Eduardo Bartolomeo revela em entrevista o legado que pretende deixar para a Vale (VALE3)
Bartolomeo assumiu a Vale em 2019, depois da tragédia com a barragem de Brumadinho; entrevista foi concedida ao Broadcast
Em Londres, onde participou de encontro com analistas financeiros e investidores no início do mês, o presidente da Vale (VALE3), Eduardo Bartolomeo, revelou ao Broadcast (sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado) como enxerga sua gestão e os rumores em torno do fim do seu contrato, que vence em abril.
"Se eu for embora daqui a cinco anos e olhar para trás, quero ser reconhecido como a pessoa que estabilizou operacionalmente a Vale", afirmou. A segurança, disse, é a marca de sua gestão.
O executivo, que assumiu o comando da mineradora logo após a tragédia com a barragem de Brumadinho, em Minas Gerais, em 2019, acredita que a companhia está colhendo os frutos das iniciativas dos últimos anos.
Segundo ele, as agências de rating já começam a reconhecer os avanços em segurança e parâmetros ESG da companhia.
A expectativa agora é de permanecer à frente da companhia e dar continuidade ao trabalho. No início de 2024, o Conselho de Administração da Vale bate o martelo e decide se mantém ou não Bartolomeo no cargo. "Eu não gostaria de sair agora, com um projeto incompleto."
Nos últimos meses, o executivo tem sido alvo de ataques indiretos, com rumores sobre a indicação, pelo governo, de outro nome para o cargo.
Leia Também
A última dança de Warren Buffett: 'Oráculo de Omaha' vai deixar a Berkshire Hathaway com caixa em nível recorde
"Eu confio na governança da companhia e na qualidade dos conselheiros. As pessoas dentro da Vale reconhecem muito claramente as coisas. Ninguém se desfaz de negócios, como fizemos, sem o apoio do Conselho", diz.
Confira a seguir os principais trechos da entrevista com o presidente da Vale.
Qual é a principal marca de sua gestão?
Segurança. Se eu for embora daqui a cinco anos e olhar para trás, quero ser reconhecido como a pessoa que estabilizou operacionalmente a Vale. Se eu for lembrado como a pessoa que criou as bases da excelência operacional e da estabilização da companhia, eu estarei feliz. Meu ídolo é o doutor Eliezer Batista [presidente da Vale duas vezes], que conceitualizou a companhia. Não posso fazer o que ele fez, porque ele era um gênio. Mas eu quero pegar o que ele fez e usar direito. A gente ainda performa abaixo do nosso potencial. A gente está mostrando isso no Vale Day. Existe uma lacuna que está sendo preenchida.
O mercado já enxerga melhoras?
Quando a gente olha cinco anos depois [do acidente de Brumadinho], a companhia é absurdamente mais segura do que era em 2019. Hoje, a gente tem um controle total sobre nossas barragens. Temos condições de garantir a não repetição [dos acidentes]. É um processo contínuo. Enquanto não eliminar todas as barragens a montante, enquanto não atingir zero fatalidade, a gente não vai ficar satisfeito. A gente sabe que andou muito. Vou mostrar na apresentação [do Vale Day] que as agências de rating começam a reconhecer que fomos fechando todos os gaps de ESG e controvérsias da companhia. De 2019 para hoje, reduzimos em 61% a Taxa Total de Frequência de Acidentes Registráveis (TRIFR), que é um índice do setor.
Que outras realizações o senhor destaca?
Vendemos dez negócios da companhia. Foram decisões difíceis, muito suportadas pelo Conselho. A saída de Nova Caledônia, de Moçambique, de fertilizantes, siderúrgicas - a última foi a MRN, que anunciamos na sexta-feira. A Vale é hoje uma companhia pronta para vencer. Passou de empresa de portfólio, holding, para empresa de gestão de ativos. A gente tem hoje uma capacidade muito melhor de executar os nossos planos. Tudo que plantamos nos últimos cinco anos está começando a frutificar. Vamos gerar muito valor.
O que falta avançar?
Temos 2026 como uma data mágica. Vamos retirar mais duas barragens do nível 3 de segurança. Elas não geram risco para ninguém, pois não tem ninguém embaixo e têm barreiras de contenção, mas traz restrição de alguns investidores.
A DINHEIRISTA - VENDI MEU VALE-ALIMENTAÇÃO E AGORA ESTOU SENDO AMEAÇADA!
