Lula ou Bolsonaro? Qual governo foi melhor para os investidores da bolsa e para o Ibovespa
Ao longo dos primeiros mandatos de Lula, o Ibovespa exibiu ganhos de quase 500%. Já a Era Bolsonaro foi marcada pela diversificação de empresas listadas e quase 5 milhões de investidores na B3
A virada de 2022 para 2023 não marca apenas a passagem do tempo — pelo menos no Brasil. Por aqui, o Réveillon vem acompanhado da passagem da faixa presidencial e da chegada de um novo governo, o que gera apreensão e incerteza para muitos investidores.
Isso porque o cenário político é um importante catalisador para a bolsa brasileira, e os meses após a definição do resultado eleitoral não têm sido fáceis para os ativos de risco locais, já que a incerteza sobre a política fiscal a ser adotada pelo novo governo e a falta de nomes para a equipe econômica exerceram grande pressão no Ibovespa.
Os últimos dois meses, no entanto, dificilmente são uma amostra do que pode vir a ser os próximos quatro anos. A chegada de 2023 deve resolver parte dessas incertezas que nublaram o horizonte dos investidores — já que o nome de todos os ministros já foram anunciados e Fernando Haddad, novo chefe da Fazenda, vem repetindo um discurso alinhado com a defesa de corte de gastos e uma nova âncora fiscal.
Outro fator importante de se observar é que o novo presidente Luiz Inácio Lula da Silva não é nenhum desconhecido do mercado financeiro e, durante os seus dois primeiros mandatos — entre 2003 e 2010 —, a bolsa brasileira viveu o seu momento de maior crescimento, com ganhos acumulados de quase 500%, contra os 24% registrados no governo de Jair Bolsonaro.
A dúvida sobre o futuro está na capacidade de Lula repetir o sucesso de seus primeiros mandatos, principalmente com um cenário macroeconômico mais desafiador, mas o histórico recente está definitivamente ao lado do petista. Confira o que esperar do cenário macroeconômico para 2023.
Os anos de ouro da Era Lula
Quando Luiz Inácio Lula da Silva assumiu a presidência e o comando do país pela primeira vez, em 2003, o Ibovespa já vinha de oito anos de crescimento expressivo ao longo do governo de Fernando Henrique Cardoso.
Leia Também
Surfando os efeitos de uma maior estabilidade macroeconômica e ampliação do cenário de negócios no país, o principal índice da bolsa brasileira havia avançado quase 162% entre 1995 e o fim de 2002.
Assim como os meses pós-eleitorais de 2022, os primeiros momentos do governo de Lula, em 2003, também foram de incertezas, mas uma vez que o cenário ficou mais claro para os investidores, a bolsa viveu um momento de abundância.
No total, o avanço foi de quase 500% de ganhos em reais — e quase o dobro em dólar. Foram dois momentos distintos. Entre 2003 e 2006, o desempenho médio anual do Ibovespa foi de alta de 32,99%. Já no segundo mandato, de 2007 a 2010, a rentabilidade média caiu para +6,40% ao ano.

Apesar de o período ter sido marcado pela bolsa brasileira superando os seus pares americanos, outros países emergentes da América Latina chegaram a ter um desempenho superior ao exibido pelo índice local.
O sucesso do mercado financeiro local tem origem em dois principais fatores. O primeiro foi a condução da economia brasileira promovida nos primeiros momentos de Lula na presidência — com a renegociação da dívida externa e a entrega de um superávit primário muito superior ao projetado pelos analistas e economistas da época.
As condições do mercado internacional também foram extremamente favoráveis ao fluxo gigantesco de investimento estrangeiro que desembarcou no país durante os dois primeiros mandatos de Lula. Isso porque o forte crescimento da China impulsionou o preço das commodities.
Petróleo, minério de ferro e diversos grãos viram os seus preços alcançarem máximas históricas, beneficiando o Ibovespa que, naquela época, tinha uma composição ainda mais concentrada na produção de commodities do que os 30% da carteira que vemos hoje.
