Os melhores fundos imobiliários para investir em janeiro segundo 7 corretoras
O campeão de indicações para o mês já está acostumado ao pódio; confira as recomendações de FII para janeiro e as perspectivas para o ano
Dois mil e vinte não foi o ano de muita gente. E quando se trata de investimentos, certamente não foi o ano dos fundos imobiliários. Após cinco anos de alta, o Índice dos Fundos Imobiliários (IFIX) terminou 2020 em baixa de 10,24%, ocupando a infame posição de pior investimento do ano.
Apesar de ter se recuperado um pouco da queda durante a crise do coronavírus nos meses de fevereiro, março e abril - no pior momento, o IFIX chegou a cair mais de 30% - os fundos imobiliários ainda não conseguiram voltar para o positivo.
Os mais machucados foram os fundos de shoppings, atingidos diretamente pelas medidas de distanciamento social e que ainda se veem às voltas com eventuais fechamentos do comércio - Belo Horizonte e Manaus, por exemplo, já impuseram novas restrições que afetaram os shoppings.
Os fundos de lajes corporativas também foram abalados com a adoção do home office em larga escala e a perspectiva de inadimplência dos inquilinos e devolução de escritórios, devido à crise econômica.
Embora as duas últimas previsões não tenham se concretizado, a alta real dos aluguéis, que o mercado aguardava ansiosamente antes da crise, não deve mais se ocorrer, em razão do home office, seja ele permanente ou não.
Por outro lado, os segmentos de logística e recebíveis imobiliários resistiram bem durante o ano que se passou. Embora tenham fechando 2020 com retorno acumulado negativo, muitos dos fundos desses segmentos tiveram desempenhos brilhantes.
Leia Também
Ibovespa retoma ganhos com Petrobras (PETR4) e sobe 2% na semana; dólar cai a R$ 5,2973
Os galpões logísticos, pelos seus contratos atípicos de longo prazo e pelo avanço do e-commerce; os fundos de recebíveis, por terem resistido à crise sem aumento significativo da inadimplência e terem aumentado os retornos em razão da alta do IGP-M, principal indexador dos papéis das suas carteiras.
Quatro dos cinco fundos imobiliários mais valorizados de 2020 eram fundos de CRI. A exceção foi o Mérito Desenvolvimento Imobiliário (MFII11):
- Hectare CE (HCTR11): +59%
- Iridium Recebíveis Imobiliários (IRDM11): +32%
- Mérito Desenvolvimento Imobiliário (MFII11): +18%
- REC Recebíveis Imobiliários (RECR11): +16%
- Barigui Rendimentos Imobiliários I (BARI11): +15%
Apesar do mau desempenho geral dos fundos imobiliários em 2020, os juros baixos levaram novos investidores a esse mercado, que finalmente atingiu mais de um milhão de cotistas. Também surgiram novidades no mercado de FII, como a possibilidade de se alugar as cotas e o ETF de IFIX.
Além disso, a queda generalizada nos preços abriu oportunidades nos fundos que já são negociados em bolsa. Para os FII com ativos de melhor qualidade, diversificados e menos afetados pelo coronavírus, um preço menor significa que o potencial de retorno, em dividendos distribuídos, ficou mais atrativo, mesmo que o juro suba um pouco em 2021, como é esperado.
O Santander fez um levantamento com informações da Broadcast mostrando o desempenho de cada segmento do IFIX em 2020 e o retorno percentual (yield) anualizado médio aos preços do fim do ano passado.
Repare que em quase todos os segmentos, o retorno equivale a três vezes ou mais a Selic de 2%. E isso isento de imposto de renda, como normalmente ocorre com os rendimentos distribuídos por FII. A exceção são os fundos de shoppings, cujas receitas ainda sofrem com a pandemia, e que de fato não estão entre as melhores pedidas para 2021 - ainda.
| Segmento | Rentabilidade em 2020 | Retorno anualizado médio |
| Shoppings | -21,41% | 4,51% |
| Fundos de fundos | -18,54% | 7,43% |
| Lajes corporativas | -16,24% | 7,82% |
| IFIX | -10,24% | 6,89% |
| Híbridos/outros | -9,16% | 6,40% |
| Logístico/industrial | -6,37% | 6,09% |
| Ativos financeiros (recebíveis) | -0,84% | 9,79% |
As perspectivas dos especialistas para os fundos imobiliários em 2021 é positiva. O mês de dezembro já deu uma amostra disso: o início da vacinação contra o coronavírus em diversos países e definições melhores quanto ao Brexit e a presidência americana animaram os mercados, levando os ativos de risco fecharem o mês com fortes valorizações.
Os FII acompanharam. O IFIX subiu 2,19% em dezembro. O risco da pandemia ainda preocupa, bem como a trajetória de juros no Brasil, com todo o risco fiscal. Ainda assim, neste ano a economia deve se sair melhor e a covid-19 deve ao menos começar a ser debelada ao redor do mundo, o que favorece os ativos de risco, incluindo o mercado imobiliário.
