Vamos ver o que vem por aí, não dá para saber ainda
Tem dia aqui na redação em que é até difícil saber no que prestar mais atenção. No mercado não é diferente. Hoje foi um desses dias em que a quantidade de notícias para processar foi grande, e os investidores, aparentemente, tiveram que escolher no que focar.
Desde antes da abertura, o mercado já se preparava para reagir à reforma ministerial anunciada pelo governo Bolsonaro na noite de ontem, com mudanças em seis pastas. Aquela primeira dança das cadeiras foi bem recebida, interpretada como um aceno ao Centrão.
Afinal, o polêmico Ernesto Araújo deixou as Relações Exteriores após rusgas com o Senado, sendo substituído pelo diplomata Carlos Alberto França, de perfil mais técnico. Juntou-se um afago com os senadores à possibilidade de se melhorar a imagem do Brasil lá fora, facilitar a negociação de vacinas e construir uma relação menos beligerante com a China.
Na Secretaria de Governo entrou a deputada Flávia Arruda, aliada do presidente da Câmara, Arthur Lira, que alguns dias atrás direcionou ao presidente Bolsonaro palavras duras com ameaças veladas. Ganhou cargo.
Neste primeiro momento, tais mudanças foram consideradas, pelos investidores, como apaziguadoras e facilitadoras de reformas. Junto com os bons números do Caged divulgados mais cedo, o Ibovespa fechou em alta de mais de 1% e o dólar terminou o dia estável, apesar do mau desempenho das bolsas de Nova York.
O mercado, entretanto, escolheu ignorar duas mudanças importantes nos ministérios: a saída do ministro da Defesa, Fernando Azevedo e Silva, e do advogado-geral da União, José Levi. A demissão de Azevedo e Silva foi seguida, hoje, da saída dos comandantes das três Forças Armadas.
Leia Também
Segundo a imprensa especializada, as informações de bastidores dão conta de que o ministro da Defesa foi substituído por defender uma postura mais independente das Forças Armadas em relação ao governo, e que José Levi havia irritado Bolsonaro ao se recusar a assinar o pedido do presidente ao Supremo Tribunal Federal (STF) contra as medidas restritivas para combate à pandemia em três estados.
A preferência de Bolsonaro agora seria por se cercar de nomes que lhe deem respaldo para empreender um combate direto e ainda mais aberto às medidas de combate à pandemia tomadas por governadores e prefeitos.
Nesse caso, como ficariam a vacinação e o já colapsado sistema de saúde? O risco de surgimento de novas cepas do vírus que poderiam ameaçar a eficácia das vacinas em um cenário de transmissão descontrolada? O país acaba de registrar 3.780 mortes nas últimas 24 horas, um novo recorde. Vencer o coronavírus não é condição primordial para, de fato, a economia se recuperar?
Há quem veja o governo como enfraquecido e desesperado, outros que o veem fortalecido e já se fala até em tentativa de autogolpe. Seja o que for que venha a acontecer na verdade, é certo que estamos vivendo um momento em que está difícil, para o investidor, separar ruído de sinal.
Na sua coluna de hoje, o Felipe Miranda deu a sua interpretação dos fatos ocorridos na noite de ontem e ainda sugeriu algumas ações para as quais o investidor deveria estar olhando com mais atenção neste momento, a despeito de todo ruído vindo de Brasília.
MERCADOS
• Como era de se esperar, a IMC fechou 2020 com queda de receita e lucro, diante dos efeitos da pandemia de covid-19 em suas atividades. Mas sinais de recuperação no 4º trimestre animaram investidores, levando ações a subirem quase 10% nesta terça.
• A imobiliária Lopes (LPSB3) divulgou resultados fortes no quarto trimestre e no ano de 2020, mostrando que o setor imobiliário se manteve aquecido, apesar da pandemia. Os bons números levaram as ações da companhia a dispararem quase 20% hoje.
EMPRESAS
• A Linx adiou a publicação do seu balanço do quarto trimestre, que seria divulgado agora à noite, para o dia 19 de abril. A companhia encontrou “perdas operacionais incomuns” em seus números, que sofrerão impacto de R$ 41 milhões. Entenda o caso.
• Boa parte das empresas de capital aberto conseguiu fechar 2020 com resultados surpreendentes para um ano de pandemia, isolamento social e PIB negativo. Veja quais foram as estratégias utilizadas nesta análise geral da temporada de balanços do 4º trimestre.
• Depois de a Visa começar a processar pagamentos com stablecoins, o PayPal passou a aceitar pagamentos nas principais criptomoedas nos Estados Unidos. O Renan Sousa conta mais detalhes.
ECONOMIA
• O mercado de trabalho formal brasileiro voltou a surpreender em fevereiro, com um saldo positivo de 401.639 carteiras assinadas, de acordo com os dados do Caged divulgados hoje.
Este artigo foi publicado primeiramente no "Seu Dinheiro na sua noite". Para receber esse conteúdo no seu e-mail, cadastre-se gratuitamente neste link.
Ibovespa imparável: até onde vai o rali da bolsa brasileira?
