🔴 Onde Investir 2º semestre está no ar – CONFIRA AS PRINCIPAIS RECOMENDAÇÕES

FIIs de tijolos voltam ao radar: veja um portfólio bem descontado

FIIs de lajes corporativas, shoppings e logística saltam mais de 8% em agosto, com altas expressivas em portfólios tradicionais; conheça um dos meus ativos favoritos

21 de agosto de 2022
7:33 - atualizado às 15:38
Vista do alto da Avenida Paulista, importante local de lajes corporativas para fundos imobiliários (FIIs)
Vista do alto da Avenida Paulista, importante local de lajes corporativas para fundos imobiliários (FIIs) - Imagem: Pixabay

O respiro da inflação – ou melhor, da deflação – em julho, aliado às perspectivas mais otimistas dos investidores globais, trouxe um bom fluxo comprador para os ativos listados em bolsa. No caso do Ibovespa, que acumulava queda em 2022, observamos um salto de dois dígitos em agosto. 

Já o Ifix, o principal índice de fundos imobiliários (FIIs), que já sustentava uma performance positiva no ano, sobe quase 4% no período. Mesmo que seja um percentual mais tímido, é importante analisar a composição do índice para uma conclusão mais adequada. 

Com a queda da inflação no curtíssimo prazo, alguns investidores têm evitado os fundos de crédito e migrado recursos para tijolos, movimento que não víamos desde dezembro do ano passado.

Enquanto a cesta de papéis está praticamente estável em agosto, FIIs de lajes corporativas, shoppings e logística saltam mais de 8%, com altas expressivas em portfólios tradicionais.

Primeiro, é importante mencionar que os fundos de crédito seguem bem vivos. Com o CDI de quase 14% ao ano, boa parte das operações continua com rendimentos bem interessantes. Além disso, existe possibilidade de o IPCA ressurgir a partir de 2023, com o encerramento de algumas medidas de contenção do governo. 

Outro ponto importante é o impacto da deflação no risco de crédito: para os devedores que possuíam dívidas indexadas a inflação, a queda temporária do índice representa um alívio. Este é um ponto bem importante para algumas estratégias, especialmente high yield (maior risco de crédito, atrelado a um maior retorno).

Leia Também

Deste modo, entendo que este não seja o momento de inversão de ciclo no universo de FIIs e espero uma recuperação dos papéis no médio prazo. Ainda assim, é impossível ignorar os tijolos...

Chegou mesmo a hora dos FIIs de tijolo?

Há algum tempo, os FIIs de tijolo apresentam descontos elevados em diversas métricas de preço. Diante do impacto operacional em alguns setores durante a pandemia, aliado à escalada das taxas de juros, esses ativos passaram a ser ignorados por players do mercado.

Gradualmente, mesmo com um cenário de estresse, conseguimos observar o avanço em alguns indicadores importantes. Os shoppings voltaram a performar bem, com número de vendas favoráveis aos lojistas e inadimplência controlada.

No caso dos galpões logísticos, a taxa de vacância nacional alcançou patamar mínimo histórico de 9,8%, de acordo com a Buildings, e os preços de aluguéis continuam em alta. 

Por fim, o ambiente das lajes corporativas tem melhorado desde o início do ano, com a volta dos funcionários aos escritórios físicos. Com isso, a ocupação do segmento registrou melhora nos últimos três trimestres em São Paulo, principal centro corporativo do país. 

Nesta última classe, ainda enxergo FIIs bem descontados, especialmente em relação ao valor patrimonial, na ordem de 20%. Somado a esse desconto, existe a oportunidade de acessar yield (retorno com proventos) real próximo de 8%, mesmo com certa defasagem de ocupação nos portfólios. 

Portanto, com a inflação arrefecendo e o mercado de escritórios registrando absorção líquida positiva, a janela segue favorável para a montagem de posição em lajes corporativas. 

Dito isso, vamos para um dos meus ativos favoritos.

Rio Bravo Renda Corporativa (RCRB11): call de retomada

Fundado em 1999, o Rio Bravo Renda Corporativa (RCRB11) é um fundo de lajes corporativas com o objetivo de auferir ganhos por meio de locações e gestão patrimonial de imóveis de natureza comercial em centros urbanos.

