Esquenta dos mercados: Bolsas no exterior operam em queda, com receio do aperto monetário do Fed; Ibovespa fica de olho em Campos Neto em evento
Depois da divulgação de uma inflação além do esperado nos Estados Unidos, mercados internacionais operam em queda, assombrados pelo fantasma do aumento de juros mais intenso pelo banco central norte-americano

Apesar de ter escapado do efeito dominó de queda dos mercados internacionais ontem (10), a bolsa brasileira pode sofrer esses efeitos hoje, com uma maior cautela nos mercados domésticos.
Enquanto os índices americanos amargaram perdas da ordem de 2% ontem, o Ibovespa encerrou o dia em alta de 0,81%, aos 113.368 pontos.
O dólar à vista, por sua vez, teve um dia agitado. A moeda chegou a recuar 1% na mínima do dia, mas conseguiu fechar com uma valorização de 0,29%, a R$ 5,2418.
Por aqui, além do desempenho das bolsas internacionais, os investidores devem ficar de olho no Banco Central do Brasil, com a participação de Roberto Campos Neto em um evento nesta sexta-feira (11).
Cenário doméstico
O foco em Campos Neto não é à toa. O mercado assiste de perto os próximos passos do Banco Central depois que o diretor de política monetária, Bruno Serra, afirmou que a autoridade monetária ainda tem mais ajustes (sim, no plural), para fazer na taxa básica de juros (Selic).
Na semana passada, o Copom aumentou a Selic em 1,5 ponto percentual, de 9,25% para 10,75%. O Comitê destacou, na ata da última reunião, que considera apropriada uma estratégia de ajustes em ritmo menor nas próximas reuniões.
Leia Também
Balanços corporativos
O resultado do Itaú Unibanco (ITUB4), divulgado ontem, também fica no foco dos investidores nesta sessão, além dos números de produção da Vale divulgados hoje cedo.
O maior banco privado brasileiro acelerou nos últimos três meses de 2021 e registrou lucro líquido de R$ 26,9 bilhões em 2021, alta de 45% em relação ao ano anterior.
A produção de minério de ferro da Vale chegou a 82,4 milhões de toneladas no quarto trimestre de 2021, queda de 2,4% em relação ao reportado um ano antes. No ano como um todo, a mineradora produziu 315,6 milhões de toneladas, alta de 5,1% em comparação com 2020.
O total ficou no piso do último guidance de produção anual para 2021 da Vale, que ia de 315 a 320 milhões de toneladas.
- GUIA PARA BUSCAR DINHEIRO: baixe agora o guia gratuito com 51 investimentos promissores para 2022 e ganhe de brinde acesso vitalício à comunidade de investidores Seu Dinheiro
Fed
Ontem, o Departamento do Trabalho dos Estados Unidos divulgou os dados de inflação do país, chamada de CPI. Os preços ao consumidor norte-americano avançaram 0,6% em janeiro, acima das projeções, de aumento de 0,4%.
Com o resultado, a taxa acumulou alta de 7,5% em 12 meses, o maior percentual para o período desde 1982.
Assim, os temores de que o Federal Reserve (Fed, o banco central dos EUA) devem intensificar ainda mais a alta nos juros aumentam, com o fantasma do aperto monetário comandando os negócios lá fora.
O presidente do Fed de Richmond, Thomas Barkin, disse esperar que a autoridade consiga colocar os juros de volta aos níveis pré-pandêmicos "relativamente rápido".
Barking ainda informou que a velocidade do avanço das taxas na próxima reunião do Fed depende dos dados, e que ainda existem leituras a serem anunciadas sobre a economia dos Estados Unidos.
Já o presidente do Fed de Saint Louis, James Bullard, fez declarações polêmicas que deram tom aos mercados nesta sexta-feira.
Bullard diz que gostaria de ver um aumento de 100 pontos-base no juro básico até o começo de julho deste ano. Vale lembrar que o indicador está entre 0% e 0,25% desde o começo da pandemia, em 2020.
