Ameaça de novo calote derruba cotas de cinco fundos imobiliários na B3; devedor obteve tutela cautelar para evitar pagamentos
Os FIIs recuam pois estão expostos a CRIs do grupo Gramado Parks, que foi à Justiça para suspender por 60 dias os repasses ligados aos títulos

Pouco mais de duas semanas após virarem notícia pela inadimplência de um ativo presente nos portfólios, os fundos imobiliários Devant Recebíveis Imobiliários (DEVA11), Hectare CE (HCTR11) e Versalhes RI (VSLH11) voltam a amargar perdas na B3 com um possível calote.
Dessa vez, eles são acompanhados por outros dois FIIs, Iridium Recebíveis Imobiliários (IRDM11) e Banestes Recebíveis Imobiliários (BCRI11). Confira o desempenho das cotas dos fundos por volta das 16h37.
- BCRI11: -0,72%
- DEVA11: -3,41%
- HCTR11: -4,54%
- IRDM11: -2,02%
- VSLH11: -3,36%
Os cinco fundos imobiliários recuam pois estão expostos a Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRIs) do grupo Gramado Parks. O grupo imobiliário e de turismo obteve na Justiça uma tutela cautelar para suspender o pagamento de recebíveis ligados aos títulos, de acordo com o jornal Valor Econômico.
Ainda de segundo a publicação, a decisão de uma juíza da 2ª Vara Judicial da Comarca de Gramado, no Rio Grande do Sul, suspendeu por 60 dias o repasse de valores à Forte Securitizadora (Fortesec), responsável pela emissão dos CRIs.
VEJA TAMBÉM - Se a Americanas pode pedir recuperação judicial para 'se safar' dos credores, por que você não pode?
Gramado Parks enfrenta problemas econômicos
Uma consulta ao site da Fortesec mostra que o Gramado Parks é o devedor de três emissões de certificados de recebíveis imobiliários estruturados pela securitizadora entre 2018 e 2021.
As operações totalizam um montante de R$ 237 milhões. Uma parcela desses CRIs foi parar na carteira de fundos imobiliários cujas cotas são negociadas na B3.
Leia Também
A decisão judicial à qual o jornal teve acesso mostra que a companhia fazia mensalmente o repasse de quase todos seus recebíveis à Fortsec e ficava com os excedentes para custear a operação.
Mas com a alta dos juros e uma queda na receita, a companhia alega que os excedentes não são suficientes para cobrir as despesas e manter a liquidez do caixa.
"Após um crescimento exponencial nos últimos anos, a Gramado Parks foi diretamente impactada pela crise da pandemia da COVID-19. Somado a isso, o grau de endividamento também foi elevado pelo aumento desordenado dos
insumos da construção civil e a elevação expressiva dos juros e encargos financeiros", diz o grupo em nota enviada ao Seu Dinheiro.
Nos 60 dias em que estará sob tutela cautelar, o Gramado Parks poderá utilizar os recursos que seriam enviados à Fortesec para quitar dívidas, como a folha de pagamento dos funcionários, ou fortalecer o caixa.
A medida também pode ser seguida por um pedido de recuperação judicial. Vale relembrar que a Americanas (AMER3) e a Oi se valeram desse mesmo mecanismo antes de entrarem oficialmente em RJ. Mas, de acordo com Arthur Silveira, sócio de um dos escritórios de advocacia que conduz o processo, o caso do grupo não deve chegar a esse ponto, ao menos por enquanto.
"A tutela cautelar irá propiciar uma atmosfera favorável à negociação, através de um ambiente capaz de reequilibrar a relação entre a companhia e credores, evitando-se, neste momento, medidas mais austeras", afirma o advogado e mestre em direito empresarial.
- Você investe em ações, renda fixa, criptomoedas ou FIIs? Então precisa saber como declarar essas aplicações no seu Imposto de Renda 2023. Clique aqui e acesse um tutorial gratuito, elaborado pelo Seu Dinheiro, com todas as orientações sobre o tema.
Vai ter calote para os fundos imobiliários?
A suspensão dos repasses do Gramado Parks à Fortesec não implica necessariamente em um calote para os fundos imobiliários que investem nos CRIs do grupo. Isso porque os títulos possuem garantias que podem ser acionadas em momentos como este.
