🔴 MARATONA ONDE INVESTIR 2º SEMESTRE: ASSISTA TODOS OS PAINÉIS DO EVENTO – CLIQUE PARA LIBERAR

Victor Aguiar

Victor Aguiar

Jornalista formado pela Faculdade Cásper Líbero e com MBA em Informações Econômico-Financeiras e Mercado de Capitais pelo Instituto Educacional BM&FBovespa. Trabalhou nas principais redações de economia do país, como Bloomberg, Agência Estado/Broadcast e Valor Econômico. Em 2020, foi eleito pela Jornalistas & Cia como um dos 10 profissionais de imprensa mais admirados no segmento de economia, negócios e finanças.

Guerra nos céus

Uma nova crise ronda o setor aéreo — e a economia global pode sofrer com os efeitos em cadeia

A guerra entre Rússia e Ucrânia gera uma série de restrições ao setor aéreo, com sanções sendo adotadas pelo Ocidente contra empresas russas

Victor Aguiar
Victor Aguiar
27 de fevereiro de 2022
13:26 - atualizado às 12:17
Avião sobrevoando um céu cinzento e carregado, simbolizando problemas no setor aéreo ações aéreas
Imagem: Shutterstock

A guerra entre Rússia e Ucrânia já gera inúmeros efeitos para a economia mundial — o petróleo está nas maiores cotações em quase uma década, e analistas preveem um aumento nos preços de commodities agrícolas e alimentos. Mas um outro segmento também já começa a lidar com impactos diretos: o setor aéreo, que precisa lidar com custos mais altos e rearranjos nas rotas por causa do conflito armado no leste europeu.

A questão, no entanto, não se limita às finanças das companhias aéreas em si. Com o abalo nas relações entre Rússia e os demais países ocidentais, já se fala num risco à logística internacional, com determinados corredores permanecendo fechados — o que, no limite, pode afetar o transporte de cargas e afetar ainda mais o ritmo de atividade global.

Veja a imagem abaixo, mostrando o fluxo de aeronaves no território europeu nesta manhã de domingo (27). Com o espaço aéreo da Ucrânia fechado, há uma enorme área pela qual nenhum avião ousa passar — países e regiões vizinhas à guerra também não estão sendo acessadas:

Dada a impossibilidade de cruzar o espaço aéreo ucraniano, o fluxo de aeronaves entre a Europa Ocidental e Moscou precisa ser desviado: ou usa-se a rota ao norte, através dos países bálticos e nórdicos, ou a rota ao sul, por fora do Mar Negro — sobrevoando, assim, países como Turquia, Bulgária e Geórgia.

Isso, por si só, já representa uma ruptura relevante ao setor aéreo: ao adotarem rotas maiores, as companhias acabam perdendo eficiência. As viagens são mais demoradas, o consumo de combustível é maior e as frequências dos voos precisam ser mais espaçadas.

Além disso, com o petróleo cada vez mais caro — o barril do Brent está em torno de US$ 95, mas muitos especialistas acreditam que poderá chegar a US$ 150 no curto e médio prazo —, os gastos das companhias aéreas com combustível de aviação ficam cada vez mais salgados.

Leia Também

Ou seja: a necessidade de contorno do espaço aéreo da Ucrânia faz com que as empresas usem rotas mais longas e, consequentemente, queimem mais combustível — que, por sua vez, tende a ficar cada vez mais caro por causa da guerra. Um duplo efeito negativo para o transporte global de passageiros e cargas.

Afinal, por mais que apenas algumas rotas sejam diretamente afetadas, o impacto gera um efeito em cascata para as empresas aéreas, que precisarão fazer contas. Para compensar a perda de eficiência no leste europeu, é capaz que outros trechos aéreos sejam deixados de lado, com menos voos ou com tarifas mais altas.

Esse, no entanto, não é o efeito mais preocupante para a economia global: há um risco direto de as sanções internacionais à Rússia provocarem um problema maior.

  • INVESTINDO EM TEMPOS DE GUERRA: O podcast Touros e Ursos desta semana discute os impactos da crise militar entre Rússia e Ucrânia para os mercados globais. Para ouvir a íntegra, é só dar play:

Setor aéreo: sanções e problemas

Além da já anunciada exclusão das instituições financeiras russas do Swift, o sistema interbancário internacional, uma segunda onda de sanções começa a ser adotada pelos países ocidentais: a proibição de atuação de empresas aéreas russas, entre elas a Aeroflot, a maior do país. Boa parte das nações europeias já aderiram à medida.

Há, ainda, inciativas individuais por parte de inúmeras companhias aéreas do mundo: Air France, KLM e outras disseram que, por ora, vão suspender as rotas que conectam a Rússia a outros destinos. Rompimentos de acordos de compartilhamento de voos com as aéreas russas também estão sendo colocados em prática.

É a partir daqui que os sinais de alerta mais intensos começam a ecoar para a economia global. Como o governo Vladimir Putin reagirá a esses movimentos? E se o espaço aéreo da Rússia for fechado para aeronaves da Europa e dos EUA, numa espécie de retaliação na mesma moeda — uma decisão plausível, considerando o tom adotado pelo Kremlin nas tensões militares com a OTAN?

