Muita briga, pouca proposta: no último debate, Lula e Bolsonaro travam discussão com troca de farpas
Os dois candidatos ao Planalto utilizaram a maior parte do início do debate promovido pela Rede Globo para imputar crimes ao rival e falar sobre as políticas de distribuição de renda de seus respectivos governos

Em meio à troca de acusações de fake news e corrupção entre Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Jair Bolsonaro (PL), até o jornalista William Bonner precisou se defender de queixas dos candidatos no último debate antes da definição das eleições presidenciais de 2018.
Os dois postulantes ao Planalto utilizaram a maior parte do primeiro e segundo blocos do debate promovido pela Rede Globo nesta sexta-feira (28) para imputar crimes ao rival e falar sobre as políticas de distribuição de renda e para os trabalhadores de seus respectivos governos.
Bolsonaro, o primeiro a falar, acusou o petista de espalhar que o atual presidente acabaria com o 13º salário, as férias remuneradas e outros direitos trabalhistas nas peças televisivas de sua campanha.
- SEU SALÁRIO LÍQUIDO PODE MUDAR: Lula e Bolsonaro querem mexer no salário de brasileiros com mudança nos impostos – e isso pode impactar sua renda nos próximos meses. Entenda neste link o que eles querem fazer.
Conversando diretamente com o eleitor, Lula rebateu que não tem “tempo” para assistir televisão e pediu que o candidato do PL explicasse por que não concedeu um aumento real ao salário mínimo durante seu governo.
Bolsonaro, por outro lado, prometeu que a partir do próximo ano o novo salário mínimo será de R$ 1,4 mil e destacou o Auxílio Brasil de R$ 600. “Já que você se julga o pai dos pobres, por que você pagou tão pouco aos beneficiários do Bolsa Família?”, questionou o candidato à reeleição.
“É muito fácil chegar aqui agora e reajustar o salário. Porque não aumentou durante os últimos quatro anos?”, argumentou Lula, ressaltando que o Bolsa Família era “apenas uma” das políticas públicas de seu governo.
Leia Também
Lula defende redução da jornada 6x1 em discurso do Dia do Trabalhador
O ex-presidente também destacou que, apesar de Bolsonaro dizer que manterá o Auxílio Brasil no patamar atual, na previsão orçamentária do próximo ano não há recursos para o benefício de R$ 600.
E a política externa?
Após questionar a ausência de aumentos real do salário mínimo, Lula também criticou a política externa do riva: "Você se autoexilou. Qual é a política externa que você vai colocar em prática? O Brasil hoje é mais isolado que Cuba."
O chefe do Executivo aproveitou a citação do país comunista para acusar o petista de investir mais em países como a ilha caribenha, Venezuela e a Argentina.
Segundo Bolsonaro, os governos do PT prefiriam usar o dinheiro público, principalmente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para construir o metrô na capital da Venezuela ao invés de financiar o transporte metroviário de Belo Horizonte (MG).
Quem tem medo do Roberto Jefferson?
A situação envolvendo o ex-deputado Roberto Jefferson - aliado do presidente e que recebeu a tiros um comboio da Polícia Federal que buscava prendê-lo no último domingo (23) - também não ficou de fora do debate.
"Ele acabou de tentar esconder o Roberto Jefferson, o pistoleiro dele", afirmou Lula em referência ao episódio que deixou dois agentes da PF feridos e se estendeu por horas, enquanto o ex-congressista negociava sua rendição.
A repercussão do caso foi amplamente negativa, até mesmo entre apoiadores do atual presidente. Bolsonaro tentou se distanciar do aliado e ligá-lo ao petista. Bolsonaro relembrou ainda os casos de corrupção deflagrados no governo Lula.
"Onde está o José Dirceu?", disse em referência ao ex-ministro da Casa Civil de Lula e condenado a 30 anos e 9 meses de prisão no âmbito da operação Lava Jato.
Vacinas e Viagra
Na tentativa de mudar a temática do debate e desgastar a imagem do rival, Lula acusou Bolsonaro de negligenciar a vacina e de atrasar propositalmente a compra dos imunizantes, além de reduzir recursos do programa Farmácia Popular.
