Os fundos com ações da Americanas (AMER3) na carteira que mais perderam com a crise na varejista
Queda nas cotas dos fundos com a implosão das ações da Americanas (AMER3) na última quinta-feira chegou a mais de 7% em um único dia; hora de resgatar o dinheiro?

A derrocada das ações da Americanas (AMER3) na semana passada não passou despercebida pelos fundos de investimento em ações. Parte deles ficou no vermelho na quinta-feira (12), quando os papéis da varejista fecharam em queda de 77%, de acordo com levantamento realizado pela Empiricus Investimentos para o Seu Dinheiro.
É o caso, por exemplo, dos fundos da Moat Capital, que, segundo a carteira mais recente, de dezembro, tinham uma fatia significativa do patrimônio investido na Americanas. Vale destacar que a divulgação das carteiras dos fundos pode ter uma defasagem de 90 dias e, portanto, a maioria dos gestores opta por essa prerrogativa.
No caso da Moat, a gestora divulgou sua carteira em 30 de dezembro de 2022. No Moat Capital FIC Ações, os papéis da Americanas representavam 7,29% da carteira naquela data, enquanto no Moat Capital Long Bias FIC Multimercado, o peso da varejista era de 5,13% no final do ano passado.
Só naquela derradeira quinta-feira (12), o Moat Ações caiu 6,83%, enquanto o Moat Long Bias recuou 3,52%. O Seu Dinheiro tentou contato com a Moat para saber se os fundos continuam com Americanas na carteira, mas fomos avisados de que a gestora não vai se pronunciar.
O Fator Ações também foi prejudicado pela varejista. Em 30 de novembro, a carteira do fundo indicava que a Americanas tinha uma participação de 1,56%. A queda na quinta-feira foi de 4,32%.
O levantamento da Empiricus mapeou os fundos que tinham AMER3 na última carteira divulgada pelos gestores. Foram considerados os fundos de ações Long Only, ou seja, que operam apenas comprados, apostando sempre na valorização dos papéis que investe, e os fundos Long Biased, que podem ter posições vendidas, mas têm viés comprado.
Leia Também
Rio Bravo: “Momento é de entrada em fundos imobiliários de tijolo, não de saída”
Confira o desempenho dos que se deram pior no dia do tombo da Americanas:
FUNDO | RETORNO 12/01/2023 | DATA DA CARTEIRA | PARTICIPAÇÃO AMER3 |
Moat Capital FIC FIA | -6,83% | 30/12/2022 | 7,29% |
Fator Ações FIC FIA | -4,32% | 30/11/2022 | 1,56% |
Itaverá Long Biased FIC FIA | -3,93% | 30/09/2022 | 6,35% |
Joule Value FIC FIA | -3,86% | 30/09/2022 | 4,45% |
Moat Capital Long Bias FIC FIM | -3,52% | 30/12/2022 | 5,13% |
Meta Valor FIA | -2,87% | 30/09/2022 | 5,19% |
Tempo Capital Manacá FIC FIA | -2,66% | 30/09/2022 | 4,34% |
ARX Long Tem FIC FIA | -2,47% | 30/09/2022 | 3,96% |
Módulo I FIC FIA | -1,84% | 30/09/2022 | 2,65% |
Módulo Institucional FIC FIA BDR Nível I | -1,77% | 30/09/2022 | 2,53% |
Mais Americanas:
- Possível recuperação judicial da Americanas (AMER3) pode acelerar sua perda da participação no e-commerce, diz Morgan Stanley
- BTG entra com recurso contra decisão que protege Americanas (AMER3) dos credores; banco fala em fraude confessa
Fundos de crédito também sofreram
Além dos solavancos nos fundos de ações, a Americanas (AMER3) também prejudicou os fundos de renda fixa que investem em crédito privado. Vale destacar que a lista, assim como a dos fundos de ações, considera a carteira mais recente e que elas podem ter defasagem de três meses. Confira:
FUNDO | RETORNO 12/01/2023 | DATA DA CARTEIRA | PARTICIPAÇÃO AMER3 |
CSHG PORTFÓLIO ESG FIC MULTIMERCADO CRÉDITO PRIVADO | -1,81% | 30/09/2022 | 1,96% |
ICATU VANGUARDA CREDIT PLUS FIC RENDA FIXA CRÉDITO PRIVADO | -1,69% | 30/09/2022 | 2,69% |
INTER PREMIUM FI RENDA FIXA CRÉDITO PRIVADO LP | -1,18% | 30/09/2022 | 0,88% |
AZ QUEST SUPRA FIC MULTIMERCADO CRÉDITO PRIVADO | -1,11% | 30/09/2022 | 1,79% |
RIZA DAIKON ADVISORY FIC MULTIMERCADO CRÉDITO PRIVADO | -1,08% | 30/09/2022 | 2,24% |
GALAPAGOS IGUANA LIQUIDEZ TOP FI RENDA FIXA CRÉDITO PRIVADO | -0,94% | 30/12/2022 | 1,18% |
XP CORPORATE PLUS FIC MULTIMERCADO CRÉDITO PRIVADO | -0,92% | 31/10/2022 | 1,84% |
ITAÚ HIGH YIELD 30 FIC RENDA FIXA CRÉDITO PRIVADO LP | -0,92% | 30/09/2022 | 0,33% |
SPARTA TOP INFLAÇÃO FIC RENDA FIXA CRÉDITO PRIVADO LP | -0,86% | 30/12/2022 | 2,00% |
SPARTA TOP FIC RENDA FIXA CRÉDITO PRIVADO LP | -0,83% | 30/12/2022 | 1,79% |
O que fazer com o investimento?
