Esquenta dos mercados: Bolsas internacionais aguardam decisões de juros da Super Quarta; Ibovespa acompanha eleições mais um dia
A decisão dos Bancos Centrais do Brasil e dos Estados Unidos são os dois grandes eventos do dia e você confere o que esperar deles aqui
Mais uma Super Quarta chegou para as bolsas. E, antes de prosseguir, nunca é demais lembrar: a Super Quarta dos bancos centrais é aquele diazinho de meio de semana que, não raro, delimita a fronteira entre o céu e o inferno nos mercados financeiros.
Os negócios costumam seguir modorrentos até as 15h, quando o Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) divulga sua decisão de política monetária. A reação nos índices mundo afora tende a ser imediata.
Logo em seguida, tão ou mais importante quanto a decisão em si, o presidente do Fed, Jerome Powell, concede entrevista coletiva. E é aí que o bicho pega.
Powell tem um singular poder sobre o destino das bolsas. O esclarecimento de algum mal entendido tem o potencial de pacificar o mercado; mas aquela palavrinha fora de lugar também pode fazer a maionese desandar — a partir daí, o mercado financeiro é tomado pelo “deus nos acuda”.
Quem garante mais importância ainda para a Super Quarta é outro BC, mais próximo dos brasileiros. Pouco depois do fechamento do Ibovespa é a vez de o Comitê de Política Monetária (Copom) do nosso Banco Central divulgar sua decisão de juro.
De qualquer modo, o índice local tem se descolado do exterior e reagido ao noticiário doméstico com a proximidade das eleições de outubro a menos de 11 dias.
Leia Também
No pregão da última terça-feira (20), o Ibovespa deixou a cautela com a Super Quarta de lado e subiu 0,62%, aos 112.516 pontos. O dólar à vista recuou 0,25%, a R$ 5,1704
Confira o que movimenta as bolsas, o dólar e o Ibovespa no pregão de hoje:
Um giro pelas bolsas no exterior
Depois de uma sequência de pregões de perdas no exterior, o movimento de busca por barganhas é o que impulsiona os índices internacionais hoje.
Na Europa, as bolsas sobem com mais cautela, devido aos recentes desdobramentos da guerra na Ucrânia (leia mais abaixo). Já os futuros de Nova York tentam ignorar a cautela pré-Fed e sobem com pouco mais de vigor.
O fechamento na Ásia e Pacífico, porém, foi em tom mais negativo. Os investidores adotaram uma posição mais defensiva antes da decisão de juros do maior Banco Central do mundo.
Commodities que mexem com as bolsas
O duplo sinal das principais matérias primas do planeta também não deve dar pistas para a abertura do Ibovespa.
Enquanto o barril do petróleo Brent, utilizado como referência internacional, avança 2,35%, cotado a US$ 92,75, o minério de ferro negociado no porto de Dalian, na China, recua 0,25%, a US$ 98,00 por tonelada.
E ainda vem mais por aí…
Seria justo dizer que não deveríamos estar falando em Super Quarta, mas em Super Semana dos bancos centrais.
Afinal, não são apenas o Fed e o Copom que se reúnem por esses dias. Ontem, o banco central da China manteve sua política monetária inalterada.
Amanhã será dia de conhecermos as decisões do BoE e do BoJ, siglas pelas quais são conhecidos respectivamente os bancos centrais da Inglaterra e do Japão.
Isso sem falar em tantas outras autoridades monetárias que, talvez sem um impacto direto imediato, tomam suas decisões de juro esta semana e ajudam a compor o quebra-cabeças de um aperto monetário em escala global que vem abalando o desempenho dos ativos de risco.
Guerra na Ucrânia em nova fase
E as novas notícias da guerra não trazem boas perspectivas para o futuro.
O presidente da Rússia, Vladimir Putin, convocou cerca de 300 mil reservistas para a campanha militar do país na Ucrânia.
A mobilização dos reservistas ocorre em um momento crítico do conflito no Leste Europeu.
Os eleitores de regiões ucranianas — onde a população identifica-se culturalmente com a Rússia — preparam-se para votar nos próximos dias em referendos para decidir se essas áreas devem ou não ser assimiladas por Moscou, desvinculando-se de Kiev.
O fato é que a Super Quarta de outubro ganha a companhia do conflito russo-ucraniano em um cenário que estimula a cautela entre os investidores.
Em outras palavras, os impactos de um alongamento da guerra na Ucrânia — como disparada do petróleo, corte do fornecimento de gás na Europa, etc — devem ser levados em conta nas próximas decisões dos BCs do planeta.
O que esperar do Fed
O consenso entre os analistas é de que o Fed eleve pela terceira reunião seguida sua taxa básica de juro em 75 pontos-base.
Embora a inflação nos EUA esteja mostrando sinais de desaceleração, o Fed não parece disposto a dar chance ao azar.
Entretanto, o problema, segundo analistas, é o Fed errar a dose do remédio e matar o paciente, eventualmente levando a economia norte-americana a uma recessão de fato — afinal, o país já se encontra na chamada “recessão técnica”, quando a atividade econômica cai por dois trimestres seguidos.
