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Julia Wiltgen

Julia Wiltgen

Jornalista formada pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) com pós-graduação em Finanças Corporativas e Investment Banking pela Fundação Instituto de Administração (FIA). Trabalhou com produção de reportagem na TV Globo e foi editora de finanças pessoais de Exame.com, na Editora Abril. Hoje é editora-chefe do Seu Dinheiro.

A última alta?

Quanto rendem os seus investimentos em renda fixa com a Selic em 13,75%

Com a nova alta dos juros, remuneração de títulos de renda fixa conservadores sobe um pouco mais e supera 1% ao mês. Veja quanto eles vão pagar de agora em diante

Julia Wiltgen
Julia Wiltgen
3 de agosto de 2022
18:43 - atualizado às 10:02
Campos neto escalando montanha
Ajuste de 0,50 ponto pode não ter sido o último deste ciclo de alta, mas Selic já está próxima do "topo da montanha". - Imagem: Shutterstock / Agência Brasil / Montagem Brenda Silva

O Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom) elevou, nesta quarta-feira (03), a taxa básica de juros, a Selic, em mais 0,50 ponto percentual, o que aumenta, um pouquinho mais, a rentabilidade das aplicações de renda fixa pós-fixadas - inclusive a das mais conservadoras.

O ajuste veio dentro das expectativas do mercado e do que já havia sido sinalizado pela autoridade monetária na reunião passada, elevando a meta da Selic de 13,25% para 13,75% ao ano.

Isso significa que, a partir de agora, os investimentos de renda fixa que pagarem 100% do CDI - taxa de juros que costuma caminhar próxima da Selic - passarão a remunerar em torno de 13,65% ao ano, mais de 1% ao mês.

A decisão do Banco Central brasileiro se seguiu à decisão do Federal Reserve, o banco central americano, que elevou os juros nos Estados Unidos em mais 0,75 ponto percentual na semana passada, para a faixa de 2,25% a 2,50% ao ano.

Tanto aqui como lá os bancos centrais lutam contra uma inflação galopante - guardadas as devidas proporções de cada economia -, mas o Brasil já está bem mais adiantado no processo, pois começou a aumentar a Selic há mais de um ano. Já o Fed está apenas em seu quarto ajuste, depois de manter os juros zerados durante toda a pandemia.

Alta da Selic chegou ao fim?

De acordo com o último Boletim Focus do Banco Central, este deveria ser o último aumento da Selic no ano - e provavelmente também do ciclo de alta.

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A média das expectativas, segundo o último relatório, é de uma taxa básica de juros justamente em 13,75% no fim de 2022, ou seja, não haveria novas altas.

Mas algumas instituições financeiras projetam uma Selic terminal de 14,00%, esperando pelo menos mais um ajuste por parte do Banco Central. E, pelo visto, a autoridade monetária também acha que o ciclo de alta ainda não chegou ao fim, embora esteja perto da "altitude de cruzeiro".

Segundo o comunicado do Copom, com a decisão de juros, o comitê vê apenas uma "nova alta residual" no horizonte para a Selic. Ou seja, ainda dá para esperar algum novo ajuste neste ano.

Seja como for, do ponto de vista do investidor, uma Selic de dois dígitos e ainda com perspectiva de novas altas deixa a renda fixa conservadora cada vez mais atrativa.

Obter retorno de 1% ao mês com baixo risco, muitas vezes até líquido de IR, voltou a ser possível, desde que o investidor esteja disposto a deixar o dinheiro aplicado por algum tempo.

Com a Selic nos dois dígitos, a caderneta de poupança voltou a render a sua taxa máxima de 0,5% ao mês mais Taxa Referencial (TR), a qual também voltou a remunerar alguma coisa, depois de passar cerca de quatro anos zerada.

Já os investimentos de renda fixa pós-fixada - atrelados à Selic ou ao CDI - voltaram a pagar retornos atrativos acima da inflação, mesmo quando tributados. É o caso do Tesouro Selic (LFT), dos fundos DI e dos títulos bancários mais rentáveis, como os CDB, LCI e LCA pós-fixados.

Assim, é um bom momento para investir nesses papéis para além da reserva de emergência. Mesmo que a Selic não suba mais, a expectativa, tanto do Banco Central quanto do mercado, é de que ela permaneça num patamar elevado de dois dígitos ainda por um certo tempo.

A nova alta da Selic também aumenta a diferença entre a remuneração desses papéis e a da caderneta de poupança.

No vídeo a seguir, eu explico o que é a reunião do Copom e como a definição da Selic afeta a sua vida. Assista:

Vencendo o dragão

No patamar de 13,75% ao ano, a Selic continua ganhando com folga da inflação oficial projetada para os próximos 12 meses (de 5,52%, segundo o último Focus, de 29 de julho).

