Quem vai brilhar na temporada de balanços do terceiro trimestre? Confira as apostas do mercado
A safra de resultados do terceiro trimestre das empresas de capital aberto já começou e vai até novembro; saiba o que esperar
Se o segundo trimestre do ano foi marcado pela alta de juros e da inflação, que impactaram fortemente os custos das empresas, a temporada de balanços do terceiro trimestre deve mostrar algum alívio nos resultados, segundo analistas.
Nenhum milagre vai acontecer, mas a combinação de fim do ciclo de aperto monetário, dados macroeconômicos revisados para cima e alguma recuperação de emprego e renda ajudou algumas empresas.
Para os especialistas ouvidos pelo Seu Dinheiro, quem deve mais se beneficiar desse cenário são as companhias dos setores de consumo e varejo.
E elas devem trazer os melhores resultados desta safra, que começou oficialmente ontem com os dados da Sequoia Logística (SEQL3), atravessa o segundo turno das eleições e termina somente no meio de novembro. Você pode conferir aqui a agenda com mais de 200 empresas.
No geral, o Santander estima que as empresas que compõem o Ibovespa — o principal índice de ações da B3 — terão aumento de 12% nos lucros em relação ao terceiro trimestre do ano passado.
As possíveis estrelas dos balanços
Na “bolsa de apostas” dos os analistas, Soma (SOMA3), Renner (LREN3), Arezzo (ARZZ3) e Vivara (VIVA3) são os nomes com maior probabilidade de brilhar nos balanços do terceiro trimestre .
Leia Também
“Devemos ver margens melhores nessas empresas de melhor qualidade e voltadas para alta renda. Por outro lado, aquelas em que o forte são itens de maior valor agregado, como eletrodomésticos, ainda podem ser pressionadas", afirma João Abdouni, analista da Inv.
Para ele, a melhora vista na empregabilidade ou disponibilidade de renda até poderá ser sentida em algumas empresas, mas de maneira mais contida.
E se as lojas vendem mais, as administradoras de shoppings também devem conseguir surfar essa onda e apresentar um trimestre melhor, dizem os analistas. Assim, espera-se que o setor como um todo veja evolução nas receitas.
“Acredito que a principal novidade desta temporada seja o fato de que as empresas voltadas para o mercado interno provavelmente tenham resultados melhores do que as exportadoras”, diz Gabriela Joubert, analista-chefe do Inter.
Bancos também devem apresentar bons números
O setor bancário, que vem animando os investidores com os resultados vistos nos Estados Unidos, deve seguir mais ou menos na mesma linha que o trimestre passado: bons números, com a inadimplência ainda acendendo um sinal de alerta.
No fim das contas, a balança permanece meio equilibrada: por um lado há risco, especialmente no segmento de pessoas físicas, que compromete a carteira de crédito das instituições. Por outro, os juros em alta favorecem os resultados dos bancos.
“Acho que o fator de alerta para os bancos é justamente a qualidade da carteira de crédito e as condições macroeconômicas, caso haja alguma deterioração”, explica Felipe Moura, sócio e gestor da Finacap Investimentos.
Nos cálculos de Aline Cardoso, estrategista institucional de ações para Brasil do Santander, o lucro médio dos grandes bancos brasileiros deve crescer no terceiro trimestre — puxado por Itaú (ITUB4), BTG Pactual (BPAC11) e Banco do Brasil (BBAS3).
A conta exclui o próprio Santander (SANB11), que inaugura a temporada de balanços do terceiro trimestre dos grandes bancos na semana que vem.
De olho no setor de commodities
Desta vez, a maré não anda muito boa para o setor de commodities, que tem grande peso na bolsa brasileira. Ainda que os números possam vir dentro das expectativas, o contexto global afeta as companhias.
Hoje, o grande temor do mercado é uma recessão global, que derrubou as cotações do minério de ferro e do petróleo recentemente. Isso, somado à forte base de comparação dos períodos anteriores, deve se refletir nos balanços da atual temporada de resultados.
