Alivia agora para apertar depois: corte de impostos sobre combustíveis e energia reduz estimativas de inflação para 2022, mas pressão volta em 2023
Economistas revisam suas projeções para o IPCA e alertam que fiscal e volta do PIS/Cofins podem voltar a bater na inflação no ano que vem
Com Estados anunciando redução da alíquota do ICMS sobre gasolina e energia elétrica - após o governo federal já ter zerado o PIS/Cofins sobre gasolina e etanol -, economistas passaram a rever suas projeções para a inflação.
Algumas instituições esperam, no ano, um IPCA até 1,5 ponto porcentual inferior ao projetado antes. Para 2023, porém, a expectativa é de alta das estimativas, por conta do retorno da cobrança do PIS/Cofins a partir de janeiro.
Cálculos preliminares do Santander, por exemplo, apontam que o IPCA deve ficar próximo de 8%, em 2022, e de 5,7% em 2023. Antes, o banco estimava 9,5% e 5,3%, respectivamente.
Já o Itaú Unibanco reviu seu número de 2022 de 8,7% para 7,5%. O coordenador de índice de preços da Fundação Getulio Vargas (FGV), André Braz, também reduziu sua estimativa, de 9,2% para 8,5%. Sergio Vale, economista-chefe da consultoria MB Associados, por enquanto, tem 8,7% para este ano, mas afirma achar "que poderá ser menos".
O impacto maior da redução do ICMS deve ser observado em julho, mês que pode registrar deflação. Segundo Daniel Karp, do Santander, na comparação com junho, o IPCA pode recuar até 1% no mês se todos os Estados acabarem diminuindo a alíquota do imposto.
O economista considera que cerca de 75% do corte no imposto chegará ao consumidor final. A tendência, explica ele, é que a população gaste o que economizar com combustível com outros itens.
Leia Também
"Esse corte de impostos acaba sendo um estímulo fiscal que pode sustentar a demanda, que já vinha surpreendendo positivamente." Se não houvesse esse estímulo na demanda, a redução do imposto poderia fazer a inflação chegar a 7%, afirma Karp.
Para Sergio Vale, porém, a grande surpresa na inflação deste ano deve vir mais pelo preço dos alimentos do que pelo do combustível e da energia. "As colheitas estão andando bem. Há sinais de que isso pode ajudar na inflação."
Volta de tributo e câmbio devem puxar inflação em 2023, dizem economistas
Se o corte de impostos alivia a inflação neste ano, a mudança deve significar uma alta em 2023. Quando o governo federal zerou o PIS e o Cofins sobre o etanol e a gasolina, o Itaú Unibanco já elevou sua estimativa para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) no próximo ano de 4,2% para 5,6%.
A revisão foi feita porque a cobrança dos impostos será retomada a partir de janeiro, puxando os preços para cima novamente, e também devido à sensação de que a inflação já estava mais disseminada na economia.
Para o economista-chefe da MB Associados, Sergio Vale, a inflação no próximo ano "está caminhando para ficar entre 5% e 6%". "No curto prazo, pode haver um recuo na inflação. Mas tenho dificuldade de saber se essa queda não será limitada por conta do cenário de câmbio."
A preocupação de Vale é que a diminuição na arrecadação desencadeie uma maior desconfiança do mercado em relação à capacidade de o governo pagar suas dívidas. Isso poderia fazer com que parte dos investidores deixasse o Brasil, desvalorizando o real em relação ao dólar - o que pressionaria a inflação.
Leia também
- Preço da gasolina recua com corte de impostos federais, mas continua acima dos R$ 7 na média nacional
- Vai ter cartinha: Banco Central admite o óbvio e avisa que a meta de inflação para 2022 está perdida
- Cansado dos fundos imobiliários? Fundos de renda fixa negociados em bolsa também pagam renda mensal e são ‘ainda mais’ isentos de IR
Questão fiscal
O economista afirma ainda que a situação fiscal deve permanecer controlada neste ano, dado que a arrecadação está em alta devido ao aumento dos preços das commodities.
O entrave pode vir em 2023, pois a previsão é de que a economia mundial comece a desacelerar, fazendo com que a cotação das commodities caia - reduzindo a arrecadação também.
"O mais complicado é que você está cortando algo (o ICMS) de forma permanente. Aí, no ano que vem, a alíquota será mais baixa em cima de uma arrecadação mais baixa também. Isso coloca peso na situação fiscal", diz Vale.
Para o economista Daniel Karp, do Santander, ainda é difícil calcular como a questão fiscal vai interferir na inflação, dado que o cenário internacional também pode modificar o câmbio.
Já na visão do economista André Braz, coordenador de índice de preços da Fundação Getulio Vargas (FGV), "qualquer medida que não dure para 2023 acaba impondo uma inflação mais alta no ano que vem".
Braz destaca que as incertezas globais também podem pressionar os preços em 2023, como já ocorreu neste ano. Ele lembra que, no início de 2022, os economistas estavam otimistas com a inflação e não imaginavam que ela poderia chegar perto de 10%.
A guerra na Ucrânia, porém, levou a cotação do petróleo e a inflação a outro patamar. "Isso pode se repetir no ano que vem a depender do desenrolar dessas fontes de incerteza e de como vai ficar essa questão fiscal."
As informações são do jornal "O Estado de S. Paulo".
