Bolsonaro diz que governo pode taxar lucros e dividendos para garantir Auxílio Brasil de R$ 600 em 2023
Proposta de Lei Orçamentária Anual (PLOA) de 2023, divulgada na quarta-feira (31) prevê valor médio mensal de R$ 405 para o benefício, apesar da promessa do presidente que tenta a reeleição de manutenção do valor reajustado
Se promessa é dívida, o presidente Jair Bolsonaro (PL) está tentando encontrar uma forma de quitar o débito com a população. Para isso, o chefe do Planalto pode apelar para a taxação de lucros e dividendos como forma de garantir o pagamento do Auxílio Brasil no valor R$ 600 em 2023.
Segundo Bolsonaro, a equipe econômica estuda fixar alíquota de 15% sobre ganhos acima de R$ 400 mil mensais.
"A gente não quer 27,5% [de taxação], a proposta da equipe econômica é 15%. Com essa taxação, é possível ainda fazer a correção da tabela do Imposto de Renda. Para botar [a manutenção do auxílio em R$ 600 na PLOA], tenho que achar espaço [no orçamento]. No momento, não tem espaço para isso", afirmou Bolsonaro na tradicional transmissão semanal nas redes sociais.
Vale lembrar que a correção da tabela do Imposto de Renda também ficou de fora da proposta de orçamento do governo para o ano que vem.
A declaração de Bolsonaro acontece após o governo ter enviado na quarta-feira (31) ao Congresso uma Proposta de Lei Orçamentária Anual (PLOA) de 2023 que prevê valor médio mensal de R$ 405 para o Auxílio Brasil — contrariando a promessa de manter R$ 600 atuais no ano que vem.
Será que Bolsonaro vai taxar mesmo?
É difícil responder a essa pergunta, mas o fato é que o governo de Bolsonaro já trabalha com uma outra proposta para tentar manter o Auxílio Brasil de R$ 600 no ano que vem, caso o presidente seja reeleito.
Leia Também
Simone Tebet quer diminuir benefícios tributários de empresas — e recorreu ao mercado financeiro em busca de aliados contra o Congresso
Revisão da vida toda: Como o STF desarmou uma bomba orçamentária deixada no colo do governo
A alternativa que está sendo analisada pela equipe econômica é estender a vigência do decreto de calamidade pública, manobra usada pelo governo para conseguir elevar o benefício de R$ 400 para R$ 600, caso a guerra entre a Rússia e a Ucrânia continue.
Oposição não perdoa a promessa de Bolsonaro
Não foram poucas as críticas da oposição, que acusou Bolsonaro de usar o Auxílio Brasil reajustado como uma medida eleitoreira.
Para provar o contrário, o presidente passou a afirmar que os R$ 600 seriam mantidos no próximo ano, caso vença as eleições.
Todos os principais concorrentes de Bolsonaro à presidência, no entanto, anunciaram que pretendem manter o benefício em R$ 600, ou mesmo ampliar esse valor.
O principal deles, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), líder nas pesquisas, escolheu estrategicamente a semana de apresentação do orçamento para anunciar um adicional de R$ 150 para cada criança de até seis anos.
Esses R$ 150 prometidos pelo petista seriam adicionais, além do piso de R$ 600 a ser mantido para o Auxílio Brasil, caso ele ganhe as eleições.
Minimizando a pressão
Para minimizar a pressão dos rivais, o governo decidiu incluir na mensagem presidencial que acompanha o projeto do orçamento divulgado ontem, a indicação que manterá os esforços para que o Auxílio Brasil de R$ 600 seja mantido de alguma forma.
Na citação, o governo de Bolsonaro “reconhece a relevância da referida política pública e a importância da continuidade daquele incremento para as famílias atendidas pelo programa”.
E prossegue afirmando que “envidará esforços em busca de soluções jurídicas e de medidas orçamentárias que permitam a manutenção do referido valor no exercício de 2023, mediante o diálogo junto ao Congresso Nacional para o atendimento dessa prioridade”.
