A esperança é a última que morre e, ao que tudo indica, está mais viva do que nunca na guerra entre Rússia e Ucrânia. Os dois lados fizeram progressos importantes em um plano de paz provisório de 15 pontos que inclui um cessar-fogo e uma declaração de neutralidade por Kiev.
Os negociadores ucranianos e russos discutiram o acordo na íntegra pela primeira vez na segunda-feira (16).
Segundo fontes ouvidas pelo Financial Times, o pacto implicaria na renúncia por Kiev das ambições de ingressar na Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) e a promessa de não hospedar bases militares estrangeiras ou armamento em troca de proteção de aliados como Estados Unidos e Reino Unido e Turquia.
O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelenskyy, disse que as negociações estão se tornando “mais realistas”, enquanto o ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergey Lavrov, afirmou que há “alguma esperança de compromisso”, com status neutro para a Ucrânia – uma grande demanda russa – agora sobre a mesa.
O que Putin acha de tudo isso?
No mês passado, o presidente russo, Vladimir Putin, falou sobre neutralidade, juntamente com garantias de segurança para a Ucrânia sem a ampliação da Otan para colocar fim à guerra.
Nesta quarta-feira (16), o Kremlin disse que uma Ucrânia desmilitarizada com seu próprio exército nas linhas da Áustria ou da Suécia estava sendo vista como um possível compromisso.
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"Esta é uma variante que está sendo discutida e que pode realmente ser vista como um compromisso", disse o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, segundo a agência de notícias RIA.
Mas um acordo nesse sentido pode não ser tão fácil. Logo depois, a presidência ucraniana disse que rejeitava propostas de modelos de neutralidade baseados na Áustria ou na Suécia.
A posição da Ucrânia
Zelenskiy fez um discurso na noite de terça-feira (16) no qual confirmou que as reuniões entre autoridades ucranianas e russas continuam, acrescentando que “as posições nas negociações são mais realistas agora”.
No entanto, o assessor presidencial ucraniano, Mykhailo Podolyak, afirmou que há “contradições fundamentais” nas negociações destinadas a encerrar o ataque militar da Rússia, mas que “certamente há espaço para compromissos”.
Dirigindo-se aos cidadãos russos, Zelenskiy disse que a guerra terminaria em “desgraça, pobreza, isolamento de um ano e um sistema repressivo brutal”.
“Se você permanecer em seus cargos, se você não se manifestar contra a guerra, a comunidade internacional irá despojá-lo de tudo o que você ganhou ao longo dos anos. Eles estão trabalhando nisso”, disse.
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Mas nem tudo são flores na guerra
Embora os dois lados tenham dito nesta quarta-feira (16) que fizeram progresso nos termos de um acordo, autoridades ucranianas continuam céticas que o presidente russo, Vladimir Putin, está totalmente comprometido com a paz e temem que Moscou possa estar ganhando tempo para reagrupar suas forças e retomar sua ofensiva.
Além disso, a natureza das garantias ocidentais para a segurança ucraniana - e sua aceitação pela Rússia - ainda pode ser um grande obstáculo para qualquer acordo, assim como o status dos territórios ucranianos tomados pelos russos e separatistas em 2014.
O que sabemos da guerra até agora
A invasão russa da Ucrânia aconteceu no dia 24 de fevereiro. Desde então uma enxurrada de sanções dos Estados Unidos e aliados vem tentando frear as tropas de Vladimir Putin. Além disso, algumas tentativas de cessar-fogo também já foram negociadas.
Listamos abaixo os últimos acontecimentos do conflito e o que está por vir:
- A segunda maior cidade da Ucrânia, Kharkiv, foi atacada durante nesta madrugada;
- O presidente ucraniano, Volodymyr Zelenskiy, fez um discurso nacional no qual confirmou que as reuniões entre autoridades ucranianas e russas continuam;
- O Senado dos EUA aprovou por unanimidade uma resolução na noite de terça-feira (15) condenando o presidente russo, Vladimir Putin, como um criminoso de guerra;
- Zelenskiy deve discursar no Congresso dos Estados Unidos nesta quarta-feira e provavelmente fará novos apelos por uma zona de exclusão aérea e pedidos de mais ajuda militar;
- A Otan deve dizer a seus comandantes militares nesta quarta-feira que elaborem novas maneiras de deter a Rússia, incluindo mais tropas e defesas antimísseis na Europa Oriental;
- O presidente dos EUA, Joe Biden, pode anunciar mais US$ 800 milhões em assistência de segurança à Ucrânia nesta quarta-feira;
- O primeiro-ministro do Reino Unido, Boris Johnson, visita a Arábia Saudita e os Emirados Árabes Unidos nesta quarta-feira para pedir aos países do Golfo que produzam mais petróleo.