Caixa Seguridade (CXSE3): reservas para o IPO terminam no dia 26; veja os detalhes e se vale a pena investir
Banco público pretende captar até R$ 6,5 bilhões com a venda de parte de suas ações na empresa que reúne suas participações em seguros

Imagine ser sócio de uma empresa que tem o direito de vender seus produtos de forma exclusiva nas agências, lotéricas e correspondentes bancários ligados à Caixa Econômica Federal até 2050.
É com essa vitrine que a Caixa Seguridade pretende atrair investidores para uma oferta pública inicial de ações (IPO, na sigla em inglês) na B3.
O banco público pretende captar até R$ 6,5 bilhões com a venda de parte de suas ações na holding que concentra as participações na área de seguros. O valor considera a venda de todas as ações e no topo da faixa indicativa, que varia entre R$ 9,33 e R$ 12,67.
O IPO da Caixa Seguridade, cujo ticker na bolsa será CXSE3, conta com algumas características particulares. A principal delas é que o banco pretende destinar metade das ações para investidores pessoas físicas. Nas aberturas de capital convencionais, o varejo fica com uma fatia de no máximo 10% do total.
A abertura de capital se aproxima da fase decisiva. O prazo de reserva para os interessados em entrar no IPO termina na segunda-feira, 26. A definição do preço por ação sai no dia seguinte e a estreia da empresa no pregão da B3 está prevista para quinta-feira da semana que vem, dia 29 de abril.
Mas será que vale a pena virar sócio da Caixa nessa empreitada? A seguir eu conto para você mais detalhes sobre a empresa e a oferta de ações.
Leia Também
O que é a Caixa Seguridade
A Caixa Seguridade é uma holding, empresa que concentra participações em outras companhias. No caso, ela reúne os negócios que o banco público detém — sozinho ou com outros sócios — nos ramos de seguros, previdência privada, capitalização, consórcio e corretagem de seguros.
A exclusividade na venda de todos esses produtos na rede do banco é o grande trunfo da Caixa Seguridade, que tem um espaço enorme para crescer com o aumento da penetração de produtos de seguros entre os clientes da instituição.
Trata-se de uma base de mais de 145 milhões de correntistas e poupadores, atendidos em uma rede de mais de 26 mil pontos de atendimento, entre agências, correspondentes bancários e lotéricas.
Outra frente de crescimento pode vir com a venda de produtos pelo Caixa Tem, o banco digital criado pela Caixa no ano passado e que conta com 107 milhões de contas digitais abertas.
A Caixa Seguridade atua em sociedade com seguradoras parceiras, incluindo nomes como CNP Assurances, Icatu e Tokio Marine. A exceção é a corretora, na qual a holding detém 100% do capital e que possui parcerias com outras empresas para a venda de produtos como seguro de automóvel, saúde e odonto e grandes riscos.
Lucro e dividendos
Em 2020, a Caixa Seguridade registrou lucro líquido de R$ 1,8 bilhão, o que representa um avanço de 5,2% em relação ao ano anterior. O resultado representa uma rentabilidade sobre o patrimônio líquido de 40,4%.
As receitas operacionais avançaram 8% e somaram R$ 2,2 bilhões no ano passado. O faturamento da holding vem de duas fontes: o resultado das participações nas empresas investidas e do acesso à rede de distribuição e uso da marca.
Para os investidores em busca de uma renda extra, vale destacar os dividendos gordos distribuídos pela Caixa Seguridade, que somaram R$ 1,5 bilhão em 2020, o equivalente a 86% do lucro anual da companhia.
Corrupção está entre os riscos
De todos os fatores de risco presentes no prospecto do IPO da Caixa Seguridade, o que mais me chamou a atenção foi que a companhia admitiu que pode não ser capaz de evitar que membros da administração, funcionários ou terceiros “atuem em situações contrárias à legislação aplicável e à regulação, incluindo em atos que se qualificam como corrupção, lavagem de dinheiro, suborno, improbidade administrativa e outras condutas similares”.
Em novembro do ano passado, a Caixa Seguradora e a Wiz — que até o início deste ano operava como corretora de seguros nas agências do banco — foram mencionadas na Operação “Canal Seguro”, desdobramento da Operação Descarte da Polícia Federal. As supostas irregularidades teriam ocorrido entre 2014 e 2016 e envolveriam cerca de R$ 28 milhões.
