Tenda (TEND3) vai convocar assembleia para discutir fim da “poison pill”; como ficam os acionistas minoritários sem o mecanismo de proteção?
A poison pill, ou pílula de veneno, é utilizada para dificultar a tomada de controle de uma empresa com capital pulverizado na bolsa

Apesar do nome ameaçador, a poison pill — ou pílula de veneno — é um dispositivo presente no estatuto das empresas que buscam manter o equilíbrio e resguardar os acionistas minoritários. Mas os sócios da Tenda (TEND3) podem deixar de contar com essa proteção em breve.
A construtora anunciou nesta quarta-feira (17) que, atendendo a um pedido da Polo Capital, vai convocar uma Assembleia Geral Extraordinária para discutir a exclusão da regra de seu estatuto social.
A solicitação da gestora preenche os requisitos previstos para a convocação de uma AGE e foi aprovada pelo conselho de administração. A notícia, no entanto, não foi recebida com entusiasmo pelo mercado e as ações da Tenda operam em queda, na contramão do setor, hoje.
Por volta das 13h35, os papéis TEND3 recuavam 3,55%, a R$ 5,71. Acompanhe a nossa cobertura completa de mercados.
Vale lembrar que a poison pill é utilizada para dificultar a tomada de controle de uma empresa com capital pulverizado na bolsa, quando um acionista pode em muitos casos dar as cartas mesmo sem alcançar mais de 50% de participação.
No caso da Tenda, o estatuto social determina que qualquer investidor que atingir 30% do capital precisa lançar uma oferta pública de aquisição das ações dos demais acionistas a preços iguais ou superiores ao pago pelos investidores nos seis meses anteriores.
Leia Também
Então por que retirar essa cláusula do estatuto agora? Se por um lado a poison pill ajuda a barrar ofertas hostis, por outro dificulta a entrada de um investidor de referência, que queira entrar na companhia mas não tenha interesse em assumir o controle.
Em outras palavras, a pílula de veneno pode ser um mecanismo tanto positivo como negativo para os acionistas minoritários, dependendo do momento da empresa.
A iniciativa de derrubar a poison pill não é exclusiva da Tenda. No início do ano, a IMC (MEAL3) convocou os acionistas para mudar o estatuto a pedido da UV Gestora, que tinha planos de aumentar a participação na rede de restaurantes.
Oferta amigável?
No caso da Tenda, a Polo Capital, autora da solicitação, já é dona de 20,5% do capital. Mas, segundo fontes consultadas pelo Seu Dinheiro, a gestora não pretende usar a eventual derrubada da cláusula para interferir de maneira mais ativa no dia a dia da incorporadora.
"No atual momento da companhia, a poison pill ficou anacrônica. Acaba tendo só a parte ruim [do mecanismo], que é a de afastar investidores", diz uma fonte favorável ao fim da pílula de veneno.
O tom do comunicado sinaliza que a abordagem da gestora é amigável e tem como objetivo a atração de possíveis novos investidores que estejam dispostos a dar suporte à execução do plano estratégico.
A Polo Capital já tem um papel de protagonismo na condução dos negócios da Tenda — o presidente do conselho de administração, Cláudio Carvalho de Andrade, é sócio da gestora.
Procurada pelo Seu Dinheiro, a Tenda (TEND3) informou que não irá comentar o tema.
Veja também - 'Saldão' dos FIIs: os fundos imobiliários mais baratos para investir no 2° semestre de 2022
Ambiente hostil na Tenda (TEND3)
Quem for convencido pela tentativa “amigável” da Polo de atrair novos investidores deve se deparar com uma situação nada tranquila na Tenda (TEND3).
A companhia, que é uma das maiores construtoras do programa Casa Verde e Amarela, teve prejuízo líquido consolidado de R$ 114,4 milhões no segundo trimestre, revertendo o lucro de R$ 33,8 milhões obtido em igual período do ano anterior.
O Ebitda (lucro antes dos juros, impostos, depreciação e amortização) consolidado ficou negativo em R$ 59,2 milhões, contra um resultado positivo de R$ 66,6 milhões no 2T21.
Já a receita líquida totalizou R$ 626,9 milhões, recuo de 10,3%, na mesma base de comparação anual. Segundo a Tenda, a queda se deu pelo ritmo menor de andamento das obras e pelo volume menor de repasses de clientes para o financiamento bancário no período.
A incorporadora também reportou queda expressiva de 11,5 pontos percentuais na sua margem bruta ajustada e consolidada, que foi para 16,3%. O decréscimo foi puxado pela operação da própria marca Tenda, que encolheu 10,4 pontos porcentuais, chegando a 17,4%.
Ainda de acordo com a Tenda, três fatores impactaram as margens:
- maior avanço nas obras de projetos antigos, com margens menores;
- efeitos sazonais no provisionamento de inadimplentes;
- e ajustes no valor presente nas taxas de terrenos.