A sua permanência na Vale tem sido alvo de rumores. O senhor está se sentindo seguro sobre a sucessão?
Sim! No último call, comentei que nunca estive tão otimista. A companhia mudou em 2020. Eu fui eleito por um bloco de controle. E fui renovado numa corporação. Hoje existe um conselho, que tem oito conselheiros independentes - a regra é no mínimo sete. E o Conselho, sim, ele toma as decisões. E o que tem de acontecer agora? O Conselho tem de avaliar que tipo de skills [habilidades] a pessoa tem de ter para tocar a Vale. Aí ela vai cruzar com as minhas competências e vai dizer "o Eduardo deveria ficar". É um processo meio feijão com arroz. Se, por um acaso, o Conselho entender que não, que essa pessoa que precisa é diferente... aí entre essa fofocada toda.
A fofocada atrapalhou?
Não. Primeiro que confio muito na governança da companhia. Confio demais na qualidade dos conselheiros. Sempre tive suporte integral do Conselho. Ninguém vende dez negócios, ninguém fecha negócio de Moçambique, ninguém fecha Nova Caledônia sem suporte do Conselho. Então, se você está confortável com quem está acima de você porque conhece o seu trabalho e se você sabe que tem regras... A governança da companhia hoje protege a coisa certa. Ela garante que a coisa certa seja feita. Não estou dizendo que a governança anterior não fazia. Mas é muito mais fácil você decidir, entre quatro pessoas [como quando a companhia tinha blocos de controle], tirar alguém, do que você pegar 13 pessoas que têm obrigação fiduciária de proteger a companhia.
Como funciona isso?
Quando a pessoa é eleita para o Conselho, ela está representando os 200 mil acionistas, incluindo a BlackRock, que não está lá [com um conselheiro], a Capital, que não está lá. No boletim de votação, eles se posicionam como independentes. Eu me fio na responsabilidade fiduciária dessas pessoas, que elas vão garantir que a governança seja executada. Que pode até ser tipo assim: 'A gente precisa de uma outra pessoa aqui'. Então, eu vou embora tranquilo, pois foi feito de forma limpa. Esta companhia nunca esteve tão próxima de dar resultado excepcional. Seria, de fato, na minha concepção, uma perda de uma oportunidade de concluir um projeto que eu comecei sob um ponto de vista muito, muito agressivo [após o acidente de Brumadinho].
O senhor se sente reconhecido?
Eu acho que as pessoas dentro da Vale reconhecem muito claramente as coisas. Talvez fora da Vale não reconheçam. Essa companhia em 2019... A gente não sabia se sobreviveria. Então, é muito fácil, né? A gente pegou essa companhia em 2019, então trouxemos ela até 2023. Agora ela está com certeza nessa posição de uma vitória. Fundamentalmente, eu não gostaria de sair agora, com um projeto incompleto.
Montanha-russa da bolsa: a frase de Powell que derrubou Wall Street, freou o Ibovespa após marca histórica e fortaleceu o dólar
O banco central norte-americano cortou os juros pela segunda vez neste ano mesmo diante da ausência de dados econômicos — o problema foi o que Powell disse depois da decisão
Ouro ainda pode voltar para as máximas: como levar parte desse ganho no bolso
Um dos investimentos que mais renderam neste ano é também um dos mais antigos. Mas as formas de investir nele são modernas e vão de contratos futuros a ETFs
Ibovespa aos 155 mil pontos? JP Morgan vê três motores para uma nova arrancada da bolsa brasileira em 2025
De 10 de outubro até agora, o índice já acumula alta de 5%. No ano, o Ibovespa tem valorização de quase 24%
Santander Brasil (SANB11) bate expectativa de lucro e rentabilidade, mas analistas ainda tecem críticas ao balanço do 3T25. O que desagradou o mercado?
Resultado surpreendeu, mas mercado ainda vê preocupações no horizonte. É hora de comprar as ações SANB11?
Ouro tomba depois de máxima, mas ainda não é hora de vender tudo: preço pode voltar a subir
Bancos centrais globais devem continuar comprando ouro para se descolar do dólar, diz estudo; analistas comentam as melhores formas de investir no metal
IA nas bolsas: S&P 500 cruza a marca de 6.900 pontos pela 1ª vez e leva o Ibovespa ao recorde; dólar cai a R$ 5,3597
Os ganhos em Nova York foram liderados pela Nvidia, que subiu 4,98% e atingiu uma nova máxima. Por aqui, MBRF e Vale ajudaram o Ibovespa a sustentar a alta.
