🔴 ONDE INVESTIR EM OUTUBRO? MELHORES AÇÕES, FIIS E DIVIDENDOS – CONFIRA AQUI

A vida imita a crônica: o dia em que a Suíça virou Brasil

Aconteceu nos últimos dias exatamente o que “nunca” deveria acontecer no mercado de capitais da Suíça: muita instabilidade, parecida com a de mercados emergentes

4 de abril de 2021
6:50 - atualizado às 13:11
Imagem: Shutterstock

Olá, seja muito bem vindo ao nosso papo de domingo que às vezes é sobre tecnologia, às vezes sobre investimentos, mas raramente sobre algo interessante. 

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Na semana passada escrevi uma pequena crônica, inventando um banqueiro chamado Noah

Primeiro, eu não imaginava que receberia (sem exageros) dezenas de e-mails, com mais de 80% deles curtindo o humor ácido que deu vida ao Noah. 

Obrigado, mas essa não é a parte mais interessante. 

O mais legal é que nesta semana que deixamos para trás, aconteceu EXATAMENTE o que "nunca" deveria acontecer no mercado de capitais da Suíça: muita instabilidade, parecida com a de mercados emergentes.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Queimou a língua, diria minha vó. 

Leia Também

Enquanto eu estiver te contando essa história, pense como teria sido a semana do Noah, se ele existisse além dessa coluna. 

Dando contornos ao óbvio

Estabilidade de retornos e diversificação são coisas que caminham lado a lado. 

Isso vale para uma carteira de ações, e vale para empresas também. 

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Nem mesmo um investidor que fez pacto com o diabo teria uma carteira composta apenas por OIBR3, COGN3 e IRBR3. O diabo não aguentaria tanto risco.

Da mesma maneira, a estabilidade de uma empresa depende da diversificação de suas fontes de receita.

Uma empresa com mais de uma linha de receitas, por exemplo a Apple, têm muito mais previsibilidade que a média das empresas.

Quando a diversificação de produtos se soma à diversificação geográfica, como no caso da Apple vendendo iPhones, iPads e tudo mais ao redor do mundo inteiro, a coisa fica ainda melhor. 

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Se uma economia emergente em que a empresa faz negócios está em completo caos econômico, certamente outras regiões estarão na ponta oposta, balanceando a coisa toda. 

Se olharmos para as principais empresas da Bolsa brasileira, veremos que isso ocorre apenas parcialmente. 

A Vale é a maior empresa do Ibovespa, e de fato, suas receitas provém do mundo inteiro, mas em especial da China.

Depois vem os bancos Itaú, Bradesco, Banco do Brasil, Santander… são também colossos, com diversas linhas de negócios, mas extremamente concentrados no Brasil. 

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

E por aí vai. 

A estabilidade que se espera na Bolsa de um país desenvolvido provém disso: as suas principais representantes tendem a ser empresas globais. 

No caso da Suíça, como brincamos na semana passada, são nomes como Nestlé, Novartis e Credit Suisse. 

A natureza desses negócios, muito mais geograficamente diversificados, com certeza é um fator poderoso para explicar a diferença de volatilidade que vemos lá e aqui. 

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Mas obviamente, sabemos que é muito mais do que isso. Como diz o economista Marcos Lisboa, o Brasil não é pobre à toa, isso aqui é um trabalho de profissionais.

Uma semana de Brasil

O que eu disse acima se aplica, digamos, 99% do tempo.

O problema é aquela 1%, que como todos sabemos, é vagabundo…

Na última segunda-feira, o Credit Suisse, que foi alvo do humor ácido de Noah na semana passada, caiu 13,47%. 

Depois, caiu 3,5% na terça e 5,95% na quarta. 

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Neste momento, o maior banco suíço negocia em patamares nominais similares aos de 1994. 

Eventos como esse são extremamente raros. 

Nos últimos 5 anos, a volatilidade média diária da ação do Credit Suisse foi de aproximadamente 0,05%. 

O desvio padrão dos retornos diários foi de aproximadamente 2,08%.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Todos sabemos que o mercado não se comporta como uma distribuição normal de probabilidades (a curva de sino), mas a grande maioria de nós acorda todos os dias esperando que o pregão de hoje seja parecido com o de ontem. 

Até que loucuras como essa acontecem.

Quem está investindo com você?

A queda do Credit Suisse não tem nada a ver com qualquer aspecto demográfico, geográfico ou econômico do país em que ele está inserido. Muito pelo contrário. 

O problema veio da China. 

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

O Credit estava entre as principais contrapartes da Archegos, um family office (que cuida de grandes fortunas) chinês que simplesmente implodiu ao longo das últimas semanas. 

Resumindo uma longa história: extremamente alavancado (uns US$ 10 bilhões em ativos e mais de US$ 50 bilhões em exposição bruta) e com posições em várias ações que o mercado chama de "Hotéis de Hedge Funds" — aqueles nomes em que vários hedge funds grandes possuem posições —, o Archegos foi stopado e recebeu chamadas de margem enormes que não conseguiu fazer frente. 