“Valores conservadores são o tema das eleições. Não é economia. Não são valores liberais. Conservadores tomaram tudo”, diz Paulo Guedes
Ex-ministro da Economia acredita que o mundo vive um novo momento de desordem em que os conservadores estão à frente das mudanças
Lula confirma que irá disputar as eleições em 2026: “vou completar 80 anos, mas tenho a mesma energia de quando tinha 30”
Em visita à Indonésia, Lula confirmou que pretende disputar um quarto mandato; pesquisas mostram o petista na liderança das intenções de voto
Brasileiros não apoiam exploração de petróleo na Foz do Amazonas, diz pesquisa — e afirmam que Lula deve proibir perfuração
Levantamento feito pelo Datafolha pressiona governo por definição clara antes da COP30, enquanto Petrobras aguarda liberação do Ibama
Barroso anuncia aposentadoria e vai deixar cargo de ministro do STF
Com a decisão, Barroso encerrará um ciclo de 12 anos no STF
Eleições 2026: Lula mantém liderança em todos os cenários de 2º turno, e 76% querem que Bolsonaro apoie outro candidato, diz pesquisa
Levantamento Genial/Quaest indica resistência à nova candidatura do presidente, enquanto eleitorado bolsonarista se divide sobre o futuro político do ex-presidente
Derrota para o governo: Câmara arquiva MP 1.303 e livra investimentos de aumento de imposto de renda — bets também saem ilesas
Deputados retiraram a votação do texto da pauta e, com isso, a medida provisória perde a validade nesta quarta-feira (8)
Pesquisa Genial/Quaest mostra popularidade de Lula no maior patamar do ano após crise com EUA
Aprovação sobe a 48%, impulsionada por percepção positiva da postura do governo diante de tarifas impostas por Trump
Imposto de renda sobre CDB, Tesouro Direto, JCP e fundos ficará em 18% após avaliação por comissão do Congresso Nacional
Medida provisória 1.303/25 é aprovada por comissão mista do Congresso e agora segue para ser votada nos plenários da Câmara e do Senado
Lula e Trump finalmente se falam: troca de afagos, pedidos e a promessa de um encontro; entenda o que está em jogo
Telefonema de 30 minutos nesta segunda-feira (6) é o primeiro contato direto entre os líderes depois do tarifaço e aumenta expectativa sobre negociações
Lula e Trump: a “química excelente” que pode mudar a relação entre o Brasil e os EUA
Alexandre Pires, professor de relações internacionais e economia do Ibmec, analisa os efeitos políticos e econômicos de um possível encontro entre os dois presidentes
Com Tarcísio de Freitas cotado para a corrida presidencial, uma outra figura surge na disputa pelo governo de SP
Cenário nacional dificulta a nomeação de candidatos para as eleições de 2026, com impasse de Bolsonaro ainda no radar
Comissão do Senado se antecipa e aprova projeto de isenção de IR até R$ 5 mil; texto agora depende dos deputados
Proposta de isenção de IR aprovada não é a do governo Lula, mas também cria imposto mínimo para altas rendas, programa de renegociação de dívidas e prevê compensação a estados e municípios
Senado vota regulamentação dos novos impostos sobre consumo, IBS e CBS, nesta quarta-feira (24)
Proposta define regras para o novo comitê gestor do IBS e da CBS, tributos que vão substituir impostos atuais a partir de 2027
O que Lula vai dizer na ONU? Soberania e um recado sutil a Trump estão no radar
A expectativa é que o discurso seja calibrado para o público global, evitando foco excessivo em disputas políticas internas
Câncer de Bolsonaro: o que é o carcinoma de pele encontrado em duas lesões removidas
Ex-presidente recebeu alta após internação por queda de pressão, vômitos e tontura; quadro exige acompanhamento médico periódico
LCI e LCA correm o risco de terem rendimentos tributados, mas debêntures incentivadas sairão ilesas após negociações no Congresso
Relator da MP que muda a tributação dos investimentos diz que ainda está em fase de negociação com líderes partidários
“Careca do INSS”: quem é o empresário preso pela PF por esquema que desviou bilhões
Empresário é apontado como “epicentro” de fraudes que desviaram bilhões de aposentadorias
STF condena Bolsonaro a mais de 27 anos de prisão; saiba quais opções restam ao ex-presidente
Placar final foi 4 a 1 para condenar o ex-presidente Jair Bolsonaro a 27 anos e três meses de prisão em regime fechado
Aprovação de Lula sobe para 33% e chega ao maior nível desde dezembro de 2024, diz Datafolha
O índice de reprovação do petista ainda é um dos maiores entre presidentes desde a redemocratização a esta altura do mandato, mas, na comparação direta, Bolsonaro sai perdendo
Debêntures incentivadas devem continuar isentas de IR, mas LCI e LCA seguem na mira da MP que muda a tributação dos investimentos, diz jornal
Texto deve manter mudanças na alíquota única de IR para ativos tributáveis e na compensação de créditos tributários, pontos que despertam preocupação no mercado