CSN Mineração finalmente estreia na bolsa e fecha em alta de quase 6%
IPO levanta um total de R$ 5,2 bilhões, com parte do valor da oferta secundária destinada a reduzir o endividamento da CSN
Não é mentira ou lenda do mercado financeiro: a CSN Mineração finalmente estreou na B3 nesta quinta-feira (18), depois de uma série de idas e vindas do processo de abertura de capital da divisão de mineração da Companhia Siderúrgica Nacional (CSNA3).
E ela vem a público com um objetivo principal: ajudar a CSN a reduzir o seu endividamento.
As ações, negociadas com o símbolo “CMIN3”, iniciaram o dia em disparada, subindo mais de 15% na máxima do dia, atingida logo no início do pregão. Depois, a ação foi perdendo força, mas ainda fechou em alta de 5,88%, a R$ 9.
A oferta pública inicial de ações (IPO, na sigla em inglês) da CSN Mineração movimentou um total de R$ 5,2 bilhões, chegando ao mercado avaliada em torno de R$ 48 bilhões.
As ações foram precificadas em R$ 8,50 a unidade, na parte baixa da faixa de valores, que ia até R$ 11,35.
Do montante, R$ 1,37 bilhão veio da oferta primária de ações e entra no caixa da CSN Mineração. Cerca de R$ 2,78 bilhões obtidos com a oferta secundária ficaram para a CSN e o restante foi para os sócios da companhia que também venderam parte das ações na oferta.
Leia Também
“É com muito orgulho que celebramos o início das negociações da CSN Mineração na B3. O IPO representa um momento histórico para a companhia, e estamos muito felizes por compartilhar com todos a oportunidade de construirmos, juntos, um novo capítulo na história da mineração”, disse, em nota, o CEO da CSN, Benjamin Steinbruch.
Um grupo de 11 instituições coordenou o IPO, com o Morgan Stanley atuando como líder e a XP investimentos como agente estabilizador. Com o IPO, a CSN Mineração passa a ser a 178ª empresa listada no Novo Mercado, segmento com os mais elevados padrões de governança corporativa.
Baixando a dívida
A abertura de capital da unidade é aguardada há pelo menos uma década e ganhou status de lenda urbana na região da Avenida Faria Lima, onde se concentram as instituições financeiras na cidade de São Paulo. Mas ela finalmente veio, e ocorre num momento favorável do mercado financeiro, além do mercado de minério de ferro, com as cotações da commodity alcançando patamares bastante elevados, graças à boa demanda da China.
A abertura de capital da divisão de mineração da CSN era uma operação muito aguardada pelo mercado diante da necessidade da siderúrgica de reduzir a sua alavancagem.
Embora tenha negociado o alongamento de seu passivo com os bancos nos últimos trimestres, o mercado cobra há anos do CEO da empresa, Benjamin Steinbruch, a venda de ativos para reduzir o nível do endividamento. A dívida líquida fechou o terceiro trimestre em R$ 30,6 bilhões.
A relação entre a dívida e o lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês) alcançou 3,67 vezes no período, graças ao bom momento do minério de ferro no mercado internacional, que ajudou no desempenho operacional, pesando em favor da comparação.
Mas olhando para os trimestres anteriores, fica claro que o endividamento da CSN está em patamares elevados – no segundo trimestre, a relação foi de 5,17 vezes, e no primeiro, de 4,78 vezes. Investidores e analistas geralmente consideram uma relação acima de 3,0 vezes como preocupante.
O plano de a CSN utilizar os recursos da oferta secundária para reduzir o endividamento agradou o mercado. As ações da siderúrgica fecharam em alta de 1,12%, a R$ 34,16, em dia de queda do Ibovespa de quase 1%.
Um pouco mais sobre a CSN Mineração
A empresa surgiu, no formato atual, em 2015, quando se juntou à Nacional Minérios, outra empreitada de Steinbruch no mundo da mineração e que não foi bem sucedida.
No prospecto do IPO, a CSN Mineração informa que possui uma das maiores reservas de minério de ferro do mundo, certificada em mais de 3,02 bilhões de toneladas. Estudos próprios, não certificados, apontam para uma reserva de 7,9 bilhões de toneladas, considerando o inventário mapeado.
A CSN Mineração detém duas minas: a Casa de Pedra (seu principal ativo) e a mina de Engenho, ambas localizadas na cidade de Congonhas, Minas Gerais. Elas estão localizadas no chamado o Quadrilátero Ferrífero, região reconhecida por sua riqueza mineral, e que possui uma logística integrada que permite um escoamento eficiente via ferrovias da MRS até o terminal portuário localizado no Porto de Itaguaí, Rio de Janeiro.
Um dos objetivos do IPO é justamente acelerar projetos de expansão da capacidade. A ideia é elevar a capacidade de processamento do minério de ferro dos atuais níveis de 33 milhões de toneladas por ano para até 108 milhões de toneladas por ano, até 2033.
No período de nove meses encerrados em 30 de setembro, a CSN Mineração registrou um lucro líquido de R$ 2,7 bilhões, redução de 9% em relação ao mesmo período de 2019.
A receita subiu 8%, para R$ 8,9 bilhões, enquanto o Ebitda ajustado cresceu 7%, para R$ 4,9 bilhões.