A execução dessas garantias pode ser dificultada, porém, pela tutela cautelar e por uma possível recuperação judicial.
Conforme explica a Iridium, gestora do IRDM11, em nota enviada ao Seu Dinheiro, os pagamentos referentes ao mês de março caíram na conta da securitizadora. Mas a parcela de juros e amortização que seria repassada aos FIIs foi retida preventivamente pela Fortesec “dada a decisão da Justiça sobre o pedido de tutela cautelar”.
O fundo, que tem cerca de 1,7% de seu patrimônio líquido alocado em CRIs ligados ao Gramado Parks, afirma que as operações possuem diversas garantias — incluindo imóveis e cotas de empresas do grupo.
“A equipe de gestão está em constante acompanhamento do assunto junto a securitizadora e o agente fiduciário para a contratação de assessores jurídicos para defender os direitos dos detentores dos CRIs”, declarou a Iridium.
Outros FIIs expostos ao possível calote, DEVA11 e HCTR11, também destacaram as garantias das operações. A gestora do DEVA11 explicou que, em casos como este, o fundo de reservas é acionado para garantir o fluxo de pagamento das parcelas, e há a possibilidade de renegociação.
“Na possibilidade de um cenário mais estressado, a Devant partirá para a execução das garantias, incluindo as reais”, diz a nota.
A Hectare reforçou manter-se "a par das medidas judiciais que serão tomadas pela Fortesec, com o objetivo de preservar o patrimônio dos nossos dos nossos cotistas, assim como dos outros investidores destas operações".
Também em nota, a Fortesec informa que tomará todas as medidas cabíveis para defender os interesses dos titulares dos CRIs e que já está pacificado no judiciário que garantias pessoais dos sócios e garantias fiduciárias vinculadas aos ativos estão preservadas em benefício dos investidores.
Procurado pelo Seu Dinheiro, o Banestes — gestor do fundo BCRI11 — não comentou o tema até a publicação desta matéria. O texto será atualizado caso recebamos um posicionamento oficial da empresa.
Já a RCAP Asset, responsável pelo FII Versalhes RI, informou que em breve a administradora do fundo publicará um fato relevante sobre o assunto na página oficial da Comissão de Valores Mobiliários (CVM).
Depois de sofrer um raro ‘apagão’ e cair 20% em 2024, o que esperar de uma das ações preferidas dos ‘tubarões’ da Faria Lima e do Leblon?
Ação da Equatorial (EQTL3) rendeu retorno de cerca de 570% na última década, bem mais que a alta de 195% do Ibovespa no período, mas atravessou um momento difícil no ano passado
R$ 3 milhões por um apê de 25m², mão-inglesa e liberdade relativa: como é Hong Kong vista de perto
Hong Kong é da China ou é independente? Como funciona na prática o lema “um país, dois sistemas” e quais os problemas sociais e econômicos da Região Administrativa Especial colonizada pela Inglaterra até 1997
Ibovespa tem melhor semana do ano e vai ao nível mais alto em 2025; Magazine Luiza (MGLU3) e Natura (NTCO3) destacam-se em extremos opostos
Boa parte da alta do Ibovespa na semana é atribuída à repercussão de medidas adotadas pela China para impulsionar o consumo interno
Bolsa em disparada: Ibovespa avança 2,64%, dólar cai a R$ 5,7433 e Wall Street se recupera — tudo graças à China
Governo chinês incentiva consumo e uso do cartão de crédito, elevando expectativas por novos estímulos e impulsionando o mercado por aqui
Eztec (EZTC3) sobe forte com balanço do 4T24 e previsões ainda mais fortes para 2025. É hora de comprar ações da construtora?
Analistas destacam os resultados positivos em meio a um cenário macroeconômico deteriorado. Saiba de é hora de investir em EZTC3
Vem divórcio? Azzas 2154 (AZZA3) recua forte na B3 com rumores de separação de Birman e Jatahy após menos de um ano desde a fusão
Após apenas oito meses desde a fusão, os dois empresários à frente dos negócios já avaliam alternativas para uma cisão de negócios, segundo a imprensa local
Magazine Luiza (MGLU3) vai acelerar oferta de crédito em 2025 mesmo com juros em alta, diz Fred Trajano
O CEO do Magalu afirma que, diante de patamares controlados de inadimplência e níveis elevados de rentabilidade, “não há por que não acelerar mais o crédito”
Natura (NTCO3) derrete 29% depois da divulgação do balanço do 4T24; por que o mercado ficou tão pessimista com a ação?