O portfólio do RCRB11 consiste em nove ativos localizados nas cidades de São Paulo e Rio de Janeiro, sendo que 93,6% da sua área bruta locável (ABL) está concentrada na capital paulista, conforme podemos checar na tabela e gráfico abaixo.

AtivoRegiãoClassificaçãoABL do fundoParticipação do fundoVacância física
Continental SquareSPAA7.696 m223,0%35,9%
Girassol 555SPB4.114 m234,9%0,0%
JatobáSPA1.712 m²12,0%100%
JK Financial CenterSPA10.411 m²73,0%0,0%
Parque Cultural PaulistaSPBB5.034 m²20,3%11,1%
Parque SantosSPB5.135 m²100%0,0%
Bravo! PaulistaSPA6.207 m²100%84,0%
Candelária CorporateRJBB1.297 m²8,0%100%
Internacional RioRJC1.480 m²14,0%0,0%
Fontes: Empiricus e Rio Bravo

Nota-se que 80,1% dos imóveis se encontram nas regiões da Paulista, Faria Lima e Vila Olímpia, mais tradicionais e com taxas de ocupação historicamente mais elevadas do que a média nacional, principalmente quando analisamos edifícios classificados como A+.

Por exemplo: atualmente, a taxa de vacância dos edifícios da Faria Lima é de 7,7%, enquanto a cidade de São Paulo apresenta 20,7% de áreas vagas.

Vale comentar que a maior exposição do FII se encontra na região da Paulista, que representa 38% da ABL total. Trata-se de uma área que leva vantagem por sua localização central na cidade e pela alta infraestrutura de transportes.

Partindo para as movimentações recentes do FII, foi finalizado no final do último ano o retrofit do edifício Bravo! Paulista, que se situa a uma quadra de distância da Avenida Paulista.

A gestão realizou duas novas locações no ativo, reduzindo a vacância física para 84%, com carências que devem terminar ao longo deste semestre.

O empreendimento é o campeão de visitas entre os ativos presentes no portfólio, o que traz uma sinalização positiva para um aumento no nível de ocupação nos próximos meses.

Fontes: Rio Bravo e Empiricus

Na última semana, o RCRB11 concluiu a venda do décimo andar do Bravo! pelo valor de R$ 9 milhões, equivalente a R$ 25,2 mil por metro quadrado – retorno de 40% em relação ao valor de compra em fevereiro de 2020 mais o custo do retrofit.

O ganho de capital para o fundo foi de R$ 2,6 milhões (R$ 0,72 por cota), que será distribuído de forma linear nos próximos meses.

No mais, a gestão anunciou outras duas locações no último semestre, sendo uma delas no Internacional Rio, localizado na cidade do Rio de Janeiro, zerando a vacância da sua participação no ativo. 

As locações são favoráveis ao combate da vacância do RCRB11, que saiu de 34,4% em janeiro para 26,2% atualmente. Inclusive, com os términos das carências neste semestre, devemos enxergar um aumento nas distribuições do fundo, com projeção de chegar em R$ 0,78 por cota (yield anualizado de 7,4%) – sendo que essa estimativa não considera novas locações, que provavelmente serão realizadas.

Ademais, o RCRB11 apresenta uma dívida no valor de R$ 109 milhões, que gera um loan to value (LTV) de 13,2%. O CRI conta com carência de principal até dezembro de 2023 e vencimento em 2031 – com os recursos em liquidez que o FII possui hoje, estimamos que esteja confortável durante os próximos cinco anos.

Em suma, o case reúne uma série de características interessantes para uma tese de investimento em fundos de tijolo, que proporcionam uma janela de oportunidade neste momento. Tais como:

  • Valor por metro quadrado muito descontado, na casa de R$ 13,4 mil, bem abaixo da média da região e seu respectivo custo de reposição;
  • Portfólio diferenciado em termos de localização e qualidade dos imóveis;
  • Desconto de 35% em relação ao valor patrimonial, bem acima da média do segmento;
  • Proventos em trajetória crescente;
  • Endividamento controlado. 

