Além do bitcoin (BTC): conheça os ETFs de criptomoedas da bolsa brasileira — e o que deu mais retorno até agora
Desde a estreia, todos os ETFs da B3 acumulam alta na casa dos dois dígitos, mas o campeão deles venceu com um avanço de mais de 100%
O mercado de criptomoedas foi chacoalhado com a aprovação do primeiro fundo de índice (ETF, em inglês) nos Estados Unidos. A notícia impulsionou as cotações do bitcoin, que encerrou a semana em alta de mais de 10% e ultrapassou a barreira dos US$ 60 mil.
Mas os norte-americanos estão um pouco atrasados nesse quesito.
Os investidores brasileiros já têm à disposição fundos de criptomoedas negociados em bolsa desde abril deste ano. A B3 já conta com cinco ETFs com as mais diversas composições.
Existem algumas vantagens para quem opta pelo investimento em ETF, como, por exemplo, a facilidade em relação ao investimento direto em bitcoins e criptomoedas. A taxa de administração também costuma ser menor do que em fundos tradicionais.
Nesta reportagem eu apresento para você os fundos de criptomoedas negociados na B3 e o retorno acumulado desde a estreia de cada um. Qual será o mais rentável?
O que é um ETF?
Antes da resposta, um pequeno preâmbulo para explicar o que é um ETF. Como a sigla em inglês sugere, os Exchange Traded Funds são fundos com cotas negociadas em bolsa que buscam igualar ou superar um índice de referência.
Leia Também
No caso das criptomoedas, os ativos são alocados no exterior porque a regulamentação brasileira ainda não reconhece criptomoedas como ativos financeiros.
Assim, a gestora mantém esses ativos no exterior e a grande maioria desses índices segue um padrão internacional desenvolvido pela Nasdaq.
Os ETFs são uma alternativa de baixo custo para quem começa a dar os primeiros passos na renda variável — ou procura estratégias específicas para diversificar a sua carteira. Bancos e corretoras vêm travando verdadeira batalha pela hegemonia nesse mercado, o que deve se intensificar com a maior diversificação desse mercado.
HASH11
| Ticker | Taxa de administração (%) | Gestora |
| HASH11 | de 0,30% até 1,30% ao ano | Hashdex |
O primeiro fundo de índice em criptomoeda da B3 foi lançado em abril deste ano pela Hashdex. O HASH11 teve sua estreia na bolsa em abril deste ano, com uma alta de 12,26% no primeiro dia de negociações.
Esse ETF replica o Nasdaq Crypto Index (NCI), índice desenvolvido pela gestora brasileira Hashdex em parceria com a Nasdaq. O NCI é rebalanceado a cada três meses e composto pelas seguintes criptomoedas:
- Bitcoin (66,71%)
- Ethereum (29,64%)
- Litecoin (0,87%)
- Chainlink (0,69%)
- Uniswap (0,59%)
- Bitcoin Cash (0,57%)
- Filecoin (0,49%)
- Stellar (0,43%)
Entretanto, alguns especialistas do mercado destacam que esse índice pode não ser o melhor para replicar o que ocorre de fato com o mercado de criptomoedas.
André Franco, da Empiricus, afirma que excluir o Dogecoin, por exemplo, retira uma parte importante do movimento do mercado, tendo em vista que o DOGE é uma das dez principais criptomoedas do mundo.
A moeda-meme já é listada em uma série de corretoras (exchanges) e movimenta um volume de aproximadamente US$ 4 bilhões por dia. Entretanto, não é um projeto sério e não é considerado um investimento pelos analistas do mercado, o que exclui o DOGE de índices sérios como o NCI.
Além disso, as gestoras não querem respaldar o investimento em projetos que não tem futuro. Confira mais detalhes da entrevista de André Franco no Papo Cripto #004:
QBTC11
| Ticker | Taxa de administração (%) | Gestora |
| QBTC11 | 0,75% ao ano | QR Capital |
O segundo ETF da bolsa brasileira também trouxe uma novidade: esse foi o primeiro fundo com exposição 100% ao bitcoin da América Latina. Ele estreou a classe de ETFs monoativos da B3, ou seja, é como expor sua carteira ao potencial (e riscos) dos criptoativos.
O índice de referência adotado pelo QBTC11 é o CME CF Bitcoin Reference Rate que foi elaborado pelo Chicago Mercantile Exchange (CME) Group em conjunto com a CF Benchmarks e realiza a precificação do bitcoin seguindo uma média entre os valores à vista negociados nas maiores exchanges reguladas de bitcoin do mundo, como Binance, Coinbase e FTX.
QETH11
| Ticker | Taxa de administração (%) | Gestora |
| QETH11 | 0,75% ao ano | QR Capital |
De maneira semelhante, o QETH11, também da QR Capital, faz o mesmo que o QBTC11, mas com a segunda principal criptomoeda do mercado, o ethereum (ETH).
O bitcoin é a principal moeda digital do mundo, mas outras criptomoedas também desenvolvem projetos que animam os especialistas. O ethereum, por exemplo, é a blockchain que abriga os famosos NFTs, os certificados digitais que abalaram o mundo das artes no início do ano, e os DeFis, as finanças descentralizadas.