Na reportagem sobre FII da nossa série sobre Onde Investir em 2021, eu faço um balanço do mercado de fundos imobiliários em 2020 e falo das expectativas dos especialistas para 2021, bem como os segmentos e fundos mais promissores para o ano.
Os fundos imobiliários preferidos de janeiro
Mais uma vez, o fundo queridinho das corretoras para o mês foi o BTG Pactual Logística (BTLG11), o mesmo de dezembro e um dos mais indicados em todo ano de 2020. O fundo de galpões logísticos do BTG apareceu três vezes entre os top 3 das corretoras em janeiro.
Outros quatro fundos receberam duas indicações cada. Dois deles já são habitués por aqui e também estiveram entre os mais indicados de dezembro: o TG Ativo Real (TGAR11) e o CSHG Logística (HGLG11).
O fundo preferido das corretoras no ano passado também voltou à lista dos mais indicados: o BTG Pactual Fundo de Fundos (BCFF11).
Finalmente, temos um novato entre os mais recomendados: o Mauá Capital Recebíveis Imobiliários (MCCI11).
Confira a seguir os três fundos preferidos de cada corretora entre os FII indicados nas suas respectivas carteiras recomendadas para janeiro. A corretora Necton não participou neste mês, e a Genial, que começou recentemente sua carteira recomendada de FII, estreou entre as participantes.

BTG Pactual Logística (BTLG11)
O fundo mais indicado para janeiro e segundo mais indicado de 2020 fechou o mês de dezembro em alta de 1,85%, acumulando retorno de 6,4% no ano passado, já considerando os dividendos distribuídos.
Neste mês o fundo de logística do BTG figura nos top 3 da Ativa, do Santander e da Guide.
O fundo é atualmente dono de 12 galpões logísticos nos estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Santa Catarina e Ceará, e tem, entre seus locatários, empresas como BRF, Femsa (fabricante da Coca-Cola), Natura e Itambé.
Cerca de 70% da sua receita advém de contratos atípicos de locação, considerados mais defensivos.
Eu conversei com o analista do Santander, Felipe Vaz, para a matéria da série Onde Investir, e ele disse, sobre o BTLG11, que o fundo não está barato, sendo negociado em linha com o seu valor patrimonial.
Mesmo assim, Vaz considera que o portfólio diversificado de imóveis e inquilinos de alta qualidade pode render um dividendo em torno de 6,5% ao ano, acima da média do segmento logístico, atualmente em 6,1% ao ano.
O BTLG11 é também um dos fundos preferidos do BTG Pactual Fundo de Fundos (BCFF11). O BCFF11 foi o FII mais indicado do ano passado, mas terminou 2020 com uma perda acumulada de cerca de 4%.
Para a matéria da série Onde Investir, Fernando Crestana, sócio da área imobiliária do BTG Pactual, me disse que o BCFF11 tem uma boa exposição ao fundo de logística da casa, que ainda deve ver algum ganho de capital. Segundo o último relatório gerencial do BCFF11, o BTLG11 tem a sexta maior participação na sua carteira (4,2%).
Retrospectiva
Em dezembro, o BTLG11 fundo campeão de indicações no mês, fechou com alta de 1,85%. Veja na tabela a seguir o desempenho de todos os fundos dos top 3 das corretoras no mês passado:

Carteiras recomendadas completas das corretoras
Quase todas as carteiras recomendadas das corretoras que participaram da matéria dos FII do mês no ano passado tiveram desempenho negativo no acumulado do ano. O melhor desempenho foi o da carteira voltada para renda da Necton, que teve retorno positivo de 1,63%. Trata-se de uma carteira com fundos imobiliários menos voláteis e com potencial de pagarem bons dividendos.
Eis os desempenhos em 2020 de todas as carteiras completas das corretoras que participaram da matéria dos FII do mês no ano passado:
- Carteira Necton renda: +1,63%
- Carteira Necton ganho de capital: -1,27%
- Carteira Ativa Investimentos: -3,00%
- Carteira Terra Investimentos: -5,35%
- Carteira Guide Investimentos: -6,10%
- Carteira Santander: -6,76%
- Carteira Mirae: -9,10%
O Banco Inter não enviou o desempenho da sua carteira recomendada completa em 2020.
Veja, a seguir, as carteiras recomendadas completas das corretoras participantes deste mês para janeiro:

A Log (LOGG3) se empolgou demais? Possível corte de payout de dividendos acende alerta, mas analistas não são tão pessimistas
Abrir mão de dividendos hoje para acelerar projetos amanhã faz sentido ou pode custar caro à desenvolvedora de galpões logísticos?
A bolha da IA pode estourar onde ninguém está olhando, alerta Daniel Goldberg: o verdadeiro perigo não está nas ações
Em participação no Fórum de Investimentos da Bradesco Asset, o CIO da Lumina chamou atenção para segmento que está muito exposto aos riscos da IA… mas parece que ninguém está percebendo
A bolsa ainda está barata depois da disparada de 30%? Pesquisa revela o que pensam os “tubarões” do mercado
Empiricus ouviu 29 gestoras de fundos de ações sobre as perspectivas para a bolsa e uma possível bolha em inteligência artificial
De longe, a maior queda do Ibovespa: o que foi tão terrível no balanço da Hapvida (HAPV3) para ações desabarem mais de 40%?