O último fato relevante que eu vi sobre o Credit Suisse falava em "perdas significativas", e os comentários em Bloomberg, Reuters e outros veículos falam de 3 até 5 bilhões de francos suíços. Dinheiro pra caramba. 

Como disse meu amigo Ruy Hungria, que também é colunista do Seu Dinheiro, se o Noah tivesse que se explicar aos seus clientes, ele diria algo assim:

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

"Caros clientes, perdemos 13% hoje. Considerando o desvio padrão das nossas bolsas e a taxa de juros negativa, esperamos recuperar a grana perdida em cerca de 25 anos. Obrigado pela confiança."

Conclusão

Gostamos de pensar em termos objetivos e métricas simples. Médias, desvios padrão, alguns indicadores gráficos… mas a realidade cisma em ser muito mais complexa do que isso. 

Mesmo dentro do próprio Credit Suisse, seus principais executivos sequer deviam ter conhecimento do que estava rolando. 

Quem dirá os investidores…

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Comprar uma ação é um processo que se dá num ambiente de informação EXTREMAMENTE imperfeita.

Não importa o quão boa seja a sua análise, ou o quanto você confie na pessoa que orienta seus investimentos, evite a concentração excessiva, mesmo naquilo que parece seguro.  

Existem muitas coisas que sequer sabemos que não sabemos. 

Contato

Se você gostou dessa coluna, pode entrar em contato comigo através do e-mail telaazul@empiricus.com.br, com ideias, críticas e sugestões. 

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Também pode seguir acompanhando meu trabalho através do Podcast Tela Azul, em que, todas as segundas-feiras, eu e meus amigos André Franco e Vinicius Bazan, falamos sobre tecnologia e investimentos.

Aproveite para se inscrever no nosso Telegram; todos os dias, postamos comentários sobre o impacto da tecnologia no mercado financeiro (e no seu bolso).

Um abraço!

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

COMPARTILHAR

Whatsapp Linkedin Telegram
FECHAMENTO DOS MERCADOS

IA nas bolsas: S&P 500 cruza a marca de 6.900 pontos pela 1ª vez e leva o Ibovespa ao recorde; dólar cai a R$ 5,3597

28 de outubro de 2025 - 17:25

Os ganhos em Nova York foram liderados pela Nvidia, que subiu 4,98% e atingiu uma nova máxima. Por aqui, MBRF e Vale ajudaram o Ibovespa a sustentar a alta.

GIGANTE LOGÍSTICO

‘Pacman dos FIIs’ ataca novamente: GGRC11 abocanha novo imóvel e encerra a maior emissão de cotas da história do fundo

28 de outubro de 2025 - 11:23

Com a aquisição, o fundo imobiliário ultrapassa R$ 2 bilhões em patrimônio líquido e consolida-se entre os maiores fundos logísticos do país, com mais de 200 mil cotistas

OS QUERIDINHOS DOS GRINGOS

Itaú (ITUB4), BTG (BPAC11) e Nubank (ROXO34) são os bancos brasileiros favoritos dos investidores europeus, que veem vida ‘para além da eleição’

27 de outubro de 2025 - 18:43

Risco eleitoral não pesa tanto para os gringos quanto para os investidores locais; estrangeiros mantêm ‘otimismo cauteloso’ em relação a ativos da América Latina

AINDA HÁ ESPAÇO NA FESTA?

Gestor rebate alerta de bolha em IA: “valuation inflado é termo para quem quer ganhar discussão, não dinheiro”

27 de outubro de 2025 - 15:52

Durante o Summit 2025 da Bloomberg Linea, Sylvio Castro, head de Global Solutions no Itaú, contou por que ele não acredita que haja uma bolha se formando no mercado de Inteligência Artificial

BALANÇO SEMANAL

Vamos (VAMO3) lidera os ganhos do Ibovespa, enquanto Fleury (FLRY3) fica na lanterna; veja as maiores altas e quedas da semana

25 de outubro de 2025 - 16:11

Com a ajuda dos dados de inflação, o principal índice da B3 encerrou a segunda semana seguida no azul, acumulando alta de 1,93%

DE OLHO NO GRINGO

Ibovespa na China: Itaú Asset e gestora chinesa obtêm aprovação para negociar o ETF BOVV11 na bolsa de Xangai

24 de outubro de 2025 - 19:15

Parceria faz parte do programa ETF Connect, que prevê cooperação entre a B3 e as bolsas chinesas, com apoio do Ministério da Fazenda e da CVM

DEMOGRAFIA VIRANDO DINHEIRO

Envelhecimento da população da América Latina gera oportunidades na bolsa — Santander aponta empresas vencedoras e quem perde nessa

24 de outubro de 2025 - 18:56

Nova demografia tem potencial de impulsionar empresas de saúde, varejo e imóveis, mas pressiona contas públicas e produtividade

ESQUECERAM DE MIM?