Entre 2009 e 2010, momento em que o mundo se recuperava da grave crise econômica global, o mercado brasileiro também se beneficiou de uma política fiscal acomodatícia —- o preço do estímulo, porém, chegou mais tarde.
O prolongamento da política desenvolvimentista e a forte intervenção estatal em assuntos econômicos acabou levando a sucessora de Lula, Dilma Rousseff, a enfrentar uma crise econômica e tendo um histórico menos favorável na bolsa, com o Ibovespa recuando 17% em seu mandato.
A bolsa de valores e Bolsonaro
Já no governo Bolsonaro, a bolsa de valores acumulou ganhos mais modestos, na faixa de 24%.

A projeção do mercado para o Ibovespa era mais otimista, uma vez que a aposta era na continuidade das reformas vistas ao longo do governo de Michel Temer e uma política econômica mais alinhada ao liberalismo.
O Ibovespa seguia em ritmo acelerado, renovando suas máximas históricas acima da casa dos 100 mil pontos desde junho de 2019. Havia, no entanto, uma pandemia no meio do caminho.
O mercado financeiro local, assim como aconteceu no restante do mundo, foi fortemente impactado pelas primeiras ondas de lockdowns que se seguiram ao surgimento do coronavírus — a bolsa brasileira chegou a perder 50% do seu valor de mercado entre março e abril de 2020.
Assim como nos mandatos de Lula, o índice local foi favorecido por uma forte pressão no preço das commodities, mas a injeção de dinheiro estrangeiro na bolsa brasileira ficou aquém do esperado.
Apesar da bolsa brasileira ter se recuperado da forte queda vista no pior momento da crise do coronavírus, a agenda liberal foi momentaneamente deixada de lado e preocupações com a situação dos gastos públicos e ameaças de crises político-institucionais seguraram os ativos locais ao longo do governo de Bolsonaro.
Vale notar, no entanto, que o período da gestão de Jair Bolsonaro em Brasília acompanhou uma mudança no perfil da bolsa brasileira.
Com uma era de juros baixos, a B3 hoje conta com quase 5 milhões de investidores pessoas físicas. Além disso, a entrada de novas empresas e setores diversificou as opções disponíveis, reduzindo a correlação dos índices locais com o desempenho das commodities.
Mesmo com Ibovespa em níveis recordes, gestores ficam mais cautelosos, mostra BTG Pactual
Pesquisa com gestores aponta queda no otimismo, desconforto com valuations e realização de lucros após sequência histórica de altas do mercado brasileiro
Com quase R$ 480 milhões em CDBs do Banco Master, Oncoclínicas (ONCO3) cai mais de 10% na bolsa
As ações da companhia recuaram na bolsa depois de o BC determinar a liquidação extrajudicial do Master e a PF prender Daniel Vorcaro
Hapvida (HAPV3) lidera altas do Ibovespa após tombo da semana passada, mesmo após Safra rebaixar recomendação
Papéis mostram recuperação após desabarem mais de 40% com balanço desastroso no terceiro trimestre, mas onda de revisões de recomendações por analistas continua
Maiores quedas do Ibovespa: Rumo (RAIL3), Raízen (RAIZ4) e Cosan (CSAN3) sofrem na bolsa. O que acontece às empresas de Rubens Ometto?
