🔴 ALERTA DE INVESTIMENTO: PARCEIRA DO NUBANK JÁ DISPAROU 50% NA BOLSA — E ESTE PODE SER SÓ O COMEÇO! CLIQUE AQUI E DESCUBRA 

Cotações por TradingView
2021-07-17T14:20:57-03:00
Estadão Conteúdo
Entrevista

‘Quando o ciclo do minério terminar, Vale continuará bem posicionada’

Afirmação foi feita pelo presidente da Vale, Eduardo Bartolomeo, em entrevista ao Estadão/Broadcast

vale

Sem aumento relevante na oferta de minério de ferro à vista, os preços da commodity seguirão em alta, mas distantes do "superciclo" dos anos 2000, afirmou o presidente da Vale, Eduardo Bartolomeo, em entrevista ao Estadão/Broadcast.

O executivo prevê que o ritmo de produção de aço na China se estabilize nos próximos cinco anos - e "o mercado, em algum momento, vai ceder". Garante que a empresa estará "bem posicionada" para quando esse momento chegar.

"Não sou mágico para dizer se vai ser no ano que vem, daqui a dois anos, mas não é no curto prazo", diz Bartolomeo, em uma das raras entrevistas desde que assumiu o comando da mineradora, em abril de 2019, poucos meses após o rompimento da barragem de Brumadinho (MG).

Na conversa de 45 minutos, Bartolomeo cita medidas tomadas desde o desastre, como o acordo de R$ 37 bilhões para reparação dos danos ambientais e sociais. Afirma que a Vale está no meio de uma jornada de transformação, e começam a aparecer os primeiros frutos. Uma das metas é ingressar no Índice Dow Jones de Sustentabilidade até 2025.

Leia, a seguir, os principais trechos da entrevista:

O preço do minério de ferro permanece elevado. Qual sua avaliação sobre o cenário para a commodity?
Falamos de stronger for longer, better for ever. Traduzindo, seria algo como mais forte por mais tempo, e melhor para sempre. O mercado vai ficar apertado por um tempo, porque não tem aumento de oferta (de minério de ferro) além da nossa, que vai ser colocada de forma disciplinada e natural. Nossa meta é ter capacidade de produzir 400 milhões de toneladas em 2022. Mas não acredito em superciclo de minério. Eu vivi o superciclo no passado. Em 2000, a China produzia 130 milhões de toneladas de aço bruto. Esse volume cresceu para 640 milhões, em 2010, e 1 bilhão, em 2020. Não acredito que a China vai seguir assim e fazer 1,4 bilhão de toneladas. O negócio de minério de ferro está amadurecendo e estabilizando, inclusive sendo substituído por sucata. A China deve estabilizar a produção nos próximos cinco anos. Então, acreditamos que o mercado, em algum momento, vai ceder.

É possível estimar quando isso vai acontecer?
Não sou mágico para dizer se vai ser no ano que vem, daqui a dois anos, mas não é no curto prazo. Quando o mercado abrir, estaremos bem posicionados. É onde entra o 'melhor para sempre'. Como produtora de minério de qualidade, quando a curva de demanda começar a diminuir, a Vale vai ser o operador de preferência (dos clientes). Vamos ter o minério de alta qualidade de Carajás, as nossas filtragens funcionando nos sistemas Sul e Sudeste, principalmente em Brucutu, Itabira e Vargem Grande (complexos em Minas Gerais). Nossa capacidade de produzir produtos de qualidade vai aumentar, já que não estarei restrito a barragens. E temos muita inovação tecnológica. (…) Queremos fazer mais produtos de qualidade. Na hora em que o mercado 'suavizar', vamos estar bem preparados, com 90% do nosso portfólio de alta qualidade. Ou seja, ninguém vai ter esse portfólio.

A Vale tem meta de produção de 315/335 milhões de toneladas em 2021. Quais os desafios para atingir essa meta?
Começamos o ano com 322 milhões de toneladas de capacidade e vamos terminar o ano acima disso. Existe uma construção dessa capacidade. A volta da mina de Timbopeba (Complexo de Mariana) era um item. A liberação da correia transportadora de Vargem Grande também é um desafio. Superamos o desafio de voltar a operar Serra Leste (Pará). O sistema Norte é o nosso grande motor, com cerca de 200 milhões de toneladas. Fizemos um primeiro trimestre muito bom. Não posso antecipar o resultado do segundo trimestre, mas estamos O.K. Muito tranquilos sobre os volumes que vieram no primeiro semestre.

A Vale está em um momento positivo de geração de caixa. Existe espaço para fazer aquisições?
Há uma série de coisas a fazer que demandam caixa. Temos um capex (investimento) em torno de US$ 6 bilhões, que mira duas coisas: criar a real capacidade de fazer operações sem barragem ou diminuir substancialmente a demanda por barragem. A filtragem é US$ 2 bilhões nesse número de capex. Podemos investir em cobre, podemos investir em níquel. Por que, então, vou olhar para fora de casa hoje? A Vale está focada em fazer sua jornada de transformação e arrumar a casa. É um negócio cíclico. Já vimos o preço do minério a US$ 30. Temos sempre que nos preparar para o inverno.

O risco de uma crise hídrica no País atrapalha os planos, preocupa a mineradora?
Estamos olhando com atenção. Existe um impacto de custo imediato, que não temos como evitar. Temos uma geração de energia própria muito grande. Isso ajuda na nossa própria pauta ESG (sigla em inglês para ambiental, social e governança). Anunciamos o Solar Sol do Cerrado (projeto de usinas fotovoltaicas), que será construído. Continuamos caminhando, e nossa meta é sermos 100% autossuficientes no Brasil, em 2025, e no mundo, em 2030.

