A decisão do governo Lula de taxar as exportações de petróleo para compensar parte do efeito do fim da isenção de impostos sobre os combustíveis pegou de jeito as ações das petroleiras na B3. Em especial as "juniores", como são conhecidas as empresas de menor porte do setor.
A PetroRio (PRIO3) fechou em queda de 9,04% e liderou as quedas do Ibovespa no pregão de ontem. 3R Petroleum (RRRP3) também apareceu entre os destaques negativos, com uma baixa de 6,97%. Fora do principal índice da bolsa, a PetroReconcavo (RECV3) também não escapou e recuou 6,01%.
A medida, é claro, inclui a Petrobras (PETR4), que também fechou em queda ontem na B3. Mas a maior preocupação dos investidores em relação à estatal hoje está no futuro da política de preços dos combustíveis e dos dividendos.
No caso das petroleiras "juniores", os efeitos da taxação das exportações serão diferentes em cada uma delas. No curto prazo, a PRIO é mais prejudicada pela medida porque destina 100% da produção para fora do país, de acordo com o BTG Pactual.
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PRIO sente mais no curto prazo, mas e se a taxação das exportações de petróleo for permanente?
Nos cálculos do banco, o impacto da taxação das exportações pode chegar a US$ 64 milhões (R$ 333 milhões, no câmbio atual) no Ebitda (sigla em inglês para lucro antes juros, impostos, depreciação e amortização) da PetroRio (PRIO) em 2023.
Já no caso de 3R Petroleum e PetroReconcavo, os analistas do BTG avaliam que o mercado exagerou na dose. Isso porque ambas as petroleiras já vendem 100% da produção no mercado local. Ou seja, em tese as empresas não perderão receitas com a taxação.
O problema é se o fim da isenção das exportações de petróleo durar mais que os quatro meses que o governo estipulou inicialmente. No caso de o imposto continuar, o BTG prevê uma redução anual do Ebitda da PRIO de 11%.
“Para 3R e PetroReconcavo, os impactos também podem ser mais relevantes, pois é provável que os exportadores consigam aumentar o volume de produtos vendidos no mercado interno”, escreveram os analistas.