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Julia Wiltgen
Julia Wiltgen
Jornalista formada pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) com pós-graduação em Finanças Corporativas e Investment Banking pela Fundação Instituto de Administração (FIA). Trabalhou com produção de reportagem na TV Globo e foi editora de finanças pessoais de Exame.com, na Editora Abril.
Ajuste na carteira

De olho no fim da alta dos juros, Itaú BBA recomenda menos prefixados curtos e mais Tesouro IPCA+ 2035 no Tesouro Direto

Após rali recente dos prefixados, banco sugere venda para realizar ganhos e compra de papéis mais longos

Aplicativo do Tesouro Direto
Aplicativo do Tesouro Direto. - Imagem: Shuttertstock

Com a perspectiva do fim da alta dos juros no Brasil e até mesmo nos Estados Unidos, o Itaú BBA recomenda que o investidor do Tesouro Direto faça algumas mudanças na sua carteira de títulos públicos.

Em relatório, o analista Lucas Queiroz recomenda redução na posição (venda) em Tesouro Prefixado 2025, realizando os ganhos da valorização recente desse papel. Originalmente, a carteira recomendada de títulos públicos do Itaú BBA tinha 20% de Tesouro Prefixado 2025, e agora o banco recomenda redução para 10%.

Ao mesmo tempo, o analista indica a compra de Tesouro IPCA+ 2035 até 10% dos recursos alocados em títulos públicos, alongando um pouco, assim, o prazo da carteira. Veja como fica a carteira recomendada do Itaú BBA para o Tesouro Direto após as alterações:

TítuloClassificaçãoRentabilidade anual*Peso
Tesouro Selic 2025Pós-fixadoSELIC + 0,0959%60%
Tesouro Prefixado 2025Prefixado12,06%10%
Tesouro Prefixado 2029Prefixado12,21%5%
Tesouro IPCA+ 2026Indexado à inflação IPCA + 5,57%15%
Tesouro IPCA+ 2035Indexado à inflaçãoIPCA + 5,89%10%
(*) Com base nas cotações do Tesouro Direto em 11/08/2022
Fontes: Itaú BBA e Tesouro Direto

A sugestão de alteração na carteira, explica Queiroz, se deve ao fato de que agora as perspectivas para o fim da alta de juros e até para o início de um ciclo de corte, tanto no Brasil quanto nos EUA, já estão mais claras.

Ele explica que o mercado entende que o banco central americano está próximo de desacelerar o ritmo de alta na taxa de juros e, eventualmente, iniciar um ciclo de corte a partir de 2023.

Por aqui, o Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom) sugeriu em suas últimas comunicações que estamos no fim do ciclo de alta de juros, dando margem à interpretação de que, por ora, os atuais 13,75% ao ano da Selic são o maior nível deste ciclo de aperto monetário, continua ele.

"No mundo dos juros futuros, as taxas já refletem o nosso cenário-base de redução da taxa Selic pelo Copom a partir da segunda metade de 2023", acrescenta.

Assim, o Itaú BBA entende que os títulos prefixados mais curtos, cuja dinâmica de preços é mais afetada pela política monetária, já se valorizaram bastante com esse vislumbre de fim da alta dos juros e início da queda em 2023 - esses papéis costumam se valorizar quando a perspectiva é de queda nas taxas.

Após a alta recente, explica o relatório, o banco entende que os títulos mais curtos, especialmente aqueles com vencimento até janeiro de 2024, se tornaram muito arriscados diante da pouca valorização que ainda devem ter, à frente.

Os títulos de prazos mais longos, por sua vez, também aproveitaram a alta recente, mas ainda têm espaço para se valorizar mais caso o bom humor do mercado, especialmente em relação à trajetória de juros nos EUA, continue.

Contudo, entre os prefixados e os atrelados à inflação (que seguem a mesma dinâmica de preços dos prés, valorizando-se quando as taxas caem), Queiroz recomenda os segundos, menos arriscados, por oferecer proteção contra a inflação.

"Estender o prazo médio da carteira utilizando os títulos prefixados após todo este rali parece ser um toque excessivo de otimismo. Por este motivo, estamos optando pelo Tesouro IPCA+ 2035 neste momento", conclui o analista.

O que explica o rali recente no Tesouro Direto

Desde que sua remuneração atingiu a máxima no ano em 20 de julho (13,51% ao ano), o Tesouro Prefixado 2025 já se valorizou quase 4% em menos de 30 dias. Já o Tesouro Prefixado 2029, o pré mais longo oferecido pelo Tesouro Direto atualmente, subiu mais de 9% no mesmo período.

O rali também foi observado entre os títulos indexados à inflação. No mesmo período, o Tesouro IPCA+ 2026, o mais curto oferecido pelo Tesouro Direto atualmente, teve alta de quase 3%, e sua taxa baixou de 6,35% + IPCA, na máxima, para 5,45% + IPCA hoje. Esse papel continua entre os preferidos de analistas e gestores no curto prazo.

Já o Tesouro IPCA+ 2035 viu ganhos de 3,67% no período, e sua taxa caiu de 6,26% + IPCA para os atuais 5,83% + IPCA.

A queda nas taxas e consequente valorização nos títulos se deu, inicialmente, pela queda da inflação implícita, conforme eu já expliquei nesta outra matéria.

A inflação implícita é a parte da remuneração dos títulos que diz respeito à expectativa para a inflação no futuro - no caso dos títulos mais curtos, num futuro próximo.

De maneira mais simples, bem antes de o Banco Central emitir sua decisão para os juros, indicando finalmente o fim do ciclo de alta, o mercado já tinha perspectivas de queda para a inflação, o que reduziu as taxas dos títulos e motivou sua valorização.

Logo em seguida, o BC sinalizou, na decisão do Copom e na ata da reunião, que o ciclo de alta na Selic já pode ter terminado. Finalmente, os indicadores de inflação nos EUA começaram a mostrar desaceleração, sinalizando para o fim da alta de juros em breve por lá também.

Tudo isso contribuiu para que os juros futuros, principalmente os mais curtos, e as taxas dos títulos públicos desses vencimentos continuassem em queda.

Veja também: NUBANK VIROU POUPANÇA? 3 contas rendeiras que AINDA PAGAM 100% do CDI desde O 1° DIA

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