Bolsa hoje: o que fazer depois do tombo? Levanta, sacode a poeira e dá a volta por cima
Como não houve mudanças dramáticas nos fundamentos econômicos na terça-feira, a volatilidade do mercado parece ter se dado por um movimento técnico relevante no ajuste de posições

O Brasil costuma ter um desempenho bem ruim quando o humor de aversão ao risco no mundo se aquece. Ontem (28) não foi diferente. No mundo inteiro, os mercados de ações sofreram enquanto e os rendimentos dos títulos americanos aumentaram. Como não houve mudanças dramáticas nos fundamentos econômicos na terça-feira, a volatilidade do mercado parece ter se dado por um movimento técnico relevante no ajuste de posições. O processo de normalização econômica continua, porém os mercados querem se mover.
As ações asiáticas caíram acentuadamente nesta quarta-feira, após a grande queda em Wall Street. Naturalmente, os investidores buscam justificar o passado, apontando como culpados o “tapering” americano, o teto da dívida dos EUA, o temor com a Evergrande e a crise energética. O Japão elegeu Fumio Kishida como líder do Partido Liberal Democrático, o que deve colocá-lo na posição de primeiro-ministro até as eleições gerais de novembro. Na Europa, bem como pelos futuros americanos, vemos as Bolsas tentando se recuperar do tombo de ontem.
A ver...
De olho na formação de empregos no Brasil
Depois da sangria desatada de ontem (28), um rebound das ações locais seria algo para esperarmos, até mesmo porque não houve mudança drástica no fundamento e lá fora as Bolsas já esboçam esse movimento de recuperação. Para a agenda do dia, o investidor pode contar com o IGP-M de setembro, que poderá balizar mais o mercado sobre os movimentos do Banco Central para as últimas reuniões do ano – desta vez, o mercado espera deflação do indicador.
O Ministério do Trabalho e Previdência divulga dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) de agosto, o qual deverá reportar algo como 330 mil empregos novos no mês. Por fim, mas não menos importante, mais dados fiscais hoje podem surpreender, depois da boa entrega de ontem – na terça-feira, foi apresentado um déficit do governo central em agosto bem melhor do que o esperado (R$ 9,88 bilhões).
Tais indicadores podem servir de base para reverter em partes o pessimismo de ontem, ainda que o mapa de riscos esteja bem robusto. Dólar e juros têm subido bastante com a alta das Treasuries nos EUA, acentuando a ameaça da inflação e do baixo crescimento em todo o mundo. Hoje, o BC fará mais um leilão de swap extra com oferta de até 14 mil contratos (US$ 700 milhões), tentando estabilizar o dólar – sentiremos o movimento ao longo do pregão.
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Dia 18 de outubro?
O rápido aumento nos rendimentos do Tesouro americano está forçando os investidores a reavaliar os preços das ações, especialmente as mais populares de tecnologia. O rendimento do Tesouro de dez anos saltou de 1,32% há uma semana para um patamar acima de 1,50%, seu nível mais alto desde o final de junho. Consequentemente, o S&P 500 caiu 2%, sua pior queda desde maio, e o Nasdaq caiu 2,8%, sua pior queda desde março. Naturalmente, teses de crescimento são mais sensibilizadas pelas movimentações na curva de juros.
Até aqui, o S&P 500 caiu 3,8% neste mês, depois de ter subido quase 16% desde o início de 2021 – será a primeira perda mensal desde janeiro. Em grande parte, a escalada dos yields começou depois que o Federal Reserve enviou os sinais mais claros de que o banco central está se aproximando de começar a retirar o apoio sem precedentes que forneceu à economia durante a pandemia – é possível que já no final de 2022 haja um aumento dos juros.
Outro fator tem sido o temor fiscal. Ontem (28), a secretária do Tesouro, Janet Yellen, disse que o Departamento do Tesouro provavelmente esgotará medidas extraordinárias para evitar o calote em sua dívida se o Congresso não tiver agido para aumentar ou suspender o limite da dívida até 18 de outubro. Enquanto a questão do teto da dívida não for endereçada, teremos mais volatilidade.