Trio do grupo Cosan despenca no Ibovespa após balanços fracos e maior pressão sobre a estrutura financeira da Raízen
Os FIIs mais lucrativos do ano: shoppings e agro lideram altas que chegam a 144%
Levantamento mostra que fundos de shoppings e do agronegócio dominaram as maiores valorizações, superando com sobra o desempenho do IFIX
Gestora aposta em ações ‘esquecidas’ do Ibovespa — e faz o mesmo com empresas da Argentina
Logos Capital acumula retorno de quase 100% no ano e está confiante com sua carteira de ações
Ibovespa retoma ganhos com Petrobras (PETR4) e sobe 2% na semana; dólar cai a R$ 5,2973
Na semana, MBRF (MBRF3) liderou os ganhos do Ibovespa com alta de mais de 32%, enquanto Hapvida (HAPV3) foi a ação com pior desempenho da carteira teórica do índice, com tombo de 40%
Depois do balanço devastador da Hapvida (HAPV3) no 3T25, Bradesco BBI entra ‘na onda de revisões’ e corta preço-alvo em quase 50%
Após reduzir o preço-alvo das ações da Hapvida (HAPV3) em quase 50%, o Bradesco BBI mantém recomendação de compra, mas com viés cauteloso, diante de resultados abaixo das expectativas e pressões operacionais para o quarto trimestre
Depois de escapar da falência, Oi (OIBR3) volta a ser negociada na bolsa e chega a subir mais de 20%
Depois de a Justiça reverter a decisão que faliu a Oi atendendo um pedido do Itaú, as ações voltaram a ser negociadas na bolsa depois de 3 pregões de fora da B3
Cogna (COGN3), C&A (CEAB3), Cury (CURY3): Veja as 20 empresas que mais se valorizaram no Ibovespa neste ano
Companhias de setores como educação, construção civil e bancos fazem parte da lista de ações que mais se valorizaram desde o começo do ano
Com rentabilidade de 100% no ano, Logos reforça time de ações com ex-Itaú e Garde; veja as 3 principais apostas da gestora na bolsa
Gestora independente fez movimentações no alto escalão e destaca teses de empresas que “ficaram para trás” na B3
A Log (LOGG3) se empolgou demais? Possível corte de payout de dividendos acende alerta, mas analistas não são tão pessimistas
Abrir mão de dividendos hoje para acelerar projetos amanhã faz sentido ou pode custar caro à desenvolvedora de galpões logísticos?
A bolha da IA pode estourar onde ninguém está olhando, alerta Daniel Goldberg: o verdadeiro perigo não está nas ações
Em participação no Fórum de Investimentos da Bradesco Asset, o CIO da Lumina chamou atenção para segmento que está muito exposto aos riscos da IA… mas parece que ninguém está percebendo
A bolsa ainda está barata depois da disparada de 30%? Pesquisa revela o que pensam os “tubarões” do mercado
Empiricus ouviu 29 gestoras de fundos de ações sobre as perspectivas para a bolsa e uma possível bolha em inteligência artificial
De longe, a maior queda do Ibovespa: o que foi tão terrível no balanço da Hapvida (HAPV3) para ações desabarem mais de 40%?
Os papéis HAPV3 acabaram fechando o dia com queda de 42,21%, cotados a R$ 18,89 — a menor cotação e o menor valor de mercado (R$ 9,5 bilhões) desde a entrada da companhia na B3, em 2018
A tormenta do Banco do Brasil (BBAS3): ações caem com balanço fraco, e analistas ainda não veem calmaria no horizonte
O lucro do BB despencou no 3T25 e a rentabilidade caiu ao pior nível em décadas; analistas revelam quando o banco pode começar a sair da tempestade
Seca dos IPOs na bolsa vai continuar mesmo com Regime Fácil da B3; veja riscos e vantagens do novo regulamento
Com Regime Fácil, companhias de menor porte poderão acessar a bolsa, por meio de IPOs ou emissão dívida
Na onda do Minha Casa Minha Vida, Direcional (DIRR3) tem lucro 25% maior no 3T25; confira os destaques
A rentabilidade (ROE) anualizada chegou a 35% no entre julho e setembro, mais um recorde para o indicador, de acordo com a incorporadora
O possível ‘adeus’ do Patria à Smart Fit (SMFT3) anima o JP Morgan: “boa oportunidade de compra”
Conforme publicado com exclusividade pelo Seu Dinheiro na manhã desta quarta-feira (12), o Patria está se preparando para se desfazer da posição na rede de academias, e o banco norte-americano não se surpreende, enxergando uma janela para comprar os papéis
Forte queda no Ibovespa: Cosan (CSAN3) desaba na bolsa depois de companhia captar R$ 1,4 bi para reforçar caixa
A capitalização visa fortalecer a estrutura de capital e melhorar liquidez, mas diluição acionária preocupa investidores