O senhor assumiu a Vale logo após Brumadinho…
Fui trazido para o cargo de CEO pela tragédia de Brumadinho. Estamos agora numa transformação muito forte da companhia. Eu falo três palavras sempre: segurança, pessoas e reparação. Não vamos falar que saímos da crise, porque é um processo longo. Isso se transformou em dois pilares estratégicos para a gente, o de 'segurança e excelência operacional' e um que chamamos de 'novo pacto com a sociedade'. Isso tem guiado a companhia. Temos uma narrativa de de-risking (redução de risco), reshaping (remodelação) e re-rating (reavaliação).

Recentemente, a Vale ganhou o Prêmio Broadcast Empresas 2021. O que vem sendo feito?
Por paradoxo, a pós-pandemia foi muito positiva para nós e para todo o setor de commodities, tanto para o minério de ferro, quanto para o níquel e cobre. Isso por causa da forte reação da China e o alívio monetário nos EUA e Europa. Mas a gente também tem um trabalho. O de-risking tem a lógica de reparação de Brumadinho, a segurança das operações e das pessoas, a retomada de capacidade de produção e a agenda ESG. Quando falamos de reshaping, falamos de sair de negócios em que não temos competência, como Moçambique. O re-rating é ser nota dez em segurança, nota dez em ESG. Queremos entrar para o Dow Jones de Sustentabilidade. As pessoas começam a olhar para a Vale e começam a ver uma empresa que vai ser, sim, mais segura, mais confiável e mais humana.

Há prazo para entrar no Índice Dow Jones de Sustentabilidade?
Queremos ser uma empresa segura, confiável, humana, líder de baixo carbono e reconhecida como geradora e repartidora de valor. Para todas essas cinco, colocamos metas até 2025.

Compartilhe

DE OLHO NAS REDES

TikTok está fazendo jovens gastarem o dinheiro do aluguel em roupas de marca: entenda como a rede social está criando um boom no varejo de luxo

28 de maio de 2023 - 7:30

Um novo fenômeno no TikTok está causando um boom para marcas de luxo, como Prada, Chanel e outras

LOADING…

‘Shapella’ acontecerá em pouco tempo: entenda a nova atualização que permitirá sacar Ethereum (ETH) da blockchain

6 de abril de 2023 - 6:35

Mesmo com a liberação, a expectativa é de que os preços não oscilem — ao mesmo tempo, os usuários podem impulsionar uma disparada

REPORTAGEM ESPECIAL

Hapvida do céu ao inferno: os sete erros que fizeram as ações HAPV3 despencarem quase 50% em 15 dias

16 de março de 2023 - 6:07

A frustração do mercado com a fusão da operadora de saúde com a NotreDame Intermédica passa pelo cenário macroeconômico, perda de confiança na gestão e incertezas sobre o futuro

SD Select

Itaú fará pagamento para quase 500 mil pessoas; saiba como receber

15 de março de 2023 - 14:31

Depósitos podem ser solicitados até o dia 23 de março

SEU DINHEIRO NO DOMINGO

Lula está disposto cometer o mesmo erro com a Petrobras (PETR4), mas as consequências podem ser piores

5 de março de 2023 - 7:31

A mesma Petrobras que Lula exaltou em 2010 agora virou alvo de críticas do presidente basicamente por fazer o que toda empresa deveria fazer: dar lucro

Especial SD

Quais as principais tendências para o mercado de trabalho em 2023? Conheça no guia gratuito lançado pelo Seu Dinheiro

17 de janeiro de 2023 - 17:00

E-book exclusivo traz entrevistas com alguns dos principais especialistas em RH do mercado e mostra quais são as carreiras mais promissoras para este ano

Especial SD

Onde investir em 2023? Veja os ativos indicados por especialistas no guia gratuito do Seu Dinheiro

13 de janeiro de 2023 - 16:00

Material exclusivo do SD conta com entrevistas exclusivas com analistas, gestores e economistas renomados no mercado; baixe gratuitamente

ESPECIAIS SD

Onde investir em 2023: Perigo de recessão global exige boa dose de proteção – mas o dólar e o ouro não são a resposta

11 de janeiro de 2023 - 6:32

Em tempos de Selic de dois dígitos, a renda fixa supera o dólar como principal opção para proteger seu portfólio dos riscos de recessão

DE OLHO NAS REDES

O “show de horrores” no TikTok: o vale tudo domina a plataforma e cria um monstro sedento por fama; entenda

8 de janeiro de 2023 - 7:00

O TikTok quer deixar de ser conhecido como a “rede das dancinhas” mas o conteúdos apelativos dominam a plataforma; entenda

SEU DINHEIRO NA COPA

Dona da Nike no Brasil, Centauro (SBFG3) parte para o ataque com a venda de camisas do Brasil na Copa do Mundo — mas as ações devem seguir na defesa

17 de novembro de 2022 - 6:02

O Grupo SBF, dono da rede Centauro e da Nike no Brasil, aposta na venda de camisas da seleção brasileira para engordar o caixa em mais de R$ 200 milhões ao longo da competição

Fechar
Menu

Usamos cookies para guardar estatísticas de visitas, personalizar anúncios e melhorar sua experiência de navegação. Ao continuar, você concorda com nossas políticas de cookies