Putin envia fatura de trilhões à Europa e conta de luz deve chegar a R$ 2,5 mil por mês
Goldman Sachs calcula que as contas de energia para os lares europeus aumentarão em 2 trilhões de euros quando atingirem o pico, no início do próximo ano

Quando o presidente russo, Vladimir Putin, invadiu a Ucrânia no dia 24 de fevereiro, a Europa começou a calcular a fatura da guerra. Quase sete meses depois, uma conta trilionária bate à porta do velho continente: a da energia.
Putin tem usado o gás natural como retaliação às duras sanções impostas pelos EUA e aliados europeus por conta do conflito na Ucrânia — e que têm provocado enormes perdas à economia russa.
Primeiro, o chefe do Kremlin começou a exigir o pagamento da exportação do gás em rublos, suspendendo a venda para os países que não cumprissem uma demanda que visava aliviar a pressão sobre o câmbio.
Depois, o período de manutenção chegou e Putin fechou as torneiras dos gasodutos para reparos — um processo que acontece periodicamente, mas que está se estendendo mais do que o esperado sob alegações de problemas técnicos.
A combinação explosiva da guerra e do fechamento das torneiras russas fez o preço do gás atingir recordes neste ano, alimentando a inflação e uma conta extremamente elevada em toda a Europa.
Putin envia fatura de trilhões à Europa
Cálculos do Goldman Sachs indicam que a guerra de Putin vai pesar no bolso dos europeus bem mais do que era esperado.
Os analistas do banco estimam que, no início do próximo ano, a fatura média de energia das famílias europeias deverá atingir os 500 euros (R$ 2,5 mil) por mês, com um aumento de cerca de 200% face a 2021.
Esse disparo pode ser ainda maior, para os 600 euros (R$ 3,1 mil) mensais na soma das faturas de eletricidade e gás natural em um cenário de corte total do fornecimento de gás russo à Europa.
O Goldman Sachs calcula ainda que o aumento dos gastos com energia na Europa suba para 2 trilhões de euros (R$ 10,3 trilhões), cerca de 15% do Produto Interno Bruto (PIB) europeu.
Leia também: O pior ainda está por vir: Europa corre o risco de apagões e recessão se Putin seguir cortando o gás
A Europa vai ter que intervir
De acordo com o banco, a única maneira de mitigar os já catastróficos efeitos do aumento dos custos da energia sobre a economia europeia é a intervenção dos governos.
“Na nossa perspetiva, o mercado continua a subestimar a profundidade e as repercussões estruturais da crise”, disseram os analistas, notando que estes impactos “serão ainda mais profundos do que os da crise petrolífera dos anos 1970”.
Segundo o Goldman Sachs,várias medidas de curto prazo podem ajudar a Europa a enfrentar esta crise energética, entre elas, os limites de preços e a criação de déficit tarifário.
Os limites de preços poderiam permitir poupar 650 bilhões de euros (R$ 3,3 trilhões) por ano à Europa, mas tal medida significaria que mesmo assim as contas de luz continuariam caras — cerca de 1,3 trilhão de euros (R$ 6,7 trilhões), ou quase 10% do PIB europeu.
E é por isso que o Goldman Sachs admite que pode ser necessário recorrer a medidas que criem déficit tarifário, que seria recuperado ao longo de 10 a 20 anos.
O déficit tarifário pode ajudar a aliviar a oscilação dos preços, suavizando o aumento das tarifas, limitando a queda de curto prazo na produção industrial e neutralizando amplamente o risco regulatório.
Dá pra fazer mais contra Putin
O Goldman Sachs avalia ainda que existem soluções estruturais que podem ajudar a Europa no médio prazo, como um novo desenho de mercado no negócio da produção de eletricidade e uma aceleração no uso de energias renováveis.
Nesse sentido, há várias empresas cujas ações o banco destaca, pela sua exposição a carteiras de projetos de energia renovável, especialmente a RWE, a Orsted e a portuguesa EDP.
No Brasil, uma das empresas que deve se beneficiar da crise de energia na Europa é a Weg (WEGE3). Confira como a companhia pode surfar essa onda.