Dividendo em risco: FII PVBI11 aumenta vacância e cotas caem forte em 2025, mas BTG vê valorização no horizonte
O fundo imobiliário vive momentos difíceis na bolsa; nos últimos 12 meses, acumula uma queda de 15,50%, mas nem tudo está perdido
Devedor de taxa de condomínio pode ter imóvel penhorado mesmo que o bem ainda esteja em nome do banco, em financiamento
Decisão do STJ reforça que dívida de condomínio é do imóvel, o que traz mais segurança aos condôminos que batalham com moradores inadimplentes
Fundo imobiliário campeão perde espaço e oito FIIs ficam entre os favoritos para investir em maio; confira o ranking
A saída de um gigante de shoppings abriu uma oportunidade única para os investidores: os dez bancos e corretoras procurados pelo Seu Dinheiro indicaram cinco fundos de tijolo e três FIIs de papéis neste mês
Fundo imobiliário Santander Renda de Aluguéis (SARE11) ganha inquilino e reduz vacância; confira quanto o FII vai embolsar com a locação
Até então, o imóvel localizado em Santo André apresentava vacância de 100%. O FII ainda prevê um impacto positivo com o aluguel
Rio Bravo Renda Varejo (RBVA11) anuncia desdobramento de cotas, enquanto outro FII em queda realiza grupamento; confira os detalhes das operações
Enquanto o RBVA11 aumenta o número de cotas, um FII vai na direção oposta e anuncia um grupamento após despencar na bolsa e passar a ser negociado por menos de R$ 1
Efeito da volta ao trabalho presencial? São Paulo atinge menor nível de vacância de escritórios de alto padrão desde a pandemia
Mais de 70% da demanda de espaços corporativos primários nas regiões se concentrou no eixo entre Berrini e Chucri Zaidan
Hora de colocar fundos imobiliários de shoppings na carteira? Itaú BBA vê resiliência no segmento e indica os FIIs favoritos
Os FIIs do setor mostram resiliência apesar da alta dos juros, mas seguem descontados na bolsa
Fundo imobiliário TRXF11 anuncia a maior emissão de cotas da sua história, para captar R$ 1 bilhão
Segundo a gestora TRX Investimentos, valor pode chegar a R$ 1,25 bilhão e cerca de 85% do montante já está praticamente garantido
Veja as empresas que pagam dividendos e juros sobre capital próprio nesta semana
Magalu, Santander, Fleury e mais 15 empresas pagam proventos nos próximos dias; confira o calendário
Como declarar indenização de seguro no imposto de renda 2025
Valores recebidos a título de indenização de seguros automotivos, residenciais e de vida devem ser declarados, mesmo sendo isentos de tributação. Você precisa explicar para a Receita de onde esses recursos vieram…
Veja as empresas que pagam dividendos e juros sobre capital próprio na próxima semana
Magalu, Santander, Fleury e mais 15 empresas pagam proventos nos próximos dias; confira o calendário
Semana mais curta teve ganhos para a Bolsa brasileira e o real; veja como foram os últimos dias para Ibovespa e dólar
O destaque da semana que vem são as reuniões dos comitês de política monetária do Brasil e dos Estados Unidos para decidir sobre as taxas de juros dos seus países, na chamada “Super Quarta”
Warren Buffett não foi às compras: Berkshire Hathaway tem caixa recorde de US$ 347,7 bilhões no primeiro trimestre; lucro cai 14%
Caixa recorde indica que Buffett não aproveitou a queda do mercado de ações no primeiro trimestre para aplicar o dinheiro em novas oportunidades
CMN regulamenta ampliação do Minha Casa Minha Vida para classe média, que entra em vigor agora em maio
Regulação permite que bancos combinem recursos de captação própria com os do FGTS, mas que consigam dar crédito nas mesmas condições que os financiamentos apenas com recursos do fundo
Santander (SANB11) divulga lucro de R$ 3,9 bi no primeiro trimestre; o que o CEO e o mercado têm a dizer sobre esse resultado?
Lucro líquido veio em linha com o esperado por Citi e Goldman Sachs e um pouco acima da expectativa do JP Morgan; ações abriram em queda, mas depois viraram
Fundos imobiliários: ALZR11 anuncia desdobramento de cotas e RBVA11 faz leilão de sobras; veja as regras de cada evento
Alianza Trust Renda Imobiliária (ALZR11) desdobrará cotas na proporção de 1 para 10; leilão de sobras do Rio Bravo Renda Educacional (RBVA11) ocorre nesta quarta (30)
Azul (AZUL4) volta a tombar na bolsa; afinal, o que está acontecendo com a companhia aérea?
Empresa enfrenta situação crítica desde a pandemia, e resultado do follow-on, anunciado na semana passada, veio bem abaixo do esperado pelo mercado
Gerdau (GGBR4) e Metalúrgica Gerdau (GOAU4) anunciam R$ 322 milhões em dividendos
Distribuição contempla ações ordinárias e ADRs; confira os detalhes
Lojas Renner (LREN3): XP eleva recomendação para compra e elenca quatro motivos para isso; confira
XP também aumenta preço-alvo de R$ 14 para R$ 17, destacando melhora macroeconômica e expansão de margens da varejista de moda
OPA do Carrefour (CRFB3): de ‘virada’, acionistas aprovam saída da empresa da bolsa brasileira
Parecia que ia dar ruim para o Carrefour (CRFB3), mas o jogo virou. Os acionistas presentes na assembleia desta sexta-feira (25) aprovaram a conversão da empresa brasileira em subsidiária integral da matriz francesa, com a consequente saída da B3