Felipe Miranda: uma recomendação simples e direta para comprar agora; confira

Às vezes, a gente conta história, se mete a falar de filosofia, apresenta uma teoria com o intuito de demonstrar um ponto. E, às vezes, não tem nada disso. Seguimos a via mais direta nesta segunda-feira. Se aparecer uma oportunidade simples e eficiente, você deve aproveitá-la sem tergiversar.
Difícil entender a preferência de algumas pessoas pelo complexo, talvez como forma de demonstrar inteligência. No mercado, porém, inteligente mesmo é ganhar dinheiro. Preferimos a navalha de Occam à teoria das cordas. Portanto, aqui vamos nós.
Os juros no Brasil estão altos de novo — e subindo.
A inflação também está alta e o Banco Central tem sinalizado custo elevado em termos de produto para fazê-la convergir rapidamente à meta.
Em outras palavras, é possível, para não dizer provável, que ela continue alta — embora, claro, em níveis inferiores ao observado nos últimos 12 meses.
Em paralelo, há um cenário de grande incerteza à frente. As projeções para PIB e inflação para 2022 têm piorado de maneira significativa. Entre as mais pessimistas, já aparecem estimativas de crescimento de apenas 0,40% no próximo ano, com Selic a 9%.
Leia Também
Os fantasmas de Nelson Rodrigues: Ibovespa começa o semestre tentando sustentar posto de melhor investimento do ano
Rumo a 2026 com a máquina enguiçada e o cofre furado
O futuro é incerto
Sabemos que a futurologia, tipicamente, não serve para muita coisa. Não precisamos ir muito longe. Pegue o relatório Focus de cada 1º de janeiro e compare com o efetivamente realizado a posteriori. Vai ser uma vergonha atrás da outra.
E continuamos dando bola para os modelos econométricos, como se acreditássemos no princípio da contraindução de Mário Henrique Simonsen — vamos insistir num procedimento que deu errado até que ele dê certo.
Não é um problema dos economistas, fique claro. Pense em você mesmo. Volte dois anos no tempo e tente projetar, com as informações disponíveis à época, como você estaria hoje. Se o exercício for honesto, dificilmente você vai estar.
É da natureza humana tentar penetrar um futuro que permanecerá sempre impermeável, opaco e revelado apenas… no futuro. Tecnicamente, a realidade é não ergódica.
O desejo de controle nos empurra à falsa sensação de que podemos antever alguma coisa. Essa já é uma dificuldade estrutural e recorrente, negligenciada pela incapacidade humana de reconhecer que apenas não sabemos, nem nunca saberemos. Mas ela me parece maior agora.
Na saída da pandemia, estamos em mares nunca antes navegados. E existe uma eleição à frente, cujo resultado é absolutamente imprevisível e com consequências igualmente imprevisíveis. Há enorme dispersão de resultados possíveis à frente.
Num cenário assim, não faz sentido destinar uma parte de nosso dinheiro à renda fixa, protegida da inflação, com bom juro e, para melhorar um pouco as coisas, isenta de IR?
Recomendação
Isso nos traz à recomendação de hoje: uma LCA pagando IPCA + 4,36%, com prazo de 4 anos.
Assim, podemos atravessar o período de maior incerteza alocados num bom patamar de juro real, garantindo rentabilidade adequada e protegida da inflação, isentos de Imposto de Renda.
Não se trata, claro, de defender uma concentração excessiva em renda fixa, tampouco de negar a atratividade da Bolsa e, em especial, de algumas ações bem selecionadas em particular.
Ao contrário, em termos de alocação de ativos, temos defendido uma cesta diversificada com boa posição em Bolsa local, juro real doméstico e dólar, a partir de uma exposição significativa ao exterior.
A LCA atrelada ao IPCA neste momento pode ser particularmente interessante para compor parte deste juro real doméstico. Ela ajuda na diversificação e, inclusive, nos traz tranquilidade (financeira e psicológica) para manter nossas posições em Bolsa, devidamente dimensionadas (é fundamental cuidar do sizing).
Caso o cenário fique mais negativo, poderemos enfrentar mais facilmente a volatilidade da Bolsa, estendendo o horizonte temporal de alguns investimentos, já que boa parte do nosso portfólio estará protegido em dólar e na boa segurança da renda fixa local com gordo juro real.
Se surge um pênalti sem goleiro para bater, o centroavante tem que marcar.