Em relatório, o BofA destaca a queda dos preços das commodities como principal fator prejudicial para o setor de mineração. Por outro lado, os analistas do banco esperam resultados fortes para as companhias de papel e celulose.
“Os nomes ligados ao aço devem apresentar resultados mais fracos devido aos preços mais baixos da matéria-prima e às pressões de custo decorrentes de insumos mais caros. As mineradoras também devem apresentar resultados fracos por causa dos preços de referência mais baixos, mas verão volumes mais altos”, escreve a equipe do BofA.
Construtoras no radar
A maior preocupação dos analistas ouvidos pelo Seu Dinheiro está no setor da construção, que deve trazer resultados piores na comparação com os demais setores. Os maiores inimigos das empresas do setor são a inflação de custos e a alta de juros, que encarece os financiamentos, além de algumas questões pontuais que afastam os investidores.
É o caso da MRV (MRVE3), que teve seus últimos resultados impulsionados pela Resia, sua subsidiária nos EUA considerada “a galinha dos ovos de ouro” da construtora.
Mas, sem vendas da incorporadora norte-americana no terceiro trimestre, a prévia operacional da MRV desapontou investidores e analistas nesta semana, fazendo o papel despencar e os investidores torcerem o nariz.
A queda nas vendas líquidas, o menor volume de lançamentos e a queda no Valor Geral de Vendas (VGV) dos novos projetos também desagradaram.
Já a EZTec (EZTC3) agradou o mercado com sua prévia operacional, que trouxe números sólidos e bons volumes de vendas e lançamentos.
Por fim, a Cyrela (CYRE3), mostrou mais uma vez porque é a queridinha do setor. Segundo analistas consultados pelo Seu Dinheiro na semana passada, a companhia apresentou — e deve seguir apresentando — fortes resultados e é hora de comprar as ações CYRE3.
Saúde: o setor que não para
Ainda que tenha pouco peso no Ibovespa, o setor de saúde chama atenção pela velocidade e frequência de fusões e aquisições, que acabam "poluindo" a análise de seus balanços.
Ainda assim, analistas projetam crescimento de receita para as companhias do setor. Apesar de algumas pressões como o custo hospitalar e até mesmo as recentes discussões sobre o pagamento do piso para profissionais de enfermagem, essas empresas vivem um momento melhor, com menos despesas relacionadas ao covid e retomada de tratamentos eletivos paralisados pela pandemia.
Entre os analistas, a Rede D’Or (RDOR3) é apontada como a que deve trazer melhores resultados, enquanto a Hapvida (HAPV3) é a que deixa um alerta, com mais chances de um balanço fraco.
Ambipar (AMBP3) perde avaliação de crédito da S&P após calote e pedidos de proteção judicial
A medida foi tomada após a empresa dar calote e pedir proteção contra credores no Brasil e nos Estados Unidos, alegando que foram descobertas “irregularidades” em operações financeiras
A fortuna de Silvio Santos: perícia revela um patrimônio muito maior do que se imaginava
Inventário do apresentador expõe o tamanho real do império construído ao longo de seis décadas
UBS BB rebaixa Raízen (RAIZ4) para venda e São Martinho (SMTO3) para neutro — o que está acontecendo no setor de commodities?
O cenário para açúcar e etanol na safra de 2026/27 é bastante apertado, o que levou o banco a rever as recomendações e preços-alvos de cobertura
Vale (VALE3): as principais projeções da mineradora para os próximos anos — e o que fazer com a ação agora
A companhia deve investir entre US$ 5,4 bilhões e US$ 5,7 bilhões em 2026 e cerca de US$ 6 bilhões em 2027. Até o fim deste ano, os aportes devem chegar a US$ 5,5 bilhões; confira os detalhes.
