🔴 ONDE INVESTIR EM NOVEMBRO: AÇÕES, DIVIDENDOS, FIIS E CRIPTOMOEDAS – CONFIRA

Um pé no abismo e outro na casca de banana: como identificar ações de empresas decadentes

Excesso de otimismo, planos mirabolantes e desprezo pela inovação estão entre as receitas para uma empresa falhar, segundo o gestor que se dedicou a descobrir empresas terríveis

9 de maio de 2021
7:02 - atualizado às 13:11
o investidor
Imagem: Shutterstock

Olá, seja muito bem vindo ao nosso papo de domingo que às vezes é sobre tecnologia, às vezes sobre investimentos, mas raramente sobre algo interessante. 

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Na semana passada, dediquei essa coluna aos ensinamentos do livro Art of Execution, do investidor Lee Freeman-Shor. 

Como sempre deixo meu e-mail para contato ao final do texto, foi natural, ao longo desta semana, receber várias mensagens com pedidos de outras sugestões de leituras para investidores. 

Atendendo a esses pedidos, vou compilar os ensinamentos de outro livro de finanças com o qual aprendi muito.

Falo do livro Dead Companies Walking: How A Hedge Fund Manager Finds Opportunity in Unexpected Places, do gestor de investimentos Scott Fearon. 

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Assim como a recomendação da semana passada, o livro do Scott está disponível apenas em inglês, mas vou fazer um resumo dos meus pontos preferidos.

Leia Também

Mais mortos do que vivos

Diferentes dos investidores famosos que conhecemos e admiramos, como Warren Buffett e Peter Lynch, que construíram suas reputações identificando empresas incríveis, o Scott Fearon seguiu o caminho contrário. 

Dedicou sua carreira a descobrir empresas terríveis. Aquelas com um pé no abismo, e outro na casca de banana. 

Seu livro é dedicado a diversas histórias de posições vendidas a descoberto; ou seja, apostas em ações que, na visão dele, deveriam se desvalorizar muito. 

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Empresas farmacêuticas com produtos revolucionários que não faziam muito sentido, redes de restaurantes com planos de expansão muito além de suas aptidões naturais, varejistas que decidiram mudar completamente seu negócio do dia para a noite…

Diversos casos que misturam excesso de otimismo, planos mirabolantes e desprezo pela inovação. 

Das inúmeras lições de Scott, a primeira que me lembro, e que espero genuinamente ter incorporado para sempre, é a seguinte: 

Apenas vender a descoberto empresas que estejam em direção à falência. 

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Uma posição vendida (ou short, como dizemos no mercado) é uma posição com payoff ruim. 

O máximo que você pode ganhar é 100%, caso a ação vá a zero. 

Porém, você pode acumular perdas de 100%, 200%, 300%... perdas potencialmente ilimitadas, caso a ação dispare. 

Scott é completamente avesso a pequenas posições vendidas que busquem retornos de 5%, 10%... 

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Na opinião dele (e eu não poderia concordar mais), identificar uma empresa com fundamentos ruins já é difícil o bastante…

Prever como vai se comportar o fluxo dos investidores nessa empresa é ainda mais difícil.

Mas como Scott identifica uma empresa que esteja em direção à falência? 

Nas palavras dele, a tragédia acontece em duas etapas: primeiro gradualmente, e depois subitamente.

Primeiro as receitas começam a decair (gradualmente), e então o endividamento explode (rapidamente)...

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Junto às considerações gerais sobre o caso de investimento, esses dois indicadores são excelentes referências.

O exemplo perfeito, contado no livro, foi a quebra da Blockbuster, a maior rede de locadoras de filmes dos EUA no começo dos anos 2000. 

O próximo Steve Jobs

A análise de investimentos é uma mistura de matemática com criatividade. 

Sim, nos damos ao trabalho de entender as demonstrações contábeis das empresas em que investimos. 

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Esse trabalho, porém, diz respeito ao passado. Afinal, os números nos mostram o que aconteceu, e não o que acontecerá. 

Decidimos investir ou não numa empresa pelo que imaginamos que acontecerá no futuro. 

