O S&P 500 acusou o golpe dado por uma inflação mais elevada do que o esperado e, junto com o Dow Jones e o Nasdaq, terminou esta quarta-feira (11) em queda.
O índice de preços ao consumidor norte-americano (CPI, na sigla em inglês) de abril deu um salto de 8,3% — acima do aumento de 8,1% esperado pelos economistas consultados pela agência Dow Jones.
Com esse desempenho, o índice de preços permaneceu próximo ao ritmo de alta em 40 anos de 8,5% visto em março.
O núcleo do CPI, que não inclui preços de alimentos e energia, avançou 6,2% ante projeção de alta de 6,0%. Em uma base mensal, o CPI subiu 0,3% e o núcleo, 0,6%.
Segundo analistas, o indicador de abril sinalizou que a inflação pode estar no pico nos EUA, mas as pressões sobre os preços provavelmente persistirão.
Diante desse cenário, os especialistas viram os dados como um sinal de que o Federal Reserve (Fed) está atrasado na contenção da inflação, o que pode pressionar o banco central norte-americano a agir de forma mais agressiva no aperto da política monetária.
Confira a variação e a pontuação dos principais índices de ações dos EUA no fechamento:
- Dow Jones: -1,01%, 31.834,37 pontos
- S&P 500: -1,64%, 3.935,25 pontos
- Nasdaq: -3,18%, 11.364,24 pontos
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Techs sofrem junto com o S&P 500
O S&P 500, o Dow Jones e o Nasdaq não panharam sozinhos do dado de inflação. As ações das gigantes da tecnologia também sofreram na sessão de hoje.
Os papéis da Apple chegaram a cair mais de 4%, um movimento que viu a gigante do setor abrir mão de sua coroa como a empresa mais valiosa para a Saudi Aramco.
Não à toa a gigante saudita do petróleo assumiu esse posto. As ações do setor de energia subiram, ajudando a limitar parte do impulso negativo no mercado mais amplo, sustentado por ganhos da Occidental Petroleum e pelo salto dos preços do petróleo devido a novos temores de oferta.
A Ucrânia suspendeu os fluxos de gás para a Europa através de um importante ponto de trânsito, localizado na região de Donbass, culpando a interferência russa.
As ações da Occidental Petroleum chegaram a avançar mais de 2% em Nova York depois de reportar resultados trimestrais melhores do que o esperado, com o aumento dos preços da energia impulsionando o crescimento.
E as bolsas na Europa?
Na contramão do S&P 500 e dos demais índices norte-americanos, as bolsas europeias fecharam em alta nesta quarta-feira (11), com investidores descartando dados de inflação mais quentes do que o esperado dos EUA.
O índice pan-europeu Stoxx 600 fechou em alta de 1,6%, com p setor de automóveis saltando 3,6% para liderar os ganhos. O segmento de saúde foi a exceção do dia, com uma queda de 1,2%.
- Londres: +1,44%
- Paris: +2,50%
- Frankfurt: +2,17%
Os ganhos na Europa vêm após alguns pregões agitados na região. As bolsas europeias subiram na terça-feira (10), com os mercados globais se recuperando de uma ampla liquidação nos últimos dias, motivada principalmente por preocupações com a inflação e o aumento das taxas de juros — e o potencial de uma recessão global.