Caso sim, precisará ser colocado em prática um rearranjo massivo da malha aérea global, já que a Rússia é o maior país do mundo em área. Boa parte das rotas entre Europa e Ásia passa, em algum momento, pelo território russo; mesmo algumas conexões entre EUA e o continente asiático, em especial a Índia, sobrevoam o país.

Nesse cenário, novamente estaremos falando em perda de eficiência do setor aéreo, com rotas mais extensas — eventualmente com mais paradas para reabastecimento —, mais gasto de combustível e tempos maiores de deslocamento, tanto de passageiros quanto de carga.

Segundo a Reuters, algumas companhias aéreas já estão em contato com o aeroporto de Anchorage, no Alasca, perguntando a respeito da capacidade logística do antigo terminal — um entreposto que era usado pelas empresas que não sobrevoavam a União Soviética durante a Guerra Fria.

E isso, é claro, sem entrar na hipótese de expansão territorial da guerra rumo a outros países, o que provocaria fechamentos ainda maiores do espaço aéreo europeu.

Gol (GOLL4) e Azul (AZUL4): há impactos?

A resposta simplificada é: não, as empresas aéreas nacionais, como Azul (AZUL4) e Gol (GOLL4) não são diretamente afetadas caso esse cenário venha a se concretizar, já que nenhuma delas opera voos ao leste europeu. No entanto, há uma série de impactos indiretos que podem ser observados mesmo aqui no Brasil.

O primeiro deles diz respeito aos custos: a guerra eleva os preços do petróleo, deixando o combustível de aviação mais caro. Mas há também implicações no que diz respeito à malha internacional, especialmente no front dos acordos de compartilhamento de voos.

As empresas aéreas globais formam alianças entre si, de modo a facilitar esse tipo de acordo e ampliar a oferta de destinos aos passageiros — uma viagem para Nova York, por exemplo, pode ser comprada diretamente no site da Gol, com o primeiro voo sendo operado pela companhia brasileira e o segundo, pela American Airlines.

Dito isso, há três grandes alianças: a Skyteam (da qual faz parte a Aeroflot), a Oneworld e a Star Alliance. Não necessariamente as empresas fecham acordos apenas entre os membros de cada grupo, mas ser admitido em algum deles ajuda a estreitar relações com outros grandes nomes internacionais.

Azul e Gol não fazem parte de uma aliança específica, tendo contratos de compartilhamento de voos individuais com cada empresa aérea. Só que, em meio à crise, já começam a surgir sinais de rompimento na SkyTeam: a Delta, uma das integrantes, anunciou a suspensão dos acordos com a Aeroflot — o que pode desencadear uma onda de instabilidade dentro da aliança.

E se a Rússia banir os voos de todas as operadoras da SkyTeam, mesmo as que não adotaram qualquer restrição às aéreas do país? Nesse caso, os impactos ao setor aéreo como um todo seriam ainda maiores — e Gol e Azul podem ser impactadas no front da oferta de voos internacionais.

Tudo ainda é muito hipotético, mas são cenários que não eram cogitados há algumas semanas e que, agora, parecem estranhamente concretos, remetendo às restrições existentes durante a Guerra Fria — e que, obviamente, implicam em entraves ao desenvolvimento da economia globalizada como a conhecemos.

COMPARTILHAR

Whatsapp Linkedin Telegram
LOTERIAS

Lotofácil tem 8 ganhadores, mas só um deles vai embolsar o prêmio integral; Mega-Sena e Quina acumulam

4 de julho de 2025 - 6:25

Os ganhadores do concurso 3433 da Lotofácil efetuaram suas apostas em casas lotéricas estabelecidas em cidades da região Sudeste

AGENDA DE REFORMAS

Hugo Motta propõe votar reforma administrativa ainda em 2025 e avalia que o “momento é propício” para debater o assunto

3 de julho de 2025 - 15:54

O grupo de trabalho sobre a reforma foi instalado no fim de maio e tem até 14 de julho para apresentar um relatório

LOTERIAS

Lotofácil faz os 4 primeiros milionários de julho, Quina acumula e Mega-Sena corre hoje valendo ‘só’ R$ 3,5 milhões

3 de julho de 2025 - 6:13

Os ganhadores do concurso 3432 da Lotofácil estão bem espalhados pelo Brasil; Quina pode pagar R$ 2 milhões hoje

EMPRÉSTIMO CLT

Com aval do Senado, programa de crédito com garantia do FGTS avança para nova fase do consignado privado

2 de julho de 2025 - 20:06

A medida, em vigor desde 21 de março, precisava ser votada até 9 de julho para não perder validade e já havia sido aprovada pela Câmara no fim de junho

CENÁRIO MACRO E ESTRATÉGIA

Onde investir no segundo semestre: Com Trump e rali eleitoral no radar, Ibovespa tem espaço para novos voos, mas renda fixa ainda é estrela com Selic a 15%