Covid segue no radar
Não se engane, a Covid-19 continua sendo uma ameaça persistente e ainda está afetando empresas e consumidores, como possibilidade de ajudar a revisar os indicadores de crescimento globais se voltarmos a ter novas ondas ou se perdermos o timing para começar uma nova bateria de vacinações.
Desde a variante Delta nos EUA, Ásia e Europa, os dados econômicos sobre os gastos do consumidor e o mercado de trabalho têm sido mistos, o que prova a possibilidade de a pandemia ainda afetar os ativos de risco. Por exemplo, a confiança do consumidor dos EUA caiu pelo terceiro mês consecutivo em setembro.
Agora, as empresas estão alertando que problemas na cadeia de suprimentos e preços mais altos podem prejudicar as vendas e os lucros. O Federal Reserve sustentou que o aumento da inflação é temporário e está vinculado a essas interrupções na cadeia de suprimentos à medida que a economia se recupera da pandemia. Mais inflação gera aperto monetário nos países desenvolvidos, o que prejudica a performance dos ativos de mercados emergentes.
Anote aí!
Lá fora, os mercados digerem os preços nas lojas do Reino Unido, que caíram mais uma vez em setembro. Enquanto isso, a Espanha oferece dados preliminares sobre a inflação de preços ao consumidor em setembro. As informações novas não impedem ou ajudam na alta das Bolsas europeias nesta manhã. Ainda no exterior, vários banqueiros centrais falarão hoje, incluindo o presidente do Fed, Jerome Powell, o governador do Banco da Inglaterra, Andrew Bailey, e a presidente do BCE, Christine Lagarde.
Por aqui, temos os dados de inflação, de emprego e de resultado fiscal para nos entreter. Fora isso, o ministro da Economia, Paulo Guedes, se reúne com o senador Otto Alencar (PSD-BA), presidente da Comissão de Assuntos Econômicos. Teremos Roberto Campos Neto, presidente do Banco Central, reunindo-se com presidentes de bancos por videoconferência às 15h30. Por fim, a Comissão Especial da Câmara que discute a PEC dos Precatórios realiza audiência pública com representantes do Ministério da Economia, enquanto o Senado pode votar o projeto de lei que trata do novo marco das ferrovias.
Muda o que na minha vida?
Começa um burburinho no mercado sobre a possibilidade de estagflação ao estilo dos anos 1970. O termo estagflação descreve um período de alta inflação e crescimento econômico estagnado, o que costuma ser um pesadelo para os formuladores de políticas monetárias, uma vez que os deixa com poucas opções para controlar o poder de compra da moeda sem prejudicar a economia.
A crise do petróleo de 1973 é amplamente vista como um agravante dos problemas de inflação. Na década de 70, o então presidente do Federal Reserve, Paul Volcker, foi forçado a elevar as taxas de juros a níveis sem precedentes para manter a inflação sob controle.
Agora, pode-se argumentar que a estagflação “leve” já esteja no radar de possibilidades dos investidores ao redor do mundo. A inflação está aumentando em muitas economias desenvolvidas, e o crescimento está desacelerando drasticamente, apesar do enorme estímulo monetário, de crédito e fiscal.
Enquanto isso, os economistas vêm rebaixando as previsões de crescimento econômico à medida que avaliam o impacto da variante Delta do coronavírus, altamente contagiosa, que chega quando algumas medidas de estímulo começam a diminuir.
Embora não seja o cenário básico predominante, a estagflação tem frequentemente sido acompanhada por choques do petróleo, como ocorreu na década de 70. Com os preços do petróleo recentemente aumentando devido a interrupções na cadeia de abastecimento, principalmente agora com a possibilidade de crise energética, o risco de choques do petróleo aumentou. É algo para monitorarmos nos próximos meses.
Fique de olho!
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Atenção: o serviço de empréstimo de cotas de FII não pode ser utilizado pelo investidor pessoa física que seja titular de (i) cotas que representem 10% (dez por cento) ou mais do total das cotas do fundo ativo-objeto do empréstimo; ou (ii) cotas que lhe deem direito ao recebimento de rendimento superior a 10% (dez por cento) do total de rendimentos auferidos pelo fundo.
Um abraço,
Jojo Wachsmann
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