Esquenta dos mercados: bolsa deve digerir aprovação da reforma do IR na Câmara; cautela predomina no exterior hoje
A aprovação do texto-base para a reforma tributária deve pegar os investidores de surpresa no pregão de hoje
![calculadora com taxas para mais e para menos](https://media.seudinheiro.com/uploads/2021/09/shutterstock_1060115645-715x402.jpg)
A bolsa brasileira deve digerir a aprovação relâmpago da reforma do Imposto de Renda, bem como uma proposta no Senado que ameaça a privatização dos Correios. A cautela prevalece nos mercados internacionais antes do payroll de amanhã (03) e deve contaminar o Ibovespa hoje. Confira:
Brasil: duas Casas, duas medidas
A noite da última quarta-feira (1º) foi marcada por uma intensa movimentação no Congresso Nacional. O texto-base para a reforma do Imposto de Renda foi aprovado à toque de caixa após uma série de acordos com partidos de oposição.
A proposta ainda precisa passar pelo Plenário da Câmara, onde 26 destaques (sugestões de mudanças) devem ser apreciados pelos parlamentares. Entre as propostas de mudança do IR, estão:
- O Imposto de Renda Pessoa Jurídica (IRPJ) sair de 25% para 18%;
- Redução de 1 ponto percentual na alíquota da Contribuição Social sobre Lucro Líquido (CSLL), mas a queda está condicionada à revogação do PIS/PASEP e da Cofins;
- Corte de 7 pontos percentuais na alíquota do CSLL para empresas, que cai de 15% para 8% até 2022;
- Taxação de lucros e dividendos em 20%, mas há um destaque que propõe uma alíquota de 15%
- Fim o Juros sobre Capital Próprio (JCP);
- Aumento de 4% para 5% a alíquota sobre matérias primas como ferro, cobre, bauxita, ouro, manganês, caulim e níquel, incluindo nióbio e lítio no rol dos minérios tributáveis pela Compensação Financeira por Exploração Mineral (CFEM);
- Para Pessoa Física, a faixa de isenção sobe de R$ 1.903,98 por mês para R$ 2.500,00 por mês e ajustes nas demais faixas de renda, o que deve beneficiar 5,6 milhões de contribuintes.
Por outro lado, os senadores rejeitaram a medida de minirreforma trabalhista (MP-1045) e aprovaram a proposta que desmontava regras que estabeleciam limites para gastos estatais com planos de saúde. Na prática, a medida pode inviabilizar a privatização dos Correios, mas a votação ocorreu de maneira simbólica no Senado.
Fique de olho hoje
Sem maiores indicadores pela frente, os investidores brasileiros devem digerir a aprovação do texto da reforma do IR. Os pontos de maior tensão até o momento são referentes à taxação de lucros e dividendos, a alíquota de CSLL e ao IRPJ e as expectativas para com a reforma devem ser calibradas ao longo do dia.
Ontem o Ibovespa encerrou o pregão em alta de 0,52%, aos 119.395 pontos. O dólar à vista também fechou em alta de 0,20%, a R$ 5,1849.
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Exterior de olho no emprego
Os investidores internacionais seguem de olho nos dados de desemprego dos Estados Unidos. De entrada, ontem (1º) foram divulgados os números do relatório ADP de empregos não agrários e hoje devem ser divulgados os pedidos de auxílio-desemprego.
Mas o prato principal fica para os dados de emprego do payroll de amanhã, sexta-feira (03). Mesmo após o discurso de retirada de estímulos ainda este ano, os números de desemprego seguem como baliza para o Federal Reserve, o BC americano, iniciar o tapering.
Como plano de fundo, os analistas internacionais concordam que a demanda segue aquecida, mas a indústria não consegue acompanhar o ritmo. A variante delta "está controlada”, na medida do possível, com o avanço da vacinação nos EUA e na Europa, o que descarta, por hora, a paralisação dos negócios como fator de risco.
Os dados do índice de gerente de compras (PMI, em inglês) mostram exatamente este cenário. A atividade industrial segue em expansão, mas a demanda por trabalhadores especializados e gargalos na distribuição de matérias-primas pressionam uma retomada mais intensa.
Fique de olho hoje
No campo dos indicadores, os Estados Unidos devem divulgar hoje dados da balança comercial de julho, os pedidos de auxílio-desemprego desta semana e encomendas da indústria do mês anterior.
Bolsas pelo mundo
Os principais índices da Ásia encerraram o pregão desta quinta-feira sem direção definida, à espera dos dados de emprego dos Estados Unidos. Na região, os investidores ainda ficam de olho no índice do gerente de compras da China, divulgado hoje.
De maneira semelhante e à espera do payroll dos Estados Unidos nesta sexta-feira (03), as bolsas europeias amanheceram sem um único sinal.
Por fim, os futuros de Nova York apontam para uma abertura em alta por mais um pregão seguido. Os investidores devem digerir uma série de indicadores da economia norte-americana hoje.
Agenda do dia
- IBGE: Produção industrial de julho (9h)
- Estados Unidos: Balança comercial de julho (9h30)
- Estados Unidos: Pedidos de auxílio-desemprego (9h30)
- Estados Unidos: Encomendas à indústria de julho (11h)
- China: PMI composto e de serviços em agosto (22h45)
- Fenabrave: Vendas de veículos novos, vendas de motos, vendas de máquinas agrícolas de agosto (sem horário)
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