É oficial: estamos em bear market — saiba como ajustar a carteira em momentos difíceis
No chamado mercado de baixa não é hora para desespero, vender tudo e comprar Tesouro Selic; existem formas de tentar incrementar os retornos
Estamos em um bear market!
Segundo a definição mais utilizada no mercado financeiro, um bear market (ou, mercado de baixa) só acontece quando os índices mais importantes atingem 20% de queda desde a última cotação máxima.
Sendo assim, tanto o Ibovespa…

… como o S&P 500…

… e também o Nasdaq …

… entraram oficialmente em um bear market.
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Mas o que fazer agora? É hora de se desesperar? Será que você deve vender todas as ações, comprar Tesouro Selic e correr para as colinas?
Longe disso, mas é preciso fazer alguns ajustes em sua carteira.
Do que você deve se livrar
Infelizmente (ou felizmente) essa não é a hora de aventuras.
Quando as taxas de juros estão muito baixas, muita gente se sente atraída por apostas arriscadas, já que os retornos prometidos em ativos mais tradicionais costumam ser bem mais baixos.
Peguemos o exemplo do índice Dow Jones Industrial (DJI), com empresas tradicionalíssimas e já bastante consolidadas. Do fundo marcado em fevereiro de 2009 até o topo em 2021, ele valorizou cerca de 400% — um crescimento composto anual de 13%.
Não é ruim, mas neste mesmo período, o índice recheado por companhias com novas tecnologias, Nasdaq, cresceu 1.000%!

Não é à toa que em tempos de bonança, IPOs, companhias de Power Point e empresas extremamente endividadas acabam se saindo muito bem — é ali onde estão os maiores retornos potenciais.
No entanto, quando os juros sobem, a situação se inverte. Desde aquele topo, quando começou-se a falar em aumento nas taxas, a Nasdaq caiu mais do que o dobro do DJI.

Eu estou usando o exemplo do mercado norte-americano porque não temos índices correspondentes no mercado brasileiro.
Mas podemos pegar alguns exemplos no Brasil para mostrar que isso vale por aqui também.
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Os seis piores desempenhos do Ibovespa no ano estão relacionados a ativos que, de certa maneira, se encaixavam em teses disruptivas (fintechs, tecnologia, e-commerce e softwares).
Os seis melhores, por outro lado, são empresas em segmentos bastante tradicionais: de geração e distribuição de energia, seguros e um frigorífico. A única exceção é a adquirente Cielo, por conta de um turnaround.

Olhando esse quadro fica claro que não é a hora de vender todas as suas ações, mesmo que as condições continuem ruins. Mas é preciso saber selecionar bem, fugir dos cases mais arriscados e dar mais ênfase para as companhias tradicionais e geradoras de caixa.
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Empresas pagadoras de dividendos se encaixam muito bem nesse perfil, e não é à toa que o índice com as maiores pagadoras de dividendos, o IDIV (linha laranja), esteja dando um banho de rentabilidade no Ibovespa (linha preta) em 2022.

Se você ainda não tem esse perfil de ações na carteira, pode começar pela Hypera (HYPE3) e pela BB Seguridade (BBSE3), que estão na lista de maiores altas de 2022 e são os dois grandes destaques da série Vacas Leiteiras, tocada por Rodolfo Amstalden, Richard Camargo e eu.
Aliás, a série também está no positivo em 2022, mesmo com todas as adversidades. Se você quiser conferir mais sobre ela, deixo aqui o convite.
Incrementando os retornos no bear market
Mas existem mais formas de tentar incrementar os retornos nestes momentos difíceis. Tem gente que aproveita as crises para comprar imóveis, ativos preciosos, obras de arte, artigos de luxo e muitos outros ativos com senso de escassez que várias vezes atuam como ótimas reservas de valor em crises.
Pensando nisso, a série Palavra do Estrategista resolveu trazer um combo contra crises bem detalhado para você, inclusive com algumas posições shorts recomendadas pelo próprio Felipe Miranda.
A ideia é proteger boa parte do seu patrimônio, enquanto aproveita algumas oportunidades de lucros caso este bear market seja bem mais longo do que esperamos.
Se quiser conferir esse combo contra a recessão, deixo aqui o convite.
Um grande abraço e até a semana que vem!
Ruy
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