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Julia Wiltgen
Julia Wiltgen
Jornalista formada pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) com pós-graduação em Finanças Corporativas e Investment Banking pela Fundação Instituto de Administração (FIA). Trabalhou com produção de reportagem na TV Globo e foi editora de finanças pessoais de Exame.com, na Editora Abril.
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Onde investir no 2º semestre: Renda fixa, nós gostamos de você! Com juros altos, ativos mais rentáveis do ano continuam atraentes

No difícil primeiro semestre de 2022, ativos de renda fixa foram os únicos a se salvar, especialmente aqueles que se beneficiam da alta dos juros; para o resto do ano, esses investimentos permanecem interessantes, e investidor não precisa correr muito risco para ganhar dinheiro

Julia Wiltgen
Julia Wiltgen
6 de julho de 2022
6:30 - atualizado às 15:41
Capa matéria com touro, bola de futebol e estádio da copa 2022
Momento é propício para continuar surfando os juros altos e garantir taxas gordas em ativos prefixados e atrelados à inflação. - Imagem: Shutterstock / Montagem Brenda Silva

A alta de juros no Brasil e no mundo vem beneficiando praticamente todos os ativos de renda fixa, em detrimento dos ativos de risco. No primeiro semestre, como já vimos, a renda fixa foi a única a marcar gol: todos os investimentos que terminaram o período no azul pertenciam a essa classe de ativos.

As debêntures e os títulos pós-fixados - atrelados às taxas Selic e CDI - foram as grandes estrelas, obtendo um retorno bruto médio próximo de 6% ao ano. Isto é, voltando, pouco a pouco, à mítica rentabilidade de 1% ao mês.

Alguns títulos públicos prefixados e indexados à inflação tiveram desempenho negativo no primeiro semestre, pois esses tipos de ativos geralmente se desvalorizam quando ocorre - como ocorreu - uma alta dos juros futuros.

Ao mesmo tempo, isso significa que as remunerações desses papéis aumentaram, ou seja, quem os adquiriu ao longo dos primeiros seis meses do ano conseguiu contratar taxas historicamente gordas e vai receber, no vencimento, uma rentabilidade formidável.

Recentemente, por exemplo, os títulos Tesouro IPCA+ disponíveis para compra no Tesouro Direto voltaram a pagar 6% ao ano mais IPCA.

Esta matéria faz parte de uma série especial do Seu Dinheiro sobre onde investir no segundo semestre de 2022. Eis a lista completa:

Sacudindo a torcida aos 33 minutos do segundo tempo

Para o segundo semestre, a renda fixa tem tudo para continuar batendo um bolão. Embora o ciclo de alta da taxa Selic no Brasil esteja chegando ao fim, no resto do mundo o aumento dos juros está só no início.

Além disso, a inflação brasileira apenas começa a ser debelada, o que significa que, mesmo que parem de subir, os juros básicos ainda precisarão se manter elevados por algum tempo.

“O juro real [taxa de juros acima da inflação] tem que se manter elevado por um bom tempo para se controlar a inflação, que está em patamares muito altos e sem previsão de uma queda abrupta. E é uma inflação bem complicada, porque não é só no Brasil”, explica Renato Lazaro Ramos, sócio-diretor de renda fixa da Empírica.

Para a gestora especialista em crédito estruturado, isso torna a renda fixa atrativa, e essa vantagem é turbinada pelo fato de que as outras classes de ativos estão sofrendo com a incerteza global. “A renda fixa é a bola da vez para os próximos anos”, diz Guilherme Lagnado, head de gestão da casa.

Além dos sócios da Empírica, eu também conversei, para esta matéria, com Ulisses Nehmi, sócio-gestor da Sparta, gestora especializada em renda fixa, e Pierre Jadoul, gestor de crédito da ARX.

E todos eles concordam que, no segundo semestre, a renda fixa deve continuar se saindo bem, com a perspectiva de novos aumentos da Selic, seguidos de uma estabilização em um patamar alto, e com a inflação já começando a aliviar, mas também ainda elevada.

As visões sobre em quais tipos de investimentos apostar, porém, diferem um pouco. Mas sugerem que praticamente tudo está interessante nessa classe de ativos.