Além disso, o éter é a principal blockchain para as soluções de segunda camada, como são chamadas as aplicações no mundo das criptomoedas.
Recentemente, o ETH passou por uma repaginada com a Atualização EIP-1559, ou London Fork, que tornou as transações mais baratas e chegou a animar grandes instituições como o JP Morgan.
BITH11
| Ticker | Taxa de administração (%) | Gestora |
| BITH11 | de 0,10% até 0,70% ao ano | Hashdex |
Oficialmente, o primeiro ETF com exposição 100% ao bitcoin foi o QBTC11, da QR Capital, mas o BITH11 tem um diferencial: corrigir o impacto de carbono da mineração de bitcoin.
A empresa alemã Crypto Carbon Ratings Institute (CCRI) produzirá relatórios anuais com estimativas para o consumo de energia e emissão de carbono relativos aos bitcoins adquiridos pelo fundo de índice alvo do BITH11.
Esses relatórios serão divulgados publicamente e, com base nos cálculos, o BITH11 irá reduzir a emissão por meio da aquisição de créditos de carbono e investimentos em projetos neutralizadores.
O BITH11 replica o desempenho do índice Nasdaq Bitcoin Reference Price (NQBTC), fundo constituído nas Ilhas Cayman e listado na Bolsa de Bermudas (BSX).
ETHE11
| Ticker | Taxa de administração (%) | Gestora |
| ETHE11 | 0,70% ao ano | Hashdex |
Por fim, o novato dos ETFs de cripto da bolsa brasileira também é uma diversificação da Hashdex no mundo dos criptoativos. O ETH11 replica o preço do ethereum (ETH) segundo o Nasdaq Ethereum Reference Price (NQETH).
Afinal, qual o ETF de criptomoedas mais rentável?
Desde o início do mês, o bitcoin já saltou da faixa dos US$ 46 mil para os US$ 61 mil na cotação desta segunda-feira. Não à toa, os investidores chamam outubro de “uptober”, quando a criptomoeda costuma registrar as maiores altas.
Os ETFs estrearam em momentos diferentes para as criptomoedas, e isso explica boa parte da diferença de retorno entre eles. Ainda assim, todos acumulam alta na casa dos dois dígitos desde a estreia.
O campeão de retorno até o momento é o QBTC11, com alta de 117,1% A lanterna fica como o HASH11. Mas vale também fazer a comparação em períodos semelhantes.
Nos últimos 30 dias, o ETF campeão de rentabilidade na B3 também é o QBTC11, que acompanhou a alta de 33% do bitcoin no último mês. Na outra ponta, o ETH11 avançou apenas 8,45% no mesmo período.
| Ticker | Lançamento | Preço de lançamento | Preço do último fechamento (sexta-feira, 15) | Variação desde a estreia (%) | Variação acumulada nos últimos 30 dias (%) |
| HASH11 | 26 de abril | R$ 52,00 | R$ 58,67 | 12,83% | 23,76% |
| QBTC11 | 23 de junho | R$ 10,00 | R$ 21,71 | ? 117,1% | ?33,54% |
| BITH11 | 5 de agosto | R$ 50,43 | R$ 82,48 | 63,55% | 25,86% |
| QETH11 | 10 de agosto | R$ 10,00 | R$ 15,13 | 51,30% | 12,20% |
| ETHE11 | 18 de agosto | R$ 50,00 | R$ 61,44 | 22,88% | 8,45% |
Bônus: Como investir em ETF
Investir em um ETF não é muito diferente de comprar uma ação na bolsa. Para comprar uma cota é preciso apenas ter conta em uma corretora comum e procurar pelo ticker de negociação do fundo.
Entretanto, vale ressaltar que o mundo das criptomoedas é extremamente volátil e os ETFs de criptomoedas são considerados ativos de alto risco.
Ter uma carteira equilibrada é essencial antes de investir em criptomoedas. Apesar de os resultados saltarem aos olhos, os riscos também são bem elevados.
Ibovespa atinge marca inédita ao fechar acima dos 150 mil pontos; dólar cai a R$ 5,3574
Na expectativa pela decisão do Copom, o principal índice de ações da B3 segue avançando, com potencial de chegar aos 170 mil pontos, segundo a XP
A última dança de Warren Buffett: ‘Oráculo de Omaha’ vai deixar a Berkshire Hathaway com caixa em nível recorde
Lucro operacional da Berkshire Hathaway saltou 34% em relação ao ano anterior; Warren Buffett se absteve de recomprar ações do conglomerado.
Ibovespa alcança o 5º recorde seguido, fecha na marca histórica de 149 mil pontos e acumula ganho de 2,26% no mês; dólar cai a R$ 5,3803
O combo de juros menores nos EUA e bons desempenhos trimestrais das empresas pavimenta o caminho para o principal índice da bolsa brasileira superar os 150 mil pontos até o final do ano, como apontam as previsões
Maior queda do Ibovespa: o que explica as ações da Marcopolo (POMO4) terem desabado após o balanço do terceiro trimestre?
