Com cenário macroeconômico instável, não dá pra ser Warren Buffet no Brasil, diz Paolo Di Sora, fundador da RPS Capital
Para o megainvestidor e CEO da Berkshire Hathaway, que compra ações de empresas na maior economia do mundo, é fácil se concentrar na análise microeconômica. Já o investidor brasileiro, por sua vez, está sempre sujeito a instabilidades e crises domésticas
A filosofia de investimentos que tornou Warren Buffett um dos homens mais ricos do planeta não é complexa: comprar e segurar por muitos anos ações de boas empresas. Mas o megainvestidor e CEO da Berkshire Hathaway tem uma vantagem que não se aplica a nós, brasileiros. Ele investe, em grande parte, em companhias na maior economia do mundo, que dificilmente vê seu cenário macro passando por grandes instabilidades. Este, como bem sabemos, não é o caso do Brasil. Por isso, Paolo Di Sora, fundador da RPS Capital, é categórico ao afirmar: “não dá pra ser Warren Buffett no Brasil”.
Investir em ações nos Estados Unidos tem vantagens consideráveis, a começar pelo fato de que a economia americana é a mais pujante do mundo, com bastante previsibilidade. Para Di Sora, é um local onde você pode se “dar ao luxo” de se concentrar na avaliação micro e carregar teses de investimento de longo prazo, como faz Buffett.
“A vida dele é muito mais fácil. A maior parte dos investimentos de Buffett - eu acompanhei muito da trajetória dele porque sou curioso e estudioso do assunto - foram nos Estados Unidos. A economia mais estável macroeconomicamente do mundo”, destaca o gestor
Em mercados emergentes, como é o caso do Brasil e da América Latina como um todo, “você tem disrupção macroeconômica de tempos em tempos que impactam de forma relevante a economia, os setores e as empresas”, explica Di Sora . É só pensar nas constantes crises domésticas pelas quais passamos com certa periodicidade, sem contar nos impactos que as mudanças em câmbio e juro causam em diversos setores de nossa economia.
“A gente precisa sim acompanhar não só as empresas, mas tudo que está acontecendo na economia e montar teses de investimento que vão em linha com o que tá acontecendo do macro pro micro.” – Paolo Di Sora, fundador da RPS Capital.
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADECONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
Para investir em ações no Brasil, é preciso ser humilde
Por estarmos em um contexto bem diferente do de Buffett, Di Sora afirma que os gestores não podem se apegar às suas teses de investimento e precisam ter carteiras líquidas e flexíveis, que se adaptem ao cenário macroeconômico cheio de surpresas. “Tem que ser humilde pra entender que o cenário vai mudando e a gente vai tendo que mudar a nossa carteira”, comenta ele.
Leia Também
São Martinho (SMTO3) lidera os ganhos do Ibovespa, e Vamos (VAMO3) fica na lanterna; confira o sobe e desce das ações
Por que os shoppings brasileiros devem se preocupar com a disputa entre Netflix e Paramount pela Warner
De mudanças de carteira e gestão de patrimônio, Paolo Di Sora pode falar com propriedade. Em 2013, ele fundou a RPS Capital, que hoje acumula R$ 3 bilhões em ativos sob gestão (AUM). Com um DNA forte em ações, a gestora também atua em juros, moeda e commodities. O maior hedge fund da casa, chamado de Total Return, acumula 225% de rentabilidade desde o início.
Fundada quase como um “family office”, a RPS agora quer ganhar espaço no segmento de investidores do varejo que, segundo Di Sora, estão amadurecendo cada dia mais. Atualmente, eles representam 8% da RPS.
Paolo di Sora foi convidado do RadioCash, podcast especializado em mercado financeiro. Ouça o episódio completo abaixo ou continue lendo para saber os principais destaques:
Mesmo com juros baixos mundialmente, mercados emergentes sofrem
Embora a taxa Selic esteja subindo no Brasil a cada reunião do Copom, o cenário mundial (Estados Unidos incluso) ainda é de juros baixos, na avaliação de Di Sora. A discussão sobre juros ainda está longe de acabar, mas, para o gestor da RPS, “ninguém vai passar a investir em renda fixa nos próximos 12 meses porque o FED subiu 50 base points em juro ou seja lá qual for o número”. Portanto, sua recomendação para investimentos internacionais é clara: compre ações.
Em relação à inflação na retomada pós-pandemia, o gestor menciona que os bancos centrais ao redor do mundo já estão ficando mais atentos. Para ele, o juro vai subir, mas não em níveis muito estrondosos.
Nesse contexto, dois fatores impactam os mercados emergentes, como o Brasil: a retirada de estímulos do FED e a desaceleração do crescimento chinês. “Nos mercados emergentes a situação monetária de inflação é ainda muito pior”, comenta Di Sora. Por esse motivo, ele afirma que prefere fazer investimentos na terra do Tio Sam.
Quais são as alocações da RPS Capital?
Falando mais a fundo de seus investimentos e das apostas da RPS, Paolo Di Sora comenta está otimista com a cesta de commodities, com empresas como Petrobras (PETR4), Vale (VALE3) e Usiminas (USIM5) no ponto mais baixo de seus valuations.
Já no Brasil, o fundador da RPS não gosta muito do setor imobiliário no geral, que é favorecido em tempos de juros baixos. Mas afirma que o setor de construção civil para baixa renda, que é subsidiado pelo governo através de programas como Casa Verde e Amarela, tem uma assimetria positiva. Ao RadioCash, ele cita empresas como Direcional (DIRR3), Tenda (TEND3) e MRV (MRVE3).
