Esquenta dos mercados: Ainda de mau humor, bolsas internacionais abrem em queda; Ibovespa aguarda payroll e falas de dirigentes do Fed
Com a agenda econômica esvaziada por aqui, investidores acompanham divulgação do relatório de emprego dos Estados Unidos e discurso de cinco dirigentes do banco central norte-americano
Apesar de ser sexta-feira, os investidores não parecem ter motivos para “sextar”. A espera por dados importantes nos Estados Unidos e os efeitos da Super Quarta afetam o otimismo do mercado, que opera majoritariamente em queda nesta manhã.
Sem muitos indicadores relevantes no cenário doméstico, apenas com a publicação do Índice Geral de Preços - Disponibilidade Interna (IGP-DI) de abril pela FGV, cabe ao mercado aguardar a divulgação do relatório de emprego (o chamado payroll) dos Estados Unidos de abril.
Os holofotes ainda recaem sobre os dirigentes do Federal Reserve (Fed, o banco central dos EUA). Cinco membros do BC norte-americano devem discursar hoje, com destaque para o presidente do Fed de Saint Louis, James Bullard, o assumidamente mais “hawkish” dos membros atuais da autoridade monetária.
As quedas após uma Super Quarta
Ela pode até ter sido considerada “Super”, mas depois de reavaliar o discurso do Fed na última quarta-feira, os mercados internacional e doméstico foram tomados por um verdadeiro banho de sangue.
A princípio, a sinalização de Jerome Powell, presidente do Federal Reserve, de que não deve elevar a taxa de juro em ritmo mais acelerado aliviou os ânimos dos investidores.
Porém, depois de uma festa em Wall Street, os analistas pararam para fazer as contas e perceberam que, se o banco central norte-americano está comprometido a atingir a meta de inflação em 2% ao ano, será necessário colocar o pé no acelerador.
Leia Também
Ibovespa retoma ganhos com Petrobras (PETR4) e sobe 2% na semana; dólar cai a R$ 5,2973
Agora, a situação é de medo: o temor que o Fed esteja apenas no começo de um ciclo de aperto monetário agressivo e de que as próximas altas de juros nos Estados Unidos venham a comprometer o desempenho da maior economia do mundo.
No último pregão, o Nasdaq tombou 4,99%, o S&P 500 caiu 3,55% e o Dow Jones registrou queda de 3,11%. O fantasma dos mercados financeiros ainda chegou à bolsa de valores brasileira ontem, e o Ibovespa fechou o dia em baixa de 2,80%, aos 105.304 pontos.
Por outro lado, o dólar à vista disparou em escala global, com alta de 2,30% frente ao real, a R$ 5,0165.
Petrobras é destaque
A divulgação do balanço da Petrobras (PETR4) movimentou a última noite. A estatal encerrou o primeiro trimestre de 2022 com lucro de R$ 42,18 bilhões, o que representa um avanço de 3.718% em relação ao mesmo período do ano passado e de 41,4% frente ao registrado no trimestre anterior.
A receita de vendas teve alta de 64,4% no trimestre em análise, para R$ 141,64 bilhões na comparação anual e de 5,6% contra os últimos três meses de 2021.
O Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) subiu 58,8% na base anual e 23,5% no comparativo trimestral, para R$ 77,71 bilhões.
Além do resultado forte, a estatal anunciou o pagamento de dividendos aos acionistas. A companhia aprovou a distribuição de R$ 48,5 bilhões em proventos, correspondente a R$ 3,71 por ação preferencial e ordinária da petroleira.
- SIGA A GENTE NO INSTAGRAM: análises de mercado, insights de investimentos e notícias exclusivas sobre finanças
Bolsas pelo mundo
Depois de um pregão derradeiro em Wall Street em reação à política monetária do Fed, as bolsas asiáticas foram contagiadas pelo mau humor e fecharam predominantemente em baixa nesta sexta-feira.