Onde investir na renda fixa no segundo semestre

E novamente ele chegou com inspiração: pós-fixado continua atrativo

Todos os gestores com quem eu conversei concordaram que ativos de renda fixa com rentabilidade atrelada ao CDI ou à Selic continuarão atrativos no restante do ano. Mesmo que os juros parem de subir em breve, eles não devem voltar a cair tão cedo.

A Selic está hoje em 13,25% ao ano, com perspectiva de terminar 2022 perto dos 14%. Levando-se em conta que as aplicações pós-fixadas também costumam ser as de menor volatilidade, trata-se de uma rentabilidade bastante alta em um ambiente difícil para os ativos de risco.

Assim, de saída, títulos públicos Tesouro Selic (LFT) e títulos emitidos por bancos, com garantia do Fundo Garantidor de Créditos (FGC) e atrelados ao CDI (como CDBs, LCIs e LCAs), continuam interessantes, entre as alternativas mais conservadoras.

Lembrando que, no caso da reserva de emergência, ela sempre tem que ficar alocada em ativos de renda fixa conservadora com liquidez diária, independentemente do cenário macroeconômico.

A diferença é que, nesses momentos mais favoráveis para os pós-fixados, você pode ter uma parte maior da sua carteira - mais do que a reserva de emergência - alocada nesses tipos de ativos, podendo inclusive optar por papéis sem liquidez antes do vencimento. Até para objetivos de médio prazo os pós-fixados ainda estão bem interessantes.

Humildade em gol: Títulos públicos prefixados e indexados à inflação dividem opiniões

Entre os títulos públicos prefixados (Tesouro prefixado) e atrelados à inflação (Tesouro IPCA+ ou NTN-B), as opiniões se dividiram um pouco, então convém fazer uma avaliação mais cautelosa.

Lembrando também que esse tipo de título, embora tenha garantia do governo federal e liquidez diária, é mais indicado para investidores com perfis e objetivos de nível de risco mais moderado, uma vez que seus preços oscilam para cima e para baixo de acordo com as perspectivas do mercado para as taxas de juros e a inflação.

Por um lado, é certo que as taxas pagas por prés e NTN-Bs estão historicamente elevadas. Os prefixados estão remunerando na faixa de 13% ao ano, e os Tesouro IPCA+ já atingiram a faixa de 6% ao ano + IPCA em quase todos os prazos, para quem os adquirir agora e os levar até o vencimento.

Assim, quem comprar qualquer vencimento no momento vai receber uma remuneração interessante se ficar com o papel até o fim do prazo.

A grande questão aqui é a relação risco-retorno. É preciso avaliar se a remuneração prometida pelo papel é condizente com a sua volatilidade; ou ainda, se é uma boa remuneração dado o custo de oportunidade.

Nesse sentido, Pierre Jadoul, da ARX, até admite que os títulos mais longos estão precificando “juros altíssimos para sempre” no país - que não é o que deve ocorrer na prática, mostrando que há oportunidade aqui.

Mesmo assim, ele acha que vencimentos como 2030 ou 2040, por exemplo, são “muito longos para o Brasil”, em termos de risco. Afinal, quanto maior o prazo, mais voláteis são os preços e mais incerto o cenário precificado por esses papéis.

“Mas prazos intermediários [de Tesouro IPCA+] têm um bom prêmio na mesa. Me parece atrativo travar juros reais de 5,5% e até nominais de 12,5%, para esse tipo de vencimento. E não me parece ter um risco tão grande, a menos que ocorra uma hiperinflação, o que não é nosso cenário-base, mesmo num eventual governo Lula”, me disse Jadoul.

Atualmente, no Tesouro Direto, é possível encontrar Tesouro IPCA+ 2026 pagando na faixa dos 5,80% ao ano acima da inflação, e Tesouro Prefixado 2025 remunerando 13% ao ano.

Entre os prés e os indexados à inflação de prazos intermediários, porém, o gestor prefere os prés. “Mas tem que ter estômago para volatilidade”, alerta.

Ulisses Nehmi, da Sparta, e Renato Lazaro Ramos, da Empírica, por sua vez, preferem os títulos atrelados à inflação.