Lei da água gratuita: as cidades e Estados onde bares e restaurantes são obrigados a oferecer água potável sem custo
Brasil vive um cenário fragmentado: leis estaduais caíram, outras sobreviveram, e um projeto nacional tenta unificar a regra
Por que o BTG espera que os lucros disparem até 17% no ano que vem — e que ações mais ganham com isso
Banco projeta lucro R$ 33,78 bilhões maior para empresas: parte dessa alta vem das empresas que vendem principalmente no mercado doméstico,pressionado com os juros altos
Penas menores para Bolsonaro e condenados pelo 8 de janeiro? Câmara dos Deputados aprova redução; confira o que acontece agora
O texto original previa anistia a todos os envolvidos nos atos de 8 de janeiro e dos acusados de tentativa de golpe de Estado, mas trecho foi retirado
Mega-Sena 2949 acumula e vai a R$ 38 milhões, enquanto Timemania salta para R$ 64 milhões; veja as loterias da Caixa
Hoje é dia de sorteios da +Milionária (R$ 11 milhões), da Quina (R$ 600 mil) e da Lotomania (R$ 1,6 milhão); amanhã entram em cena a Mega-Sena e a Timemania.
Câmara aprova regras mais rígidas contra devedor contumaz; texto vai para sanção de Lula
Quando a Fazenda identificar um possível devedor contumaz, deverá enviar notificação e conceder prazo de 30 dias para pagamento da dívida ou apresentação de defesa
O corte da Selic vem aí? Resposta do Copom estará nas entrelinhas do comunicado desta Super Quarta
Na última reunião do ano, mercado espera mudanças sutis no comunicado do comitê para consolidar apostas de cortes nos juros já em janeiro
Estes brinquedos já custam quase o mesmo que um smartphone da Samsung; veja a comparação
Modelos premium de Barbie, Lego e itens colecionáveis chegam ao varejo com preços que rivalizam com eletrônicos
Haddad crava: votação de projeto contra devedores contumazes deve acontecer nesta terça (9); ministro tenta destravar pauta fiscal
Haddad vê clima favorável na Câmara para avançar em medidas que reforçam a arrecadação e destravam o Orçamento de 2026
CNH sem autoescola aprovada: veja como será o novo processo e quanto você vai economizar
As novas regras da CNH sem autoescola, agora dentro do programa CNH do Brasil, reduzem custos, flexibilizam aulas e ampliam o acesso à habilitação
Com dividendos no radar, Prio (PRIO3) é a queridinha do BTG Pactual, mas preço-alvo cai
A atualização veio na esteira do Investor Day, quando a petroleira forneceu mais detalhes sobre o momentum operacional e as prioridades
Como vai funcionar a renovação automática da CNH para quem é bom motorista
Novas regras da CNH incluem renovação automática para bons condutores, provas mantidas, instrutores autônomos e queda de até 80% no custo da habilitação
'Não devemos ficar em berço esplêndido, temos de fazer um esforço fiscal maior', diz Alckmin
“Nós estamos num momento importante, com 5,4% de desemprego, o menor da série histórica, e com 4,4% de inflação, caindo, isso é raro”, afirmou o vice-presidente
Mega-Sena 2949 distribui R$ 20 milhões hoje, mas Timemania rouba a cena e dispara para R$ 61 milhões; veja os prêmios das loterias da Caixa
Confira os valores oferecidos pela Mega-Sena, Timemania, +Milionária, Lotofácil e demais modalidades da Caixa nos sorteios desta terça (9) e quarta-feira (10)
A nova compra do Itaú (ITUB4), que envolve cartões de Casas Bahia (BHIA3), GPA (PCAR3) e Assaí (ASAI3)
O maior banco privado do país adquiriu as participações de três varejistas na Financeira Itaú CBD; entenda a operação
O ano dos bilionários: nunca houve tantos super-ricos quanto em 2025, e eles nunca foram tão endinheirados
Os quase 3 mil bilionários do planeta concentram fortunas de US$ 15,8 trilhões; alta é decorrente do crescimento das empresas ligadas à inteligência artificial
Loterias da Caixa: Quina sorteia R$ 7,5 milhões nesta segunda; Timemania, com R$ 61 milhões, lidera premiações da semana
Com dezembro avançando e a Mega da Virada no horizonte, prêmios se acumulam e movimentam apostadores de todo o país
Super Quarta no radar: EUA e Brasil decidem juros em semana de IPCA; confira a agenda econômica dos próximos dias
O calendário também conta com publicação de dados dos Estados Unidos de meses anteriores, já que a paralisação do governo norte-americano interrompeu a divulgação de indicadores importantes
Representante dos EUA diz que compromissos comerciais da China estão ‘indo na direção certa’
O fluxo entre os dois países já caiu cerca de 25%, afirma o representante comercial dos EUAZ. “Provavelmente precisa ser menor para que não sejamos tão dependentes uns dos outros”
Mega-Sena: Ninguém acerta as seis dezenas e prêmio vai a R$ 20 milhões
Quarenta e dois apostadores acertaram a quina e vão receber, cada um, R$ 42.694,24
Renda da população deve continuar subindo no curto prazo: isso é bom ou ruim para a economia? Veja qual o impacto na inflação e nos juros
Mesmo com desaceleração da atividade econômica, renda deve continuar em alta; no entanto, isso não preocupa tanto os economistas