E como bem sabemos, retornos passados não são garantias de retornos futuros. 

A parte do futuro na equação é extremamente complexa. 

No geral, estamos buscando entender o que a companhia enxerga para o seu futuro. 

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Você pode entender que a Tesla deverá se tornar a referência global de carros autônomos. 

Mas caso Elon Musk decida, amanhã, trabalhar num submarino elétrico, você não terá muito o que fazer. Ele está no comando, você está apenas no banco do passageiro, tentando entender o que se passa na companhia. 

Por isso, o management das empresas que investimos é peça fundamental  no retorno do nosso investimento. 

Sobre os CEOs dessas empresas, Scott faz um alerta maravilhoso: a chance é alta de que esse CEO não seja o próximo Steve Jobs. 

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

CEOs não são CEOs à toa. É como se a seleção natural empurrasse para o topo as pessoas agressivas, sonhadoras e otimistas. 

Veja o caso de Elizabeth Holmes, fundadora de umas maiores fraudes corporativas que o mundo já viu, a Theranos. 

Ela prometia uma máquina praticamente caseira, que com uma gota de sangue, conseguiria realizar uma série de exames laboratoriais. 

Ela falava como Steve Jobs, fazia apresentações como Steve Jobs, e até se vestia como Steve Jobs. 

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Mas no final, era apenas a Elizabeth Holmes. 

Aos interessados na história completa, recomendo o excelente livro Bad Blood.

Em resumo, Scott diz adorar identificar CEOs problemáticos e apostar em suas quedas. É só procurar, você vai ver que eles existem aos montes.

Fraudes contábeis

Como disse, o livro é repleto de ensinamentos maravilhosos, mas meu espaço aqui é limitado para trazer todos eles. 

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Por último, quero mencionar as fraudes contábeis. 

Scott considera que as fraudes contábeis são como mortes por ataque de tubarão. 

Durante um ano, ocorrerão apenas alguns poucos acidentes envolvendo ataques de tubarão ao redor do mundo. 

Mas quando eles acontecerem, serão manchetes em todos os lugares. 

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Na prática, o tanto de atenção dedicada ao tema nos levará a uma percepção incorreta de que eles são mais comuns do que parecem.

O mesmo ocorre no mundo corporativo e no mercado de ações.

Fraudes são raras. 

O mais comum é simplesmente encontrarmos empresas ruins, com planos estratégicos ruins. 

Ao invés disso, muitos investidores dedicam um tempo excessivo a procurarem por fraudes. 

Afinal, que tipo de venda a descoberto seria mais óbvia do que uma fraude? 

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Contudo, a maioria dos analistas passarão suas carreiras sem identificarem uma fraude de grande magnitude. 

Claro, a contabilidade está longe de ser perfeita e muitas empresas gostam de viver perigosamente, sondando, mas raramente cruzando a barreira da contabilidade criativa. 

Mesmo assim, escândalos contábeis da escala de uma Enron (aos interessados, sugiro o maravilhoso documentário Enron: Os Mais Espertos da Sala, disponível na Netflix) são raros e dificilmente você ganhará dinheiro apostando neles.

Contato

Dediquei o texto de hoje a três assuntos tratados no livro (os meus preferidos), mas há pelo menos uma dezena de boas ideias. Recomendo muito que, caso você esteja interessado, compre o livro e dedique algumas horas à leitura.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Se você gostou dessa coluna, pode entrar em contato comigo através do e-mail telaazul@empiricus.com.br, com ideias, críticas e sugestões. 

Também pode conhecer o fundo de investimentos que implementa as ideias que eu, o Rodolfo Amstalden e Maria Clara Sandrini nos dedicamos semanalmente a produzir. 

E claro, siga acompanhando meu trabalho através do Podcast Tela Azul, em que, todas as segundas-feiras, eu e meus amigos André Franco e Vinicius Bazan falamos sobre tecnologia e investimentos.

Aproveite para se inscrever no nosso Telegram; todos os dias, postamos comentários sobre o impacto da tecnologia no mercado financeiro (e no seu bolso).

