Os FoFs de fundos imobiliários foram muito castigados durante o ano? Confira uma opção atrativa para investir
Caso tenhamos uma recuperação do Ifix nos próximos meses, certamente os FoFs serão beneficiados com um desempenho superior à média dos fundos imobiliários
Confesso que o mercado imobiliário tem tirado um pouco do meu sono nas últimas semanas. Falando especificamente dos fundos imobiliários (FIIs), após um mês de recuperação em julho, o Ifix (principal índice da indústria) acumula queda de aproximadamente 3,5% em agosto, acompanhando outras classes de ativos de risco domésticas.
O movimento negativo foi proporcionado por fatores macroeconômicos, em sua maioria. Entre eles, destaco a difícil calibragem da política monetária brasileira, que teme que o passado inflacionário retorne nos próximos anos.
Lembrando que, após sucessivos aumentos da taxa básica de juros, o Banco Central assumiu uma postura mais direta em relação ao controle da inflação neste ano e, possivelmente, veremos uma Selic de 7,5% ao ano (a.a.) no final de 2021.
Além disso, o contexto político, agravado pela proximidade das eleições presidenciais, tem se distanciado cada vez mais do compromisso fiscal.
Diante de todos esses pontos, uma classe que vem sofrendo no ano é a de Fundos de Fundos, popularmente conhecidos como FoFs. Bem tradicionais na indústria, esses fundos imobiliários são compostos por cotas de outros FIIs e se tornaram alternativas interessantes de diversificação, em função da quantidade de ativos presentes em suas carteiras e pela gestão profissional que normalmente as comanda.
Conforme é possível observar no gráfico abaixo, estamos tratando de um dos segmentos que mais caiu durante o ano, mesmo se comparados às lajes corporativas e shoppings, que ainda sofrem danos operacionais por conta da pandemia.
Leia Também
Na minha percepção, por ser uma classe de ativos composta por outros fundos imobiliários, o mercado tem evitado a categoria, antecipando uma possível queda no valor patrimonial dos fundos, que é composto pelo próprio valor de mercado de sua carteira. Se em momentos de alta do mercado, os FoFs negociavam com prêmio em relação ao mercado, o cenário atual é o inverso.
Porém, diante de todo o estresse envolvendo o segmento, sempre é bom ficar de olho em algumas oportunidades e distorções no mercado. Além disso, caso tenhamos uma recuperação do Ifix nos próximos meses, certamente os FoFs serão beneficiados desse movimento com desempenho superior à média da indústria.
Um FoF atrativo em relação aos pares no mercado de fundos imobiliários
O RBR Alpha FOF FII (RBRF11) é um fundo de investimento imobiliário gerido pela RBR Gestão de Recursos. O fundo nasceu em setembro de 2017, sendo um dos FoFs mais tradicionais do mercado.
Trata-se de um fundo um pouco diferente do restante da indústria: recentemente, passou por uma alteração de mandato e hoje pode ser considerado muito mais um “multimercado” de FIIs do que um fundo de fundos, dado que pode atuar no mercado de desenvolvimento e recebíveis imobiliários (CRIs) diretamente também – inclusive, esta última parcela é a mais representativa da carteira atualmente, com quase 40% do patrimônio investido. Em geral, o fundo possui quatro estratégias:
- Alpha: foco em FIIs de Tijolo, abaixo do custo de reposição e foco na valorização de ativos;
- Beta: posições táticas, com foco em FIIs com dividendos estabilizados. Fundos mais sensíveis às oscilações de curto prazo;
- CRIs: busca de retornos acima do benchmark via dívida imobiliária (garantias + fluxo de recebíveis);
- Liquidez: recursos aguardando alocação futura, alocados em fundos de renda fixa com liquidez imediata.
A maior concentração em recebíveis (via CRIs e FIIs) está de acordo com o momento de mercado e com as últimas publicações desta própria coluna. Em função da alta dos indexadores (CDI, IPCA, IGP-M, entre outros), a renda proveniente dos CRIs aumentou consideravelmente durante o ano.
A segunda maior posição, no mercado corporativo, tem caráter de longo prazo, tendo em vista o ciclo de baixa do setor e os descontos relevantes nos preços dos ativos.
