🔴 ESTA FERRAMENTA PODE MULTIPLICAR SEU INVESTIMENTO EM ATÉ 285% – SAIBA MAIS

NuCrashed: Ainda vale a pena deixar os bancões como o Itaú de lado para investir em fintechs como o Nubank?

Com a temporada de balanços agitada e a intensificação da crise de relações públicas do Nubank, é preciso escolher bem onde colocar o dinheiro; conheça a visão de Felipe Miranda sobre o setor financeiro

9 de maio de 2022
13:19
Cartões Nubank
Imagem: Divulgação

“O papel da WeWork é elevar a consciência mundial.”

Rebecca Neumann

Depois da surpresa negativa no resultado trimestral, os analistas querem saber como modelar o lifetime value do cliente de varejo para a frente. O management insiste em contar a história da venda da Ranger.

O mercado também quer entender os lucros do business institucional. O management rebate, argumentando que não olha a companhia assim. 

Prefere falar em off com aquele analista dedicado, para, claro, poupar o tempo dos demais presentes no call, desinteressados (será mesmo?) naquele pequeno detalhe.

Abril e os tempos de queda da bolsa

Será, então, que podemos ter uma cor do mês de abril, dado o início de ano mais poluído? A Diretoria evita o disclosure

Diz que está focada no longo prazo, evitando dados de alta frequência, essencialmente voláteis e ruidosos. Sabe como é: em tempos de queda da Bolsa, day trader vira investidor de dividendo.

O que está acontecendo com empresas que até pouco tempo atrás eram grandes queridinhas e agora enfrentam quedas de 40%, 50%, até 80% em suas ações?

Mudanças macroeconômicas e as empresas na bolsa

Há uma leitura (correta, esclareça-se) de que grande parte dessa mudança de percepção decorre de uma alteração macroeconômica e sistêmica. 

A nova configuração para taxas de juro em âmbito global e também local exige uma importante atualização dos valuations e impacta os lucros para a frente. 

Foram companhias nascidas e criadas num ambiente de financial deepening, numa espécie de farra do dinheiro barato, dos powerpoints bonitos e dos CEOs messiânicos.

Tempos fáceis criam homens (e empresas) fracos. O sucesso é sempre um mau professor, escondendo fragilidades estruturais e empurrando para debaixo do tapete desvantagens competitivas e disputas internas. 

De underdog a mainstream

Tudo isso é verdade. Contudo, essa interpretação estritamente financeira não me parece contar toda a história. 

Ofereço uma explicação adicional para a coisa — em nenhuma medida ela conflita com a anterior; ao contrário, trata-se apenas de um reforço. 

O contexto macro desafiador apenas facilita trazer à superfície as adversidades culturais.

O mercado subestima a priori o quanto é difícil fazer uma transição da posição do estereótipo do underdog, do franco atirador contra um sistema opressivo, para uma situação mais mainstream, de incumbente. 

A alternativa aos defeitos

No primeiro estágio, a empresa nascente desafia o sistema, se coloca como alternativa aos defeitos alheios. Nutre-se do arquétipo do herói que vem enfrentar os vilões estabelecidos. 

O neobank desnudo de taxas e produtos ruins cresce exponencialmente a partir de cores e narrativas reluzentes em prol do cliente. 

Ainda sem grande escala e sem muito produto para vender, o atendimento é impecável, o correntista é bem tratado. O boca a boca rola solto, o CAC é baixo e passamos a observar os benefícios da externalidade de rede. A coisa vai bem até certo momento.

Fintech ou maior banco da América Latina?

Mas então a fintech vira o maior banco da América Latina em valor de mercado. Fica difícil falar mal do sistema se você virou o próprio sistema. 

E se continua pagando imposto como fintech, começa a oferecer seguro de vida caro aos clientes, passa a não atender os correntistas com a maior eficiência e, pior, alimenta seus executivos, que por sua vez estão em Punta, em Dubai ou na Disney, com bônus multimilionários, a coisa fica um pouco mais delicada.

A natureza do underdog é essencialmente diferente da natureza do incumbente. Davi tem suas próprias características definidoras. Magro, jovem, desconhecido. Ele não pode ser Golias. 

Uma fintech e as escolhas

Pois, então, encaramos a difícil escolha de uma das situações:

1 — O desafiante original terá de se adaptar à nova natureza, o que é sempre uma questão difícil, porque as nossas almas têm seus próprios ancestrais. Mudar a si mesmo é sempre muito difícil.

2 — Caso a empresa em questão consiga se adaptar, o cliente original vai continuar fiel? Ou ele gostava mesmo das características originais, perdidas no momento em que tal natureza mudou?

Complicadores da situação

Existem complicadores. O primeiro talvez de cunho sociológico. Numa sociedade essencialmente penitente pela herança cultural católica (diferente da ética protestante em prol do trabalho e dos lucros) e muito desigual entre suas classes, o sucesso é mal visto. 

É fácil gostar do pequeno, difícil valorizar o rico e poderoso.

O segundo é que, para crescer tão rápido e entrarem no gosto do investidor, muitas dessas empresas assentaram-se sobre narrativas irreais, tornando-se escravas delas mesmas. 

Abraçaram o home office quando ninguém sabia ainda como isso ficaria. Quiseram montar um novo Cupertino e daí, de repente, cadê a Vila? Ora, mas não emitiram um CRI? 