Os temores dos investidores sobre a postura do banco central norte-americano também alcançaram os mercados europeus, que abriram em queda nesta manhã. A Alemanha divulgou na madrugada de hoje os dados de produção industrial de março, que recuaram 3,9% em março em relação aos números de fevereiro.
E falando da terra do Tio Sam, a situação em Wall Street hoje cedo indica um dia de renovação de perdas, com os futuros das bolsas de Nova York em baixa, ainda digerindo as decisões do Federal Reserve e à espera do payroll e das falas dos dirigentes do BC dos EUA.
Na contramão das bolsas internacionais, os contratos futuros do petróleo operam em leve alta nesta sexta, novamente em reação à decisão da União Europeia de bloquear as compras do óleo russo. Trata-se da terceira sessão seguida em que a commodity se valoriza.
Agenda do dia
- Alemanha: Produção industrial de março (03h)
- FGV: IGP-DI de abril (08h)
- Reino Unido: Economista-chefe do Banco Central da Inglaterra (BoE) fala no Relatório de Política Monetária (08h15)
- Estados Unidos: Payroll de abril (09h30)
- Estados Unidos: Taxa de desemprego de abril (09h30)
- Estados Unidos: Presidente do Fed de NY participa de evento (10h15)
- Estados Unidos: Presidente do Fed de Minneapolis participa de evento (12h)
- Estados Unidos: Presidente do Fed de Atlanta participa de evento (16h20)
- Estados Unidos: Presidente do Fed de Saint Louis, James Bullard, participa de conferência (20h15)
- Estados Unidos: Presidente do Fed de São Francisco participa de evento (21h)
Balanços do dia
O calendário de balanços do dia vem mais esvaziado nesta sexta-feira. Após o fechamento, teremos:
- Porto Seguro (PSSA3)
- Sabesp (SBSP3)
A Log (LOGG3) se empolgou demais? Possível corte de payout de dividendos acende alerta, mas analistas não são tão pessimistas
Abrir mão de dividendos hoje para acelerar projetos amanhã faz sentido ou pode custar caro à desenvolvedora de galpões logísticos?
A bolha da IA pode estourar onde ninguém está olhando, alerta Daniel Goldberg: o verdadeiro perigo não está nas ações
Em participação no Fórum de Investimentos da Bradesco Asset, o CIO da Lumina chamou atenção para segmento que está muito exposto aos riscos da IA… mas parece que ninguém está percebendo
A bolsa ainda está barata depois da disparada de 30%? Pesquisa revela o que pensam os “tubarões” do mercado
Empiricus ouviu 29 gestoras de fundos de ações sobre as perspectivas para a bolsa e uma possível bolha em inteligência artificial
De longe, a maior queda do Ibovespa: o que foi tão terrível no balanço da Hapvida (HAPV3) para ações desabarem mais de 40%?
Os papéis HAPV3 acabaram fechando o dia com queda de 42,21%, cotados a R$ 18,89 — a menor cotação e o menor valor de mercado (R$ 9,5 bilhões) desde a entrada da companhia na B3, em 2018
A tormenta do Banco do Brasil (BBAS3): ações caem com balanço fraco, e analistas ainda não veem calmaria no horizonte
O lucro do BB despencou no 3T25 e a rentabilidade caiu ao pior nível em décadas; analistas revelam quando o banco pode começar a sair da tempestade
Seca dos IPOs na bolsa vai continuar mesmo com Regime Fácil da B3; veja riscos e vantagens do novo regulamento
Com Regime Fácil, companhias de menor porte poderão acessar a bolsa, por meio de IPOs ou emissão dívida
Na onda do Minha Casa Minha Vida, Direcional (DIRR3) tem lucro 25% maior no 3T25; confira os destaques
A rentabilidade (ROE) anualizada chegou a 35% no entre julho e setembro, mais um recorde para o indicador, de acordo com a incorporadora
O possível ‘adeus’ do Patria à Smart Fit (SMFT3) anima o JP Morgan: “boa oportunidade de compra”
Conforme publicado com exclusividade pelo Seu Dinheiro na manhã desta quarta-feira (12), o Patria está se preparando para se desfazer da posição na rede de academias, e o banco norte-americano não se surpreende, enxergando uma janela para comprar os papéis
Forte queda no Ibovespa: Cosan (CSAN3) desaba na bolsa depois de companhia captar R$ 1,4 bi para reforçar caixa
A capitalização visa fortalecer a estrutura de capital e melhorar liquidez, mas diluição acionária preocupa investidores
Fundo Verde diminui exposição a ações de risco no Brasil, apesar de recordes na bolsa de valores; é sinal de atenção?