Na réplica, Bolsonaro abordou o assunto e declarou ter comprado 500 milhões de doses de vacina, mas dedicou mais tempo para retomar a pauta da corrupção. Ele acusou o adversário de ter desviado recursos da construção de hospitais para estádios superfaturados.
O petista, por outro lado, questionou a compra de 35 mil caixas de Viagra para as Forças Armadas: "Você poderia me explicar? Se o povo não tem sequer fraldão geriátrico para as pessoas mais velhas."
O chefe do Executivo alegou que o medicamento, conhecido principalmente pelo tratamento da disfunção erétil, tem outros usos para o exército, como o tratamento do câncer de próstata. "Então por que não distribui viagra para a população?", rebateu Lula.
Lula fala sobre aborto e abre oportunidade para pauta de costumes de Bolsonaro
Ainda dentro da temática da saúde, a discussão sobre o aborto também marcou presença. E, apesar das pautas de costumes serem características de Jair Bolsonaro, foi o petista quem trouxe o discussão para a mesa ao recuperar um discurso de 1992 no qual seu adversário defendeu a distribuição de "pílulas abortivas".
"30 anos atrás", justificou Bolsonaro, complementando que a fala era antiga e ele pode mudar. O presidente então criticou a defesa do rival de que o aborto deveria ser uma questão de saúde pública: "Você é abortista Lula, você é abortista convicto.".
Lula respondeu o adversário se dizendo ser contra o aborto, mas evitou alongar-se sobre o tema. "Eu respeito a vida" disse. "Se você quiser jogar a culpa do aborto em alguém, jogue em você mesmo, porque em mim não cola", continuou.
Aproveitando a deixa, Bolsonaro seguiu com o discurso de costumes e criticou Lula por ser favorável à "ideologia" de gênero e à liberação das drogas.
MEI, CLT e o desemprego
As propostas econômicas pouco apareceram ao longo do debate, mas, respondendo a pergunta de Bolsonaro a criação de empregos, o ex-presidente Lula aproveitou para criticar os números apresentados na gestão do chefe do Executivo.
"O que o brasileiro precisa entender é que eles mudaram o que é considerado emprego. Consideram MEI e trabalho informal como emprego. Na minha época, o emprego era de carteira assinada, CLT. Quero saber quais são os números de emprego com carteira registrada [na gestão de Bolsonaro]", argumentou.
Bolsonaro rebateu Lula sobre dados da gestão da Economia nos quatro anos de mandato. De acordo com o candidato à reeleição, o Brasil deve crescer mais do que a China.
"Estamos prontos para decolar e fazer o Brasil uma grande nação na Economia. Temos o parlamento perfeitamente afinado conosco, mais de centro-direita. Vamos crescer mais do que a China. Temos a inflação menor do que a Europa e Estados Unidos", disse Bolsonaro.
- Com Lula ou Bolsonaro, poupança e conta corrente estão “comendo” o seu dinheiro sem você perceber – e a situação tende a piorar. Veja como fugir disso clicando aqui.
*Com informações do Estadão Conteúdo
Lula é reprovado por 59% e aprovado por 37% dos paulistas, aponta pesquisa Futura Inteligência
A condição econômica do país é vista como péssima para a maioria dos eleitores de São Paulo (65,1%), com destaque pouco satisfatório para o combate à alta dos preços e a criação de empregos
A resposta de Lula a Donald Trump: o Brasil não é um parceiro de segunda classe
O presidente brasileiro finalmente sancionou, sem vetos, a lei de reciprocidade para lidar melhor com casos como o tarifaço dos EUA
Prazo de validade: Ibovespa tenta acompanhar correção das bolsas internacionais, mas ainda há um Trump no meio do caminho
Bolsas recuperam-se parcialmente das perdas dos últimos dias, mas ameaça de Trump à China coloca em risco a continuidade desse movimento
Guerra comercial abre oportunidade para o Brasil — mas há chance de transformar Trump em cabo eleitoral improvável de Lula?
