofrem lá fora; veja o que mais mexe com o mercado hoje

5 de novembro de 2025 - 8:04

Ibovespa renovou recorde antes de decisão do Copom, que deve manter a taxa básica de juros em 15% ao ano, e economista da Galapagos acredita que há espaço para cortes em dezembro; investidores acompanham ações de empresas de tecnologia e temporada de balanços

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

O segredo do Copom, o reinado do Itaú e o que mais movimenta o seu bolso hoje

4 de novembro de 2025 - 7:50

O mercado acredita que o Banco Central irá manter a taxa Selic em 15% ao ano, mas estará atento à comunicação do banco sobre o início do ciclo de cortes; o Itaú irá divulgar seus resultados depois do fechamento e é uma das ações campeãs para o mês de novembro

INSIGHTS ASSIMÉTRICOS

Política monetária não cede, e fiscal não ajuda: o que resta ao Copom é a comunicação

4 de novembro de 2025 - 7:10

Mesmo com a inflação em desaceleração, o mercado segue conservador em relação aos juros. Essa preferência traz um recado claro: o problema deriva da falta de credibilidade fiscal

EXILE ON WALL STREET

Tony Volpon: Inteligência artificial — Party like it’s 1998

3 de novembro de 2025 - 22:11

Estamos vivendo uma bolha tecnológica. Muitos investimentos serão mais direcionados, mas isso acontece em qualquer revolução tecnológica.

DÉCIMO ANDAR

Manter o carro na pista: a lição do rebalanceamento de carteira, mesmo para os fundos imobiliários

2 de novembro de 2025 - 8:00

Assim como um carro precisa de alinhamento, sua carteira também precisa de ajustes para seguir firme na estrada dos investimentos

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Petrobras (PETR4) pode surpreender com até R$ 10 bilhões em dividendos, Vale divulgou resultados, e o que mais mexe com seu bolso hoje

31 de outubro de 2025 - 7:58

A petroleira divulgou bons números de produção do 3° trimestre, e há espaço para dividendos bilionários; a Vale também divulgou lucro acima do projetado, e mercado ainda digere encontro de Trump e Xi

SEXTOU COM O RUY

Dividendos na casa de R$ 10 bilhões? Mesmo depois de uma ótima prévia, a Petrobras (PETR4) pode surpreender o mercado

31 de outubro de 2025 - 6:07

A visão positiva não vem apenas da prévia do terceiro trimestre — na verdade, o mercado pode estar subestimando o potencial de produção da companhia nos próximos anos, e olha que eu nem estou considerando a Margem Equatorial

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Vale puxa ferro, Trump se reúne com Xi, e bolsa bateu recordes: veja o que esperar do mercado hoje

30 de outubro de 2025 - 7:34

A mineradora divulga seus resultados hoje depois do fechamento do mercado; analistas também digerem encontro entre os presidentes dos EUA e da China, fala do presidente do Fed sobre juros e recordes na bolsa brasileira

EXILE ON WALL STREET

Rodolfo Amstalden: O silêncio entre as notas

29 de outubro de 2025 - 20:00

Vácuos acumulados funcionaram de maneira exemplar para apaziguar o ambiente doméstico, reforçando o contexto para um ciclo confiável de queda de juros a partir de 2026

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

A corrida para investir em ouro, o resultado surpreendente do Santander, e o que mais mexe com os mercados hoje

29 de outubro de 2025 - 8:10

Especialistas avaliam os investimentos em ouro depois do apetite dos bancos centrais por aumentar suas reservas no metal, e resultado do Santander Brasil veio acima das expectativas; veja o que mais vai afetar a bolsa hoje

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

O que a motosserra de Milei significa para a América Latina, e o que mais mexe com seu bolso hoje

28 de outubro de 2025 - 7:50

A Argentina surpreendeu nesta semana ao dar vitória ao partido do presidente Milei nas eleições legislativas; resultado pode ser sinal de uma mudança política em rumo na América Latina, mais liberal e pró-mercado

INSIGHTS ASSIMÉTRICOS

A maré liberal avança: Milei consolida poder e reacende o espírito pró-mercado na América do Sul

28 de outubro de 2025 - 7:31

Mais do que um evento isolado, o avanço de Milei se insere em um movimento mais amplo de realinhamento político na região

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Os balanços dos bancos vêm aí, e mercado quer saber se BB pode cair mais; veja o que mais mexe com a bolsa hoje

27 de outubro de 2025 - 8:09

Santander e Bradesco divulgam resultados nesta semana, e mercado aguarda números do BB para saber se há um alçapão no fundo do poço

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Só um susto: as ações desta small cap foram do céu ao inferno e voltaram em 3 dias, mas este analista vê motivos para otimismo

24 de outubro de 2025 - 8:03

Entenda o que aconteceu com os papéis da Desktop (DESK3) e por que eles ainda podem subir mais; veja ainda o que mexe com os mercados hoje

SEXTOU COM O RUY

Por que o tombo de Desktop (DESK3) foi exagerado — e ainda vejo boas chances de o negócio com a Claro sair do papel

24 de outubro de 2025 - 6:01

Nesta semana os acionistas tomaram um baita susto: as ações DESK3 desabaram 26% após a divulgação de um estudo da Anatel, sugerindo que a compra da Desktop pela Claro levaria a concentração de mercado para níveis “moderadamente elevados”. Eu discordo dessa interpretação, e mostro o motivo.

Menu

Usamos cookies para guardar estatísticas de visitas, personalizar anúncios e melhorar sua experiência de navegação. Ao continuar, você concorda com nossas políticas de cookies

Fechar