R$ 90 bilhões em dividendos, JCP e mais: quase 60 empresas fazem chover proventos às vésperas da taxação
Um levantamento do Seu Dinheiro mostrou que 56 empresas anunciaram algum tipo de provento para os investidores com a tributação batendo à porta. No total, foram R$ 91,82 bilhões anunciados desde o dia 1 deste mês até esta data
Braskem (BRKM5) é rebaixada mais uma vez: entenda a decisão da Fitch de cortar o rating da companhia para CC
Na avaliação da Fitch, a Braskem precisa manter o acesso a financiamento por meio de bancos ou mercados de capitais para evitar uma reestruturação
S&P retira ratings de crédito do BRB (BSLI3) em meio a incertezas sobre investigação do Banco Master
Movimento foi feito a pedido da própria instituição e se segue a outros rebaixamentos e retiradas de notas de crédito de agências de classificação de risco
Correios precisam de R$ 20 bilhões para fechar as contas, mas ainda faltam R$ 8 bilhões — e valor pode vir do Tesouro
Estatal assinou contrato de empréstimo de R$ 12 bilhões com cinco bancos, mas nova captação ainda não está em negociação, disse o presidente
Moura Dubeux (MDNE3) anuncia R$ 351 milhões em dividendos com pagamento em sete parcelas; veja como receber
Cerca de R$ 59 milhões serão pagos como dividendos intermediários e mais R$ 292 milhões serão distribuídos a título de dividendos intercalares
Tupy (TUPY3) convoca assembleia para discutir eleição de membros do Conselho em meio a críticas à indicação de ministro de Lula
Assembleia Geral Extraordinária debaterá mudanças no Estatuto Social da Tupy e eleição de membros dos conselhos de administração e fiscal
Fundadora da Rede Mulher Empreendedora, Ana Fontes já impactou mais de 15 milhões de pessoas — e agora quer conceder crédito
Rede Mulher Empreendedora (RME) completou 15 anos de atuação em 2025
Localiza (RENT3) e outras empresas anunciam aumento de capital e bonificação em ações, mas locadora lança mão de ações PN temporárias
Medidas antecipam retorno aos acionistas antes de entrada em vigor da tributação sobre dividendos; Localiza opta por caminho semelhante ao da Axia Energia, ex-Eletrobras
CVM inicia julgamento de ex-diretor do IRB (IRBR3) por rumor sobre investimento da Berkshire Hathaway
Processo surgiu a partir da divulgação da falsa informação de que empresa de Warren Buffett deteria participação na resseguradora após revelação de fraude no balanço
Caso Banco Master: Banco Central responde ao TCU sobre questionamento que aponta ‘precipitação’ em liquidar instituição
Tribunal havia dado 72 horas para a autarquia se manifestar por ter optado por intervenção em vez de soluções de mercado para o banco de Daniel Vorcaro
Com carne cara e maior produção, 2026 será o ano do frango, diz Santander; veja o que isso significa para as ações da JBS (JBSS32) e MBRF (MBRF3)
A oferta de frango está prestes a crescer, e o preço elevado da carne bovina impulsiona as vendas da ave
Smart Fit (SMFT3) lucrou 40% em 2025, e pode ir além em 2026; entenda a recomendação de compra do Itaú BBA
Itaú BBA vê geração de caixa elevada, controle de custos e potencial de crescimento em 2026; preço-alvo para SMFT3 é de R$ 33
CSN (CSNA3) terá modernização de usina em Volta Redonda ‘reembolsada’ pelo BNDES com linha de crédito de R$ 1,13 bilhão
Banco de fomento anunciou a aprovação de um empréstimo para a siderúrgica, que pagará por adequações feitas em fábrica da cidade fluminense
De dividendos a ações resgatáveis: as estratégias das empresas para driblar a tributação são seguras e legais?
Formatos criativos de remuneração ao acionista ganham força para 2026, mas podem entrar na mira tributária do governo
Grupo Toky (TOKY3) mexe no coração da dívida e busca virar o jogo em acordo com a SPX — mas o preço é a diluição
Acordo prevê conversão de debêntures em ações, travas para venda em bolsa e corte de até R$ 227 milhões em dívidas
O ano do Itaú (ITUB4), Bradesco (BBDC4), Banco do Brasil (BBAS3) e Santander (SANB11): como cada banco terminou 2025
Os balanços até setembro revelam trajetórias muito diferentes entre os gigantes do setor financeiro; saiba quem conseguiu navegar bem pelo cenário adverso — e quem ficou à deriva
A derrocada da Ambipar (AMBP3) em 2025: a história por trás da crise que derrubou uma das ações mais quentes da bolsa
Uma disparada histórica, compras controversas de ações, questionamentos da CVM e uma crise de liquidez que levou à recuperação judicial: veja a retrospectiva do ano da Ambipar
Embraer (EMBR3) ainda pode ir além: a aposta ‘silenciosa’ da fabricante de aviões em um mercado de 1,5 bilhão de pessoas
O BTG Pactual avalia que a Índia pode adicionar bilhões ao backlog — e ainda está fora do radar de muitos investidores
O dia em que o caso do Banco Master será confrontado no STF: o que esperar da acareação que coloca as decisões do Banco Central na mira
A audiência discutirá supervisão bancária, segurança jurídica e a decisão que levou à liquidação do Banco Master. Entenda o que está em jogo
Bresco Logística (BRCO11) é negociado pelo mesmo valor do patrimônio, segundo a XP; saiba se ainda vale a pena comprar
De acordo com a corretora, o BRCO11 está sendo negociado praticamente pelo mesmo valor de seu patrimônio — múltiplo P/VP de 1,01 vez
