O que aprendi com o IPO da Pague Menos
O processo de IPO é complexo, intenso e exaustivo. Escolher o momento certo de fazê-lo é importante, mas o foco principal tem que ser estar pronto
Fazer IPO não é apenas desenvolver um plano de negócios que impressione e seja ladeado por uma estrutura financeira consistente. Na realidade, é preparar uma companhia inteira para viver uma grande história. E com muito trabalho árduo.
No meu caso, o IPO da Pague Menos (PGMN3) aconteceu com sucesso, em setembro de 2020, quando a empresa estava a seis meses de completar 40 anos — e com o mundo vivendo a maior crise sanitária da nossa época, que se estende até hoje, quebrando padrões e mudando drasticamente hábitos e conceitos.
No entanto, o IPO sempre foi assunto recorrente entre os sócios da companhia. O desafio seria estar preparado para aproveitar a oportunidade quando ela se apresentasse.
Além do mais, ao pensar em abertura de capital, o conhecimento do próprio negócio não é suficiente. É necessário ter visão do todo. Para se conseguir isso, é preciso ter humildade para aprender com as pessoas certas.
Um dos passos importantes nesse sentido aconteceu em 2015, quando nos associamos a um fundo de private equity que nos trouxe expertise, e que permanece conosco até hoje.
A partir de então, fizemos a transição da primeira para a segunda geração das famílias que estavam à frente da companhia. Continuamos o processo de profissionalização com a contratação de cerca de 30 executivos renomados.
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Eles se juntaram a equipe que já vinha trabalhando com um objetivo claro: romper as fronteiras de uma empresa que nasceu com o DNA de transformar o acesso à saúde primária para a classe média expandida.
Além disso, tínhamos um conselho de administração com conselheiros independentes, o que foi muito rico e nos ajudou pela diversificação de experiências.
Vieram novas etapas, que exigem muito para cumprir requisitos regulatórios e atingir altos níveis de transparência e governança. A cada etapa, novos desafios.
Nesse processo, os gestores precisam ser excepcionais, porque ao mesmo tempo em que trabalham na reestruturação para que todas as áreas da empresa atinjam maturidade suficiente para o IPO, eles também têm que entregar ótimos resultados no dia a dia.
Depois do longo período de preparação, veio a hora de cumprir a intensa agenda de road shows para apresentar a empresa e a oferta para o mercado. Mas, com a pandemia, esses encontros se tornaram virtuais. Um grande desafio, visto que investidores sempre preferiram olho no olho e body language.
O dia do IPO chegou, foi virtual e todos os funcionários puderam participar de um momento que, na verdade, era deles. No nosso escritório central reproduzimos a fachada da B3 e a sala do pregão.

Todos os que ali chegavam para trabalhar naquele dia, se sentiam entrando no prédio da Bolsa e acompanharam a transmissão da cerimônia, que também foi feita nas farmácias, espalhadas por todos os estados da federação e DF. Na comemoração, ao tocar o sino da Bolsa, dispararam buzinas em todas as lojas. Era o anúncio de uma nova empresa que nascia.
O processo de IPO é complexo, intenso e exaustivo. Escolher o momento certo de fazê-lo é importante, mas o foco principal tem que ser estar pronto.
Objetivos tão desafiadores — e até ousados — só podem ser alcançados se a empresa estiver engajada e souber mostrar ao mercado a história do seu negócio, seu propósito e seu compromisso com a sociedade. Afinal, todo grande sonho só faz sentido, quando é sonhado junto.
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