Resultados ‘poluídos’ pela reestruturação da Avon Internacional e Ebtida negativo fazem o papel da empresa de cosméticos sofrer na bolsa hoje
Magazine Luiza (MGLU3) salta 17% e lidera ganhos do Ibovespa após balanço — mas nem todos os analistas estão animados com as ações
A varejista anunciou o quinto lucro trimestral consecutivo no 4T24, com aumento de rentabilidade e margem, mas frustrou do lado das receitas; entenda
Telefônica Brasil, dona da Vivo, anuncia mais JCP e aprova grupamento seguido de desdobramento das ações; VIVT3 sobe 1% na bolsa
Mudança na estrutura acionária estava em discussão desde o começo do ano; veja o que muda agora
Frenetic trading days: Com guerra comercial no radar, Ibovespa tenta manter bom momento em dia de vendas no varejo e resultado fiscal
Bolsa vem de alta de mais de 1% na esteira da recuperação da Petrobras, da Vale, da B3 e dos bancos
O que não mata, engorda o bolso: por que você deveria comprar ações de “empresas sobreviventes”
Em um país que conta com pelo menos uma crise a cada dez anos, uma companhia ter muitas décadas de vida significa que ela já passou por tantas dificuldades que não é uma recessãozinha ou uma Selic de 15% que vai matá-la
“A Selic vai aumentar em 2025 e o Magazine Luiza (MGLU3) vai se provar de novo”, diz executivo do Magalu, após 5º lucro consecutivo no 4T24
A varejista teve lucro líquido de R$ 294,8 milhões no quarto trimestre de 2024, um avanço de 38,9% no comparativo com o ano anterior
Nem Trump para o Ibovespa: índice descola de Nova York e sobe 1,43% com a ajuda de “quarteto fantástico”
Na Europa, a maioria da bolsas fechou em baixa depois que o presidente norte-americano disse que pode impor tarifas de 200% sobre bebidas alcoólicas da UE — as fabricantes de vinho e champagne da região recuaram forte nesta quinta-feira (13)
Ação da Casas Bahia (BHIA3) tomba 13% após prejuízo acima do esperado: hora de pular fora do papel?
Bancos e corretoras reconhecem melhorias nas linhas do balanço da varejista, mas enxergam problemas em alguns números e no futuro do segmento
FII RCRB11 zera vacância com locação de imóvel alvo de inadimplência da WeWork — e os cotistas vão ganhar com isso
Até outubro de 2024, o imóvel estava locado para a WeWork. Porém, após passar por uma série de inadimplências, a empresa firmou acordo com o FII RCRB11, que determinou a desocupação do ativo
B3 (B3SA3) não precisa de rali da bolsa para se tornar atraente: a hora de investir é agora, diz BTG Pactual
Para os analistas, a operadora da bolsa brasileira é mais do que apenas uma aposta em ações — e chegou o momento ideal para comprar os papéis B3SA3
Contradições na bolsa: Ibovespa busca reação em dia de indicadores de atividade no Brasil e nos EUA
Investidores também reagem ao andamento da temporada de balanços, com destaque para o resultado da Casas Bahia
As Sete Magníficas viraram as Sete Malévolas: Goldman Sachs corta projeções para a bolsa dos EUA
O banco reduziu as previsões para o S&P 500, o índice mais amplo da bolsa de Nova York, citando preocupações com o grupo formado por Amazon, Alphabet, Apple, Meta, Microsoft, Nvidia e Tesla
Bateu Azzas (AZZA3) e não voou: ações lideram perdas do Ibovespa após balanço fraco. O que desagradou o mercado?
A varejista registrou uma queda de 35,8% no lucro líquido do quarto trimestre de 2024 na comparação anual, para R$ 168,9 milhões. Veja os destaques do balanço