*Com informações da Bloomberg e do Expresso
Lotofácil faz 2 novos milionários no PR; Quina e Mega-Sena acumulam
Depois de uma breve pausa para manutenção na quarta-feira, a máquina de fazer milionários da Lotofácil voltou a funcionar ontem
A Faria Lima está torcendo contra Lula? Para 95% do mercado, déficit zero é missão impossível e quase metade dos gestores rejeita o governo atual — Haddad também vai mal
Que a Faria Lima não vai muito com a cara do Lula não é novidade. E, agora, a relação delicada entre os dois ganhou um novo capítulo: quase metade do mercado se declara pessimista com a gestão petista, de acordo com pesquisa da Genial/Quaest divulgada na última terça-feira (19). A proporção do mercado financeiro que […]
Nova tesourada de Campos Neto não quer dizer que é hora de fugir da renda fixa — veja como ainda é possível ter um rendimento de dois dígitos ao ano com investimentos conservadores
O Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom) reduziu mais uma vez a taxa básica de juros na última quarta-feira (20), de 13,25% para 12,75% ao ano — uma queda de 0,50 ponto percentual, já amplamente esperada pelo mercado. Para o investidor pessoa física, o novo corte nos juros significa que os investimentos de renda […]
Crédito mais barato: Caixa e Banco do Brasil cortam juros para pessoas físicas e empresas após redução na Selic pelo Copom; veja as novas taxas
Para o presidente da Febraban, a redução da Selic indica um mercado de crédito menos pressionado à frente, com “menor pressão das condições financeiras e da inadimplência”
Mega-Sena oferece prêmio grandão hoje; Lotofácil e Quina também estão acumuladas
Prêmio da Mega-Sena pode chegar a R$ 35 milhões na faixa principal — isso se alguém acertar sozinho ou sozinha
Campos Neto segue o “plano de pouso”: Copom reduz Selic em 0,50 ponto percentual, para 12,75% ao ano e antecipa novos cortes “na mesma magnitude”
Ao contrário da última reunião, quando os diretores do BC se dividiram sobre o tamanho da redução da Selic, desta vez a decisão foi unânime
Campos Neto não recebeu os sinais que precisa para corte de 0,75 pp na Selic hoje – mas queda do juros ainda pode surpreender daqui para frente, enxerga economista
No mais recente episódio do podcast Touros e Ursos, nossa equipe de repórteres especiais conversou com a economista-chefe da CM Capital, Carla Argenta, para entender o que esperar da política monetária até o final deste ano. Será que existem chances de o Banco Central acelerar os cortes na Selic? A maior parte do mercado acredita que o […]
Banco central pode não conseguir ‘bancar’ cortes mais severos na Selic e aqui estão os culpados, de acordo com economista; veja
Chegamos a mais uma Super Quarta, como são apelidadas as quartas-feiras em que são anunciadas as decisões de juros no Brasil e nos Estados Unidos. Após o banco central norte-americano bater o martelo e interromper mais uma vez a alta dos juros, agora a expectativa se volta para a reunião do Comitê de Política Monetária […]
O que coloca São Paulo e Nova York na mesma faixa de risco de se transformarem em bolha imobiliária
Segundo a edição deste ano do Índice Global de Bolha Imobiliária do UBS, os desequilíbrios dos mercados imobiliários mundiais diminuíram em 2023
Em decisão unânime, Fed mantém taxa de juros no EUA no maior nível em mais de 20 anos, mas sinaliza nova alta ainda este ano
Analistas de mercado já esperavam a manutenção da taxa de juros pelo Fed, o banco central dos EUA, na faixa entre 5,25% e 5,50% ao ano
Leia Também
Mais lidas
-
1
Com ações em forte queda e valendo menos de R$ 1 na bolsa, Marisa (AMAR3) anuncia grupamento de papéis; o que isso significa para os acionistas?
-
2
Perdi R$ 7 mil com ações da Via (VIIA3), hoje Grupo Casas Bahia (BHIA3); é hora de vender?
-
3
Por que as ações do Magazine Luiza (MGLU3) e Casas Bahia (BHIA3) amargam mais um dia de forte queda na B3