Um mês de guerra: invasão da Ucrânia pela Rússia deve entrar em uma nova fase ainda mais devastadora, com risco nuclear à espreita
O que se viu até agora foi a destruição em partes do país e de regiões vitais para o bem-estar econômico ucraniano, como a cidade portuária de Mariupol; capital Kiev ainda resiste, mas até quando?
Quando as tropas russas entraram na Ucrânia sem pedir licença em 24 de fevereiro, o presidente Vladimir Putin certamente esperava uma vitória rápida. Mas, ao que tudo indica, ele subestimou a resistência ucraniana, que usou até civis voluntários para defender seu país. Praticamente um mês após a invasão, quem são os vencedores e os perdedores dessa guerra?
Para responder essa pergunta, é preciso fazer um balanço do conflito, que pode ganhar novos contornos a partir desta quinta-feira (24), quando os chefões dos membros da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) se reúnem para discutir novas medidas para frear as tropas de Putin.
O saldo da guerra até o momento mostra que as forças russas capturaram apenas uma importante cidade ucraniana, Kherson. O temido ataque à capital Kiev ainda não começou; Kharkiv — a segunda maior cidade do país — continua resistindo e Lviv, a maior cidade a oeste da Ucrânia, está relativamente ilesa.
As tropas russas, no entanto, provocaram a destruição em partes da Ucrânia e em cidades vitais para o bem-estar econômico do país. A portuária Mariupol, de onde exporta-se grãos, aço e entre outros bens, está sitiada e arruinada.
O mapa do Instituto para Estudos de Guerra mostra a movimentação russa em território ucraniano até terça-feira (22). As linhas pontilhadas mostram o avanço das tropas russas; os traços em vermelho mostram as áreas cercadas; em amarelo as regiões que a Rússia exige rendição e, em azul, as ofensivas ucranianas:
Leia Também
‘Pet 2.0’: clonagem animal vira serviço de R$ 263 mil; ricos e famosos já duplicam seus pets
Fazendo o inimigo sangrar
Se, de um lado, a Ucrânia sofre as consequências físicas da invasão militar, de outro, a Rússia sente no bolso o peso das punições impostas a um invasor.
Orquestradas pelos Estados Unidos, uma série de sanções financeiras e econômicas foram anunciadas desde 24 de fevereiro — com potencial de fazer Moscou retroceder décadas em desenvolvimento.
Para se ter uma ideia, projeções do Instituto de Finanças Internacionais (IIF, na sigla em inglês) mostram que a Rússia pode sofrer uma contração econômica de 15% este ano em função da guerra e das sanções.
- IMPORTANTE: liberamos um guia gratuito com tudo que você precisa para declarar o Imposto de Renda 2022; acesse pelo link da bio do nosso Instagram e aproveite para nos seguir. Basta clicar aqui
Para 2023, o IIF prevê um recuo de 3% do Produto Interno Bruto (PIB) russo — que, somado ao quadro deste ano, reverterá 15 anos de expansão do país.
“A Rússia deve enfrentar um quadro de ‘fuga de cérebros’ e baixo investimento, o que pesará sobre um potencial de crescimento já contido”, disse o IIF em relatório.
Então por que Putin segue avançando em vez de aceitar o plano de trégua que pode acabar definitivamente com a guerra?
Heni Ozi Cukier, cientista político e professor de relações internacionais, explica que o comportamento dos países em situações de guerra foge do econômico-racional das situações comuns.
“Na verdade, em situações de guerra, os países perdem conscientemente, por escolha, sob a expectativa de que a sua perda vai gerar um dano ainda maior ao inimigo”, afirma.
Segundo ele, a lógica do raciocínio custo x benefício — no qual tende-se a minimizar custos e perdas e maximizar os benefícios — é invertida.
“Na guerra, você aceita perdas maiores ou até busca perdas maiores porque sabe que aquelas perdas podem ser ainda mais profundas para o seu inimigo”, disse.

Uma guerra de desgastes
O cenário descrito por Cukier pode levar à chamada guerra de desgaste: uma luta prolongada na qual ambos os lados procuram esgotar o oponente por meio da perda gradual de pessoal, equipamentos e suprimentos.
“A invasão da Ucrânia está caminhando para um cenário de guerra difícil — uma fase de impasse na qual os dois lados têm capacidade limitada de conduzir operações ofensivas enquanto a devastação e o sofrimento humano continuam”, disse Andrius Tursa, conselheiro da Teneo Intelligence para Europa Central e Oriental, em nota.
Com a ofensiva russa avançando lentamente, Tursa observa que “Moscou está recorrendo a táticas de guerra mais brutais visando a infraestrutura não militar e civil para quebrar a resistência da população”.
Ele cita instalações de armazenamento de alimentos e grandes shopping centers, como o destruído em Kiev na segunda-feira (21). O Kremlin, no entanto, vem negando repetidamente que tenha civis como alvo.
