Magazine Luiza (MGLU3), Via (VIIA3) e outras varejistas apostam alto no fim de ano, mas um milagre de Natal é improvável
As vendas das varejistas podem até crescer com a chegada da Copa do Mundo, da Black Friday e do Natal, mas não há como reverter os números ruins dos últimos meses
A Copa do Mundo em novembro traz um certo clima de fim de ano antecipado, mas para as varejistas brasileiras — como Magazine Luiza (MGLU3), Via (VIIA3) ou Americanas (AMER3) — ainda há muita água para rolar. Afinal, o último trimestre é, historicamente, o melhor período de vendas para o setor.
- Desista: não há milagre de Natal que salve Magazine Luiza: descubra 3 ações que podem 'tomar o lugar' da varejista; clique aqui e acesse no nosso Instagram
É na reta final do ano que estão a Black Friday e o Natal, dois dos eventos mais relevantes para o varejo. E, em 2022, o Mundial de futebol aparece como uma espécie de impulso extra ao faturamento no período.
As apostas são altas e demandam criatividade das varejistas, principalmente para as lojas voltadas para o comércio de eletroeletrônicos — aquela coisa clássica de pensar que as pessoas vão querer, de qualquer jeito, uma TV nova para ver os jogos da seleção. Mas, na realidade, o cenário é um pouco diferente.
- Magazine Luiza (MGLU3) já era? Cara ou barata? Com uma queda de mais de 40% no ano, alguns fatores marcantes podem impactar a ação e concorrentes daqui para frente. Acesse neste link mais detalhes.
Aqui cabe o famoso "querer, todo mundo quer". Mas o brasileiro viu sua renda encolher nos últimos anos; os juros altos, o nível de endividamento crescente e a falta de confiança dos consumidores ajudam a explicar por que nem todo mundo irá aproveitar essa época do ano para comprar novos produtos.
"Não vejo como a Copa ou a Black Friday vão salvar as empresas de varejo", resume Bruno Damiani, analista de varejo da Western Asset, citando a situação macroeconômica e os balanços recentes das varejistas.
Na semana passada, que reuniu os resultados referentes ao terceiro trimestre de Magazine Luiza, Via e Americanas, isso ficou bastante evidente: todas deram prejuízo e sentiram as margens pressionadas.
Leia Também
Nos últimos meses, elas foram obrigadas a manter o foco nas margens e na lucratividade, mesmo que para isso fosse necessário desacelerar o ritmo de atividade. Agora, a lógica é outra — a ordem é vender muito.
Mas, por mais que elas façam muitos esforços para atrair os consumidores às lojas, não vai ter milagre de Natal para ninguém. Para recuperar tanto prejuízo, ainda serão necessários muitos meses e um quadro econômico diferente.
"Estava meio com medo das varejistas, mas agora estou mais pessimista diante das incertezas fiscais desses últimos dias. A perspectiva de juros cedendo, o que naturalmente é condição para a melhora delas, ficou mais distante", disse um gestor que preferiu não ser identificado e que, hoje, não possui nenhum papel de varejista na carteira.
Para ele, a realidade se impõe e nenhum marketing dará conta do fato de que a grana está curta na maioria dos lares brasileiros.
Muita criatividade em jogo
Todo mundo sabe que, para vender, é preciso ser criativo. De olho nisso, Magalu, Via e Americanas já estão investindo pesado em marketing nos últimos meses.
Segundo especialistas, isso também aconteceu para que uma data não acabasse prejudicando o potencial de vendas da outra — com certeza você já reparou em ofertas falando em Copa do Mundo bem antes do Mundial.
E basta uma busca no Google para ver que tem de tudo: programa de cashback, Pix para gol do Brasil, descontos, troca de produtos usados que valem descontos em itens novos, garoto propaganda famoso, carnês com parcelamento em até 30 vezes.



O Magazine Luiza, mais especificamente, decidiu correr por fora. Além de apelar para o desejo de consumo de muitos torcedores de assistir aos jogos do Brasil em uma tela gigante, a varejista também visou aqueles que querem uma TV nova, mas não podem desembolsar tanto.
Desde maio, ela vende televisores da chinesa Vizzion, com modelos de 32, 43 e 50 polegadas. As peças são importadas da Ásia e montadas em Manaus (AM) por uma empresa terceirizada.
Durante sua teleconferência com analistas na última sexta-feira (11), o recado dado por Frederico Trajano, CEO do Magazine Luiza, é de que já existe crescimento em todos os canais neste quarto trimestre — fruto da estratégia de fim de ano.