Para melhor visualização da oportunidade no RBRF11, vamos aprofundar na análise relativa do setor de fundos imobiliários, reunindo os principais FoFs da indústria quando falamos de representatividade e liquidez.
| FoF | Queda VP no ano | Cota atual / VP | DVD Yield Anualizado | DVD Yield 12 meses | Retorno no ano | Liquidez (R$ mil) |
| BLMR11 | -11,28% | 83,13% | 10,15% | - | - | R$ 1.028 |
| BPFF11 | -5,21% | 88,03% | 9,10% | 9,02% | -4,67% | R$ 752 |
| BCFF11 | -4,44% | 88,24% | 7,85% | 8,39% | -18,24% | R$ 4.663 |
| CPFF11 | -5,60% | 99,26% | 12,04% | 10,27% | 7,23% | R$ 1.182 |
| HGFF11 | -4,20% | 80,86% | 7,82% | 8,87% | -14,57% | R$ 494 |
| HFOF11 | -4,67% | 91,86% | 8,30% | 7,96% | -13,25% | R$ 2.936 |
| KFOF11 | -7,44% | 81,02% | 8,32% | 7,95% | -19,37% | R$ 675 |
| MGFF11 | -6,56% | 82,44% | 9,59% | 9,88% | -15,40% | R$ 2.173 |
| MORE11 | -9,84% | 81,02% | 10,63% | 10,94% | -25,20% | R$ 760 |
| RBFF11 | -8,09% | 80,39% | 9,84% | 10,54% | -18,41% | R$ 661 |
| RVBI11 | -4,03% | 98,90% | 9,89% | 8,96% | 3,32% | R$ 444 |
| VIFI11 | -5,14% | 81,35% | 9,56% | 9,39% | -12,55% | R$ 419 |
| XPSF11 | -4,35% | 89,92% | 9,88% | 10,51% | -6,91% | R$ 1.394 |
| Média | -6,22% | 86,65% | 9,46% | 9,39% | -11,50% | R$ 1.352 |
| IFIX | 8,62% | -5,25% | ||||
| RBRF11 | -5,49% | 84,56% | 9,51% | 10,40% | -17,99% | R$ 3.057 |
Inicialmente, já podemos observar que o fundo supera os principais pares em termos de dividend yield (anualizado e em 12 meses), especialmente se considerarmos sua alta liquidez, que minimiza o risco de montagem e/ou desmontagens nas operações. Vale citar que a gestão já divulgou um guidance para o restante do ano, no qual os proventos mensais devem rondar entre R$ 0,55 e R$ 0,75 por cota (8,4% a.a. e 11,6% a.a.).
Leia também:
- Um FII para você capturar oportunidades no aquecido mercado de crédito imobiliário
- Tributação, Taxa Selic, Inflação… Uma alternativa de FII para enfrentar o segundo semestre
Além disso, apesar de o RBRF11 apresentar uma queda do valor patrimonial no ano praticamente alinhada a performance do Ifix, sua cota foi muito penalizada nos últimos oito meses, sem fundamento concreto divulgado.
Por fim, é importante pontuar que o valor de mercado do fundo hoje oferece um desconto de mais de 15% sobre o valor patrimonial de sua carteira. Mesmo que este indicador não zere no curto prazo, enxergo um valor bem exagerado se comparado ao restante da indústria.
Portanto, mesmo que o clima do mercado não esteja dos mais agradáveis para a indústria de FoFs, considero que o RBRF11, além de uma boa opção de longo prazo, possa apresentar uma performance superior aos pares neste período de incertezas.
Até a próxima,
Caio
Investir com emoção pode custar caro: o que os recordes do Ibovespa ensinam
Se você quer saber se o Ibovespa tem espaço para continuar subindo mesmo perto das máximas, eu não apenas acredito nisso como entendo que podemos estar diante de uma grande janela de valorização da bolsa brasileira — mas isso não livra o investidor de armadilhas
Seca dos IPOs ainda vai continuar, fim do shutdown e o que mais movimenta a bolsa hoje
Mesmo com Regime Fácil, empresas ainda podem demorar a listar ações na bolsa e devem optar por lançar dívidas corporativas; mercado deve reagir ao fim do maior shutdown da história dos EUA, à espera da divulgação de novos dados
Rodolfo Amstalden: Podemos resumir uma vida em uma imagem?
Poucos dias atrás me deparei com um gráfico absolutamente pavoroso, e quase imediatamente meu cérebro fez a estranha conexão: “ora, mas essa imagem que você julga horripilante à primeira vista nada mais é do que a história da vida da Empiricus”
Shutdown nos EUA e bolsa brasileira estão quebrando recordes diariamente, mas só um pode estar prestes a acabar; veja o que mais mexe com o seu bolso hoje
Temporada de balanços, movimentos internacionais e eleições do ano que vem podem impulsionar ainda mais a bolsa brasileira, que está em rali histórico de valorizações; Isa Energia (ISAE4) quer melhorar eficiência antes de aumentar dividendos
Ibovespa imparável: até onde vai o rali da bolsa brasileira?