‘Pacman dos FIIs’ ataca novamente: GGRC11 abocanha novo imóvel e encerra a maior emissão de cotas da história do fundo
Com a aquisição, o fundo imobiliário ultrapassa R$ 2 bilhões em patrimônio líquido e consolida-se entre os maiores fundos logísticos do país, com mais de 200 mil cotistas
Itaú (ITUB4), BTG (BPAC11) e Nubank (ROXO34) são os bancos brasileiros favoritos dos investidores europeus, que veem vida ‘para além da eleição’
Risco eleitoral não pesa tanto para os gringos quanto para os investidores locais; estrangeiros mantêm ‘otimismo cauteloso’ em relação a ativos da América Latina
Gestor rebate alerta de bolha em IA: “valuation inflado é termo para quem quer ganhar discussão, não dinheiro”
Durante o Summit 2025 da Bloomberg Linea, Sylvio Castro, head de Global Solutions no Itaú, contou por que ele não acredita que haja uma bolha se formando no mercado de Inteligência Artificial
Vamos (VAMO3) lidera os ganhos do Ibovespa, enquanto Fleury (FLRY3) fica na lanterna; veja as maiores altas e quedas da semana
Com a ajuda dos dados de inflação, o principal índice da B3 encerrou a segunda semana seguida no azul, acumulando alta de 1,93%
Ibovespa na China: Itaú Asset e gestora chinesa obtêm aprovação para negociar o ETF BOVV11 na bolsa de Xangai
Parceria faz parte do programa ETF Connect, que prevê cooperação entre a B3 e as bolsas chinesas, com apoio do Ministério da Fazenda e da CVM
Envelhecimento da população da América Latina gera oportunidades na bolsa — Santander aponta empresas vencedoras e quem perde nessa
Nova demografia tem potencial de impulsionar empresas de saúde, varejo e imóveis, mas pressiona contas públicas e produtividade
Ainda vale a pena investir nos FoFs? BB-BI avalia as teses de seis Fundos de Fundos no IFIX e responde
Em meio ao esquecimento do segmento, o analista do BB-BI avalia as teses de seis Fundos de Fundos que possuem uma perspectiva positiva
Bolsas renovam recordes em Nova York, Ibovespa vai aos 147 mil pontos e dólar perde força — o motivo é a inflação aqui e lá fora. Mas e os juros?
O IPCA-15 de outubro no Brasil e o CPI de setembro nos EUA deram confiança aos investidores de que a taxa de juros deve cair — mais rápido lá fora do que aqui
Com novo inquilino no pedaço, fundo imobiliário RBVA11 promete mais renda e menos vacância aos cotistas
O fundo imobiliário RBVA11, da Rio Bravo, fechou contrato de locação com a Fan Foods para um restaurante temático na Avenida Paulista, em São Paulo, reduzindo a vacância e ampliando a diversificação do portfólio
Fiagro multiestratégia e FoFs de infraestrutura: as inovações no horizonte dos dois setores segundo a Suno Asset e a Sparta
Gestores ainda fazem um alerta para um erro comum dos investidores de fundos imobiliários que queiram alocar recursos em Fiagros e FI-Infras
FIIs atrelados ao CDI: de patinho feio à estrela da noite — mas fundos de papel ainda não decolam, segundo gestor da Fator
Em geral, o ciclo de alta dos juros tende a impulsionar os fundos imobiliários de papel. Mas o voo não aconteceu, e isso tem tudo a ver com os últimos eventos de crédito do mercado
JP Morgan rebaixa Fleury (FLRY3) de compra para venda por desinteresse da Rede D’Or, e ações têm maior queda do Ibovespa
Corte de recomendação leva os papéis da rede de laboratórios a amargar uma das maiores quedas do Ibovespa nesta quarta (22)
“Não é voo de galinha”: FIIs de shoppings brilham, e ainda há espaço para mais ganhos, segundo gestor da Vinci Partners
Rafael Teixeira, gestor da Vinci Partners, avalia que o crescimento do setor é sólido, mas os spreads estão maiores do que deveriam
Ouro cai mais de 5% com correção de preço e tem maior tombo em 12 anos — Citi zera posição no metal precioso
É a pior queda diária desde 2013, em um movimento influenciado pelo dólar mais forte e perspectiva de inflação menor nos EUA