Gestora ligada a fundos imobiliários que sofreram calote da Gramado Parks volta a gerir FII que investe na companhia
Um dos elos entre a companhia em recuperação judicial e os fundos que foram alvo de inadimplência foi restabelecido hoje
O caso Gramado Parks é marcado por uma série de elos entre a companhia e diversos fundos imobiliários da B3 que foram alvo de calotes da empresa.
O grupo de turismo, hotelaria e multipropriedades virou notícia em maio após a inadimplência em certificados de recebíveis imobiliários (CRIs) que têm vários FIIs como investidores.
Mas a história ganhou ainda mais evidência com a repercussão dos laços entre a Gramado Parks, a Forte Securitizadora — emissora dos CRIs — e três das gestoras dos fundos que compraram os papéis.
Todos eles estão ligados por meio da RTSC, uma holding que investe em diversas empresas financeiras, incluindo a ForteSec, Devant Asset, Hectare e RCAP Asset.
Os três últimos nomes são das gestoras responsáveis por alguns dos fundos com CRIs da Gramado Parks no portfólio, como Devant Recebíveis Imobiliários (DEVA11), Hectare CE (HCTR11) e Tordesilhas (VSLH11).
A RCAP Asset também é responsável pelo último elo dessa cadeia: a empresa fazia a gestão do FII Serra Verde (SRVD11), acionista da Gramado Parks. Essa conexão havia sido quebrada em maio, quando a empresa foi substuída pela Catalunya na função, mas acaba de ser restabelecida.
Leia Também
Conexão com fundos imobiliários restabelecida
Segundo comunicado enviado ao mercado nesta quarta-feira (2), a substituição da Catalunya pela RCAP Asset foi aprovada em consulta formal as investidores do SRVD11.
Os cotistas também aprovaram a retirada de negociação das cotas do fundo na B3 e uma alteração no regulamento para refletir as mudanças já a partir de ontem (1º).
O pedido para a nova troca na gestão foi feito em 14 de julho por cotistas que detinham uma participação superior a 5% no FII, de acordo com fato relevante divulgado na época.
A base de investidores do Serra Verde inclui outros dois fundos imobiliários geridos por empresas da RTSC, o HCTR11 e o TORD11. E o comunicado indica que nenhum dos cotistas absteve-se de voto.
"Esclarecemos, inicialmente, que, não obstante a ressalva prevista na Consulta Formal em relação ao impedimento de voto para os cotistas que estivessem em situação de conflito de interesses, nenhum dos cotistas se declarou conflitado, de forma que todos os votos recebidos foram validados e computados."
Procurada pelo Seu Dinheiro, a RCAP confirmou o retorno à gestão do fundo e destacou que todos os votos recebidos na última consulta formal foram validados e computados pela administradora do Serra Verde, a Vórtx — uma empresa que não integra o Grupo RTSC.
Já a holding declarou, em nota enviada ao portal, que suas empresas trabalham de forma totalmente independente e seguem normas rígidas de compliance e das autarquias que regulam o mercado de capitais.
"As gestoras que compõem o grupo acompanham a saúde financeira de todas as operações que formam seus portfólios e, diante disso, cada uma, de maneira independente, toma decisões pertinentes para preservar o melhor interesse de seus cotistas. Esses são os princípios que guiam as decisões do grupo — incluindo o caso Gramado Parks.", afirma a companhia.
VEJA TAMBÉM — “Sofri um golpe no Tinder e perdi R$ 15 mil”: como recuperar o dinheiro? Veja o novo episódio de A Dinheirista!
Briga com a família fundadora
Vale relembrar que, na ocasião da primeira mudança na gestão do FII neste ano, quando a RCAP foi substituída pela Catalunya, o pedido também partiu de investidores do Serra Verde.
Como agora, a identidade de quem propôs a mudança não foi divulgada. Mas o mercado especulou que a solicitação partiu da família Caliari, fundadora da Gramado Parks e uma das acionistas do FII
O rumor foi fortalecido pois, antes da troca, a família travou uma batalha com a ForteSec nos tribunais pelo controle da companhia e a oficialização da recuperação judicial.
O último balanço do SRVD11 — publicado com atraso na semana passada após uma censura pública da B3 — indica que a Gramado Parks terminou 2022 com um prejuízo de R$ 75,8 milhões, revertendo o lucro de R$ 68,8 milhões que havia sido registrado no ano anterior.
“Considerando a situação patrimonial e financeira e que a companhia e suas controladas estão ainda em fase de elaboração do plano de recuperação judicial, não é possível determinar qual será o desfecho deste assunto e seus impactos sobre as demonstrações financeiras individuais e consolidadas [do SRVD11]”, afirmou a Barketilly, contratada para fazer a auditoria do documento.
A empresa apontou ainda que a continuidade do FII depende da realização de novos aportes por parte de seus cotistas ou na melhora da capacidade financeira e operacional da empresa investida.
Já a RCAP ressaltou que os CRIs da Gramado Parks estão em negociação de prazos e fluxo de pagamento com seus respectivos investidores "para que a empresa cumpra com suas obrigações financeiras". "Essa negociação está em fase conclusiva e não está atrelada à Recuperação Judicial", diz a nota enviada ao Seu Dinheiro.
Procurada para falar sobre a nova mudança na gestão do fundo imobiliário, a Gramado Parks não comentou o tema até a publicação deste texto. A matéria será atualizada caso a empresa envie um posicionamento oficial.