Com o novo patamar de escala, contratam-se novas pessoas de fora, não necessariamente alinhadas à cultura original. O banqueiro renomado pode conviver em harmonia com os jovens de outra natureza?

A rentabilização do cliente

O terceiro deriva da dificuldade de manter aquele NPS tão alto e o CAC tão baixo quando você precisa virar a chave para rentabilizar o cliente — afinal, ao menos no mundo em que eu vivo, só pode haver sustentabilidade empresarial se aquela empresa gerar caixa. 

O cliente que adorava a ausência de anuidade vai continuar trazendo um coleguinha pra ser cliente quando ele analisar a fatura do cartão e o custo do seu seguro de vida?

Se há exponencialidade no boca a boca, também existem as viralizações negativas. 

O Nubank e a crise de relações públicas

Há poucas semanas, o Nubank enfrentou talvez sua maior crise de relações públicas, com o caso da remuneração de seus executivos. 

No final de semana, outro problema: viralização de uma sequência de tuítes sobre movimentação bancária de um cliente. 

De repente, virou pop falar mal daqueles que há poucos meses foram capa de revista com o título de “revolução no capitalismo”.

O retorno dos bancões?

Enquanto isso na sala da justiça, Itaú soltou um bom resultado trimestral, com lucro líquido de R$ 7,4 bilhões, ligeiramente acima do consenso — não foi um resultado espetacular e tão superior ao esperado, mas consistente, com belo desempenho do braço de seguros. 

E BTG teve seu recorde histórico de lucros e receitas, com ROE de impressionantes 21,5%, muito ajudado por resultado de tesouraria. 

Ah, sim, o mercado não paga muito por sales & trading, mas lucro é lucro; não é retórica ou narrativa. Ajuda a pagar a conta do resto e a investir ou pagar dividendo.

Entre Adam Neumann e Jamie Dimon, não parece muito difícil escolher.

Compartilhe

EXILE ON WALL STREET

A simplicidade é a maior das sofisticações na hora de investir

12 de setembro de 2022 - 18:55

Para a tristeza dos estudiosos das Finanças, num daqueles paradoxos do conhecimento, quanto mais nos aprofundamos, parece que cavamos cada vez mais no subterrâneo

EXILE ON WALL STREET

Marcas da independência: Vitreo agora é Empiricus Investimentos

5 de setembro de 2022 - 8:43

Com a mudança de nome, colhemos todos os benefícios de uma marca única, com brand equity reconhecido e benefícios diretos, imediatos e tangíveis ao investidor

EXILE ON WALL STREET

Além do yin-yang: Vale a pena deixar os fundos para investir em renda fixa?

2 de setembro de 2022 - 11:47

Investidores de varejo e institucionais migraram centenas de bilhões em ativos mais arrojados para a renda fixa, o maior volume de saída da história do mercado de fundos

EXILE ON WALL STREET

Rodolfo Amstalden: Encaro quase como um hedge

1 de setembro de 2022 - 13:27

Tenho pensado cada vez mais na importância de buscar atividades que proporcionem feedbacks rápidos e causais. Elas nos ajudam a preservar um bom grau de sanidade

EXILE ON WALL STREET

Complacência: Entenda por que é melhor investir em ativos de risco brasileiros do que em bolsa norte-americana

29 de agosto de 2022 - 11:25

Uma das facetas da complacência é a tendência a evitar conflitos e valorizar uma postura pacifista, num momento de remilitarização do mundo, o que pode ser enaltecido agora

EXILE ON WALL STREET

Rodolfo Amstalden: O elogio que nem minha mãe me fez

25 de agosto de 2022 - 12:02

Em mercados descontados que ainda carregam grandes downside risks, ganha-se e perde-se muito no intraday, mas nada acontece no dia após dia

EXILE ON WALL STREET

Degrau por degrau: Confira a estratégia de investimento dos grandes ganhadores de dinheiro da bolsa

24 de agosto de 2022 - 13:57

Embora a ganância nos atraia para a possibilidade de ganhos rápidos e fáceis, a realidade é que quem ganha dinheiro com ações o fez degrau por degrau

EXILE ON WALL STREET

Blood bath and beyond: Entenda o banho de sangue dos mercados financeiros — e as oportunidades para o Brasil

22 de agosto de 2022 - 12:25

Michael Hartnett, do Bank of America Merrill Lynch, alerta para um possível otimismo exagerado e prematuro sobre o fim da subida da taxa básica de juro nos EUA; saiba mais

EXILE ON WALL STREET

Você está disposto a assumir riscos para atingir seus sonhos e ter retornos acima da média?

19 de agosto de 2022 - 13:50

Para Howard Marks, você não pode esperar retornos acima da média se você não fizer apostas ativas. Porém, se suas apostas ativas também estiverem erradas, seus retornos serão abaixo da média

EXILE ON WALL STREET

Rodolfo Amstalden: Qual é o mundo que nos aguarda logo à frente?

18 de agosto de 2022 - 11:45

O mercado inteiro fala de inflação, e com motivos; afinal, precisamos sobreviver aos problemas de curto prazo. Confira as lições e debates trazidos por John Keynes

Fechar
Menu

Usamos cookies para guardar estatísticas de visitas, personalizar anúncios e melhorar sua experiência de navegação. Ao continuar, você concorda com nossas políticas de cookies

Continuar e fechar