🔴 ONDE INVESTIR 2º SEMESTRE: CONFIRA AS RECOMENDAÇÕES PARA AÇÕES, FIIs, DIVIDENDOS, BDRs, RENDA FIXA – INSCREVA-SE PARA PARTICIPAR

Felipe Miranda: A lei da gravidade na bolsa — a queda dos juros e os ciclos de alta das ações

A bolsa brasileira passou por uma sequência inesperada de quedas, mas a história mostra que movimentos de baixas de juros impulsionam ações

11 de setembro de 2023
20:05
Desenho de percentual representando taxa de juros; bolsas reagem aos juros ibovespa também
Imagem: Shutterstock

Os mercados acabam de fazer uma de suas coisas favoritas: frustrar consensos. 

Já vivemos três anos neste 2023 e, a julgar pelo jeitão da caminhada, talvez ainda tenhamos mais uns 12 meses até o final do ano.

Em janeiro, era um pessimismo completo. Então, veio uma aproximação de Haddad a Roberto Campos Neto, sob o pano de fundo do afastamento da recessão global iminente, e vivemos um grande otimismo entre abril e julho.

Aí chegou o cachorro louco. A gosto de Deus (ou do diabo, sei lá), voltou o clima tétrico. 

Quando todos esperavam impactos imediatos do início do ciclo de afrouxamento monetário sobre os ativos de risco no Brasil, com arcabouço fiscal aprovado e reforma tributária andando, enfrentamos a mais longeva sequência de quedas do Ibovespa em toda série histórica (pelo menos entre as disponíveis pra nós) e entramos em setembro quase com saudades do trágico agosto (por enquanto, é claro) — se não fosse pela disparada de Petrobras no ano, a situação do Ibovespa seria bem pior; estamos infelizes e não sabemos.

O breve bull market das ações brasileiras já teria chegado ao fim?

Leia Também

Não foi exatamente pouca coisa o que aconteceu desde agosto. Essa preocupação com as taxas de juros de mercado nos países desenvolvidos, sobretudo nos EUA, é coisa séria.

O déficit fiscal nos EUA é grande — a necessidade de financiamento do setor público caminha para algo próximo a 8%.

As expectativas de inflação caem em ritmo lento e grandes compradores globais de Treasuries estão reduzindo sua exposição, mediante aquilo que se convencionou chamar de “dollar weaponization" — desde que os EUA resolveram usar o dólar como arma geopolítica ao congelar as reservas russas, os coleguinhas chineses decidiram se preocupar.

O Japão flexibilizou o controle de sua curva de juros e a Arábia Saudita também tem diminuído seu estoque de Treasuries.

Ao mesmo tempo, a China deu sinais sucessivos de um ritmo menor de crescimento, enquanto os EUA continuam com uma expansão razoável — preocupação a mais para emergentes e alocação global.

E, no Brasil, ficou clara a dificuldade de fechar o orçamento de 2024, o que catalisou uma fúria por receitas tributárias, com suas típicas consequências microeconômicas e impactos sobre os lucros corporativos.

Os ciclos do mercado e a influência da queda das taxas de juros

Apesar do (de)mérito de cada uma dessas questões e de ainda ser provável bastante volatilidade de curto prazo, principalmente se considerarmos a tradicionalmente ruim sazonalidade do mês de setembro, parece haver bons argumentos para sustentar se tratar de um período ruim dentro de uma trajetória estrutural de recuperação para os ativos de risco brasileiro.

Howard Marks, talvez tacitamente e de maneira não deliberada, nos ensina uma coisa interessante. Ele tem um livro muito bacana, chamado “A coisa mais importante”.

O título é uma brincadeira consigo mesmo. Ele conta que, em seus maravilhosos memorandos escritos ao longo do tempo, usou, em situações diversas, algo como “a coisa mais importante em investimentos é…”.

O livro reúne todas essas coisas mais importantes em 23 capítulos, sendo que cada capítulo trata de “uma coisa mais importante” diferente. 