Ibovespa: um ponto fora da curva
Um dos motivos para o Ibovespa ter de descolado do exterior é a sinalização ao centro feita pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), líder nas pesquisas de intenção de voto a menos de duas semanas das eleições.
Mas as eleições têm exercido apenas efeito marginal no índice — a excessão de quando o ex-ministro da fazenda e ex-presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, balançou o Ibovespa com a declaração de apoio a Lula.
O ex-presidente Lula tem motivos de sobra para comemorar as últimas pesquisas.
Depois de um período de estagnação, as mais recentes rodadas do Datafolha, da BTG/FSB, do Ipec e agora da Genial/Quaest mostram que a campanha do petista ao Palácio do Planalto ganhou um fôlego nos últimos dias.
Eleições em números
Parte do movimento é atribuída a uma campanha entre apoiadores de Lula, especialmente junto a eleitores de Ciro Gomes (PDT), pelo voto útil contra o presidente Jair Bolsonaro (PL).
Divulgada na madrugada de hoje, a nova rodada da Genial/Quaest traz Lula com 44% das intenções de voto em primeiro turno, de 42% na rodada anterior. Bolsonaro manteve os 34% de uma semana antes.
Eles são seguidos por Ciro, que tem 6%, Simone Tebet (MDB), com 4%, e Soraya Thronicke (União Brasil), com 1%. Os demais candidatos não pontuaram.
Considerando-se que a margem de erro é de dois pontos porcentuais e que Lula tem apenas um ponto a menos do que a soma da intenção de voto em todos os seus adversários, o ex-presidente volta a vislumbrar com a possibilidade de vitória em primeiro turno.
O que esperar do Copom
Os investidores enxergam a possibilidade de o Copom encerrar hoje o longo e agressivo ciclo de aperto monetário iniciado em março do ano passado. Em menos de um ano e meio, a taxa Selic foi de 2,00% a 13,75% ao ano.
Na semana passada, o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, deixou uma frestinha aberta na janela e parte do mercado entendeu a disposição da autoridade monetária para o combate à inflação como um indício de que a Selic poderia ir a 14,00% ao ano hoje antes de começar a recuar.
De qualquer modo, o consenso entre os analistas é de que o aperto monetário acabou. Se isso se confirmar, a questão passará a ser até quando a Selic vai precisar ficar num nível tão elevado sem colocar em risco a atividade econômica.
No campo das empresas do Ibovespa
A cereja do bolo do dia agitado para o mercado financeiro local vai para a oferta do Iguatemi (IGTI11) para financiar a compra de uma fatia adicional no shopping JK Iguatemi, que já fazia parte do portfólio da empresa.
O montante de R$ 720 milhões será feito por meio do follow-on das ações do Iguatemi, mas os analistas enxergam essa operação com certa preocupação — traduzindo em termos técnicos, os papéis IGTI11 podem ser penalizadas no pregão de hoje.
Agenda do dia: bolsa hoje
- Banco Central: Fluxo cambial semanal (14h30)
- Ministério da Fazenda: Ministro da Economia, Paulo Guedes, participa da abertura do 30º Congresso & ExpoFenabrave, em São Paulo (11h)
- Estados Unidos: Anúncio da decisão de política monetária (15h)
- Estados Unidos: Coletiva do presidente do Fed, Jerome Powell, após anúncio da decisão de política monetária (15h30)
- Banco Central: Anúncio da decisão do Copom sobre juros (18h30)
Ações da Gerdau (GGBR4) e de sua controladora (GOAU4) saltam até 13% e lideram altas do Ibovespa na semana; Alpargatas (ALPA4) cai 9,5% após balanço
O balanço mais forte que o esperado da Gerdau provocou uma forte alta nos papéis, enquanto a Alpargatas recuou mesmo após reportar resultados positivos no trimestre
Investidor que fez R$ 250 mil em 2 dias revela método que possibilita renda extra diária na bolsa de valores
R$ 250 mil em 2 dias. Foi isso que o carioca Ricardo Brasil ganhou com ações da Hapvida (HAPV3) em 2018. Esse desempenho, de fato, não é para qualquer um. No entanto, esse resultado não é nem a ponta do iceberg da carreira bem-sucedida do investidor. Com uma experiência de mais de 20 anos de mercado financeiro, Ricardo Brasil […]
Selic sobe para 11,25% ao ano e analista aponta 8 ações para buscar lucros de até 87,5% ‘sem bancar o herói’
Analista aponta ações de qualidade, com resultados robustos e baixo nível de endividamento que ainda podem surpreender investidores com valorizações de até 87,5% mais dividendos
Você quer 0 a 0 ou 1 a 1? Ibovespa repercute balanço da Petrobras enquanto investidores aguardam anúncio sobre cortes
Depois de cair 0,51% ontem, o Ibovespa voltou ao zero a zero em novembro; índice segue patinando em torno dos 130 mil pontos
Ações em queda não deveriam preocupar tanto, especialmente se pagam bons dividendos
Em dias de fúria no mercado, o primeiro pensamento para a maioria dos investidores é que as ações podem cair ainda mais e sair vendendo tudo — uma maneira de tentar evitar esse comportamento é olhar para as quedas sob a ótica dos dividendos
Ibovespa segue com a roda presa no fiscal e cai 0,51%, dólar fecha estável a R$ 5,6753; Wall Street comemora pelo 2° dia
Por lá, o presidente do BC dos EUA alimenta incertezas sobre a continuidade do ciclo de corte de juros em dezembro. Por aqui, as notícias de um pacote de corte de gastos mais modesto desanima os investidores.
