Milhões em jogo: além da Budweiser, saiba quem são os patrocinadores da Copa do Mundo do Catar e quanto cada um pagou
Apesar das polêmicas desta edição do evento, a FIFA não teve grande dificuldade de obter recursos – e as empresas chinesas foram as campeãs de patrocínio

A Copa do Mundo 2022, que começa neste domingo (20), no Catar, é a mais cara e uma das mais polêmicas da história do campeonato.
- E agora, Neymar? Argentina será a campeã da Copa do Mundo, aposta XP; clique aqui e descubra se o Brasil quais são as chances do Brasil para bancos e corretoras
Com um custo estimado em US$ 200 bilhões pelo governo catarense - que teve de construir toda a infraestrutura do zero -, o evento tem sido lavrado de controvérsias, desde as suspeitas de corrupção para a escolha do país-sede até as denúncias de péssimas condições de trabalho dos imigrantes no Catar, incluindo aqueles que participaram da construção dos estádios.
Durante os preparativos para o evento, também não faltaram críticas da opinião pública à discriminação da população LGBT+ no país do Oriente Médio, incluindo o fato de que a homossexualidade masculina é considerada crime por lá.
Não surpreenderia, portanto, que tudo isso, aliado à grande quantidade de restrições comportamentais no país por motivos religiosos, acabasse por transformar essa Copa também na mais frustrante - ou “flopada”, como diz a internet - da História.
As dificuldades poderiam ter começado pela capacidade da FIFA de atrair patrocinadores. Afinal, hoje em dia, as grandes empresas que tradicionalmente patrocinam esse tipo de evento tendem a evitar associar a própria imagem a polêmicas envolvendo possíveis crimes e violações aos direitos humanos.
Mas o impacto, do ponto de vista do patrocínio, acabou sendo bem pequeno. De fato, houve alguma rejeição à ideia de apoiar uma Copa no Catar por parte de várias marcas, mas ainda assim a FIFA foi bem-sucedida em reter a grande maioria dos seus patrocinadores tradicionais e seus contratos milionários.
Leia Também
Mais que isso: eventuais “espaços vazios” foram preenchidos por empresas de países que não são exatamente exemplos de respeito aos direitos humanos, como a China, a Índia e o Catar.
O patrocínio das empresas chinesas, aliás, foi o grande destaque do evento deste ano, ainda que o Gigante Asiático não tenha tradição no futebol nem tenha se classificado para a disputa.
De acordo com a consultoria britânica GlobalData, o valor aportado no evento por companhias chinesas totalizou US$ 1,4 bilhão, ultrapassando a cifra de US$ 1,1 bilhão paga pelas empresas americanas.
Entre as grandes marcas que normalmente patrocinam a FIFA e as Copas do Mundo, a Sony e a Fly Emirates, companhia aérea dos Emirados Árabes, foram as únicas a não renovarem seus contratos após a Copa de 2014, justamente devido às suspeitas em torno do processo de escolha do Catar como país-sede.
E embora tenham chegado a manifestar publicamente sua preocupação em relação a essas denúncias, na época, Coca-Cola, Adidas e Visa toparam renovar seus contratos com a FIFA, no que foram acompanhadas por McDonald’s e Budweiser, marca da AB Inbev e cerveja oficial do evento.
Mas se o peso da opinião pública e o temor de risco à imagem não foram capazes de superar os potenciais ganhos de expor sua marca a um público estimado em 5 bilhões de pessoas, as várias restrições comportamentais de motivação religiosa no Catar talvez cobrem seu preço de um ou outro patrocinador.
Na última semana, a Budweiser foi a primeira “vítima”. Realizar uma Copa do Mundo num país que proíbe a venda e o consumo de bebidas alcoólicas em várias circunstâncias já seria por si só meio estranho; mas o combinado com a FIFA, inicialmente, era que a venda e consumo de álcool nos estádios, além de outras áreas dedicadas ao evento, seriam permitidos.