As ações POMO4 terminaram o dia com a maior queda do Ibovespa depois de um balanço que mostrou linhas abaixo do que os analistas esperavam; veja os destaques
A ‘brecha’ que pode gerar uma onda de dividendos extras aos acionistas destas 20 empresas, segundo o BTG
Com a iminência da aprovação do projeto de lei que taxa os dividendos, o BTG listou 20 empresas que podem antecipar pagamentos extraordinários para ‘fugir’ da nova regra
Faltou brilho? Bradesco (BBDC4) lucra mais no 3T25, mas ações tombam: por que o mercado não se animou com o balanço
Mesmo com alta no lucro e na rentabilidade, o Bradesco viu as ações caírem no exterior após o 3T25. Analistas explicam o que pesou sobre o resultado e o que esperar daqui pra frente.
Montanha-russa da bolsa: a frase de Powell que derrubou Wall Street, freou o Ibovespa após marca histórica e fortaleceu o dólar
O banco central norte-americano cortou os juros pela segunda vez neste ano mesmo diante da ausência de dados econômicos — o problema foi o que Powell disse depois da decisão
Ouro ainda pode voltar para as máximas: como levar parte desse ganho no bolso
Um dos investimentos que mais renderam neste ano é também um dos mais antigos. Mas as formas de investir nele são modernas e vão de contratos futuros a ETFs
Ibovespa aos 155 mil pontos? JP Morgan vê três motores para uma nova arrancada da bolsa brasileira em 2025
De 10 de outubro até agora, o índice já acumula alta de 5%. No ano, o Ibovespa tem valorização de quase 24%
Santander Brasil (SANB11) bate expectativa de lucro e rentabilidade, mas analistas ainda tecem críticas ao balanço do 3T25. O que desagradou o mercado?
Resultado surpreendeu, mas mercado ainda vê preocupações no horizonte. É hora de comprar as ações SANB11?
Ouro tomba depois de máxima, mas ainda não é hora de vender tudo: preço pode voltar a subir
Bancos centrais globais devem continuar comprando ouro para se descolar do dólar, diz estudo; analistas comentam as melhores formas de investir no metal
IA nas bolsas: S&P 500 cruza a marca de 6.900 pontos pela 1ª vez e leva o Ibovespa ao recorde; dólar cai a R$ 5,3597
Os ganhos em Nova York foram liderados pela Nvidia, que subiu 4,98% e atingiu uma nova máxima. Por aqui, MBRF e Vale ajudaram o Ibovespa a sustentar a alta.
‘Pacman dos FIIs’ ataca novamente: GGRC11 abocanha novo imóvel e encerra a maior emissão de cotas da história do fundo
Com a aquisição, o fundo imobiliário ultrapassa R$ 2 bilhões em patrimônio líquido e consolida-se entre os maiores fundos logísticos do país, com mais de 200 mil cotistas
Itaú (ITUB4), BTG (BPAC11) e Nubank (ROXO34) são os bancos brasileiros favoritos dos investidores europeus, que veem vida ‘para além da eleição’
Risco eleitoral não pesa tanto para os gringos quanto para os investidores locais; estrangeiros mantêm ‘otimismo cauteloso’ em relação a ativos da América Latina
Gestor rebate alerta de bolha em IA: “valuation inflado é termo para quem quer ganhar discussão, não dinheiro”
Durante o Summit 2025 da Bloomberg Linea, Sylvio Castro, head de Global Solutions no Itaú, contou por que ele não acredita que haja uma bolha se formando no mercado de Inteligência Artificial
Vamos (VAMO3) lidera os ganhos do Ibovespa, enquanto Fleury (FLRY3) fica na lanterna; veja as maiores altas e quedas da semana
Com a ajuda dos dados de inflação, o principal índice da B3 encerrou a segunda semana seguida no azul, acumulando alta de 1,93%
Ibovespa na China: Itaú Asset e gestora chinesa obtêm aprovação para negociar o ETF BOVV11 na bolsa de Xangai
Parceria faz parte do programa ETF Connect, que prevê cooperação entre a B3 e as bolsas chinesas, com apoio do Ministério da Fazenda e da CVM
Envelhecimento da população da América Latina gera oportunidades na bolsa — Santander aponta empresas vencedoras e quem perde nessa
Nova demografia tem potencial de impulsionar empresas de saúde, varejo e imóveis, mas pressiona contas públicas e produtividade
Ainda vale a pena investir nos FoFs? BB-BI avalia as teses de seis Fundos de Fundos no IFIX e responde
Em meio ao esquecimento do segmento, o analista do BB-BI avalia as teses de seis Fundos de Fundos que possuem uma perspectiva positiva
Bolsas renovam recordes em Nova York, Ibovespa vai aos 147 mil pontos e dólar perde força — o motivo é a inflação aqui e lá fora. Mas e os juros?
O IPCA-15 de outubro no Brasil e o CPI de setembro nos EUA deram confiança aos investidores de que a taxa de juros deve cair — mais rápido lá fora do que aqui