“Os prefixados são os mais arrojados no momento. Eles costumam ter um bom desempenho e um bom risco-retorno quando a gente já está falando de queda na Selic, o que ainda não é o caso. Ainda precisamos ver a inflação arrefecer para, aí sim, começar a falar da queda dos juros”, explica Nehmi, que tem preferência pelas NTN-Bs de prazos mais curtos.

“Ainda não é o momento de alongar muito [os prazos] porque temos eleições à frente. À medida que as coisas fiquem mais encaminhadas no cenário eleitoral, aí sim comprar títulos indexados à inflação mais longos”, diz.

Já Ramos acredita que o investidor que tiver objetivo e olhar de longo prazo já pode começar a investir em NTN-Bs mais longas, com rentabilidade acima de 5,80% + IPCA. “Mas vale frisar que isso é só para quem realmente não vai se preocupar com a volatilidade do ativo no período”, alerta.

No Tesouro Direto, todos os títulos Tesouro IPCA+ a partir de 2035 estão remunerando mais de 6% acima da inflação, no momento.

Faz mais um pra gente ver: no crédito privado, as oportunidades continuam no high grade

A aposta em crédito privado - títulos de dívida emitidos por empresas ou securitizadoras - serve para turbinar a rentabilidade da parte da carteira alocada em renda fixa.

Debêntures, Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRI), Certificados de Recebíveis do Agronegócio (CRA) e fundos que investem nesses papéis, embora mais arriscados que o Tesouro Direto, podem ainda ter um risco de calote bastante reduzido e pagar mais que os títulos públicos similares.

Durante a fase de juros baixíssimos no Brasil, a alternativa do investidor para obter melhores retornos na renda fixa era apostar justamente nos títulos de crédito privado, principalmente naqueles classificados como high yield - de maior risco e, por isso, maior retorno potencial.

Porém, segundo os gestores com quem eu conversei, com a Selic e os juros reais nos patamares atuais, não há mais motivo para o investidor correr esse tipo de risco. Os chamados títulos high grade - aqueles com ratings A, AA ou AAA, de bons pagadores e menor risco - já estão com rentabilidade bastante atrativa.

“Os spreads - remunerações adicionais pelo risco - continuam em patamar bastante elevado. O crédito privado de empresas com grau de investimento tem boas oportunidades”, diz Ulisses Nehmi, da Sparta.

Mais que isso: é aconselhável evitar se expor ao risco de emissores e pagadores mais arriscados, tendo em vista o momento macroeconômico delicado, pois eles podem ter dificuldade de arcar com os pagamentos das dívidas.

“Investir em crédito high yield agora só se for com gestores mais experientes, porque com os juros mais altos, o custo do crédito fica muito pesado para as empresas emissoras, que não têm tanta qualidade como pagadoras”, opina Nehmi.

Essa também é a visão de Pierre Jadoul, que considera o mercado de crédito privado “bem precificado” no momento, quando se considera as taxas que esses papéis estão pagando em comparação ao retorno dos títulos públicos. “Ainda é um bom ponto de entrada nesse mercado, os prêmios de risco estão racionais”.

Ele acha que a exceção são as debêntures incentivadas, títulos isentos de imposto de renda emitidos pelas empresas para financiar projetos de infraestrutura. Para o gestor da ARX, os retornos desses papéis já estão muito comprimidos, dada a grande demanda recente de pessoas físicas e fundos por esse tipo de investimento.

Jadoul ressalva, porém, que essa é uma visão mais de gestor, e que para a pessoa física a lógica pode ser diferente. Afinal, as debêntures incentivadas têm outras vantagens, como a isenção de IR e, no caso dos fundos com cotas negociadas em bolsa, pagamentos mensais de juros.

Ulisses Nehmi chama a atenção para a vantagem da isenção de IR: “Se você pegar um Tesouro Selic, tirar os impostos e a inflação, vai ver que o retorno real líquido não é tão alto assim. Já no crédito privado, você tem a opção, por exemplo, da debênture incentivada, que paga mais que o título público e ainda não tem IR. Na ponta do lápis, isso faz uma diferença enorme.”

Veja também: Conheça os FI-Infra, fundos de debêntures incentivadas negociados em bolsa que pagam rendimentos isentos mensalmente

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