Só que na última sexta-feira (18), às vésperas da abertura da Copa, o Catar resolveu abolir a venda de bebidas alcoólicas dentro das arenas, restringindo-a às fan fests e a locais “previamente designados pelo governo local”.
A notícia foi um baque (e uma surpresa) para a Bud, que agora só poderá vender a sua versão sem álcool durante os jogos - e também para os torcedores, que terão que assistir ao jogo de abertura entre Catar e Equador sóbrios.
Quem são os patrocinadores da Copa do Mundo do Catar - e quanto eles pagaram
Os patrocinadores da Copa se dividem em três categorias: patrocinadores FIFA, patrocinadores do evento em si e apoiadores regionais. Vamos focar nas duas primeiras categorias, que são as principais em termos de receita.
Entre os patrocinadores FIFA, a empresa que assinou o maior contrato com a entidade foi a chinesa Wanda Group, conglomerado que tem múltiplas áreas de atuação, mas principalmente desenvolvimento e operação de imóveis comerciais, além de entretenimento e hospitalidade.
Seu contrato abrange o período de 2016 a 2030 e totaliza nada menos que US$ 850 milhões, ultrapassando o acordo de US$ 800 milhões da Adidas, também válido até 2030. As estimativas são da GlobalData.
Entre os patrocinadores específicos da Copa do Mundo, a líder em valores também é uma chinesa, a fabricante de aparelhos celulares Vivo, com um investimento de US$ 450 milhões para patrocinar a Copa das Confederações de 2017 e as Copas de 2018 e 2022.
O patrocinador talvez mais “inusitado” é a plataforma de criptomoedas Crypto.com, que já vem se estabelecendo como uma apoiadora de eventos esportivos nos últimos anos, com um desembolso de US$ 50 milhões para patrocinar a Copa do Catar.
A única empresa com algum sangue brasileiro entre os principais patrocinadores é a AB InBev, resultado da fusão entre a AmBev e a belga Interbrew, representada na lista pela sua marca Budweiser. Mas o Nubank figura entre os apoiadores regionais na América do Sul.
Patrocinadores FIFA
Como os contratos de patrocínio são mais longos e cobrem múltiplos eventos, exibimos apenas o valor anual, que seria, digamos, o referente ao ano de 2022, segundo estimativas da GlobalData obtidas pelo site britânico de notícias de negócios Raconteur.
Marca / Empresa | Área de atuação | Valor anual do patrocínio |
Qatar Airways | Companhia aérea | US$ 60 milhões |
Wanda Group* | Entretenimento e desenvolvimento e operação de imóveis comerciais multiuso | US$ 56,67 milhões |
Adidas | Moda e artigos esportivos | US$ 50 milhões |
Coca-Cola | Bebidas não alcoólicas | US$ 31,25 milhões |
Qatar Energy | Exploração, produção e refino de petróleo e gás natural | US$ 30 milhões |
Visa | Meios de pagamento | US$ 28,75 milhões |
Hyundai Motor Group (Hyundai Kia) | Fabricação de veículos | US$ 27,5 milhões |
Fonte: GlobalData
Patrocinadores da Copa do Mundo 2022 no Catar
Vivo
Não, não é a marca Vivo do Grupo Telefônica, operadora de celulares no Brasil. Trata-se da Vivo fabricante chinesa de aparelhos celulares. A companhia fechou um contrato de patrocínio de 2017 a 2022, período que englobou, portanto, duas Copas do Mundo, além da Copa das Confederações de 2017.
O valor total do acordo, segundo estimativas da GlobalData obtidas pela Al Jazeera, é de US$ 450 milhões, totalizando US$ 75 milhões por ano.
Crypto.com
A plataforma de criptomoedas pagou US$ 50 milhões para patrocinar a Copa do Mundo do Catar, segundo estimativas do GlobalData obtidas pelo Raconteur. Com mais de 10 milhões de clientes ao redor do mundo, a Crypto.com já tem histórico de patrocinar eventos esportivos, como por exemplo a Copa Libertadores da América.