Impacto da guerra comercial de Trump sobre a economia pode reduzir pressão inflacionária e acelerar uma eventual queda dos juros mais adiante no Brasil (se não acabar em recessão)
Petrobras (PETR4) avança em processo para tirar ‘novo pré-sal’ do papel
Petrobras recebeu permissão para operar a Unidade de Atendimento e Reabilitação de Fauna. O centro é uma exigência do Ibama para liberar a busca de petróleo no litoral do Amapá
Com eleições de 2026 no radar, governo Lula melhora avaliação positiva, mas popularidade do presidente segue baixa
O governo vem investindo pesado para aumentar a popularidade. A aposta para virar o jogo está focada principalmente na área econômica, porém a gestão de Lula tem outra carta na manga: Donald Trump
Tarifas gerais de Trump começam a valer hoje e Brasil está na mira; veja como o governo quer reagir
Além do Brasil, Trump também impôs tarifa mínima de 10% a 126 outros países, como Argentina e Reino Unido
Um café e um pão na chapa na bolsa: Ibovespa tenta continuar escapando de Trump em dia de payroll e Powell
Mercados internacionais continuam reagindo negativamente a Trump; Ibovespa passou incólume ontem
Lula reclama e Milei “canta Queen”: as reações de Brasil e Argentina às tarifas de Trump
Os dois países foram alvo da alíquota mínima de 10% para as exportações aos EUA, mas as reações dos presidentes foram completamente diferentes; veja o que cada um deles disse
Eleições 2026: Lula tem empate técnico com Bolsonaro e vence todos os demais no 2º turno, segundo pesquisa Genial/Quaest
Ainda segundo a pesquisa, 62% dos brasileiros acham que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) não deveria se candidatar à reeleição em 2026
Trump Day: Mesmo com Brasil ‘poupado’ na guerra comercial, Ibovespa fica a reboque em sangria das bolsas internacionais
Mercados internacionais reagem em forte queda ao tarifaço amplo, geral e irrestrito imposto por Trump aos parceiros comerciais dos EUA
A resposta de Lula às tarifas de Trump: Brasil pode pegar pesado e recorrer à OMC
O governo brasileiro estuda todas as opções para se defender das medidas do governo norte-americano e, embora prefira o diálogo, não descarta acionar os EUA na Organização Mundial do Comércio
Genial/Quaest: Aprovação do governo Lula atinge pior nível desde janeiro de 2023 e cai inclusive no Nordeste e entre mulheres
As novas medidas anunciadas e o esforço de comunicação parecem não estar gerando os efeitos positivos esperados pelo governo
O Brasil pode ser atingido pelas tarifas de Trump? Veja os riscos que o País corre após o Dia da Libertação dos EUA
O presidente norte-americano deve anunciar nesta quarta-feira (2) as taxas contra parceiros comerciais; entenda os riscos que o Brasil corre com o tarifaço do republicano
Brasil não aguarda tarifas de Trump de braços cruzados: o último passo do Congresso antes do Dia da Libertação dos EUA
Enquanto o Ibovespa andou com as próprias pernas, o Congresso preparava um projeto de lei para se defender de tarifas recíprocas
Nova faixa do Minha Casa Minha Vida deve impulsionar construtoras no curto prazo — mas duas ações vão brilhar mais com o programa, diz Itaú BBA
Apesar da faixa 4 trazer benefícios para as construtoras no curto prazo, o Itaú BBA também vê incertezas no horizonte
Esporte radical na bolsa: Ibovespa sobe em dia de IPCA-15, relatório do Banco Central e coletiva de Galípolo
Galípolo concederá entrevista coletiva no fim da manhã, depois da apresentação do Relatório de Política Monetária do BC
Lula firma acordos com Japão, mas frustração do mercado ajuda a derrubar as ações dos frigoríficos na bolsa
Em rara visita de Estado ao Japão, o presidente brasileiro e o primeiro-ministro japonês, Shigeru Ishiba, firmaram nesta quarta-feira (26) dez acordos de cooperação em áreas como comércio, indústria e meio ambiente
STF torna Bolsonaro réu por tentativa de golpe; o que acontece agora
Além de Bolsonaro, a primeira turma do Supremo Tribunal Federal (STF) tornou réus sete aliados do ex-presidente
Cuidado com a cabeça: Ibovespa tenta recuperação enquanto investidores repercutem ata do Copom
Ibovespa caiu 0,77% na segunda-feira, mas acumula alta de quase 7% no que vai de março diante das perspectivas para os juros