No acumulado de 2025, o índice avança quase 30% em moeda local — e cerca de 50% em dólar. Esse desempenho é sustentado por três pilares centrais
Felipe Miranda: Como era verde meu vale do silício
Na semana passada, o mitológico investidor Howard Marks escreveu um de seus icônicos memorandos com o título “Baratas na mina de carvão” — uma referência ao alerta recente de Jamie Dimon, CEO do JP Morgan, sobre o mercado de crédito
Banco do Brasil (BBAS3) precisará provar que superou crise do agro, mercado está otimista com fim do shutdown nos EUA no horizonte, e o que mais você precisa saber sobre a bolsa hoje
Analistas acreditam que o BB não conseguirá retomar a rentabilidade do passado, e que ROE de 20% ficou para trás; ata do Copom e dados de inflação também mexem com os mercados
Promovido, e agora? Por que ser bom no que faz não te prepara para liderar pessoas
Por que seguimos promovendo técnicos brilhantes e esperando que, por mágica, eles virem líderes preparados? Liderar é um ofício — e como todo ofício, exige aprendizado, preparo e prática
Novo nome da Eletrobras em nada lembra mercado de energia; shutdown nos EUA e balanço da Petrobras também movem os mercados hoje
Depois de rebranding, Axia Energia anuncia R$ 4 bilhões em dividendos; veja o que mais mexe com a bolsa, que bate recorde depois de recorde
Eletrobras agora é Axia: nome questionável, dividendos indiscutíveis
Mesmo com os gastos de rebranding, a empresa entregou bons resultados no 3T25 — e há espaço tanto para valorização das ações como para mais uma bolada em proventos até o fim do ano
FII escondido no seu dia a dia é campeão entre os mais recomendados e pode pagar dividendos; mercado também reflete decisão do Copom e aprovação da isenção de IR
BTGLG11 é campeão no ranking de fundos imobiliários mais recomendados, Copom manteve Selic em 15% ao ano, e Senado aprovou isenção de Imposto de Renda para quem recebe até R$ 5 mil
É bicampeão! FII BTLG11 volta ao topo do ranking dos fundos mais recomendados em novembro — e tem dividendos extraordinários no radar
Pelo segundo mês consecutivo, o BTLG11 garantiu a vitória ao levar quatro recomendações das dez corretoras, casas de análise e bancos consultados pelo Seu Dinheiro
Economista revela o que espera para a Selic em 2025, e ações ligadas à inteligência artificial sofrem lá fora; veja o que mais mexe com o mercado hoje
Ibovespa renovou recorde antes de decisão do Copom, que deve manter a taxa básica de juros em 15% ao ano, e economista da Galapagos acredita que há espaço para cortes em dezembro; investidores acompanham ações de empresas de tecnologia e temporada de balanços
O segredo do Copom, o reinado do Itaú e o que mais movimenta o seu bolso hoje
O mercado acredita que o Banco Central irá manter a taxa Selic em 15% ao ano, mas estará atento à comunicação do banco sobre o início do ciclo de cortes; o Itaú irá divulgar seus resultados depois do fechamento e é uma das ações campeãs para o mês de novembro
Política monetária não cede, e fiscal não ajuda: o que resta ao Copom é a comunicação
Mesmo com a inflação em desaceleração, o mercado segue conservador em relação aos juros. Essa preferência traz um recado claro: o problema deriva da falta de credibilidade fiscal
Tony Volpon: Inteligência artificial — Party like it’s 1998
Estamos vivendo uma bolha tecnológica. Muitos investimentos serão mais direcionados, mas isso acontece em qualquer revolução tecnológica.
Manter o carro na pista: a lição do rebalanceamento de carteira, mesmo para os fundos imobiliários
Assim como um carro precisa de alinhamento, sua carteira também precisa de ajustes para seguir firme na estrada dos investimentos
Petrobras (PETR4) pode surpreender com até R$ 10 bilhões em dividendos, Vale divulgou resultados, e o que mais mexe com seu bolso hoje
A petroleira divulgou bons números de produção do 3° trimestre, e há espaço para dividendos bilionários; a Vale também divulgou lucro acima do projetado, e mercado ainda digere encontro de Trump e Xi
Dividendos na casa de R$ 10 bilhões? Mesmo depois de uma ótima prévia, a Petrobras (PETR4) pode surpreender o mercado
A visão positiva não vem apenas da prévia do terceiro trimestre — na verdade, o mercado pode estar subestimando o potencial de produção da companhia nos próximos anos, e olha que eu nem estou considerando a Margem Equatorial
Vale puxa ferro, Trump se reúne com Xi, e bolsa bateu recordes: veja o que esperar do mercado hoje
A mineradora divulga seus resultados hoje depois do fechamento do mercado; analistas também digerem encontro entre os presidentes dos EUA e da China, fala do presidente do Fed sobre juros e recordes na bolsa brasileira
Rodolfo Amstalden: O silêncio entre as notas
Vácuos acumulados funcionaram de maneira exemplar para apaziguar o ambiente doméstico, reforçando o contexto para um ciclo confiável de queda de juros a partir de 2026
A corrida para investir em ouro, o resultado surpreendente do Santander, e o que mais mexe com os mercados hoje
Especialistas avaliam os investimentos em ouro depois do apetite dos bancos centrais por aumentar suas reservas no metal, e resultado do Santander Brasil veio acima das expectativas; veja o que mais vai afetar a bolsa hoje
O que a motosserra de Milei significa para a América Latina, e o que mais mexe com seu bolso hoje
A Argentina surpreendeu nesta semana ao dar vitória ao partido do presidente Milei nas eleições legislativas; resultado pode ser sinal de uma mudança política em rumo na América Latina, mais liberal e pró-mercado
A maré liberal avança: Milei consolida poder e reacende o espírito pró-mercado na América do Sul
Mais do que um evento isolado, o avanço de Milei se insere em um movimento mais amplo de realinhamento político na região