Se você olhou para a lista acima e identificou um fundo no qual você investe, a palavra de ordem é: calma. A equipe de análise da Empiricus reforça que o cotista não deve basear sua decisão de resgatar ou continuar em um desses fundos somente pelo evento Americanas.
Antes de tomar qualquer decisão, é preciso lembrar quais foram os motivos que levaram o investidor a alocar num desses fundos e também se houve alguma mudança na equipe de gestão.
Além disso, é importante avaliar como foi a atuação do gestor nesse momento de tensão.
"É aqui que sua verdadeira natureza aparece e, independente do que aconteceu, o mais importante é entender se ele manteve sua gestão de risco intacta e suas decisões coerentes com sua estratégia", afirmou Alexandre Alvarenga, analista de fundos da Empiricus.
As 'inconsistências contábeis' da Americanas
Para quem não acompanhou, segue um resumo do que aconteceu com a Americanas.
Na quarta-feira da semana passada (11), depois do fechamento do mercado, a Americanas publicou um fato relevante na CVM informando sobre uma "inconsistência contábil" da ordem de R$ 20 bilhões. O documento informava, ainda, que os recém-empossados CEO, Sergio Rial, e o diretor financeiro, André Covre, haviam renunciado aos cargos com apenas 10 dias de casa.
Na manhã seguinte, em uma teleconferência restrita promovida pelo banco BTG Pactual, Rial detalhou os problemas encontrados nas operações de risco sacado.
O risco sacado é uma modalidade de crédito feita entre empresas, instituições financeiras e fornecedores e funciona como uma antecipação de recebíveis. O problema é que ela tem um jeito de ser lançada nas demonstrações financeiras que não foi seguido pela Americanas durante anos, gerando uma distorção bilionária da saúde financeira da varejista.
O rombo identificado no balanço das Americanas certamente aumentará muito o endividamento da companhia quando as demonstrações financeiras hoje erradas forem republicadas com a correção.
A varejista montou um comitê independente para investigar o buraco. E enquanto ainda se discute se o ocorrido foi fraude deliberada ou apenas erro honesto, o mercado refletiu a quebra de confiança com uma queda de 77% das ações na quinta-feira (12).
Não parou por aí
E se a história já estava ruim, conseguiu ficar pior. Os sócios bilionários da Americanas Jorge Paulo Lemann, Marcel Telles e Carlos Alberto Sicupira se dispuseram a fazer uma injeção de capital de R$ 6 bilhões para mitigar os efeitos da inconsistência contábil.
A proposta, de acordo com a agência Bloomberg, foi apresentada durante negociações que aconteceram na sexta-feira (13) com o ex-presidente da Americanas, Sergio Rial, e alguns dos maiores bancos do Brasil. Mas os bancos julgaram o montante insuficiente.
O imbróglio ganhou contornos de disputa judicial ainda naquela sexta-feira, quando a Americanas obteve uma decisão no Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJ-RJ) que suspendia qualquer vencimento antecipado de dívidas e bloqueio de bens da companhia.
No seu pedido à Justiça, a Americanas disse que alguns credores já a estavam notificando para declarar o vencimento antecipado das obrigações, citando justamente uma dívida junto ao BTG Pactual no valor de R$ 1,2 bilhão.
Mas o BTG entrou com recurso no plantão da Justiça fluminense contra essa decisão. O banco argumenta que, tão logo foi divulgado o fato relevante de 11 de janeiro, foi acelerado o vencimento de todas as operações de crédito entre as Americanas e o BTG, com compensação do saldo devedor em aberto com recursos mantidos pela empresa junto à instituição financeira.