Ainda vale a pena investir nos FoFs? BB-BI avalia as teses de seis Fundos de Fundos no IFIX e responde

24 de outubro de 2025 - 15:02

Em meio ao esquecimento do segmento, o analista do BB-BI avalia as teses de seis Fundos de Fundos que possuem uma perspectiva positiva

MERCADOS HOJE

Bolsas renovam recordes em Nova York, Ibovespa vai aos 147 mil pontos e dólar perde força — o motivo é a inflação aqui e lá fora. Mas e os juros?

24 de outubro de 2025 - 12:39

O IPCA-15 de outubro no Brasil e o CPI de setembro nos EUA deram confiança aos investidores de que a taxa de juros deve cair — mais rápido lá fora do que aqui

VEJA DETALHES

Com novo inquilino no pedaço, fundo imobiliário RBVA11 promete mais renda e menos vacância aos cotistas

23 de outubro de 2025 - 13:40

O fundo imobiliário RBVA11, da Rio Bravo, fechou contrato de locação com a Fan Foods para um restaurante temático na Avenida Paulista, em São Paulo, reduzindo a vacância e ampliando a diversificação do portfólio

FII EXPERIENCE 2025

Fiagro multiestratégia e FoFs de infraestrutura: as inovações no horizonte dos dois setores segundo a Suno Asset e a Sparta

23 de outubro de 2025 - 11:00

Gestores ainda fazem um alerta para um erro comum dos investidores de fundos imobiliários que queiram alocar recursos em Fiagros e FI-Infras

FII EXPERIENCE 2025

FIIs atrelados ao CDI: de patinho feio à estrela da noite — mas fundos de papel ainda não decolam, segundo gestor da Fator

23 de outubro de 2025 - 7:02

Em geral, o ciclo de alta dos juros tende a impulsionar os fundos imobiliários de papel. Mas o voo não aconteceu, e isso tem tudo a ver com os últimos eventos de crédito do mercado

HORA DE VENDER

JP Morgan rebaixa Fleury (FLRY3) de compra para venda por desinteresse da Rede D’Or, e ações têm maior queda do Ibovespa

22 de outubro de 2025 - 17:31

Corte de recomendação leva os papéis da rede de laboratórios a amargar uma das maiores quedas do Ibovespa nesta quarta (22)

FII EXPERIENCE 2025

“Não é voo de galinha”: FIIs de shoppings brilham, e ainda há espaço para mais ganhos, segundo gestor da Vinci Partners

22 de outubro de 2025 - 16:55

Rafael Teixeira, gestor da Vinci Partners, avalia que o crescimento do setor é sólido, mas os spreads estão maiores do que deveriam

CHEGOU AO TOPO?

Ouro cai mais de 5% com correção de preço e tem maior tombo em 12 anos — Citi zera posição no metal precioso

21 de outubro de 2025 - 18:30

É a pior queda diária desde 2013, em um movimento influenciado pelo dólar mais forte e perspectiva de inflação menor nos EUA

VAMOS...PULAR!

Por que o mercado ficou tão feliz com a prévia da Vamos (VAMO3) — ação chegou a subir 10%

21 de outubro de 2025 - 15:04

Após divulgar resultados operacionais fortes e reforçar o guidance para 2025, os papéis disparam na B3 com investidores embalados pelo ritmo de crescimento da locadora de caminhões e máquinas

MUDANÇAS NO ALTO ESCALÃO

Brava Energia (BRAV3) enxuga diretoria em meio a reestruturação interna e ações têm a maior queda do Ibovespa

21 de outubro de 2025 - 12:10

Companhia simplifica estrutura, une áreas estratégicas e passa por mudanças no alto escalão enquanto lida com interdição da ANP

BOLSA DOURADA

Inspirada pela corrida pelo ouro, B3 lança Índice Futuro de Ouro (IFGOLD B3), 12° novo indicador do ano

21 de outubro de 2025 - 9:03

Novo indicador reflete a crescente demanda pelo ouro, com cálculos diários baseados no valor de fechamento do contrato futuro negociado na B3

FIIS HOJES

FII RCRB11 zera vacância do portfólio — e cotistas vão sair ganhando com isso

20 de outubro de 2025 - 18:01

O contrato foi feito no modelo plug-and-play, em que o imóvel é entregue pronto para uso imediato

PRÉVIA OPERACIONAL 3T35

Recorde de vendas e retorno ao Minha Casa Minha Vida: é hora de comprar Eztec (EZTC3)? Os destaques da prévia do 3T25

20 de outubro de 2025 - 11:55

BTG destaca solidez nos números e vê potencial de valorização nas ações, negociadas a 0,7 vez o valor patrimonial, após a Eztec registrar o maior volume de vendas brutas da sua história e retomar lançamentos voltados ao Minha Casa Minha Vida

Menu

Usamos cookies para guardar estatísticas de visitas, personalizar anúncios e melhorar sua experiência de navegação. Ao continuar, você concorda com nossas políticas de cookies

Fechar