Atenção aos sinais: Bolsas internacionais sobem com notícia de acordo EUA-China; Ibovespa acompanha desemprego e PCE
Ibovespa tenta manter o bom momento enquanto governo busca meio de contornar derrubada do aumento do IOF
Siga na bolsa mesmo com a Selic em 15%: os sinais dizem que chegou a hora de comprar ações
A elevação do juro no Brasil não significa que chegou a hora de abandonar a renda variável de vez e mergulhar na super renda fixa brasileira — e eu te explico os motivos
Trocando as lentes: Ibovespa repercute derrubada de ajuste do IOF pelo Congresso, IPCA-15 de junho e PIB final dos EUA
Os investidores também monitoram entrevista coletiva de Galípolo após divulgação de Relatório de Política Monetária
Rodolfo Amstalden: Não existem níveis seguros para a oferta de segurança
Em tese, o forward guidance é tanto mais necessário quanto menos crível for a atitude da autoridade monetária. Se o seu cônjuge precisa prometer que vai voltar cedo toda vez que sai sozinho de casa, provavelmente há um ou mais motivos para isso.
É melhor ter um plano: Ibovespa busca manter tom positivo em dia de agenda fraca e Powell no Senado dos EUA
Bolsas internacionais seguem no azul, ainda repercutindo a trégua na guerra entre Israel e o Irã
Um longo caminho: Ibovespa monitora cessar-fogo enquanto investidores repercutem ata do Copom e testemunho de Powell
Trégua anunciada por Donald Trump impulsiona ativos de risco nos mercados internacionais e pode ajudar o Ibovespa
Um frágil cessar-fogo antes do tiro no pé que o Irã não vai querer dar
Cessar-fogo em guerra contra o Irã traz alívio, mas não resolve impasse estrutural. Trégua será duradoura ou apenas mais uma pausa antes do próximo ato?
Felipe Miranda: Precisamos (re)conversar sobre Méliuz (CASH3)
Depois de ter queimado a largada quase literalmente, Méliuz pode vir a ser uma opção, sobretudo àqueles interessados em uma alternativa para se expor a criptomoedas
Nem todo mundo em pânico: Ibovespa busca recuperação em meio a reação morna dos investidores a ataque dos EUA ao Irã
Por ordem de Trump, EUA bombardearam instalações nucleares do Irã na passagem do sábado para o domingo
É tempo de festa junina para os FIIs
Alguns elementos clássicos das festas juninas se encaixam perfeitamente na dinâmica dos FIIs, com paralelos divertidos (e úteis) entre as brincadeiras e a realidade do mercado
Tambores da guerra: Ibovespa volta do feriado repercutindo alta dos juros e temores de que Trump ordene ataques ao Irã
Enquanto Trump avalia a possibilidade de envolver diretamente os EUA na guerra, investidores reagem à alta da taxa de juros a 15% ao ano no Brasil
Conflito entre Israel e Irã abre oportunidade para mais dividendos da Petrobras (PETR4) — e ainda dá tempo de pegar carona nos ganhos
É claro que a alta do petróleo é positiva para a Petrobras, afinal isso implica em aumento das receitas. Mas há um outro detalhe ainda mais importante nesse movimento recente.
Não foi por falta de aviso: Copom encontra um sótão para subir os juros, mas repercussão no Ibovespa fica para amanhã
Investidores terão um dia inteiro para digerir as decisões de juros da Super Quarta devido a feriados que mantêm as bolsas fechadas no Brasil e nos Estados Unidos
Rodolfo Amstalden: São tudo pequenas coisas de 25 bps, e tudo deve passar
Vimos um build up da Selic terminal para 15,00%, de modo que a aposta em manutenção na reunião de hoje virou zebra (!). E aí, qual é a Selic de equilíbrio para o contexto atual? E qual deveria ser?
Olhando para cima: Ibovespa busca recuperação, mas Trump e Super Quarta limitam o fôlego
Enquanto Copom e Fed preparam nova decisão de juros, Trump cogita envolver os EUA diretamente na guerra
Do alçapão ao sótão: Ibovespa repercute andamento da guerra aérea entre Israel e Irã e disputa sobre o IOF
Um dia depois de subir 1,49%, Ibovespa se prepara para queimar a gordura depois de Trump abandonar antecipadamente o G-7
Acima do teto tem um sótão? Copom chega para mais uma Super Quarta mirando fim do ciclo de alta dos juros
Maioria dos participantes do mercado financeiro espera uma alta residual da taxa de juros pelo Copom na quarta-feira, mas início de cortes pode vir antes do que se imagina
Felipe Miranda: O fim do Dollar Smile?
Agora o ouro, e não mais o dólar ou os Treasuries, representa o ativo livre de risco no imaginário das pessoas
17 X 0 na bolsa brasileira e o que esperar dos mercados hoje, com disputa entre Israel e Irã no radar
Desdobramentos do conflito que começou na sexta-feira (13) segue ditando o humor dos mercados, em semana de Super Quarta
Sexta-feira, 13: Israel ataca Irã e, no Brasil, mercado digere o pacote do governo federal
Mercados globais operam em queda, com ouro e petróleo em alta com aumento da aversão ao risco