Com Trump pedindo passagem, Fed reduz calibre do corte de juros para 0,25 pp — e Powell responde o que fará sob novo governo
A decisão acontece logo depois que o republicano, crítico ferrenho do banco central norte-americano, conseguiu uma vitória acachapante nas eleições norte-americanas — e na esteira de dados distorcidos do mercado de trabalho por furacões e greves
Alívios e aflições: o que a vitória de Trump pode significar para 5 setores da economia brasileira
A eleição de Donald Trump nos Estados Unidos provoca expectativas variadas para diferentes setores da economia brasileira; veja como eles podem nos afetar
Jogando nas onze: Depois da vitória de Trump, Ibovespa reage a Copom, Fed e balanços, com destaque para a Petrobras
Investidores estão de olho não apenas no resultado trimestral da Petrobras, mas também em informações sobre os dividendos da empresa
Qual empresa brasileira ganha com a vitória de Trump? Gerdau (GGBR4) é aposta de bancão e sobe mais de 7% hoje
Também contribui para o bom desempenho da Gerdau a aprovação para distribuição de R$ 619,4 milhões em dividendos aos acionistas
O Ibovespa não gosta de Trump? Por que a vitória do republicano desceu amarga para a bolsa brasileira enquanto Nova York bateu sequência de recordes
Em Wall Street, as ações da Tesla — cujo dono, Elon Musk, é um grande apoiador de Trump — deram um salto de 15%; outros ativos também tiram vantagem da vitória do republicano. Por aqui, o Ibovespa não celebra o resultado das eleições nos EUA e afunda
Como lucrar com o Trump Trade: 4 investimentos que ganham com a volta do republicano à Casa Branca — e o dilema do dólar
De modo geral, os investidores se preparam para um mundo com dólar forte com Trump, além de mais inflação e juros
Mais rápido do que se imaginava: Trump assegura vitória no Colégio Eleitoral e vai voltar à Casa Branca; Copom se prepara para subir os juros
Das bolsas ao bitcoin, ativos de risco sobem com confirmação da vitória de Trump nos EUA, que coloca pressão sobre o dólar e os juros
Por que a Telefônica (VIVT3) quer devolver R$ 2 bilhões aos acionistas — e quando a dona da Vivo planeja fazer o depósito bilionário
Segundo o fato relevante enviado pela companhia ao mercado hoje, a operação visa aprimorar a estrutura de capital da dona da marca Vivo
Ibovespa vai ter rali de fim de ano? ‘Com certeza’, responde analista – principal gatilho pode ser acionado pelo governo Lula ainda nesta semana
Acreditar no rali de fim de ano da bolsa brasileira ficou mais difícil nos últimos meses. Devido às incertezas em torno da nossa política fiscal – que é a principal “vilã” dos ativos de renda variável nesse momento –, o Ibovespa acumulou queda de -1,6% em outubro. Mas isso não quer dizer que tudo está […]
Itaú (ITUB4): o que fazer com as ações após mais um balanço surpreendente? Veja a recomendação dos analistas
Reação favorável ao resultado do 3T24 do maior banco privado brasileiro é praticamente unânime; confira a visão e as indicações dos analistas para o Itaú
Renda fixa vs dividendos: qual é melhor com a Selic a 10,75%? Analista prefere ações e aqui está o motivo
Mesmo com renda fixa pagando uma “bolada” com os juros altos, analista destaca que o potencial lucrativo das ações pagadoras de dividendos pode ser ainda maior
Um rigoroso empate: Americanos vão às urnas para escolher entre Kamala Harris e Donald Trump antes de decisões de juros no Brasil e nos EUA
Dixville Notch é uma comunidade de apenas dez habitantes situada no interior de New Hampshire, quase na fronteira dos Estados Unidos com o Canadá. A cada quatro anos, o povoado ganha holofotes por ser o primeiro a votar nas eleições presidenciais norte-americanas. Os moradores se reúnem à meia-noite, a urna é aberta, os eleitores votam […]
Selic deve subir nas próximas reuniões e ficar acima de 12% por um bom tempo, mostra pesquisa do BTG Pactual
Taxa básica de juros deve atingir os 12,25% ao ano no início de 2025, de acordo com o levantamento realizado com gestores, traders e economistas
Por que as ações da Cogna (COGN3) e do Magazine Luiza (MGLU3) disparam e lideram as altas do Ibovespa nesta segunda-feira (4)
As ações de varejistas e do setor de educação atraem os holofotes dos investidores após uma sangria na bolsa brasileira. Veja o que está por trás da alta dos papéis