Bolsas pelo mundo
A manhã desta sexta-feira (11) foi marcada por um forte mau humor no mercado asiático. Depois de dados de inflação piores que o esperado, expectativa de uma retirada de estímulos monetários iminente e a perspectiva de uma alta agressiva nos juros nos Estados Unidos a partir de maio, não teve vez para as bolsas asiáticas, que fecharam em queda generalizada.
Na Europa, as bolsas abriram os negócios em baixa significativa hoje, acima de 1%, também contaminadas pelas preocupações sobre os próximos passos de política monetária da maior economia do mundo.
Apesar de dados importantes para o continente, os indicadores europeus ficaram em segundo plano. O Reino Unido publicou o Produto Interno Bruto (PIB) mensal, trimestral e anual nesta madrugada. No último ano, a economia britânica cresceu 7,5%, depois de contrair 9,4% em 2020 por causa da pandemia da covid-19.
Em Wall Street, a situação não é diferente. Os futuros das bolsas de Nova York operam no campo negativo hoje, um sinal de que, assim que abrirem os mercados à vista, as bolsas devem arrastar as fortes perdas vistas no pregão de ontem para esta sessão.
Isso porque o mercado está preocupado que a inflação além do esperado leve o banco central norte-americano (Fed) a perseguir uma trajetória violenta no aumento dos juros ao longo deste ano, na tentativa de frear a alta dos preços.
Agenda do dia
- Reino Unido: PIB mensal, trimestral e anual (4h)
- Estados Unidos: Relatório mensal sobre petróleo da Agência Internacional de Energia (6h)
- Banco Central: IBC-Br de dezembro (9h)
- Balanços corporativos: Usiminas (Antes da abertura)
- Estados Unidos: Índice de Sentimento do Consumidor preliminar de fevereiro (12h)
- Estados Unidos: Relatório de Política Monetária do Federal Reserve (12h)
- Banco Central: Roberto Campos Neto, presidente do BC, participa do Encontro Esfera Brasil ‘O comportamento monetário em 2022’ (12h30)
Nada de ouro ou renda fixa: Ibovespa foi o melhor investimento do primeiro semestre; confira os outros que completam o pódio
Os primeiros seis meses do ano foram marcados pelo retorno dos estrangeiros à bolsa brasileira — movimento que levou o Ibovespa a se valorizar 15,44% no período
Bolsas nas máximas e dólar na mínima: Ibovespa consegue romper os 139 mil pontos e S&P 500 renova recorde
A esperança de que novos acordos comerciais com os EUA sejam fechados nos próximos dias ajudou a impulsionar os ganhos na última sessão do mês de junho e do semestre
É possível investir nas ações do Banco do Brasil (BBAS3) sem correr tanto risco de perdas estrondosas, diz CIO da Empiricus
Apesar das recomendações de cautela, muitos investidores se veem tentados a investir nas ações BBAS3 — e o especialista explica uma forma de capturar o potencial de alta das ações com menos riscos
Reviravolta na bolsa? S&P 500 e Nasdaq batem recorde patrocinado pela China, mas Ibovespa não pega carona; dólar cai a R$ 5,4829
O governo dos EUA indicou que fechou acordos com a China e outros países — um sinal de que a guerra comercial de Trump pode estar chegando ao fim. Por aqui, as preocupações fiscais ditaram o ritmo das negociações.
Nubank (ROXO34) reconquista o otimismo do BTG Pactual, mas analistas alertam: não há almoço grátis
Após um período de incertezas, BTG Pactual vê sinais de recuperação no Nubank. O que isso significa para as ações do banco digital?