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Um abraço!

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

COMPARTILHAR

Whatsapp Linkedin Telegram
SD ENTREVISTA

Depois de salto de 50% no lucro líquido no 3T25, CFO da Pague Menos (PGMN3) fala como a rede de farmácias pode mais

4 de novembro de 2025 - 17:50

O Seu Dinheiro conversou com o CFO da Pague Menos, Luiz Novais, sobre os resultados do terceiro trimestre de 2025 e o que a empresa enxerga para o futuro

FIIS HOJE

FII VGHF11 volta a reduzir dividendos e anuncia o menor pagamento em quase 5 anos; cotas apanham na bolsa

4 de novembro de 2025 - 11:33

Desde a primeira distribuição, em abril de 2021, os dividendos anunciados neste mês estão entre os menores já pagos pelo FII

AÇÃO DO MÊS

Itaú (ITUB4) perde a majestade e seis ações ganham destaque em novembro; confira o ranking das recomendações dos analistas

4 de novembro de 2025 - 6:02

Após voltar ao topo do pódio da série Ação do Mês em outubro, os papéis do banco foram empurrados para o fundo do baú e, por pouco, não ficaram de fora da disputa

NO TOPO

Petrobras (PETR4) perde o trono de empresa mais valiosa da B3. Quem é o banco que ‘roubou’ a liderança?

3 de novembro de 2025 - 14:46

Pela primeira vez desde 2020, essa companhia listada na B3 assumiu a liderança do ranking de empresas com maior valor de mercado da bolsa brasileira; veja qual é

LOCATÁRIOS DE PESO

Fundo imobiliário GARE11 vende 10 imóveis, locados ao Grupo Mateus (GMAT3) e ao Grupo Pão de Açúcar (PCAR3), por R$ 485 milhões

3 de novembro de 2025 - 14:15

A venda envolve propriedades locadas ao Grupo Mateus (GMAT3) e ao Grupo Pão de Açúcar (PCAR3), que pertenciam ao FII Artemis 2022

FECHAMENTO DOS MERCADOS

Ibovespa atinge marca inédita ao fechar acima dos 150 mil pontos; dólar cai a R$ 5,3574

3 de novembro de 2025 - 11:53

Na expectativa pela decisão do Copom, o principal índice de ações da B3 segue avançando, com potencial de chegar aos 170 mil pontos, segundo a XP

PARA FECHAR COM CHAVE DE OURO

A última dança de Warren Buffett: ‘Oráculo de Omaha’ vai deixar a Berkshire Hathaway com caixa em nível recorde

1 de novembro de 2025 - 13:08

Lucro operacional da Berkshire Hathaway saltou 34% em relação ao ano anterior; Warren Buffett se absteve de recomprar ações do conglomerado.

A SEMANA DOS MERCADOS

Ibovespa alcança o 5º recorde seguido, fecha na marca histórica de 149 mil pontos e acumula ganho de 2,26% no mês; dólar cai a R$ 5,3803

31 de outubro de 2025 - 18:15

O combo de juros menores nos EUA e bons desempenhos trimestrais das empresas pavimenta o caminho para o principal índice da bolsa brasileira superar os 150 mil pontos até o final do ano, como apontam as previsões

REAÇÃO AOS RESULTADOS

Maior queda do Ibovespa: o que explica as ações da Marcopolo (POMO4) terem desabado após o balanço do terceiro trimestre?

31 de outubro de 2025 - 12:20

As ações POMO4 terminaram o dia com a maior queda do Ibovespa depois de um balanço que mostrou linhas abaixo do que os analistas esperavam; veja os destaques

DINHEIRO EXTRA

A ‘brecha’ que pode gerar uma onda de dividendos extras aos acionistas destas 20 empresas, segundo o BTG

30 de outubro de 2025 - 16:24

Com a iminência da aprovação do projeto de lei que taxa os dividendos, o BTG listou 20 empresas que podem antecipar pagamentos extraordinários para ‘fugir’ da nova regra

REAÇÃO AO RESULTADO

Faltou brilho? Bradesco (BBDC4) lucra mais no 3T25, mas ações tombam: por que o mercado não se animou com o balanço

30 de outubro de 2025 - 8:56

Mesmo com alta no lucro e na rentabilidade, o Bradesco viu as ações caírem no exterior após o 3T25. Analistas explicam o que pesou sobre o resultado e o que esperar daqui pra frente.