No acumulado de 2025, o índice avança quase 30% em moeda local — e cerca de 50% em dólar. Esse desempenho é sustentado por três pilares centrais
Felipe Miranda: Como era verde meu vale do silício
Na semana passada, o mitológico investidor Howard Marks escreveu um de seus icônicos memorandos com o título “Baratas na mina de carvão” — uma referência ao alerta recente de Jamie Dimon, CEO do JP Morgan, sobre o mercado de crédito
Banco do Brasil (BBAS3) precisará provar que superou crise do agro, mercado está otimista com fim do shutdown nos EUA no horizonte, e o que mais você precisa saber sobre a bolsa hoje
Analistas acreditam que o BB não conseguirá retomar a rentabilidade do passado, e que ROE de 20% ficou para trás; ata do Copom e dados de inflação também mexem com os mercados
Promovido, e agora? Por que ser bom no que faz não te prepara para liderar pessoas
Por que seguimos promovendo técnicos brilhantes e esperando que, por mágica, eles virem líderes preparados? Liderar é um ofício — e como todo ofício, exige aprendizado, preparo e prática
Novo nome da Eletrobras em nada lembra mercado de energia; shutdown nos EUA e balanço da Petrobras também movem os mercados hoje
Depois de rebranding, Axia Energia anuncia R$ 4 bilhões em dividendos; veja o que mais mexe com a bolsa, que bate recorde depois de recorde
Eletrobras agora é Axia: nome questionável, dividendos indiscutíveis
Mesmo com os gastos de rebranding, a empresa entregou bons resultados no 3T25 — e há espaço tanto para valorização das ações como para mais uma bolada em proventos até o fim do ano
FII escondido no seu dia a dia é campeão entre os mais recomendados e pode pagar dividendos; mercado também reflete decisão do Copom e aprovação da isenção de IR
BTGLG11 é campeão no ranking de fundos imobiliários mais recomendados, Copom manteve Selic em 15% ao ano, e Senado aprovou isenção de Imposto de Renda para quem recebe até R$ 5 mil
É bicampeão! FII BTLG11 volta ao topo do ranking dos fundos mais recomendados em novembro — e tem dividendos extraordinários no radar
Pelo segundo mês consecutivo, o BTLG11 garantiu a vitória ao levar quatro recomendações das dez corretoras, casas de análise e bancos consultados pelo Seu Dinheiro
Economista revela o que espera para a Selic em 2025, e ações ligadas à inteligência artificial sofrem lá fora; veja o que mais mexe com o mercado hoje
Ibovespa renovou recorde antes de decisão do Copom, que deve manter a taxa básica de juros em 15% ao ano, e economista da Galapagos acredita que há espaço para cortes em dezembro; investidores acompanham ações de empresas de tecnologia e temporada de balanços
O segredo do Copom, o reinado do Itaú e o que mais movimenta o seu bolso hoje
O mercado acredita que o Banco Central irá manter a taxa Selic em 15% ao ano, mas estará atento à comunicação do banco sobre o início do ciclo de cortes; o Itaú irá divulgar seus resultados depois do fechamento e é uma das ações campeãs para o mês de novembro
Política monetária não cede, e fiscal não ajuda: o que resta ao Copom é a comunicação
Mesmo com a inflação em desaceleração, o mercado segue conservador em relação aos juros. Essa preferência traz um recado claro: o problema deriva da falta de credibilidade fiscal
Tony Volpon: Inteligência artificial — Party like it’s 1998
Estamos vivendo uma bolha tecnológica. Muitos investimentos serão mais direcionados, mas isso acontece em qualquer revolução tecnológica.
Manter o carro na pista: a lição do rebalanceamento de carteira, mesmo para os fundos imobiliários
Assim como um carro precisa de alinhamento, sua carteira também precisa de ajustes para seguir firme na estrada dos investimentos
Petrobras (PETR4) pode surpreender com até R$ 10 bilhões em dividendos, Vale divulgou resultados, e o que mais mexe com seu bolso hoje
A petroleira divulgou bons números de produção do 3° trimestre, e há espaço para dividendos bilionários; a Vale também divulgou lucro acima do projetado, e mercado ainda digere encontro de Trump e Xi
Dividendos na casa de R$ 10 bilhões? Mesmo depois de uma ótima prévia, a Petrobras (PETR4) pode surpreender o mercado
A visão positiva não vem apenas da prévia do terceiro trimestre — na verdade, o mercado pode estar subestimando o potencial de produção da companhia nos próximos anos, e olha que eu nem estou considerando a Margem Equatorial
Vale puxa ferro, Trump se reúne com Xi, e bolsa bateu recordes: veja o que esperar do mercado hoje
A mineradora divulga seus resultados hoje depois do fechamento do mercado; analistas também digerem encontro entre os presidentes dos EUA e da China, fala do presidente do Fed sobre juros e recordes na bolsa brasileira