TRBL11 recebe R$ 6 milhões em acordo por imóvel que é alvo de impasse com os Correios — agora o FII está de olho na disputa judicial contra a estatal
Segundo o gestor da Rio Bravo, o acordo “é apenas o começo” e, agora, o fundo imobiliário busca cobrar os Correios e voltar a ocupar o galpão com um novo inquilino
Banco do Brasil (BBAS3) supera a Vale (VALE3) em um quesito na bolsa; saiba qual
Os dados são de um levantamento mensal do DataWise+, parceria entre a B3 e a Neoway
Fundo imobiliário MFII11 mira novo projeto residencial na zona leste de São Paulo; veja os detalhes
O FII vem chamando atenção por sua estratégia focada em empreendimentos residenciais ligados ao Minha Casa, Minha Vida (MCMV)
Ibovespa renova máxima histórica e dólar vai ao menor nível desde julho de 2024 após dados de inflação nos EUA; Wall Street também festeja
Números de inflação e de emprego divulgados nesta quinta-feira (11) nos EUA consolidam a visão do mercado de que o Fed iniciará o ciclo de afrouxamento monetário na reunião da próxima semana; por aqui, há chances de queda da Selic
Fundo imobiliário do BTG quer vender cinco imóveis por mais de R$ 830 milhões — e já tem destino certo para o dinheiro
Criado especialmente para adquirir galpões da Log Commercial Properties (LOGG3), o BTLC11 comprou os ativos em 2023, e agora deseja gerar valor aos cotistas
GGRC11 ou Tellus: quem levou a melhor na disputa pelo galpão da Renault do FII VTLT11, que agora se despede da bolsa
Com a venda do único imóvel do portfólio, o fundo imobiliário será liquidado, mas cotistas vão manter a exposição ao mercado imobiliário
Fundo imobiliário (FII) aposta em projetos residenciais de alto padrão em São Paulo; veja os detalhes
Com as transações, o fundo imobiliário passa a ter, aproximadamente, 63% do capital comprometido em cinco empreendimentos na capital paulista
Fundo imobiliário Iridium Recebíveis (IRIM11) reduz dividendo ao menor nível em um ano; cotas caem
A queda no pagamento de proventos vem em meio a negociações para a fusão do FII ao Iridium Fundo de Investimento Imobiliário (IRIM11)
Ibovespa sobe 0,52% após renovar máxima intradia com IPCA e PPI no radar; dólar cai a R$ 5,4069
Deflação aqui e lá fora em agosto alimentaram a expectativa de juros menores ainda neste ano; confira os dados e o que mais mexeu com a bolsa e o câmbio nesta quarta-feira (10)
Ouro supera US$ 3.700 pela primeira vez e segue como o refúgio preferido em 2025
Ataque de Israel ao Catar e revisão dos dados de emprego nos EUA aumentaram a busca por proteção e levaram o metal precioso a renovar recorde histórico
Disputa judicial entre Rede D’Or e FIIs do BTG Pactual caminha para desfecho após mais de uma década
Além da renegociação das dívidas da empresa do setor de saúde, os acordos ainda propõem renovações de contratos — mas há algumas condições
Comprado em bolsa brasileira e vendido em dólar: a estratégia do fundo Verde também tem criptomoedas e ouro
Na carta de agosto, o fundo criado por Luis Stuhlberger chama atenção para o ciclo eleitoral no Brasil e para o corte de juros nos EUA — e conta como se posicionou diante desse cenário
Commodities e chance de juro menor dão suporte, mas julgamento de Bolsonaro limita ganhos e Ibovespa cai
O principal índice da bolsa brasileira chegou a renovar máximas intradia, mas perdeu força no início da tarde; dólar à vista subiu e ouro renovou recorde na esteira do ataque de Israel ao Catar
Fundo imobiliário GARE11 anuncia compra de dois imóveis por R$ 32,3 milhões; confira os detalhes da operação
O anúncio da compra dos imóveis vem na esteira da venda de outros dez ativos, reforçando a estratégia do fundo imobiliário
FII vs. FI-Infra: qual o melhor fundo para uma estratégia de renda com dividendos e isenção de imposto?
Apesar da popularidade dos FIIs, os fundos de infraestrutura oferecem incentivos fiscais extras e prometem disputar espaço nas carteiras de quem busca renda mensal isenta de IR
Rubens Ometto e Luiza Trajano bem na fita: Ações da Cosan (CSAN3), do Magalu (MGLU3) e da Raízen (RAIZ4) lideram altas da semana no Ibovespa
Se as ações da Cosan, do Magazine Luiz e da Raizen brilharam no Ibovespa, o mesmo não se pode dizer dos papéis da Brava, da Marfrig e da Azzas 2154
É recorde atrás de recorde: ouro sobe a US$ 3.653,30, renova máxima histórica e acumula ganho de 4% na semana e de 30% em 2025
O gatilho dos ganhos de hoje foi o dado mais fraco de emprego dos EUA, que impulsionou expectativas por cortes de juros pelo banco central norte-americano
Ibovespa renova máximas e dólar cai a R$ 5,4139 com perspectiva de juro menor nos EUA abrindo as portas para corte na Selic
O Departamento do Trabalho dos EUA divulgou, nesta sexta-feira (5), o principal relatório de empregos dos Estados Unidos, o payroll, que veio bem abaixo do esperado pelo mercado e dá a base que o Fed precisava para cortar a taxa, segundo analistas
Ibovespa volta a renovar máxima na esteira de Nova York e dólar acompanha; saiba o que mexe com os mercados
Por aqui, os investidores seguem de olho nas articulações do Congresso pela anistia, enquanto lá fora a chance de corte de juros pelo Fed é cada vez maior
Ouro bate recorde pelo segundo dia seguido e supera US$ 3.600. Hype ou porto seguro?
A prata segue a mesma trajetória de ganhos e renova o maior nível em 14 anos a US$ 42,29 a onça-troy; saiba se vale a pena entrar nessa ou ficar de fora