2 de julho de 2025 - 6:22

Rodrigo Azevedo, ex-diretor do BC, João Piccioni, da Empiricus Asset, e Natalia Szyfman, da Lifetime Investimentos, detalharam o cenário macroeconômico para você saber onde investir no segundo semestre

LOTERIAS

Mega-Sena entra em julho com o pé na porta e paga R$ 50 milhões para aposta única; Lotofácil e Quina acumulam

2 de julho de 2025 - 5:47

Prêmio principal da Mega-Sena sai para aposta efetuada em casa lotérica de Goiânia; Lotofácil corre hoje valendo R$ 5 milhões

POTÊNCIA AGROALIMENTAR

Plano Safra 2025/2026 terá R$ 605 bilhões para fortalecer o agro e foco histórico na agricultura familiar

1 de julho de 2025 - 14:38

Governo amplia crédito, incentiva práticas sustentáveis e mantém juros reduzidos para alimentos, apesar de alta em algumas linhas

DE OLHO NOS IMPOSTOS

Em meio à disputa em torno do IOF, Haddad diz como pretende fechar o orçamento de 2026

1 de julho de 2025 - 12:47

O ministro da Fazenda defendeu as medidas que considera necessárias para cumprir a meta fiscal

DINHEIRO NO BOLSO

Dividendos bilionários vêm aí: BB Seguridade (BBSE3) e Tenda (TEND3) vão distribuir lucros aos acionistas; veja quanto e quando

1 de julho de 2025 - 11:59

Soma de dividendos das empresas chega a R$ 3,8 bilhões, e uma delas vai pagar ainda em julho

LOTERIAS

Lotofácil encerra junho com 2 novos milionários; Mega-Sena pode pagar mais de R$ 50 milhões hoje

1 de julho de 2025 - 5:59

Lotofácil não foi a única a distribuir prêmios na segunda-feira; Quina também teve um ganhador, mas ele não ficou milionário

DINHEIRO NO BOLSO

Receita Federal paga hoje o segundo maior lote de restituição do IR da história; veja quem vai embolsar a bolada

30 de junho de 2025 - 9:06

O lote também contempla restituições residuais de anos anteriores. Segundo o Fisco, todo o valor vai para quem tem prioridade no reembolso

ANOTE NO CALENDÁRIO

Agenda Econômica: Fórum do BCE reúne líderes dos maiores BCs do mundo, enquanto payroll, IPC-Fipe e PIB britânico agitam a semana

30 de junho de 2025 - 7:03

Produção industrial brasileira, confiança dos negócios no Japão e indicadores da China completam a agenda dos próximos dias e movimentam os mercados antes do feriado nos EUA

ALERTA DO BANCO

Brasil é destaque na América Latina para o BIS, mas banco vê pedras no caminho da economia global — e Trump é uma delas

29 de junho de 2025 - 11:21

O relatório anual do BIS mostrou que o cenário internacional também vem pesando na conta das economias ao redor do mundo

LOTERIAS

Quina de São João é a única loteria a ter novos milionários, enquanto Mega-Sena acumula em R$ 52 milhões

29 de junho de 2025 - 9:08

A Quina de São João não foi a única a ter vencedores na categoria principal, mas nenhuma outra loteria fez um novo milionário

RATEIO

Treze apostas dividem prêmio da Quina de São João de 2025; veja quanto cada uma vai embolsar

28 de junho de 2025 - 21:03

Além do prêmio principal, a Quina de São João também contou com vencedores nas demais categorias

UM NOVO MILIONÁRIO?

Sorteados os números da Quina de São João; veja se você é um dos ganhadores

28 de junho de 2025 - 20:03

Resultado do rateio da Quina de São João será conhecido dentro de alguns minutos; acompanhe a cobertura do Seu Dinheiro

TÁ CHEGANDO A HORA!

Já vai começar! Acompanhe ao vivo o sorteio da Quina de São João de 2025

28 de junho de 2025 - 18:57

O prêmio está acumulado em R$ 250 milhões e é o maior valor sorteado na história dessa loteria

CUMPRINDO A PROMESSA

Warren Buffett faz a maior doação em ações da Berkshire Hathaway; veja como fica a fortuna do “Óraculo de Omaha”

28 de junho de 2025 - 16:55

Apesar da doação de peso, o “Óraculo de Omaha” ainda possui 13,8% das ações da Berkshire

É INCONSTITUCIONAL?

Debate sobre aumento do IOF vai parar na mesa do STF: base do governo pede suspensão da derrubada do decreto

28 de junho de 2025 - 13:28

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, já havia afirmado que recorrer ao STF era uma alternativa para o governo Lula

PREPARE O BOLSO

Conta de luz vai continuar pesando no bolso: Aneel mantém bandeira vermelha em julho

28 de junho de 2025 - 11:58

Apesar da chuva ao longo de junho ter melhorado a situação de armazenamento nas hidrelétricas, julho deve registrar chuvas abaixo da média na maior parte do país

Menu

Usamos cookies para guardar estatísticas de visitas, personalizar anúncios e melhorar sua experiência de navegação. Ao continuar, você concorda com nossas políticas de cookies

Fechar