Mengniu
A empresa de produtos lácteos chinesa fechou um contrato de patrocínio com a FIFA no valor de US$ 60 milhões para 2021 e 2022, segundo estimativas do GlobalData obtidas pela Al Jazeera. De acordo com o Raconteur, US$ 40 milhões foram referentes apenas ao ano de 2022.
A Mengniu já havia patrocinado a Copa de 2018 na Rússia, pela qual já havia desembolsado outros US$ 40 milhões, ainda segundo os dados obtidos pela Al Jazeera.
Byju’s
A plataforma educacional indiana desembolsou US$ 35 milhões para patrocinar a Copa do Mundo 2022, de acordo com estimativas da GlobalData obtidas pelo Raconteur. A Byju’s tem mais de 150 milhões de alunos de educação à distância ao redor do mundo e tem a meta de atingir 10 milhões de alunos apenas na Índia até 2025.
Hisense
A empresa de eletroeletrônicos chinesa Hisense fechou um contrato de US$ 35 milhões com a FIFA para patrocinar a Copa do Mundo de 2022, mas já havia gasto outros US$ 40 milhões para patrocinar a Copa de 2018, na Rússia. As estimativas são da GlobalData e foram obtidas pela Al Jazeera.
McDonald’s
Em 2014, o McDonald’s estendeu seu contrato de patrocínio com a FIFA por mais oito anos, o que abrangeria as Copas de 2018 e 2022. Segundo estimativas da GlobalData obtidas pelo Raconteur, a rede de fast food desembolsou US$ 22,5 milhões por ano nesse acordo, o que, nos últimos quatro anos, totaliza US$ 90 milhões.
Budweiser (Anheuser-Busch InBev)
O patrocínio da companhia de bebidas belgo-brasileira também resultou de uma renovação de contrato com a FIFA para as Copas da Rússia e do Catar, transformando a marca Budweiser na cerveja oficial dos eventos.
De acordo com os mesmos dados da GlobalData obtidos pelo Raconteur, a AB Inbev desembolsou US$ 18 milhões por ano neste acordo, o que resulta em US$ 72 milhões nos últimos quatro anos. A cifra bate com a estimativa publicada pelo jornal The New York Times de que a empresa gasta US$ 75 milhões a cada quatro anos para patrocinar o maior evento futebolístico do planeta.
Acionistas minoritários são favoráveis à fusão entre Marfrig (MRFG3) e BRF (BRFS3) — mas ainda há outras etapas para oficializar o casamento
Nos votos à distância reportados pela BRF, houve 35% favoráveis à fusão, ante 16% contrários
Do canteiro de obras ao mercado financeiro: como uma incorporadora de alto padrão conseguiu captar meio bilhão com títulos verdes
Tegra estrutura política de sustentabilidade e capta R$ 587 milhões com debêntures e CRI verdes; experiência aponta caminhos possíveis para o setor
Nelson Tanure contrata Rothschild para estruturar oferta pela Braskem (BRKM5), diz jornal
O empresário pretende adquirir a participação da Novonor indiretamente, comprando as ações da holding que controla a fatia da petroquímica
Alpargatas (ALPA4) fecha acordo com Eastman Group, que será distribuidora exclusiva da Havaianas nos Estados Unidos e Canadá
O acordo de distribuição marca uma mudança importante no modelo de operação da companhia na América do Norte
Eve, subsidiária da Embraer (EMBR3), fecha contrato bilionário para decolar com seus ‘carros voadores’ nos céus de São Paulo
Atualmente, a capital paulista possui mais de 400 helicópteros registrados e cerca de 2 mil decolagens e aterrissagens diárias
“Investir sem se preocupar com impacto é quase uma irresponsabilidade”, afirma Daniel Izzo, da Vox Capital
O sócio-fundador da primeira venture capital de impacto do país conta como o setor vem se desenvolvendo, quem investe e os principais desafios para a sua democratização