As aplicações financeiras cuja remuneração é atrelada à Selic ou à taxa DI - taxa de juros que costuma acompanhar a taxa básica - também já vencem o dragão.

Como a perspectiva é de que a alta da Selic controle a inflação - e que esta comece a recuar -, essas aplicações devem continuar vencendo os índices de preços ainda por algum tempo, mesmo que a taxa de juros permaneça parada e, posteriormente, volte a cair.

Assim, por ora, a renda fixa conservadora não deve ter dificuldade em preservar o poder de compra do investidor.

Como ficam os investimentos conservadores de renda fixa com a Selic em 13,75% ao ano

Para você ter uma ideia de como o retorno da renda fixa conservadora está neste momento, eu fiz uma simulação de rentabilidade com quatro aplicações pós-fixadas no novo cenário de juros: caderneta de poupança, Tesouro Selic (LFT), fundo de renda fixa/CDB e Letra de Crédito Imobiliário (LCI). Considerei Selic constante de 13,75% ao ano e o CDI constante de 13,65%, um pouco abaixo, como costuma acontecer.

Escolhi quatro prazos de forma a contemplar as quatro alíquotas de IR possíveis, no caso das aplicações tributadas (Tesouro Selic e fundos/CDB).

Usei datas reais para poder usar o simulador do Tesouro Direto para calcular o retorno do Tesouro Selic, de modo a incluir a taxa de custódia e o spread nos cálculos no caso de uma venda antes do vencimento.

Para calcular o retorno da poupança utilizei os prazos em meses e anos. Já para simular os retornos do fundo/CDB e da LCI, levei em conta o número de dias úteis entre as duas datas reais consideradas em cada prazo.

Todas as rentabilidades estão líquidas de taxas, spread e imposto de renda, quando for o caso.

PrazoPoupançaTesouro SelicFundo de renda fixa / CDB 100% do CDILCI 100% do CDI
3 meses2,00%2,49%2,52%3,25%
8 meses5,43%7,03%7,08%8,85%
1 ano8,25%11,15%11,21%13,59%
2 anos17,19%24,60%24,68%29,03%

Parâmetros

Com o aumento da Selic para um valor superior a 8,50% ao ano, foi acionado o gatilho de altera o cálculo de rentabilidade da poupança.

Anteriormente, a caderneta pagava 70% da taxa Selic mais Taxa Referencial (TR), mas com a taxa básica neste novo patamar, a remuneração passou para 0,5% ao mês + TR, a mesma rentabilidade da poupança antiga e retorno máximo para esse tipo de aplicação.

Lembrando que a caderneta de poupança não tem taxas nem imposto de renda, e sua rentabilidade é mensal, apenas no dia do aniversário.

A TR, que desde 2017 vinha se mantendo zerada, voltou a subir recentemente, então eu considerei a taxa de julho (0,1631%) na simulação. Assim, a rentabilidade da poupança mostrada na tabela é de cerca de 0,66% ao mês, supondo uma TR constante de 0,1631% ao mês.

Já o Tesouro Selic é um título público que paga, no vencimento, a Selic mais um ágio ou deságio. Se vendido antes do vencimento, o retorno é levemente sacrificado em função de uma diferença entre as taxas de compra e venda do papel (spread), o que pode deixar a rentabilidade inferior à Selic do período.

O rendimento do Tesouro Selic é diário, e há cobrança de IR e de uma taxa de custódia obrigatória de 0,20% ao ano, paga à B3, apenas sobre o que exceder o saldo investido de R$ 10 mil.

É possível, porém, que a rentabilidade do título seja um pouco maior do que a que aparece na tabela. Isso porque, nos casos de venda antes do vencimento, a calculadora do Tesouro Direto não confere a isenção de taxa de custódia para o valor investido inferior a R$ 10 mil.

Levei em conta, ainda, que a corretora utilizada para operar no Tesouro Direto não cobra taxa de agente de custódia, que é aquela taxa de administração que as corretoras podem cobrar para oferecer acesso à plataforma do Tesouro - mas que a maioria já não cobra.

Considerei também os fundos de renda fixa que só investem em Tesouro Selic e não cobram taxa de administração, supondo que seu retorno represente a variação do CDI no período menos o imposto de renda. Assim, esses fundos se equiparam, por exemplo, aos CDBs, RDBs ou contas de pagamento que remuneram 100% do CDI.

Vale aqui uma observação: os fundos Tesouro Selic não costumam pagar exatamente 100% do CDI. Sua remuneração pode ficar um pouco acima ou um pouco abaixo da variação da taxa DI, e eles também estão sujeitos a eventuais quedas nos preços dos títulos, que são raras, mas podem acontecer. A simulação é apenas ilustrativa.

Por fim, simulei o retorno da LCI porque se trata de um título isento de taxas e de IR. Considerei um papel que pague 100% do CDI, apenas para você ver como seria receber uma rentabilidade líquida de 100% do CDI neste momento.

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