De olho nas eleições, Bolsonaro tenta recolocar Brasil no mapa — veja com quem o presidente falou e com quem vai falar
Bolsonaro, que tenta a reeleição, buscou novo alinhamento com um símbolo da extrema-direita mundial, com quem compartilha a pauta conservadora
O presidente Jair Bolsonaro (PL) está tentando dar um novo impulso à agenda externa a menos de três meses das eleições de outubro.
Mas, para isso, está buscando se alinhar com quem compartilha de pautas conservadoras, como é o caso da presidente da Hungria, Katalin Novák.
Ela esteve nesta segunda-feira (11) no Palácio do Planalto para se reunir com Bolsonaro. A chefe de Estado é aliada do primeiro-ministro húngaro, Viktor Orbán, símbolo da extrema-direita mundial.
A visita a Bolsonaro
No sábado (09), Novák publicou nas redes sociais que havia chegado ao Rio de Janeiro, onde visitou o Instituto de Estudos do Mar Paulo Moreira, da Marinha, e se reuniu com jovens húngaros que moram na cidade.
Na publicação, ela disse que foi convidada para vir ao Brasil porque o País tem seguido "políticas para a família".
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"O Brasil é uma importante potência econômica, membro do G20 e dos BRICS. Estou ansiosa para conhecer o presidente Jair Bolsonaro", disse ela.
A reunião com a presidente húngara ocorre uma semana após a data em que Bolsonaro teria um almoço com o presidente de Portugal, Marcelo Rebelo de Sousa.
O chefe do Executivo cancelou o encontro depois de saber que o europeu também se reuniria com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que lidera as pesquisas de intenção de voto na corrida pelo Palácio do Planalto.
Em fevereiro, Bolsonaro foi à Hungria após ter feito uma visita ao presidente da Rússia, Vladimir Putin. Em aceno à sua base de apoiadores mais radicalizada em ano eleitoral, o presidente chamou Orbán de "irmão" e destacou a comunhão de valores entre seu governo e o do país europeu.
O que eles conversaram?
Na fala à imprensa após se reunir com a presidente da Hungria, Bolsonaro afirmou que os dois conversaram sobre "várias questões de interesse comercial", além de possíveis acordos no futuro.
"Temos muita coisa em comum, em especial a defesa dos valores familiares. Somos pela liberdade religiosa, pela liberdade de imprensa”, afirmou Bolsonaro.
E continuou: “E eu disse-lhe agora há pouco que tenho um rito de todo dia antes de levantar e antes de vir para a Presidência, dobrar o joelho, rezar um pai nosso, e pedir para que o povo brasileiro não experimente as dores do comunismo", declarou o presidente.
Bolsonaro também está de olho na Ucrânia
Após se reunir com Novák, Bolsonaro disse que tem um telefonema acertado com o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, no próximo dia 18.
Caso se concretize, seria a primeira vez, de acordo com registros oficiais, que os líderes falariam por telefone depois da eclosão da guerra entre ucranianos e russos.
"Também trocamos algumas observações sobre o conflito que acontece ali próximo à Hungria, a questão Rússia e Ucrânia. Eu disse que no próximo dia 18 tenho um telefonema acertado com o Zelensky, assim como depois da minha visita à Rússia, antes do conflito, tive uma outra conversa com o presidente Putin", declarou Bolsonaro, em referência ao que foi tratado no encontro com a política húngara.
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Mas e a Rússia, Bolsonaro?
Em 26 de junho, Bolsonaro anunciou, durante conversa com apoiadores, que o Brasil poderia comprar diesel da Rússia.
A negociação foi feita em ligação telefônica com o presidente do país, Vladimir Putin, e posteriormente confirmada pelo ministro de Relações Exteriores, Carlos França.
Hoje, o chefe do Executivo disse que o combustível fóssil poderia chegar ao Brasil em dois meses.
"Está acertado. Em 60 dias já pode começar a chegar aqui, já existe essa possibilidade. A Rússia continua fazendo negócios com o mundo todo. Parece que as sanções econômicas não deram certo, tanto é que a Alemanha teve agora 40% do gás cortado", afirmou Bolsonaro.
Bolsonaro defende viagem à Rússia
O presidente voltou hoje a defender a viagem que fez à Rússia em fevereiro, dias antes de Putin determinar a invasão da Ucrânia e iniciar a guerra.
Bolsonaro disse que conseguiu, com a visita ao contraparte russo, garantir o fornecimento de fertilizante para o agronegócio brasileiro.
"O Brasil manteve sua posição de equilíbrio. Lógico que eu gostaria que não tivesse guerra", declarou.
*Com informações do Estadão Conteúdo
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