O mesmo Howard, no entanto, tem um outro livro legal, de nome “Dominando os ciclos de mercado.” Ora, então eu penso: se há um livro de 23 coisas mais importantes e outro livro inteiro tratando só dos ciclos de mercado, então a coisa mais importante mesmo deve ser o próprio ciclo de mercado!

Lei da gravidade: juros estão apenas começando a cair

O ciclo de mercado funciona quase como uma lei gravitacional. E quem manda no ciclo é, fundamentalmente, o comportamento das taxas de juro. Essa taxa de juro apenas começa a cair no Brasil agora.

Talvez ainda mais relevante: embora a Selic já tenha tido sua primeira queda, o juro real, na verdade, ainda está aumentando, porque a inflação saiu de 9% para 4,5% e o juro nominal teve uma mudança apenas marginal.

Nos EUA, por sua vez, ainda que tenhamos essa discussão circunstancial de uma elevação a mais ou não no juro básico até o final do ano, estamos claramente na fase de ajuste fino.

Daqui a um ano, é provável que o Fed já tenha iniciado seu ciclo de cortes na taxa básica. E, por aqui, a Selic pode estar rondando 10% ao ano. 

Como muito bem resumiu Walter Maciel, CEO da AZ Quest: "Em mais de 30 anos de carreira, quando não tem uma recessão ou crise severa, em ciclos de corte de juros há uma forte valorização dos ativos de risco.”

Tudo isso num momento em que os ativos brasileiros negociam em níveis de preço atraentes. No elementar Preço sobre Lucro, o Ibovespa negocia hoje abaixo de 8x, contra uma média histórica na casa dos 11x.

Em ciclos de queda da Selic, há espaço para re-rating (reavaliação para cima dos múltiplos) e também para aumento dos lucros, porque a atividade costuma reagir (mais receitas e mais lucros para as empresas) e as despesas financeiras caem.

ONDE INVESTIR EM SETEMBRO - Novo programa do SD Select mostra as principais recomendações em ações, dividendos, FIIs e BDRs

Em paralelo, na margem, a China emite sinais de que, embora passe longe de uma situação pujante, também não está colapsando.

Ela é um dos principais importadores da maior parte de commodities e os preços das matérias-primas, no geral, vão muito bem, obrigado.

Apesar de não ter feito um grande pacote fiscal como muitos gostariam, o país acumula uma série de pequenos estímulos monetários e fiscais que vão se somando e acabando estancando a sangria — agora mesmo acabamos de ver liberação para as seguradoras comprarem mais ações

A questão fiscal no Brasil irá atrapalhar a baixa dos juros?

Internamente, a situação fiscal, de fato, não é boa e dificilmente cumpriremos a meta de zerar o déficit primário em 2024.

Mas a realidade objetiva é que boa parte do mundo, incluindo os países desenvolvidos, enfrentam desafios fiscais desde que foi dada uma licença geral para gastar na pandemia. Se “somos todos keynesianos agora” (mais uma vez), a conta chega depois.

Há uma certa complacência global com descumprimentos de metas fiscais. Se não houver explosão e chegarmos perto do objetivo anunciado, o mercado vai acabar tolerando e sublimando isso no médio prazo. 

Sendo pragmático, o arcabouço fiscal impede uma trajetória do tipo Argentina, crescer despesas em termos reais a 2,5% já é uma baita conquista diante de um governo de esquerda (os anos petistas trouxeram incremento médio de 6,5%) e não haver retrocessos nas reformas realizadas desde o governo Temer permite que colhamos os frutos dessa caminhada liberalizante e mais fiscalista dos últimos seis anos.

Oportunidades em ações brasileiras antes de queda maior dos juros

Claro que mesmo os bull markets mais longevos e poderosos enfrentam percalços no meio do caminho, com quedas de 20%, 30%, 40%, até 50% — depois, isso vira um pequeno lapso no gráfico de longo prazo (embora seja um terror enquanto passamos por ele).

Aliás, a definição de uma trajetória de alta requer topos e fundos (sim, e fundos!) ascendentes. Precisamos passar por correções até para testar o modelo.

