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Otimista com o Zé Delivery, Credit Suisse eleva preço-alvo da Ambev

Lata de cerveja da Skol, da Ambev (ABEV3)

Lata de cerveja da Skol, da Ambev

Brasil, ano de 2020. Uma pandemia de um vírus mortal obriga as pessoas a passarem mais tempo em casa, fecha o comércio, atinge em cheio o segmento de bares e restaurantes e acaba com o happy hour da firma.

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A gestão do poder público deixa muito a desejar, e a doença foge de controle. A atividade econômica entra num verdadeiro abre e fecha, conforme o contágio avança e recua em ondas. O desemprego escala. E tudo isso sem data certa para acabar.

Num cenário pós-apocalíptico como esse, só bebendo para esquecer. E na febre do e-commerce que se seguiu, se um aplicativo de entrega de cerveja em domicílio não fosse uma mina de ouro, não sei o que mais seria.

Nesse contexto, o app Zé Delivery, da Ambev, tem transformado as operações brasileiras da companhia. Em relatório publicado na última semana, o Credit Suisse destacou o papel do aplicativo e da plataforma BEES, de venda para comerciantes (B2B), no crescimento recente do volume comercializado e na melhora na precificação do mix de produtos da Ambev.

Mas o banco diz acreditar que o valor das duas plataformas ainda não está no preço das ações. Tanto que elevou o preço-alvo dos papéis (ABEV3) de R$ 18 para R$ 21,50, um potencial de valorização de cerca de 11% em relação à cotação de fechamento da última sexta-feira (04). A recomendação foi mantida em "outperform" (equivalente a "compra").

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Segundo relatório assinado pela analista Marcella Recchia, a Ambev negocia a 24 vezes sua relação Preço/Lucro projetado para 2022, sendo que essa relação sobe para 26,5 vezes no preço-alvo estipulado pelo banco.

"Embora muitos investidores considerem esse valuation caro, nós vemos que a ação apresenta um desconto de cerca de 24% em relação à sua média histórica de 32 vezes a relação Preço/Lucro, ajustada pelas taxas de juros brasileiras atuais", diz a analista do Credit.

Ebitda de R$ 1 bilhão em cinco anos

Recchia diz estimar que, juntos, Zé Delivery e BEES podem contribuir com cerca de 5 milhões de hectolitros para os volumes e alcançar em torno de 8% das vendas na vertical "Cerveja Brasil" da companhia no ano de 2026.

"Com melhorias contínuas na logística, vemos o Ebitda do Zé Delivery atingindo R$ 1 bilhão (cerca de 7% de 'Cerveja Brasil') com margem de 33% em cinco anos."

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- Marcella Recchia, analista do Credit Suisse.

A analista destaca que, desde o início da gestão do atual CEO, Jean Jereissati, a Ambev mudou de uma companhia pouco inovadora e voltada para a recuperação de volumes e margens num ambiente competitivo subestimado para uma empresa mais inovadora e profundamente focada em crescimento (em vez de recuperação imediata das margens), ao mesmo tempo em que mantém seu foco no cliente e suas práticas de austeridade.

"Nós esperamos que a Ambev continue usando uma abordagem mais flexível para equilibrar o crescimento de volumes como iniciativas de precificação do mix de produtos, endereçando a renda menor dos consumidores, mas também sustentando o momentum de crescimento do seu Ebitda, apesar da provável preção de custos de commodities em 2022 (mesmo que isso signifique uma recuperação de margens mais lenta adiante)", diz o relatório.

O Credit Suisse elevou suas estimativas de crescimento para vendas líquidas, Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) e taxa de crescimento anual composta (CAGR, na sigla em inglês) do lucro por ação da Ambev, no período de 2021 a 2026, conforme abaixo:

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