A eventual interferência do governo federal, dono da Caixa, é outro fator relevante a ser considerado quem pensa em investir nas ações no IPO da seguradora. Após a oferta, o banco público seguirá como acionista majoritário da holding, com uma participação entre 82,75% e 85%, dependendo da quantidade de ações vendidas.
Vale ressaltar, contudo, que as seguradoras que operam abaixo da holding têm controladores privados, o que diminui o risco de uma intervenção direta do governo nos negócios.
Vale a pena entrar no IPO?
A essa altura você já entendeu que a Caixa Seguridade é uma empresa com uma combinação difícil de encontrar na bolsa: boas perspectivas de crescimento e um pagamento generoso de dividendos.
Por outro lado, enfrenta a desconfiança de ter o governo no controle e pode não conseguir ser bem-sucedida no plano de aumentar a venda de seguros para a base de clientes do banco.
Resta saber agora se todos esses fatores estão corretamente refletidos na faixa de preço por ação (CXSE3) que a empresa estipulou na oferta.
Os analistas em geral têm colocado que a relação entre o preço da ação e o lucro indica um valor salgado para os papéis. Mas na visão de um experiente gestor de fundos com quem eu conversei, vale a pena investir no IPO da Caixa Seguridade.
“É uma boa oferta, vem no preço correto e, apesar de ser aquela história chata de bancão estatal, tem boas alavancas”, disse. Ele pondera que o preço correto, no caso, só é válido se a empresa vender as ações até o meio da faixa indicativa, de R$ 11.
Leia também:
- Caixa terá “foco total” no IPO de cinco subsidiárias na B3, incluindo o banco digital
- A Moura Dubeux tem a maior queda entre as novatas da bolsa. É hora de comprar?
- PicPay entra com pedido de IPO na Nasdaq
Direto ou via fundos
Existem duas formas de investir no IPO da Caixa Seguridade. A primeira é de forma direta, por meio das corretoras que participam da oferta. Você pode encontrar a relação completa neste documento.
Na hora de investir, é preciso indicar o preço máximo por ação que está disposto a pagar. Se o valor definido ficar acima, o seu pedido de reserva será cancelado.
Os investidores que optarem por entrar no IPO com cláusula de "lock up", que proíbe a venda das ações nos primeiros 45 dias após o início das negociações, terão prioridade na alocação.
A Caixa também criou um fundo específico para investir em CXSE3, o "CAIXA FI Ações CAIXA Seguridade", que dá acesso a qualquer investidor a partir de R$ 100 de aplicação mínima. A taxa de administração é de 0,2% ao ano.
O fundo tem a vantagem da praticidade, mas nesse caso o investidor não poderá indicar o valor máximo por ação e estará sujeito à carência dos primeiros 45 dias para o resgate.
Rio Bravo: “Momento é de entrada em fundos imobiliários de tijolo, não de saída”
Anita Scal, sócia e diretora de Investimentos Imobiliários da empresa, afirma que a perspectiva de um ciclo de queda da taxa de juros no Brasil deve levar as cotas dos fundos a se valorizarem
TRXF11 abocanha galpão locado pelo Mercado Livre (MELI34) — e quem vai ver o dinheiro cair na conta são os cotistas de um outro FII
Apesar da transação, a estimativa de distribuição de dividendos do TRXF11 até o fim do ano permanece no mesmo patamar
Ação da Cosan (CSAN3) ainda não conseguiu conquistar os tubarões da Faria Lima. O que impede os gestores de apostarem na holding de Rubens Ometto?