Em meio aos ciclos mais estruturais, há pequenos ciclos de mercado e também psicológicos mais desfavoráveis — agora mesmo estamos passando por um pico de estresse e pessimismo generalizado.

Alguns se desesperam, outros vão às compras para se apropriar das barganhas. A mais recente carta do fundo Verde oferece uma síntese útil: “o fundo está com exposição neutra em bolsa global, e aproveitou a piora recente para voltar a expandir sua alocação em bolsa brasileira."

Somente nessas horas que você consegue comprar de altíssima qualidade a preços descontados. Ninguém precisa (nem deve) inventar a roda. Cosan, Localiza, Equatorial, Eneva, BTG, Iguatemi. Tudo isso está aí em promoção. 

COMPARTILHAR

Whatsapp Linkedin Telegram
O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Prevenir é melhor que remediar: Ibovespa repercute decisão judicial contra tarifaço, PIB dos EUA e desemprego no Brasil

29 de maio de 2025 - 8:17

Um tribunal norte-americano suspendeu o tarifaço de Donald Trump contra o resto do mundo; decisão anima as bolsas

MUDANÇAS NO BALANÇO

Entenda a resolução do BC que estremeceu as provisões dos bancos e custou ao Banco do Brasil (BBAS3) quase R$ 1 bilhão no resultado do 1T25

29 de maio de 2025 - 6:08

Espelhada em padrões internacionais, a resolução 4.966 requer dos bancos uma abordagem mais preventiva e proativa contra calotes. Saiba como isso afetou os resultados dos bancões e derrubou as ações do Banco do Brasil na B3

IMPACTO DA GUERRA COMERCIAL

Nvidia reporta balanço acima do esperado e ações saltam no after market, mas bloqueio de seus chips para China afeta guidance

28 de maio de 2025 - 18:45

Lucro por ação e receita bateram as estimativas, mas resultados trimestrais já viram impacto de bloqueio das exportações de chips para o Gigante Asiático

EXPANSÃO FRANCESA

Centre Pompidou, museu francês fechado até 2030, abre nova unidade em… Foz do Iguaçu; entenda

28 de maio de 2025 - 18:11

O espaço é um dos clássicos da cena artística de Paris e tem um acervo extenso de arte moderna e contemporânea

LAÇOS ESTREITOS

De São Paulo a Xangai em um clique: China abre seu mercado de ações para o Brasil em uma parceria rara de ETFs recíprocos 

28 de maio de 2025 - 18:04

Primeiros fundos lançados na B3 para investir direto em ações chinesas são da Bradesco Asset e já estão sendo negociados

CRIPTO HOJE

O ciclo de alta acabou? Bitcoin (BTC) recua para US$ 107 mil, e mercado de criptomoedas entra em modo de correção

28 de maio de 2025 - 16:20

Bitcoin recua após alta de quase 50% em menos de dois meses, altcoins desabam e mercado entra em correção — mas analistas ainda veem espaço para valorização

SD ENTREVISTA

Se não houver tag along na oferta de Tanure pela Braskem (BRKM5), “Lei das S.A. deixou de nos servir”, diz presidente da Amec

28 de maio de 2025 - 16:17

Em entrevista ao Seu Dinheiro, Fábio Coelho explica os motivos pelos quais a proposta do empresário Nelson Tanure pelo controle da Braskem deveria acionar o tag along — e as consequências se o mecanismo for “driblado”

CONTEÚDO EMPIRICUS

Dividendos da semana: Taesa (TAEE11), Equatorial (EQTL3) e Engie (EGIE3) distribuem lucros — mas só uma é recomendada pela Empiricus

28 de maio de 2025 - 12:00

Apenas uma das elétricas que irá distribuir dividendos esta semana figura entre as recomendações da Empiricus para investir neste momento.

SEU MENTOR DE INVESTIMENTOS

A vida de um investidor no terreno minado da inflação

28 de maio de 2025 - 9:58

De Juscelino até Itamar Franco e o Plano Real, o dragão da inflação cuspiu fogo pelas ventas, criando armadilhas na bolsa e na renda fixa

DUAS VEZES REBAIXADA

Braskem (BRKM5) na panela de pressão: petroquímica cai no conceito de duas das maiores agências de classificação de risco do mundo

28 de maio de 2025 - 9:41

A Fitch e a S&P Global rebaixaram a nota de crédito da Braskem de ‘BB+’ para ‘BB’ na última terça-feira. O que está por trás das revisões?

