A bandeira branca entre Rússia e Ucrânia ainda deve demorar a ser hasteada. Sem avanços e com o diálogo escasso, o presidente Vladimir Putin afirmou, nesta terça-feira (16), que a guerra na Ucrânia vai se prolongar e o culpado são os EUA.
Putin acusou o país governado por Joe Biden de querer “parasitar” o mundo com interferências em outros países. As declarações fizeram parte do discurso do chefe de Estados na conferência sobre segurança internacional, em Moscou.
Os ânimos entre os dois países seguem acirrados com a expansão da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN), aliança militar liderada pelos EUA. Segundo ele, os EUA estão tentando manter seu status hegemônico no mundo, com um projeto “anti-russo”.
Um dos motivos é a aprovação, há duas semanas, do Senado americano à entrada da Finlândia e da Suécia no grupo — adesão que foi uma resposta à invasão da Rússia à Ucrânia — e que aumenta o percentual de fronteira terrestre de países da OTAN próximos ao país russo.
Por fim, Putin defendeu novamente a invasão à Ucrânia como uma operação para garantir a segurança dos russos.
Visita de Pelosi à Taiwan
As falas de Putin ainda ecoaram a visita da presidente da Câmara dos Deputados dos EUA, Nancy Pelosi, a Taiwan, no início do mês — que intensificou as tensões entre o Ocidente e a China.
Para o presidente russo, a presença da parlamentar norte-americana em Taipé foi uma “provocação cuidadosamente planejada”, que fazia parte de “uma estratégia intencional e consciente dos EUA para desestabilizar a situação na região e no mundo”.
Vale mencionar que, nesta terça-feira, o comando da Força Aérea dos EUA realizou um lançamento-teste de um míssil balístico intercontinental, sem munição. O artefato saiu da Califórnia, em direção ao Pacífico, atingindo, por fim, as Ilhas Marshall, na Oceania.
Por sua vez, os militares americanos negaram qualquer intenção de "demonstrar força” diante da movimentação chinesa em Taiwan.
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Putin vai fornecer armas para aliados
Além dos ataques diretos aos EUA, o discurso de Putin foi direcionado aos seus aliados.
Durante a conferência, o presidente russo afirmou que o país está pronto para fornecer equipamentos militares — que vão desde armas até veículos blindados e aéreos — aos aliados na América Latina, Ásia e África, além de fornecer treinamentos a combatentes estrangeiros.
*Com informações de CNBC, CNN, Estadão Conteúdo e Reuters