Fundo Verde reduz exposição a ações brasileiras, apesar de recordes na bolsa, e adota cautela diante de incertezas globais e volatilidade em ativos de risco
Exclusivo: Pátria prepara saída da Smart Fit (SMFT3); leilão pode movimentar R$ 2 bilhões, dizem fontes
Venda pode pressionar ações após alta de 53% no ano; Pátria foi investidor histórico e deve zerar participação na rede de academias.
Ibovespa atinge marca histórica ao superar 158 mil pontos após ata do Copom e IPCA; dólar recua a R$ 5,26 na mínima
Em Wall Street, as bolsas andaram de lado com o S&P 500 e o Nasdaq pressionados pela queda das big techs que, na sessão anterior, registraram fortes ganhos
Ação da Isa Energia (ISAE4) está cara, e dividendos não saltam aos olhos, mas endividamento não preocupa, dizem analistas
Mercado reconhece os fundamentos sólidos da empresa, mas resiste em pagar caro por uma ação que entrega mais prudência do que empolgação; veja as projeções
Esfarelando na bolsa: por que a M.Dias Branco (MDIA3) cai mais de 10% depois do lucro 73% maior no 3T25?
O lucro de R$ 216 milhões entre julho e setembro não foi capaz de ofuscar outra linha do balanço, que é para onde os investidores estão olhando: a da rentabilidade
Não há mais saída para a Oi (OIBR3): em “estado falimentar irreversível”, ações desabam 35% na bolsa
Segundo a 7ª Vara Empresarial do Rio de Janeiro, a Oi está em “estado falimentar” e não possui mais condições de cumprir o plano de recuperação ou honrar compromissos com credores e fornecedores
Ibovespa bate mais um recorde: bolsa ultrapassa os 155 mil pontos com fim do shutdown dos EUA no radar; dólar cai a R$ 5,3073
O mercado local também deu uma mãozinha ao principal índice da B3, que ganhou fôlego com a temporada de balanços
Adeus ELET3 e ELET5: veja o que acontece com as ações da Axia Energia, antiga Eletrobras, na bolsa a partir de hoje
Troca de tickers nas bolsas de valores de São Paulo e Nova York coincide com mudança de nome e imagem, feita após 60 anos de empresa
A carteira de ações vencedora seja quem for o novo presidente do Brasil, segundo Felipe Miranda
O estrategista-chefe da Empiricus e sócio do BTG Pactual diz quais papéis conseguem suportar bem os efeitos colaterais que toda votação provoca na bolsa
Ibovespa desafia a gravidade e tem a melhor performance desde o início do Plano Real. O que esperar agora?
Em Wall Street, as bolsas de Nova York seguiram voando às cegas com relação à divulgação de indicadores econômicos por conta do maior shutdown da história dos EUA, enquanto os valuations esticados de empresas ligadas à IA seguiram como fonte de atenção
Dólar em R$ 5,30 é uma realidade que veio para ficar? Os 3 motivos para a moeda americana não subir tão cedo
A tendência de corte de juros nos EUA não é o único fato que ajuda o dólar a perder força com relação ao real; o UBS WM diz o que pode acontecer com o câmbio na reta final de 2025