ABAPORU E ALÉM

Tarsila do Amaral: 18 museus e destinos para conhecer as obras da artista

28 de maio de 2025 - 8:16

A artista brasileira, ícone do Modernismo, ganha novo fôlego internacional com exposições na Europa, enquanto suas obras seguem como pilares em coleções no Brasil e no mundo

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Época de provas na bolsa: Ibovespa tenta renovar máximas em dia de Caged, ata do Fed e recuperação judicial da Azul

28 de maio de 2025 - 8:09

No noticiário corporativo, o BTG Pactual anunciou a compra de R$ 1,5 bilhão em ativos de Daniel Vorcaro; dinheiro será usado para capitalizar o Banco Master

CHAPTER 11

Azul (AZUL4) entra com pedido de recuperação judicial nos Estados Unidos e completa a lista de empresas em apuros no setor aéreo

28 de maio de 2025 - 7:18

Reestruturação da Azul contempla US$ 1,6 bilhão em financiamento, eliminação de US$ 2 bilhões em dívidas e até US$ 950 milhões em novos aportes de capital quando o processo se encerrar

NEGOCIAÇÃO BILIONÁRIA

BTG Pactual (BPAC11) compra R$ 1,5 bilhão em ativos de Daniel Vorcaro, e recursos serão usados para capitalizar o Banco Master

27 de maio de 2025 - 19:48

Operação faz parte do processo da venda do Master para o BRB e inclui a compra de participações na Light (LIGT3) e no Méliuz (CASH3)

CASO CONFIRMADO

Gripe aviária chegou a Minas Gerais: governo decreta estado de emergência animal 

27 de maio de 2025 - 17:50

O governo mineiro confirmou na segunda-feira (26) um caso da doença em um sítio localizado na região metropolitana de Belo Horizonte

DISCUSSÃO SOCIETÁRIA

Sem OPA na Braskem (BRKM5)? Por que a compra do controle por Nelson Tanure não acionaria o mecanismo de tag along

27 de maio de 2025 - 15:05

Especialistas consultados pelo Seu Dinheiro avaliam que não necessariamente há uma obrigatoriedade de oferta pública de Tanure pelas ações dos minoritários da Braskem; entenda

TOUROS E URSOS #224

Ibovespa vai sustentar tendência mesmo com juros altos e risco fiscal? Sócio fundador da Polo Capital vê bom momento para a bolsa — mas há outros perigos no radar

27 de maio de 2025 - 14:53

No podcast Touros e Ursos desta semana, Cláudio Andrade, sócio fundador da gestora Polo Capital, fala sobre as perspectivas para a bolsa brasileira

ATÉ PARECE REPLAY

Xô, penny stock: PDG Realty (PDGR3) recebe novo enquadro da B3 e terá que fazer mais um grupamento de ações

27 de maio de 2025 - 10:10

Após meses negociando as ações PDGR3 na casa dos centavos na bolsa brasileira, a incorporadora tentará outra vez aumentar as cotações dos papéis

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Não dá mais para adiar: Ibovespa repercute IPCA-15 enquanto mudanças no IOF seguem causando tensão

27 de maio de 2025 - 8:17

Bolsas de Nova York voltam de feriado ainda reagindo ao mais recente recuo de Trump na guerra comercial

EXILE ON WALL STREET

Felipe Miranda: O último trem do sertão (ou do bull market)

26 de maio de 2025 - 20:00

Seja lá qual for a razão, os mercados atropelaram a notícia ruim do IOF, mostrando que há forças maiores em curso em favor do kit Brasil. Talvez essa seja a última parada do trem antes do verdadeiro bull market.

Menu

Usamos cookies para guardar estatísticas de visitas, personalizar anúncios e melhorar sua experiência de navegação. Ao continuar, você concorda com nossas políticas de cookies

Fechar