É claro que existem riscos envolvendo a tese, especialmente quando se trata de um FII com vacância elevada em um momento de estresse do mercado corporativo. Além disso, é importante pontuar que sua liquidez já viveu dias melhores e hoje ronda na casa de R$ 625 mil por dia. 

Considerando esses riscos em nosso modelo, estimamos um potencial de valorização na casa de 15,5% para o RCRB11, aliado a um yield real anualizado próximo de 7%, crescendo a cada semestre.

Deste modo, considero um dos melhores FIIs para composição do portfólio neste momento, capaz de capturar uma boa retomada do mercado no curto / médio prazo.

COMPARTILHAR

Whatsapp Linkedin Telegram
BALANÇO DO SEMESTRE

Nada de ouro ou renda fixa: Ibovespa foi o melhor investimento do primeiro semestre; confira os outros que completam o pódio

30 de junho de 2025 - 18:23

Os primeiros seis meses do ano foram marcados pelo retorno dos estrangeiros à bolsa brasileira — movimento que levou o Ibovespa a se valorizar 15,44% no período

MERCADOS HOJE

Bolsas nas máximas e dólar na mínima: Ibovespa consegue romper os 139 mil pontos e S&P 500 renova recorde

30 de junho de 2025 - 12:52

A esperança de que novos acordos comerciais com os EUA sejam fechados nos próximos dias ajudou a impulsionar os ganhos na última sessão do mês de junho e do semestre

EM MEIO AOS VENTOS CONTRÁRIOS

É possível investir nas ações do Banco do Brasil (BBAS3) sem correr tanto risco de perdas estrondosas, diz CIO da Empiricus

27 de junho de 2025 - 16:02

Apesar das recomendações de cautela, muitos investidores se veem tentados a investir nas ações BBAS3 — e o especialista explica uma forma de capturar o potencial de alta das ações com menos riscos

MERCADOS

Reviravolta na bolsa? S&P 500 e Nasdaq batem recorde patrocinado pela China, mas Ibovespa não pega carona; dólar cai a R$ 5,4829

27 de junho de 2025 - 12:47

O governo dos EUA indicou que fechou acordos com a China e outros países — um sinal de que a guerra comercial de Trump pode estar chegando ao fim. Por aqui, as preocupações fiscais ditaram o ritmo das negociações.

HORA DE INVESTIR?

Nubank (ROXO34) reconquista o otimismo do BTG Pactual, mas analistas alertam: não há almoço grátis

27 de junho de 2025 - 11:37

Após um período de incertezas, BTG Pactual vê sinais de recuperação no Nubank. O que isso significa para as ações do banco digital?

RECICLANDO PORTFÓLIO

FII Guardian Real Estate (GARE11) negocia venda de 10 lojas por mais de R$ 460 milhões; veja quanto os cotistas ganham se a operação sair do papel

27 de junho de 2025 - 11:32

Todos os imóveis estão ocupados atualmente e são locados por grandes varejistas: o Grupo Mateus e o Grupo Pão de Açúcar

DINÂMICA E EFICIÊNCIA

ETFs ganham força com a busca por diversificação em mercados desafiadores como a China

26 de junho de 2025 - 18:18

A avaliação foi feita por Brendan Ahern, CIO da Krane Funds Advisors, durante o Global Managers Conference 2025, promovido pelo BTG Pactual Asset Management

COLHENDO OS FRUTOS

Pátria Escritórios (HGRE11) na carteira: BTG Pactual vê ainda mais dividendos no radar do FII

26 de junho de 2025 - 18:01

Não são apenas os dividendos do fundo imobiliários que vêm chamando a atenção do banco; entenda a tese positiva

RENDA VARIÁVEL

Fim da era do “dinheiro livre”: em quais ações os grandes gestores estão colocando as fichas agora?