Em China, o gestor se mostra confiante quanto às techs: “eu acho que o setor de tecnologia chinesa vai estar muito pujante nos próximos dez anos, quinze anos”, diz.
Quer ouvir o papo completo com o fundador da RPS Capital? Ouça no player abaixo ou procure por RadioCash na sua plataforma de podcasts de preferência:
Cidade que fica a apenas 103km de São Paulo é uma das melhores do Brasil para morar
A 103 km da capital paulista, Indaiatuba se destaca no Índice de Progresso Social por segurança, infraestrutura, serviços públicos e qualidade de vida acima da média
Mega-Sena 2951 vai a R$ 44 milhões, mas Timemania assume a liderança com R$ 65 milhões; Lotofácil garante sete novos milionários
Mega-Sena e Timemania concentram as maiores boladas da semana, em meio a um cenário de acúmulos que atinge Quina, Lotomania, Dupla Sena, Dia de Sorte, Super Sete e +Milionária
Bolsa Família mantém calendário adiantado e paga parcela de dezembro para NIS final 3 nesta sexta (12)
Com liberação antes do Natal, beneficiários com NIS terminado em 3 recebem nesta sexta; valor médio segue em R$ 691,37 com reforço dos adicionais
Bruno Serra, da Itaú Asset, diz que Selic cai em janeiro e conta o que precisa acontecer para os juros chegarem a um dígito
O cenário traçado pelo time do Itaú Janeiro prevê um corte inicial de 25 pontos-base (pb), seguido por reduções mais agressivas — de 75 pb ou mais — a partir de março
Tarifas, conflitos geopolíticos, inflação: quais são as principais preocupações dos bilionários para 2026
O receio das tarifas — exacerbado pela política tarifária dos Estados Unidos sob o presidente Donald Trump — é o maior entre os respondentes da pesquisa
David Beker, do Bank of America, mantém projeção otimista para os juros: corte de 0,50 p.p. em janeiro e Selic a 11,25% em 2026
Economista-chefe do BofA acredita que o Copom não precisa sinalizar no comunicado antes de fazer qualquer ajuste e mantém olhar otimista para a política monetária
Ficou sem luz? Veja quanto custa um gerador para sua casa
Com a falta de luz atingindo milhões, veja quanto custa investir em um gerador para manter sua casa funcionando durante apagões prolongados
Governo lança pacote “MEI em Ação” com novo app unificado, assistente virtual com IA e capacitações
O app Meu MEI Digital passa a reunir os serviços do Portal do Empreendedor com atalhos para formalização, alteração de dados e emissão de NF-e
Como comprar ingressos para Copa do Mundo 2026: nova fase abre hoje
Fifa abre nova fase de vendas da Copa do Mundo 2026; veja como se inscrever, participar do sorteio e garantir ingressos para acompanhar os jogos nos EUA, México e Canadá
Selic se mantém em 15% ao ano e Copom joga balde de água fria nos mercados ao não sinalizar corte nos juros
O Copom não entregou a sinalização que o mercado esperava e manteve o tom duro do comunicado, indicando que os cortes na Selic podem demorar ainda
Valor do novo salário-mínimo altera contribuição para MEI; veja quanto fica
O piso nacional será de R$ 1.621 a partir de janeiro de 2026 e aumenta o valor da tributação dos microempreendedores individuais
Ceia de Natal 2025: veja os alimentos que mais tiveram alta nos preços
Com bacalhau, lombo e aves natalinas em alta, a ceia fica mais pesada no bolso; azeite e pernil registram queda
Aprenda com os bilionários: 5 hábitos financeiros de Elon Musk e Warren Buffett que podem te ajudar a construir patrimônio
Hábitos de bilionários como Warren Buffett, Elon Musk e Jeff Bezos mostram como visão de longo prazo, disciplina, diversificação e juros compostos podem impulsionar a construção de patrimônio
Este parque marcou uma geração, quase quebrou — e agora mira recuperar os tempos de ouro
Hopi Hari encerra recuperação judicial, reduz dívida e anuncia R$ 280 milhões em investimentos até 2028
Lei da água gratuita: as cidades e Estados onde bares e restaurantes são obrigados a oferecer água potável sem custo
Brasil vive um cenário fragmentado: leis estaduais caíram, outras sobreviveram, e um projeto nacional tenta unificar a regra
Por que o BTG espera que os lucros disparem até 17% no ano que vem — e que ações mais ganham com isso
Banco projeta lucro R$ 33,78 bilhões maior para empresas: parte dessa alta vem das empresas que vendem principalmente no mercado doméstico,pressionado com os juros altos
Penas menores para Bolsonaro e condenados pelo 8 de janeiro? Câmara dos Deputados aprova redução; confira o que acontece agora
O texto original previa anistia a todos os envolvidos nos atos de 8 de janeiro e dos acusados de tentativa de golpe de Estado, mas trecho foi retirado
Mega-Sena 2949 acumula e vai a R$ 38 milhões, enquanto Timemania salta para R$ 64 milhões; veja as loterias da Caixa
Hoje é dia de sorteios da +Milionária (R$ 11 milhões), da Quina (R$ 600 mil) e da Lotomania (R$ 1,6 milhão); amanhã entram em cena a Mega-Sena e a Timemania.
Câmara aprova regras mais rígidas contra devedor contumaz; texto vai para sanção de Lula
Quando a Fazenda identificar um possível devedor contumaz, deverá enviar notificação e conceder prazo de 30 dias para pagamento da dívida ou apresentação de defesa
O corte da Selic vem aí? Resposta do Copom estará nas entrelinhas do comunicado desta Super Quarta
Na última reunião do ano, mercado espera mudanças sutis no comunicado do comitê para consolidar apostas de cortes nos juros já em janeiro
