Um aparente recuo do presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, em relação à associação do país à Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) fez as bolsas de valores europeias amanhecerem hoje em alta acelerada.
O índice londrino FTSE-100 subia 1,7% por volta das 6h15. No mesmo horário, as bolsas de Paris e Frankfurt avançavam entre 3,5% e 4%. No outro lado do Atlântico Norte, os índices futuros sinalizavam abertura em alta em Wall Street.
O que disse Zelensky
A alta é fomentada por um comentário de Zelensky durante entrevista à emissora norte-americana de televisão ABC News. Ele disse ter se “acalmado” em relação à possibilidade de adesão ucraniana à Otan.
Deixando de lado o tom desafiador das últimas semanas, Zelensky também declarou-se aberto ao diálogo em relação ao futuro das repúblicas autônomas de Donetsk e Lugansk, recentemente reconhecidas como independentes pela Rússia.
O recuo de Zelensky coincide com as exigências feitas por Moscou a Kiev para levar adiante negociações que eventualmente ponham fim à guerra.
Petróleo e metais também sobem
Ainda que os mercados financeiros demonstrem uma boa recuperação hoje, a cautela de parte dos investidores mostra-se presente na alta dos preços do petróleo e dos metais preciosos.
O Brent subia mais de 1% na manhã de hoje, flertando com a marca de US$ 130 por barril. Já o ouro apresentava alta de 0,3%, oscilando em torno da faixa de US$ 2.050 por onça-troy.
Bitcoin e ethereum disparam
Também chama a atenção a forte alta das criptomoedas na manhã de hoje. O bitcoin (BTC) sobe mais de 8%, mas encontrava resistência no patamar de US$ 42 mil. O ethereum (ETH) avançava mais de 7%, cotado na faixa de US$ 2.750.
A disparada das criptomoedas é atribuída a uma declaração da secretária de Tesouro dos EUA, Janet Yellen, sobre a ordem executiva do presidente Joe Biden sobre os ativos digitais.
O Departamento do Tesouro teria publicado acidentalmente a nota de Yellen. O documento foi rapidamente retirado do ar, mas quem afirma ter lido disse que o tom era de apoio às criptomoedas.
Paulo Guedes contra os combustíveis
Enquanto o Congresso Nacional debate propostas para conter a alta dos combustíveis, o Ministro da Economia, Paulo Guedes, descartou o congelamento de preços.
O reajuste de preços da Petrobras (PETR4) está defasado em relação ao preço do petróleo, que permanece na faixa dos US$ 120 o barril. Assim sendo, no momento em que a estatal acompanhar as cotações internacionais, o consumidor pode encontrar gasolina a mais de R$ 7,00 o litro.
Para evitar essa situação em um ano eleitoral, governo e Congresso articulam pautas para frear o preço dos combustíveis. Na última terça-feira (08), o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, teve uma reunião com os ministros da Economia e da Casa Civil, Ciro Nogueira, para debater a situação.
E hoje ainda tem mais agito para bolsa
Ainda hoje devem ser debatidos dois projetos relacionados aos combustíveis. O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), marcou uma reunião com o ministro da Economia, Paulo Guedes, e o relator do pacote de combustíveis na Casa, Jean Paul Prates (PT-RN), hoje e deve tentar convencer o governo a não mexer no preço da gasolina.
Agenda do dia
- IBGE: Pesquisa industrial mensal de janeiro (9h)
- Cade: Reunião para debater o embargo apresentado contra a decisão que aprovou a compra da Oi pela Claro, TIM e Vivo (10h)
- Estados Unidos: Relatório Jolts de emprego de janeiro (12h)
- Congresso Nacional: Plenário do Senado coloca em pauta dois projetos que tratam de combustíveis (16h)
Balanços do dia
Após o fechamento:
- CSN
- CSN Mineração
- Natura
- Via
- Vivendi (França)