O que comprar no Tesouro Direto agora que a Selic parou de subir
Juros devem permanecer parados até meados do ano que vem; saiba em quais títulos públicos investir neste cenário

A decisão do Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom) anunciada ontem (21) marcou o fim do ciclo de alta da taxa básica de juros, a Selic, ao menos por ora.
Depois de 13 elevações num período de mais de um ano, finalmente os juros devem ficar estacionados por algum tempo no patamar de 13,75% ao ano.
A decisão não foi unânime - dois diretores do BC votaram por uma elevação adicional de 0,25 ponto percentual -, e o BC foi cauteloso no seu comunicado, destacando o ambiente inflacionário ainda desafiador, inclusive no exterior.
O Copom também se mostrou disposto a aumentar a Selic novamente no futuro, caso necessário, mas ressaltou que o juro atual, já bastante elevado, está de acordo com sua estratégia.
Assim, pelo menos neste primeiro momento, podemos esperar que a Selic fique parada em 13,75% até metade do ano que vem - ao menos esta é a estimativa do mercado.
Saímos portanto de um cenário de juros em alta para juros parados em um patamar elevado. Nesse sentido, algumas estratégias, para quem investe em renda fixa, já podem começar a mudar.
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O que comprar no Tesouro Direto agora
Falando de Tesouro Direto, é bom destacar que não é porque a Selic parou de subir que o Tesouro Selic - título cuja remuneração é atrelada à taxa básica de juros - deixou de ser atrativo.
Com a perspectiva de uma inflação mais controlada adiante, uma taxa de 13,75% é bastante alta e embute um ganho formidável acima da inflação. Veja como fica a remuneração do Tesouro Selic e de outras aplicações conservadoras com a Selic atual.
“A inflação ainda não está exatamente ancorada, mas já é meio consenso que a inflação de dois dígitos ficou para trás”, diz Ulisses Nehmi, sócio da Sparta, gestora especializada em renda fixa.
Segundo o último Boletim Focus do Banco Central, a inflação deve terminar 2022 em 6,00%, e a projeção para o IPCA em 12 meses é de 5,10%.
Claro que o índice ainda pode ser afetado pelas pressões inflacionárias vindas do exterior, mas lá fora os bancos centrais também estão promovendo um aperto monetário forte, a fim de controlar seus preços.
“Falando de investimentos, eu gosto muito do pós-fixado, gosto do Tesouro Selic. Muitas vezes queremos sofisticar, fazer algo inovador, mas esse número de 13,75% é bastante alto, com liquidez diária, sem risco para o investidor”, diz Felipe Miranda, CIO e estrategista-chefe da Empiricus.
Hora de pensar em migrar para os prefixados
Há algum tempo temos falado aqui no Seu Dinheiro sobre a atratividade dos títulos prefixados, à medida que se aproximava o fim do ciclo de aperto monetário.
De fato, esses papéis atingiram suas taxas máximas em julho, quando chegaram a pagar mais de 13,50% ao ano para quem os comprasse naquele momento e levasse até o vencimento.
De lá para cá, os juros futuros e as taxas dos prés recuaram, de modo que esses títulos se valorizaram - os preços dos prefixados sobem quando as taxas caem e vice-versa.
Agora, as rentabilidades dos prefixados não estão mais nas máximas e não devem retornar para lá, dado o fim do ciclo de aperto monetário, mas ainda estão bastante elevadas, próximas dos 12% ao ano.
E com a parada na alta de juros, com possível queda a partir de meados do ano que vem, esses papéis ainda têm perspectivas de valorização. De ontem para hoje, suas taxas já caíram e seus preços já subiram.
"Historicamente, o período de seis meses após a última reunião em que o Copom aumenta juros costuma ser um bom momento para avaliar a migração de pós-fixados para prefixados e indexados à inflação, a fim de buscar uma rentabilidade melhor na renda fixa", diz Ulisses Nehmi, da Sparta.
Não se trata porém de migrar todo o investimento em Tesouro Selic para Tesouro Prefixado, mas ao menos uma parte daquilo que excede a sua reserva de emergência.
Ele lembra que é preciso ficar atento aos vencimentos, pois quanto mais longo o prazo do papel, maior a volatilidade dos preços. Os menos voláteis disponíveis no Tesouro Direto são os de prazo intermediário, com vencimento entre dois e cinco anos.
“Mas se for para ficar com o título até o vencimento, tudo bem”, diz Nehmi, ressaltando que as taxas também estão atrativas para quem tem esse objetivo.
Felipe Miranda, da Empiricus, diz que gosta dos prefixados “meio da curva”, justamente esses de prazos intermediários, “porque a inflação implícita está acima de 5%”, isto é, eles embutem uma expectativa de inflação de mais de 5% até o vencimento, que pode ser considerada elevada.
E os indexados à inflação?
As mesmas circunstâncias que beneficiam os prefixados também são vantajosas para os títulos públicos atrelados à inflação, chamados Tesouro IPCA+. As taxas desses papéis no Tesouro Direto ainda estão superiores a 5,5% ao ano mais a variação da inflação pelo IPCA.
“O pessoal anda meio decepcionado com o Tesouro IPCA+ porque o IPCA veio negativo recentemente, então não teve a ajuda da inflação no rendimento desses títulos. Mas olhando para frente, a inflação deve se normalizar. Aí fica interessante. Com a Selic caindo mais adiante, melhor ainda”, explica Nehmi.
Mesmo com uma inflação menor, uma remuneração de mais de 5% acima do IPCA e essa garantia de proteção contra a alta dos preços, preservando o poder de compra do investidor, não são de se jogar fora. E os papéis ainda podem se valorizar quando a inflação for controlada e houver perspectivas de cortes na Selic, mais para frente.
Para Felipe Miranda, os papéis indexados à inflação mais interessantes agora são os mais longos, aqueles com vencimentos lá para 2050. Lembrando que títulos mais longos também são mais voláteis no dia a dia.
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