Segundo ele, o foco agora está na comunicação voltada para vendas, especialmente com o gancho do Mundial da Fifa.

Vai dar certo?
Mas, ainda que tudo isso funcione, o segmento deve fechar o ano com uma alta de apenas 2% no volume de vendas, segundo dados da consultoria GFK. Carro-chefe de toda Black Friday e da Copa do Mundo, as TVs devem somar pelo menos 1 milhão de unidades vendidas.
Isso pode ser particularmente importante para a Via. Também durante sua teleconferência de resultados, os executivos da empresa não hesitaram em demonstrar sua empolgação com a possibilidade de vender mais televisores — citando que são líderes de mercado na categoria.
A projeção da companhia é ganhar uma fatia maior do mercado e conquistar crescimento de dois dígitos no quarto trimestre com o impulso das festividades.
Já a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) estima que a Black Friday em si vai movimentar R$ 4,21 bilhões, o que pode gerar avanço de 1,1% no faturamento de vendas neste ano — descontada a inflação. A comparação é feita com base em 2021.
"No curto prazo, esses eventos até ajudam, mas vejo como um grão de areia na tese das varejistas como um todo", diz Lucas Ribeiro, responsável pela área de renda variável da Kínitro.
Ele cita também o alto nível de competitividade do setor de varejo, que inclui empresas gringas com estratégias agressivas, como Mercado Livre (MELI34) e Amazon (AMZO34).
Não é de hoje que as varejistas vão mal
Até aqui, você já percebeu que as grandes redes do varejo foram para o vale-tudo nessa reta final de 2022. A razão não é apenas compensar o prejuízo dos meses passados, mas também girar o estoque, que se tornou mais um problema para elas.
Voltando um pouquinho na história, ainda na esteira dos juros baixos, que naturalmente beneficiam empresas que dependem da disponibilidade de crédito, as varejistas surfaram bem a onda do início da crise da Covid-19. A necessidade de unir lazer e trabalho dentro de casa fez muitos consumidores comprarem TVs novas, trocarem eletrodomésticos, investirem em computadores melhores para o trabalho ou num celular novo para as crianças assistirem às aulas.
O fato é que, pouco mais de dois anos depois — e uma Selic de 13,75% que encarece o crédito —, poucas pessoas estão precisando investir nesse tipo de produto novamente. Ou seja: os carros-chefes das três companhias não estão com uma demanda aquecida, e muitos deles estão encalhados.
Ainda que o governo federal tenha colocado R$ 21 bilhões extras na mão dos eleitores durante a campanha — dinheiro que poderia ter beneficiado o varejo nacional —, boa parte desse valor foi parar no varejo de alimentos e pagamento de dívidas.
Não por acaso, gestores de grandes fundos do mercado são unânimes em dizer que atualmente, suas posições em varejo se resumem basicamente a Lojas Renner (LREN3), Grupo Soma (SOMA3), Arezzo (ARZZ3) e também papéis de supermercados, como Carrefour Brasil (CRFB3) e Grupo Mateus (GMAT3).
O consenso é de que, em geral, o varejo é movimentado pelo público de alta renda. E, no caso dos mercados, vale uma regra básica: todo mundo precisa se alimentar. Aquela TV de muitas polegadas talvez fique para a Copa de 2026 — quem sabe junto com o hepta.
Os bastidores da crise na Ambipar (AMBP3): companhia confirma demissão de 35 diretores após detectar “falhas graves”
Reestruturação da Ambipar inclui cortes na diretoria e revisão dos controles internos. Veja o que muda até 2026
As ligações (e os ruídos) entre o Banco Master e as empresas brasileiras: o que é fato, o que é boato e quem realmente corre risco
A liquidação do Banco Master levantou dúvidas sobre possíveis impactos no mercado corporativo. Veja o que é confirmado, o que é especulação e qual o risco real para cada companhia
Ultrapar (UGPA3) e Smart Fit (SMFT3) pagam juntas mais de R$ 1,5 bilhão em dividendos; confira as condições
A maior fatia desse bolo fica com a Ultrapar; a Smartfit, por sua vez, também anunciou a aprovação de aumento de capital
RD Saúde (RADL3) anuncia R$ 275 milhões em proventos, mas ações caem na bolsa
A empresa ainda informou que submeterá uma proposta de aumento de capital de R$ 750 milhões
Muito além do Itaú (ITUB4): qual o plano da Itaúsa (ITSA4) para aumentar o pagamento de dividendos no futuro, segundo a CFO?