Mesmo em crise e com um rombo bilionário, Correios mantêm campanha de Natal com cartinhas para o Papai Noel
Enquanto a estatal discute um empréstimo de R$ 20 bilhões que pode não resolver seus problemas estruturais, o Papai Noel dos Correios resiste
Com foco em expansão no DF, Smart Fit compra 60% da rede de academias Evolve por R$ 100 milhões
A empresa atua principalmente no Distrito Federal e, segundo a Smart Fit, agrega pontos comerciais estratégicos ao seu portfólio
Por que 6 mil aviões da Airbus precisam de reparos: os detalhes do recall do A320
Depois de uma falha de software expor vulnerabilidades à radiação solar e um defeito em painéis metálicos, a Airbus tenta conter um dos maiores recalls da sua história
Os bastidores da crise na Ambipar (AMBP3): companhia confirma demissão de 35 diretores após detectar “falhas graves”
Reestruturação da Ambipar inclui cortes na diretoria e revisão dos controles internos. Veja o que muda até 2026
As ligações (e os ruídos) entre o Banco Master e as empresas brasileiras: o que é fato, o que é boato e quem realmente corre risco
A liquidação do Banco Master levantou dúvidas sobre possíveis impactos no mercado corporativo. Veja o que é confirmado, o que é especulação e qual o risco real para cada companhia
Ultrapar (UGPA3) e Smart Fit (SMFT3) pagam juntas mais de R$ 1,5 bilhão em dividendos; confira as condições
A maior fatia desse bolo fica com a Ultrapar; a Smartfit, por sua vez, também anunciou a aprovação de aumento de capital
RD Saúde (RADL3) anuncia R$ 275 milhões em proventos, mas ações caem na bolsa
A empresa ainda informou que submeterá uma proposta de aumento de capital de R$ 750 milhões
Muito além do Itaú (ITUB4): qual o plano da Itaúsa (ITSA4) para aumentar o pagamento de dividendos no futuro, segundo a CFO?
Uma das maiores pagadoras de dividendos da B3 sinaliza que um novo motor de remuneração está surgindo
Petrobras (PETR4) amplia participação na Jazida Compartilhada de Tupi, que detém com Shell e a portuguesa Petrogal
Os valores a serem recebidos pela estatal serão contabilizados nas demonstrações financeiras do quarto trimestre de 2025
Americanas (AMER3) anuncia troca de diretor financeiro (CFO) quase três anos após crise e traz ex-Carrefour e Dia; veja quem assume
Sebastien Durchon, novo diretor financeiro e de Relações com Investidores da Americanas, passou pelo Carrefour, onde conduziu o IPO da varejista no Brasil e liderou a integração do Grupo Big, e pelo Dia, onde realizou um plano de reestruturação
Essa empresa aérea quer que você pague mais de R$ 100 para usar o banheiro do avião
Latam cria regras para uso do banheiro dianteiro – a princípio, apenas passageiros das 3 primeiras fileiras terão acesso ao toalete
Ambipar (AMBP3): STJ suspende exigência de depósito milionário do Deutsche Bank
Corte superior aceitou substituir a transferência dos R$ 168 milhões por uma carta de fiança e congelou a ordem do TJ-RJ até a conclusão da arbitragem
Sinal verde: Conselho dos Correios dá aval a empréstimo de R$ 20 bilhões para reestruturar a estatal
Com aprovação, a companhia avança para fechar o financiamento bilionário com cinco bancos privados, em operação que ainda depende do Tesouro e promete aliviar o caixa e destravar a reestruturação da empresa
Oi (OIBR3) consegue desbloqueio de R$ 517 milhões após decisão judicial
Medida permite à operadora acessar recursos bloqueados em conta vinculada à Anatel, enquanto ações voltam a oscilar na bolsa após suspensão da falência
WEG (WEGE3) pagará R$ 1,9 bilhão em dividendos e JCP aos acionistas; veja datas e quem recebe
Proventos refletem o desempenho resiliente da companhia, que registrou lucro em alta mesmo em cenário global incerto
O recado da Petrobras (PETR4) para os acionistas: “Provavelmente não teremos dividendos extraordinários entre 2026 e 2030”
Segundo o diretor financeiro da companhia, Fernando Melgarejo, é preciso cumprir o pré-requisito de fluxo de caixa operacional robusto, capaz de deixar a dívida neutra, para a distribuição de proventos adicionais