“Um exército russo pressionado poderia infligir destruição maior para manter a campanha viva, testando a determinação dos ucranianos e do Ocidente, que vem se recusando a intervir diretamente no conflito”, afirmou Tursa.
Conflito nuclear à vista?
Nesta semana, o presidente norte-americano, Joe Biden, disse que Putin estava com as “costas contra a parede”, alimentando as especulações de que o presidente russo possa recorrer ao uso de armas químicas ou nucleares na Ucrânia.
No início de março, o mundo entrou em estado de alerta quando Putin colocou suas forças de dissuasão — que incluem armas nucleares — em modo de combate.
Na sequência, o que se viu foi a tomada da região onde está a maior usina nuclear da Europa depois que Chernobyl passou ao domínio russo.
“É escalar para desescalar, isto é, se os russos se sentirem ameaçados ou perdendo terreno na guerra, eles cogitam o uso de armas nucleares para que negociadores se sentem à mesa e coloquem fim ao conflito”, disse o cientista político Heni Ozi Cukier na ocasião.
Essa possibilidade virou uma realidade com a mudança da doutrina nuclear russa, que passou a permitir o uso de armas nucleares táticas no campo de batalha.
Diferente das armas estratégicas, as armas nucleares táticas são menores, de curto alcance e com um menor potencial de destruição.
Quando a guerra acaba?
Mesmo que mais de 3,5 milhões de pessoas tenham fugido da Ucrânia, o país atraiu muita atenção pela resistência às forças russas.
Bombardeios em massa, táticas de cerco e supostos ataques à infraestrutura civil não fizeram os ucranianos recuar. Mas até quando será possível resistir?
Do lado russo, sem o apoio da China — considerada chave para a paz ou para o início da Terceira Guerra Mundial — Putin conseguirá vencer?
Kurt Volker, ex-embaixador dos Estados Unidos na Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), está otimista de que a Rússia será a primeira a tropeçar na guerra, dados os desafios logísticos que enfrenta à medida que a invasão se arrasta.
“Acho que o fim é os russos se esgotarem”, disse Volker à CNBC na sexta-feira (18). “Os ucranianos estão confiantes e não acho que a Rússia será capaz de sustentar [a invasão]; a tendência é de uma retirada russa”, acrescentou.
O cientista político Heni Ozi Cukier cita uma análise de dados que mostra que desde 1946, 26% dos conflitos entre estados acabam em até um mês, 25% em até um ano e o restante dura, em média, uma década.
“A Ucrânia não pode aceitar nada menos do que a retirada total dos militares russos e não existe nenhuma saída honrosa para Putin na retirada de suas tropas, correndo o risco de sair de mãos vazias da Ucrânia”, disse Cukier.
“As coisas devem ficar mais difíceis para Putin na Rússia e ele terá que ficar ainda mais agressivo para vencer”, acrescentou.
Contando as perdas
Se ainda não há um vencedor claro na guerra entre Rússia e Ucrânia, certamente existem perdedores — e aos milhares.
O Ministério da Defesa da Ucrânia afirmou na terça-feira (22) que cerca de 15.300 soldados russos foram mortos desde que o Kremlin lançou seu ataque em 24 de fevereiro.
A Rússia, por sua vez, informou em 2 de março que 498 de suas forças armadas foram abatidas em combates, mas não forneceu uma atualização oficial desde então.
O jornal russo pró-Kremlin Komsomolskaya Pravda informou na segunda-feira (21), citando o Ministério da Defesa da Rússia, que 9.861 soldados russos morreram desde o início da guerra, mas excluiu o artigo após alegar que foi hackeado.
“Os russos estão sofrendo pesadas perdas com os combates — mais do que as perdas militares combinadas dos Estados Unidos em 20 anos no Iraque e no Afeganistão —, incluindo um alto número de líderes militares em campo”, disse Ian Bremmer, presidente do Eurasia Group, em nota na segunda-feira.
Segundo ele, em meio a tantas baixas, capturar Kiev não é uma opção realista para os militares russos no momento, enquanto, “os ucranianos ficaram mais encorajados pelas dificuldades russas em campo e pelo apoio internacional ao seu país”.
Explosão de fogos no Tatuapé: quem paga a conta? Entenda a responsabilidade de locatário, proprietário e vizinhos
Com danos a casas, comércios e patrimônio público, advogados apontam quem responde civilmente pela explosão no bairro da zona leste
RIP, penny: Por que Donald Trump acabou com a moeda de um centavo de dólar nos EUA?