Hora de voltar para o Ibovespa? Estas ações estão ‘baratas’ e merecem sua atenção
No Touros e Ursos desta semana, a gestora da Fator Administração de Recursos, Isabel Lemos, apontou o caminho das pedras para quem quer dar uma chance para as empresas brasileiras listadas em bolsa
Vale (VALE3) patrocina alta do Ibovespa junto com expectativa de corte na Selic; dólar cai a R$ 5,3767
Os índices de Wall Street estenderam os ganhos da véspera, com os investidores atentos às declarações de dirigentes do Fed, em busca de pistas sobre a trajetória dos juros
Ibovespa avança e Nasdaq tem o melhor desempenho diário desde maio; saiba o que mexeu com a bolsa hoje
Entre as companhias listadas no Ibovespa, as ações cíclicas puxaram o tom positivo, em meio a forte queda da curva de juros brasileira
Maiores altas e maiores quedas do Ibovespa: mesmo com tombo de mais de 7% na sexta, CVC (CVCB3) teve um dos maiores ganhos da semana
Cogna liderou as maiores altas do índice, enquanto MBRF liderou as maiores quedas; veja o ranking completo e o balanço da bolsa na semana
JBS (JBSS3), Carrefour (CRFB3), dona do BK (ZAMP3): As empresas que já deixaram a bolsa de valores brasileira neste ano, e quais podem seguir o mesmo caminho
Além das compras feitas por empresas fechadas, recompras de ações e idas para o exterior também tiraram papéis da B3 nos últimos anos
A nova empresa de US$ 1 trilhão não tem nada a ver com IA: o segredo é um “Ozempic turbinado”
Com vendas explosivas de Mounjaro e Zepbound, Eli Lilly se torna a primeira empresa de saúde a valer US$ 1 trilhão
Maior queda do Ibovespa: por que as ações da CVC (CVCB3) caem mais de 7% na B3 — e como um dado dos EUA desencadeou isso
A combinação de dólar forte, dúvida sobre o corte de juros nos EUA e avanço dos juros futuros intensifica a pressão sobre companhia no pregão
Nem retirada das tarifas salva: Ibovespa recua e volta aos 154 mil pontos nesta sexta (21), com temor sobre juros nos EUA
Índice se ajusta à baixa dos índices de ações dos EUA durante o feriado e responde também à queda do petróleo no mercado internacional; entenda o que afeta a bolsa brasileira hoje
O erro de R$ 1,1 bilhão do Grupo Mateus (GMAT3) que custou o dobro para a varejista na bolsa de valores
A correção de mais de R$ 1,1 bilhão nos estoques expôs fragilidades antigas nos controles do Grupo Mateus, derrubou o valor de mercado da companhia e reacendeu dúvidas sobre a qualidade das informações contábeis da varejista
Debandada da B3: quando a onda de saída de empresas da bolsa de valores brasileira vai acabar?
Com OPAs e programas de recompras de ações, o número de empresas e papéis disponíveis na B3 diminuiu muito no último ano. Veja o que leva as empresas a saírem da bolsa, quando esse movimento deve acabar e quais os riscos para o investidor
Medo se espalha por Wall Street depois do relatório de emprego dos EUA e nem a “toda-poderosa” Nvidia conseguiu impedir
A criação de postos de trabalho nos EUA veio bem acima do esperado pelo mercado, o que reduz chances de corte de juros pelo Federal Reserve (Fed) em dezembro; bolsas saem de alta generalizada para queda em uníssono
Depois do hiato causado pelo shutdown, Payroll de setembro vem acima das expectativas e reduz chances de corte de juros em dezembro
Os Estados Unidos (EUA) criaram 119 mil vagas de emprego em setembro, segundo o relatório de payroll divulgado nesta quinta-feira (20) pelo Departamento do Trabalho
Sem medo de bolha? Nvidia (NVDC34) avança 5% e puxa Wall Street junto após resultados fortes — mas ainda há o que temer
Em pleno feriado da Consciência Negra, as bolsas lá fora vão de vento em poupa após a divulgação dos resultados da Nvidia no terceiro trimestre de 2025
Com R$ 480 milhões em CDBs do Master, Oncoclínicas (ONCO3) cai 24% na semana, apesar do aumento de capital bilionário
A companhia vive dias agitados na bolsa de valores, com reação ao balanço do terceiro trimestre, liquidação do Banco Master e aprovação da homologação do aumento de capital
Braskem (BRKM5) salta quase 10%, mas fecha com ganho de apenas 0,6%: o que explica o vai e vem das ações hoje?
Mercado reagiu a duas notícias importantes ao longo do dia, mas perdeu força no final do pregão
SPX reduz fatia na Hapvida (HAPV3) em meio a tombo de quase 50% das ações no ano
Gestora informa venda parcial da posição nas ações e mantém derivativos e operações de aluguel
Dividendos: Banco do Brasil (BBAS3) antecipa pagamento de R$ 261,6 milhões em JCP; descubra quem entra no bolo
Apesar de o BB ter terminado o terceiro trimestre com queda de 60% no lucro líquido ajustado, o banco não está deixando os acionistas passarem fome de proventos
Liquidação do Banco Master respinga no BGR B32 (BGRB11); entenda os impactos da crise no FII dono do “prédio da baleia” na Av. Faria Lima
O Banco Master, inquilino do único ativo presente no portfólio do FII, foi liquidado pelo Banco Central por conta de uma grave crise de liquidez
Janela de emissões de cotas pelos FIIs foi reaberta? O que representa o atual boom de ofertas e como escapar das ciladas
Especialistas da EQI Research, Suno Research e Nord Investimentos explicam como os cotistas podem fugir das armadilhas e aproveitar as oportunidades em meio ao boom das emissões de cotas dos fundos imobiliários
Mesmo com Ibovespa em níveis recordes, gestores ficam mais cautelosos, mostra BTG Pactual
Pesquisa com gestores aponta queda no otimismo, desconforto com valuations e realização de lucros após sequência histórica de altas do mercado brasileiro