Uma das maiores pagadoras de dividendos da B3 sinaliza que um novo motor de remuneração está surgindo
Petrobras (PETR4) amplia participação na Jazida Compartilhada de Tupi, que detém com Shell e a portuguesa Petrogal
Os valores a serem recebidos pela estatal serão contabilizados nas demonstrações financeiras do quarto trimestre de 2025
Americanas (AMER3) anuncia troca de diretor financeiro (CFO) quase três anos após crise e traz ex-Carrefour e Dia; veja quem assume
Sebastien Durchon, novo diretor financeiro e de Relações com Investidores da Americanas, passou pelo Carrefour, onde conduziu o IPO da varejista no Brasil e liderou a integração do Grupo Big, e pelo Dia, onde realizou um plano de reestruturação
Essa empresa aérea quer que você pague mais de R$ 100 para usar o banheiro do avião
Latam cria regras para uso do banheiro dianteiro – a princípio, apenas passageiros das 3 primeiras fileiras terão acesso ao toalete
Ambipar (AMBP3): STJ suspende exigência de depósito milionário do Deutsche Bank
Corte superior aceitou substituir a transferência dos R$ 168 milhões por uma carta de fiança e congelou a ordem do TJ-RJ até a conclusão da arbitragem
Sinal verde: Conselho dos Correios dá aval a empréstimo de R$ 20 bilhões para reestruturar a estatal
Com aprovação, a companhia avança para fechar o financiamento bilionário com cinco bancos privados, em operação que ainda depende do Tesouro e promete aliviar o caixa e destravar a reestruturação da empresa
Oi (OIBR3) consegue desbloqueio de R$ 517 milhões após decisão judicial
Medida permite à operadora acessar recursos bloqueados em conta vinculada à Anatel, enquanto ações voltam a oscilar na bolsa após suspensão da falência
WEG (WEGE3) pagará R$ 1,9 bilhão em dividendos e JCP aos acionistas; veja datas e quem recebe
Proventos refletem o desempenho resiliente da companhia, que registrou lucro em alta mesmo em cenário global incerto
O recado da Petrobras (PETR4) para os acionistas: “Provavelmente não teremos dividendos extraordinários entre 2026 e 2030”
Segundo o diretor financeiro da companhia, Fernando Melgarejo, é preciso cumprir o pré-requisito de fluxo de caixa operacional robusto, capaz de deixar a dívida neutra, para a distribuição de proventos adicionais
A ação do Assaí virou um risco? ASAI3 cai mais de 6% com a chegada dos irmãos Muffato; saiba o que fazer com o papel agora
Na quinta-feira (27), companhia informou que fundos controlados pelos irmãos Muffato adquiriram uma posição acionária de 10,3%
Anvisa manda recolher lotes de sabão líquido famoso por contaminação; veja quais são e o que fazer
Medida da Anvisa vale para lotes específicos e inclui a suspensão de venda e uso; produto capilar de outra marca também é retirado do mercado
O “bom problema” de R$ 40 bilhões da Axia Energia (AXIA3) — e como isso pode chegar ao bolso dos acionistas
A Axia Energia quer usar parte de seus R$ 39,9 bilhões em reservas e se preparar para a nova tributação de dividendos; entenda
Petrobras (PETR3) cai na bolsa depois de divulgar novo plano para o futuro; o que abalou os investidores?
Novo plano da Petrobras reduz capex para US$ 109 bi, eleva previsão de produção e projeta dividendos de até US$ 50 bi — mas ações caem com frustração do mercado sobre cortes no curto prazo
Stranger Things vira máquina de consumo: o que o recorde de parcerias da Netflix no Brasil revela sobre marcas e comportamento do consumidor
Stranger Things da Netflix parece um evento global que revela como marcas disputam a atenção do consumidor; entenda
Ordinários sim, extraordinários não: Petrobras (PETR4) prevê dividendos de até US$ 50 bilhões e investimento de US$ 109 bilhões em 5 anos
A estatal destinou US$ 78 bilhões para Exploração e Produção (E&P), valor US$ 1 bilhão superior ao do plano vigente (2025-2029); o segmento é considerado crucial para a petroleira
Vale (VALE3) e Itaú (ITUB4) pagarão dividendos e JCP bilionários aos acionistas; confira prazos e quem pode receber
O banco pagará um total de R$ 23,4 bilhões em proventos aos acionistas; enquanto a mineradora distribui R$ 3,58 por ação