Mais de 250 bilhões de moedas de um centavo continuam em circulação, mas governo decidiu extinguir a fabricação do penny
Lotofácil 3538 tem 8 ganhadores, mas apenas 2 ficam milionários; Mega-Sena adiada corre hoje valendo R$ 100 milhões
Basta acumular por um sorteio para que a Lotofácil se transforme em uma “máquina de milionários”; Mega-Sena promete o maior prêmio da noite
Do passado glorioso ao futuro incerto: a reforma milionária que promete transformar estádio de tradicional clube brasileiro
Reforma do Caindé prevê R$ 700 milhões para modernizar o estádio da Portuguesa em São Paulo, mas impasse com a Prefeitura ameaça o projeto
Onde já é possível tirar a habilitação gratuitamente? Confira quais Estados já aderiram à CNH Social
Com a CNH Social em expansão, estados avançam em editais e inscrições para oferecer a habilitação gratuita a candidatos de baixa renda
Bolão paulistano fatura Quina e 16 pessoas ficam a meio caminho do primeiro milhão; Mega-Sena pode pagar R$ 100 milhões hoje
Prêmio principal da Quina acaba de sair pela terceira vez em novembro; Lotofácil acumulou apenas pela segunda vez este mês.
A família cresceu? Veja os carros com melhor custo-benefício do mercado no segmento familiar
Conheça os melhores carros para família em 2025, com modelos que atendem desde quem busca mais espaço até aqueles que preferem luxo e alta performance
Batata frita surge como ‘vilã’ da inflação de outubro; entenda como o preço mais salgado do petisco impediu o IPCA de desacelerar ainda mais
Mesmo com o grupo de alimentos em estabilidade, o petisco que sempre está entre as favoritas dos brasileiros ficou mais cara no mês de outubro
“O Banco Central não está dando sinais sobre o futuro”, diz Galípolo diante do ânimo do mercado sobre o corte de juros
Em participação no fórum de investimentos da Bradesco Asset, o presidente do BC reafirmou que a autarquia ainda depende de dados e persegue a meta de inflação
Governo Lula repete os passos da era Dilma, diz ex-BC Alexandre Schwartsman: “gestão atual não tem condição de fazer reformas estruturais”
Para “arrumar a casa” e reduzir a taxa de juros, Schwartsman indica que o governo precisa promover reformas estruturais que ataquem a raiz do problema fiscal
Bradesco (BBDC4) realiza leilão de imóveis onde funcionavam antigas agências
Cinco propriedades para uso imediato estão disponíveis para arremate 100% online até 1º de dezembro; lance mínimo é de R$ 420 mil
Maioria dos fundos sustentáveis rendeu mais que o CDI, bolsa bate novos recordes, e mercado está de olho em falas do presidente do Banco Central
Levantamento feito a pedido do Seu Dinheiro mostra que 77% dos Fundos IS superou o CDI no ano; entenda por que essa categoria de investimento, ainda pequena em relação ao total da indústria, está crescendo no gosto de investidores e empresas
Lotofácil 3536 faz o único milionário da noite; Mega-Sena encalha e prêmio acumulado chega a R$ 100 milhões
Lotofácil continua brilhando sozinha. A loteria “menos difícil” da Caixa foi a única a pagar um prêmio milionário na noite de terça-feira (11).
ESG não é caridade: é possível investir em sustentabilidade sem abrir mão da rentabilidade
Fundos IS e que integram questões ESG superaram o CDI no acumulado do ano e ganham cada vez mais espaço na indústria — e entre investidores que buscam retorno financeiro
O carro mais econômico do mercado brasileiro é híbrido e faz 17,5 km/l na cidade
Estudo do Inmetro mostra que o Toyota Corolla híbrido lidera o ranking de eficiência no Brasil, com consumo de 17,5 km/l na cidade
Mesmo com recordes, bolsa brasileira ainda está barata, diz head da Itaú Corretora — saiba onde está o ouro na B3
O Ibovespa segue fazendo história e renovando máximas, mas, ainda assim, a bolsa se mantém abaixo da média histórica na relação entre o preço das ações das empresas e o lucro esperado, segundo Márcio Kimura
A ‘porta dourada’ para quem quer morar na Europa: por que Portugal está louco para atrair (alguns) brasileiros
Em evento promovido pela Fundação Luso-Brasileira na cidade de São Paulo, especialistas falam sobre o “golden visa” e explicam por que este pode ser um “momento único” para investir no país
“O Agente Secreto” lidera bilheteria, mas não supera “Ainda Estou Aqui” no primeiro fim de semana nos cinemas
Filme supera estreias internacionais e segue trajetória semelhante à de “Ainda Estou Aqui”, de Walter Salles
Destino apontado como uma das principais tendências de viagem para 2026 no Brasil é conhecido por seus queijos deliciosos
Destino em alta para 2026, a Serra da Canastra é um paraíso de ecoturismo com cachoeiras, fauna rica e o tradicional queijo canastra
‘FLOP30’? Ausência de líderes na COP30 vira piada nas redes sociais; criação de fundo é celebrada
28 líderes de países estiveram na Cúpula dos Chefes de Estado da COP30. O número é menos da metade do que foi registrado em 2024