Levantamento da Empiricus Research revela que boa parte do mercado ainda permanece cautelosa em relação ao futuro da Cosan; entenda a visão
LinkedIn em polvorosa com Itaú, e o que esperar dos mercados nesta sexta-feira (12)
Após STF decidir condenar Bolsonaro, aumentam os temores de que Donald Trump volte a aplicar sanções contra o país
Ibovespa para uns, Tesouro IPCA+ para outros: por que a Previ vendeu R$ 7 bilhões em ações em ano de rali na bolsa
Fundo de pensão do BB trocou ações de empresas por títulos públicos em nova estratégia para reforço de caixa
TRBL11 recebe R$ 6 milhões em acordo por imóvel que é alvo de impasse com os Correios — agora o FII está de olho na disputa judicial contra a estatal
Segundo o gestor da Rio Bravo, o acordo “é apenas o começo” e, agora, o fundo imobiliário busca cobrar os Correios e voltar a ocupar o galpão com um novo inquilino
Banco do Brasil (BBAS3) supera a Vale (VALE3) em um quesito na bolsa; saiba qual
Os dados são de um levantamento mensal do DataWise+, parceria entre a B3 e a Neoway
Fundo imobiliário MFII11 mira novo projeto residencial na zona leste de São Paulo; veja os detalhes
O FII vem chamando atenção por sua estratégia focada em empreendimentos residenciais ligados ao Minha Casa, Minha Vida (MCMV)
Ibovespa renova máxima histórica e dólar vai ao menor nível desde julho de 2024 após dados de inflação nos EUA; Wall Street também festeja
Números de inflação e de emprego divulgados nesta quinta-feira (11) nos EUA consolidam a visão do mercado de que o Fed iniciará o ciclo de afrouxamento monetário na reunião da próxima semana; por aqui, há chances de queda da Selic
Fundo imobiliário do BTG quer vender cinco imóveis por mais de R$ 830 milhões — e já tem destino certo para o dinheiro
Criado especialmente para adquirir galpões da Log Commercial Properties (LOGG3), o BTLC11 comprou os ativos em 2023, e agora deseja gerar valor aos cotistas
GGRC11 ou Tellus: quem levou a melhor na disputa pelo galpão da Renault do FII VTLT11, que agora se despede da bolsa
Com a venda do único imóvel do portfólio, o fundo imobiliário será liquidado, mas cotistas vão manter a exposição ao mercado imobiliário
Fundo imobiliário (FII) aposta em projetos residenciais de alto padrão em São Paulo; veja os detalhes
Com as transações, o fundo imobiliário passa a ter, aproximadamente, 63% do capital comprometido em cinco empreendimentos na capital paulista
Fundo imobiliário Iridium Recebíveis (IRIM11) reduz dividendo ao menor nível em um ano; cotas caem
A queda no pagamento de proventos vem em meio a negociações para a fusão do FII ao Iridium Fundo de Investimento Imobiliário (IRIM11)
Ibovespa sobe 0,52% após renovar máxima intradia com IPCA e PPI no radar; dólar cai a R$ 5,4069
Deflação aqui e lá fora em agosto alimentaram a expectativa de juros menores ainda neste ano; confira os dados e o que mais mexeu com a bolsa e o câmbio nesta quarta-feira (10)
Ouro supera US$ 3.700 pela primeira vez e segue como o refúgio preferido em 2025
Ataque de Israel ao Catar e revisão dos dados de emprego nos EUA aumentaram a busca por proteção e levaram o metal precioso a renovar recorde histórico
Disputa judicial entre Rede D’Or e FIIs do BTG Pactual caminha para desfecho após mais de uma década
Além da renegociação das dívidas da empresa do setor de saúde, os acordos ainda propõem renovações de contratos — mas há algumas condições
Comprado em bolsa brasileira e vendido em dólar: a estratégia do fundo Verde também tem criptomoedas e ouro
Na carta de agosto, o fundo criado por Luis Stuhlberger chama atenção para o ciclo eleitoral no Brasil e para o corte de juros nos EUA — e conta como se posicionou diante desse cenário
Commodities e chance de juro menor dão suporte, mas julgamento de Bolsonaro limita ganhos e Ibovespa cai
O principal índice da bolsa brasileira chegou a renovar máximas intradia, mas perdeu força no início da tarde; dólar à vista subiu e ouro renovou recorde na esteira do ataque de Israel ao Catar
Fundo imobiliário GARE11 anuncia compra de dois imóveis por R$ 32,3 milhões; confira os detalhes da operação
O anúncio da compra dos imóveis vem na esteira da venda de outros dez ativos, reforçando a estratégia do fundo imobiliário
FII vs. FI-Infra: qual o melhor fundo para uma estratégia de renda com dividendos e isenção de imposto?
Apesar da popularidade dos FIIs, os fundos de infraestrutura oferecem incentivos fiscais extras e prometem disputar espaço nas carteiras de quem busca renda mensal isenta de IR