FECHAMENTO DOS MERCADOS

Montanha-russa da bolsa: a frase de Powell que derrubou Wall Street, freou o Ibovespa após marca histórica e fortaleceu o dólar

29 de outubro de 2025 - 17:19

O banco central norte-americano cortou os juros pela segunda vez neste ano mesmo diante da ausência de dados econômicos — o problema foi o que Powell disse depois da decisão

VALE MAIS QUE DINHEIRO

Ouro ainda pode voltar para as máximas: como levar parte desse ganho no bolso

29 de outubro de 2025 - 14:35

Um dos investimentos que mais renderam neste ano é também um dos mais antigos. Mas as formas de investir nele são modernas e vão de contratos futuros a ETFs

O RALI NÃO ACABOU

Ibovespa aos 155 mil pontos? JP Morgan vê três motores para uma nova arrancada da bolsa brasileira em 2025

29 de outubro de 2025 - 13:32

De 10 de outubro até agora, o índice já acumula alta de 5%. No ano, o Ibovespa tem valorização de quase 24%

REAÇÃO AO RESULTADO

Santander Brasil (SANB11) bate expectativa de lucro e rentabilidade, mas analistas ainda tecem críticas ao balanço do 3T25. O que desagradou o mercado?

29 de outubro de 2025 - 10:38

Resultado surpreendeu, mas mercado ainda vê preocupações no horizonte. É hora de comprar as ações SANB11?

NA GANGORRA

Ouro tomba depois de máxima, mas ainda não é hora de vender tudo: preço pode voltar a subir

29 de outubro de 2025 - 6:05

Bancos centrais globais devem continuar comprando ouro para se descolar do dólar, diz estudo; analistas comentam as melhores formas de investir no metal

FECHAMENTO DOS MERCADOS

IA nas bolsas: S&P 500 cruza a marca de 6.900 pontos pela 1ª vez e leva o Ibovespa ao recorde; dólar cai a R$ 5,3597

28 de outubro de 2025 - 17:25

Os ganhos em Nova York foram liderados pela Nvidia, que subiu 4,98% e atingiu uma nova máxima. Por aqui, MBRF e Vale ajudaram o Ibovespa a sustentar a alta.

GIGANTE LOGÍSTICO

‘Pacman dos FIIs’ ataca novamente: GGRC11 abocanha novo imóvel e encerra a maior emissão de cotas da história do fundo

28 de outubro de 2025 - 11:23

Com a aquisição, o fundo imobiliário ultrapassa R$ 2 bilhões em patrimônio líquido e consolida-se entre os maiores fundos logísticos do país, com mais de 200 mil cotistas

OS QUERIDINHOS DOS GRINGOS

Itaú (ITUB4), BTG (BPAC11) e Nubank (ROXO34) são os bancos brasileiros favoritos dos investidores europeus, que veem vida ‘para além da eleição’

27 de outubro de 2025 - 18:43

Risco eleitoral não pesa tanto para os gringos quanto para os investidores locais; estrangeiros mantêm ‘otimismo cauteloso’ em relação a ativos da América Latina

AINDA HÁ ESPAÇO NA FESTA?

Gestor rebate alerta de bolha em IA: “valuation inflado é termo para quem quer ganhar discussão, não dinheiro”

27 de outubro de 2025 - 15:52

Durante o Summit 2025 da Bloomberg Linea, Sylvio Castro, head de Global Solutions no Itaú, contou por que ele não acredita que haja uma bolha se formando no mercado de Inteligência Artificial

Menu

Usamos cookies para guardar estatísticas de visitas, personalizar anúncios e melhorar sua experiência de navegação. Ao continuar, você concorda com nossas políticas de cookies

Fechar