FII Guardian Real Estate (GARE11) negocia venda de 10 lojas por mais de R$ 460 milhões; veja quanto os cotistas ganham se a operação sair do papel
Todos os imóveis estão ocupados atualmente e são locados por grandes varejistas: o Grupo Mateus e o Grupo Pão de Açúcar
ETFs ganham força com a busca por diversificação em mercados desafiadores como a China
A avaliação foi feita por Brendan Ahern, CIO da Krane Funds Advisors, durante o Global Managers Conference 2025, promovido pelo BTG Pactual Asset Management
Pátria Escritórios (HGRE11) na carteira: BTG Pactual vê ainda mais dividendos no radar do FII
Não são apenas os dividendos do fundo imobiliários que vêm chamando a atenção do banco; entenda a tese positiva
Fim da era do “dinheiro livre”: em quais ações os grandes gestores estão colocando as fichas agora?
Com a virada da economia global e juros nas alturas, a diversificação de investimentos ganha destaque. Saiba onde os grandes investidores estão alocando recursos atualmente
Excepcionalismo da bolsa brasileira? Não é o que pensa André Esteves. Por que o Brasil entrou no radar dos gringos e o que esperar agora
Para o sócio do BTG Pactual, a chave do sucesso do mercado brasileiro está no crescente apetite dos investidores estrangeiros por mercados além dos EUA
Bolsa em alta: investidor renova apetite por risco, S&P 500 beira recorde e Ibovespa acompanha
Aposta em cortes de juros, avanço das ações de tecnologia e otimismo global impulsionaram Wall Street; no Brasil, Vale, Brasília e IPCA-15 ajudaram a B3
Ibovespa calibrado: BlackRock lançará dois ETFs para investir em ações brasileiras de um jeito novo
Fundos EWBZ11 e CAPE11 serão listados no dia 30 de junho e fazem parte da estratégia da gestora global para conquistar mais espaço nas carteiras domésticas
Todo mundo quer comprar Bradesco: Safra eleva recomendação para ações BBDC4 e elege novos favoritos entre os bancões
Segundo o Safra, a mudança de preferência no setor bancário reflete a busca por “jogadores” com potencial para surpreender de forma positiva
Apetite do TRXF11 não tem fim: FII compra imóvel ocupado pelo Assaí após adicionar 13 novos ativos na carteira
Segundo a gestora, o ativo está alinhado à estratégia do fundo de investir em imóveis bem localizados e que beneficia os cotistas
Até os gringos estão com medo de investir no Banco do Brasil (BBAS3) agora. Quais as novas apostas dos EUA entre os bancos brasileiros?
Com o Banco do Brasil em baixa entre os investidores estrangeiros, saiba em quais ações de bancos brasileiros os investidores dos EUA estão apostando agora
FIIs de papel são os preferidos do Santander para estratégia de renda passiva; confira a carteira completa de recomendação
Fundos listados pelo banco tem estimativas de rendimento com dividendos de até 14,7% em 12 meses
Mesmo com petroleiras ‘feridas’, Ibovespa sobe ao lado das bolsas globais; dólar avança a R$ 5,5189
Cessar-fogo entre Israel e Irã fez com que os preços da commodity recuassem 6% nesta terça-feira (24), arrastando as empresas do setor para o vermelho
Não é hora de comprar Minerva (BEEF3): BTG corta preço-alvo das ações, mas revela uma oportunidade ainda mais suculenta
Os analistas mantiveram recomendação neutra para as ações BEEF3, mas apontaram uma oportunidade intrigante que pode mexer com o jogo da Minerva
CVC (CVCB3) decola na B3: dólar ajuda, mas otimismo do mercado leva ação ao topo do Ibovespa
A recuperação do apetite ao risco, o fim das altas da Selic e os sinais de trégua no Oriente Médio renovam o fôlego das ações ligadas ao consumo
É hora do Brasil: investidores estrangeiros estão interessados em ações brasileiras — e estes 4 nomes entraram no radar
Vale ficou para trás nos debates, mas uma outra empresa que tem brilhado na bolsa brasileira mereceu uma menção honrosa