26 de junho de 2025 - 17:39

Com a virada da economia global e juros nas alturas, a diversificação de investimentos ganha destaque. Saiba onde os grandes investidores estão alocando recursos atualmente

GLOBAL MANAGERS CONFERENCE

Excepcionalismo da bolsa brasileira? Não é o que pensa André Esteves. Por que o Brasil entrou no radar dos gringos e o que esperar agora

26 de junho de 2025 - 16:48

Para o sócio do BTG Pactual, a chave do sucesso do mercado brasileiro está no crescente apetite dos investidores estrangeiros por mercados além dos EUA

MERCADOS HOJE

Bolsa em alta: investidor renova apetite por risco, S&P 500 beira recorde e Ibovespa acompanha

26 de junho de 2025 - 15:58

Aposta em cortes de juros, avanço das ações de tecnologia e otimismo global impulsionaram Wall Street; no Brasil, Vale, Brasília e IPCA-15 ajudaram a B3

DE OLHO NO BRASIL

Ibovespa calibrado: BlackRock lançará dois ETFs para investir em ações brasileiras de um jeito novo

26 de junho de 2025 - 13:59

Fundos EWBZ11 e CAPE11 serão listados no dia 30 de junho e fazem parte da estratégia da gestora global para conquistar mais espaço nas carteiras domésticas

NOVAS PREFERÊNCIAS

Todo mundo quer comprar Bradesco: Safra eleva recomendação para ações BBDC4 e elege novos favoritos entre os bancões

25 de junho de 2025 - 17:24

Segundo o Safra, a mudança de preferência no setor bancário reflete a busca por “jogadores” com potencial para surpreender de forma positiva

FOME DE AQUISIÇÃO

Apetite do TRXF11 não tem fim: FII compra imóvel ocupado pelo Assaí após adicionar 13 novos ativos na carteira

25 de junho de 2025 - 16:19

Segundo a gestora, o ativo está alinhado à estratégia do fundo de investir em imóveis bem localizados e que beneficia os cotistas

BANCOS NA CARTEIRA

Até os gringos estão com medo de investir no Banco do Brasil (BBAS3) agora. Quais as novas apostas dos EUA entre os bancos brasileiros?

25 de junho de 2025 - 11:50

Com o Banco do Brasil em baixa entre os investidores estrangeiros, saiba em quais ações de bancos brasileiros os investidores dos EUA estão apostando agora

GUIA DOS FUNDOS

FIIs de papel são os preferidos do Santander para estratégia de renda passiva; confira a carteira completa de recomendação

24 de junho de 2025 - 18:57

Fundos listados pelo banco tem estimativas de rendimento com dividendos de até 14,7% em 12 meses

FECHAMENTO DOS MERCADOS

Mesmo com petroleiras ‘feridas’, Ibovespa sobe ao lado das bolsas globais; dólar avança a R$ 5,5189

24 de junho de 2025 - 17:51

Cessar-fogo entre Israel e Irã fez com que os preços da commodity recuassem 6% nesta terça-feira (24), arrastando as empresas do setor para o vermelho

JOGADA TÁTICA

Não é hora de comprar Minerva (BEEF3): BTG corta preço-alvo das ações, mas revela uma oportunidade ainda mais suculenta

24 de junho de 2025 - 17:25

Os analistas mantiveram recomendação neutra para as ações BEEF3, mas apontaram uma oportunidade intrigante que pode mexer com o jogo da Minerva

TURISMO NA LIDERANÇA

CVC (CVCB3) decola na B3: dólar ajuda, mas otimismo do mercado leva ação ao topo do Ibovespa

24 de junho de 2025 - 15:33

A recuperação do apetite ao risco, o fim das altas da Selic e os sinais de trégua no Oriente Médio renovam o fôlego das ações ligadas ao consumo

ROADSHOW NOS EUA

É hora do Brasil: investidores estrangeiros estão interessados em ações brasileiras — e estes 4 nomes entraram no radar

24 de junho de 2025 - 13:41

Vale ficou para trás nos debates, mas uma outra empresa que tem brilhado na bolsa brasileira mereceu uma menção honrosa

Menu

Usamos cookies para guardar estatísticas de visitas, personalizar anúncios e melhorar sua experiência de navegação. Ao continuar, você concorda com nossas políticas de cookies

Fechar