Após três anos da privatização, Eletrobras (ELET3) ainda não atingiu as expectativas do mercado; entenda o que está travando a ex-estatal
A companhia do setor elétrico avanços nesse período, contudo, o desempenho das ações ainda está aquém do esperado pelo mercado
Dividendos e JCP: saiba quanto a Multiplan (MULT3) vai pagar dessa vez aos acionistas e quem pode receber
A administradora de shopping center vai pagar proventos aos acionistas na forma de juros sobre capital próprio; confira os detalhes
Compra do Banco Master: BRB entrega documentação ao BC e exclui R$ 33 bi em ativos para diminuir risco da operação
O Banco Central tem um prazo de 360 dias para analisar a proposta e deliberar pela aprovação ou recusa
Prio (PRIO3): Santander eleva o preço-alvo e vê potencial de valorização de quase 30%, mas recomendação não é tão otimista assim
Analistas incorporaram às ações da petroleira a compra da totalidade do campo Peregrino, mas problemas em outro campo de perfuração acende alerta
Estreia na Nyse pode transformar a JBS (JBSS32) de peso-pesado brasileiro a líder mundial
Os papéis começaram a ser negociados nesta sexta-feira (13); Citi avalia catalisadores para os ativos e diz se é hora de comprar ou de esperar
Minerva (BEEF3) entra como terceira interessada na incorporação da BRF (BRFS3) pela Marfrig (MRFG3); saiba quais são os argumentos contrários
Empresa conseguiu autorização do Cade para contribuir com dados e pareceres técnicos
“Com Trump de volta, o greenwashing perde força”, diz o gestor Fabio Alperowitch sobre nova era climática
Para o gestor da fama re.capital, retorno do republicano à Casa Branca acelera reação dos ativistas legítimos e expõe as empresas oportunistas
Dividendos e JCP: Telefônica (VIVT3), Copasa (CSMG3) e Neoenergia (NEOE3) pagam R$ 1 bilhão em proventos; veja quem tem direito a receber
A maior fatia é da B3, a operadora da bolsa brasileira, que anunciou na noite desta quinta-feira (11) R$ 378,5 milhões em juros sobre capital próprio
Radar ligado: Embraer (EMBR3) prevê demanda global de 10,5 mil aviões em 20 anos; saiba qual região é a líder
A fabricante brasileira de aviões projeta o valor de mercado de todas as novas aeronaves em US$ 680 bilhões, avanço de 6,25% em relação ao ano anterior
Até o Nubank (ROXO34) vai pagar a conta: as empresas financeiras mais afetadas pelas mudanças tributárias do governo
Segundo analistas, os players não bancários, como Nubank, XP e B3, devem ser os principais afetados pelos novos impostos; entenda os efeitos para os balanços dos gigantes do setor
Dividendo de R$ 1,5 bilhão da Rumo (RAIL3) é motivo para ficar com o pé atrás? Os bancos respondem
O provento representa 70% do lucro líquido do último ano e é bem maior do que os R$ 350 milhões distribuídos na última década. Mas como fica a alavancagem?
O sinal de Brasília que faz as ações da Petrobras (PETR4) operarem na contramão do petróleo e subirem mais de 1%
A Prio e a PetroReconcavo operam em queda nesta quinta-feira (12), acompanhando os preços mais baixos do Brent no mercado internacional
Dia dos Namorados: por que nem a solteirice salva apps de relacionamento como Tinder e Bumble da crise de engajamento
Após a pandemia, dating apps tiveram uma queda grande no número de “pretendentes”, que voltaram antigo método de conhecer pessoas no mundo real
Bradesco (BBDC4) surpreende, mas o pior ficou para trás na Cidade de Deus? Mercado aumenta apostas nas ações e diretor revela o que esperar
Ações disparam após balanço e, dentro da recuperação “step by step”, banco mira retomar níveis de rentabilidade (ROE) acima do custo de capital