Os papéis HAPV3 acabaram fechando o dia com queda de 42,21%, cotados a R$ 18,89 — a menor cotação e o menor valor de mercado (R$ 9,5 bilhões) desde a entrada da companhia na B3, em 2018
A tormenta do Banco do Brasil (BBAS3): ações caem com balanço fraco, e analistas ainda não veem calmaria no horizonte
O lucro do BB despencou no 3T25 e a rentabilidade caiu ao pior nível em décadas; analistas revelam quando o banco pode começar a sair da tempestade
Seca dos IPOs na bolsa vai continuar mesmo com Regime Fácil da B3; veja riscos e vantagens do novo regulamento
Com Regime Fácil, companhias de menor porte poderão acessar a bolsa, por meio de IPOs ou emissão dívida
Na onda do Minha Casa Minha Vida, Direcional (DIRR3) tem lucro 25% maior no 3T25; confira os destaques
A rentabilidade (ROE) anualizada chegou a 35% no entre julho e setembro, mais um recorde para o indicador, de acordo com a incorporadora
O possível ‘adeus’ do Patria à Smart Fit (SMFT3) anima o JP Morgan: “boa oportunidade de compra”
Conforme publicado com exclusividade pelo Seu Dinheiro na manhã desta quarta-feira (12), o Patria está se preparando para se desfazer da posição na rede de academias, e o banco norte-americano não se surpreende, enxergando uma janela para comprar os papéis
Forte queda no Ibovespa: Cosan (CSAN3) desaba na bolsa depois de companhia captar R$ 1,4 bi para reforçar caixa
A capitalização visa fortalecer a estrutura de capital e melhorar liquidez, mas diluição acionária preocupa investidores
Fundo Verde diminui exposição a ações de risco no Brasil, apesar de recordes na bolsa de valores; é sinal de atenção?
Fundo Verde reduz exposição a ações brasileiras, apesar de recordes na bolsa, e adota cautela diante de incertezas globais e volatilidade em ativos de risco
Exclusivo: Pátria prepara saída da Smart Fit (SMFT3); leilão pode movimentar R$ 2 bilhões, dizem fontes
Venda pode pressionar ações após alta de 53% no ano; Pátria foi investidor histórico e deve zerar participação na rede de academias.
Ibovespa atinge marca histórica ao superar 158 mil pontos após ata do Copom e IPCA; dólar recua a R$ 5,26 na mínima
Em Wall Street, as bolsas andaram de lado com o S&P 500 e o Nasdaq pressionados pela queda das big techs que, na sessão anterior, registraram fortes ganhos
Ação da Isa Energia (ISAE4) está cara, e dividendos não saltam aos olhos, mas endividamento não preocupa, dizem analistas
Mercado reconhece os fundamentos sólidos da empresa, mas resiste em pagar caro por uma ação que entrega mais prudência do que empolgação; veja as projeções
Esfarelando na bolsa: por que a M. Dias Branco (MDIA3) cai mais de 10% depois do lucro 73% maior no 3T25?
O lucro de R$ 216 milhões entre julho e setembro não foi capaz de ofuscar outra linha do balanço, que é para onde os investidores estão olhando: a da rentabilidade
Não há mais saída para a Oi (OIBR3): em “estado falimentar irreversível”, ações desabam 35% na bolsa
Segundo a 7ª Vara Empresarial do Rio de Janeiro, a Oi está em “estado falimentar” e não possui mais condições de cumprir o plano de recuperação ou honrar compromissos com credores e fornecedores
Ibovespa bate mais um recorde: bolsa ultrapassa os 155 mil pontos com fim do shutdown dos EUA no radar; dólar cai a R$ 5,3073
O mercado local também deu uma mãozinha ao principal índice da B3, que ganhou fôlego com a temporada de balanços
Adeus ELET3 e ELET5: veja o que acontece com as ações da Axia Energia, antiga Eletrobras, na bolsa a partir de hoje
Troca de tickers nas bolsas de valores de São Paulo e Nova York coincide com mudança de nome e imagem, feita após 60 anos de empresa
A carteira de ações vencedora seja quem for o novo presidente do Brasil, segundo Felipe Miranda
O estrategista-chefe da Empiricus e sócio do BTG Pactual diz quais papéis conseguem suportar bem os efeitos colaterais que toda votação provoca na bolsa
Ibovespa desafia a gravidade e tem a melhor performance desde o início do Plano Real. O que esperar agora?
Em Wall Street, as bolsas de Nova York seguiram voando às cegas com relação à divulgação de indicadores econômicos por conta do maior shutdown da história dos EUA, enquanto os valuations esticados de empresas ligadas à IA seguiram como fonte de atenção
Dólar em R$ 5,30 é uma realidade que veio para ficar? Os 3 motivos para a moeda americana não subir tão cedo
A tendência de corte de juros nos EUA não é o único fato que ajuda o dólar a perder força com relação ao real; o UBS WM diz o que pode acontecer com o câmbio na reta final de 2025
