Os melhores fundos imobiliários para investir em abril segundo 9 corretoras
Fundo preferido das corretoras para abril é exposto ao segmento de supermercados, hipermercados e atacarejo e tem retorno de dividendos projetado de quase 8% em 12 meses

As ações bem que conseguiram se sair bem em março, mas os fundos imobiliários não tiveram a mesma sorte. O Índice de Fundos Imobiliários (IFIX) recuou 1,38% no mês, acumulando perda de 0,81% no ano até o final de março.
A piora da pandemia no Brasil atingiu em cheio os fundos de shoppings e lajes corporativas. O coronavírus matou 66.573 brasileiros, o maior número de vítimas em um mês desde o início da pandemia. A média móvel de mortes em sete dias atingiu o recorde de quase 3 mil óbitos.
Diante do colapso da rede de saúde, diversos governos municipais e estaduais aumentaram as restrições à circulação de pessoas, fechando shopping centers e turvando ainda mais o futuro dos escritórios. Sem uma perspectiva clara de fim para a pandemia, fica difícil saber de que forma a demanda por espaços corporativos será afetada.
A distribuição de rendimentos dos fundos de shoppings não chegou a ser afetada como no início da pandemia. Mesmo assim, o segmento teve a maior queda setorial da bolsa no mês, de 3,14%.
Segmento | Rentabilidade |
Shopping centers | -3,14% |
Logístico/industrial | -2,86% |
Fundos de fundos | -2,46% |
Outros | -1,35% |
Lajes corporativas | -1,14% |
Híbridos tijolo | -1,12% |
Híbridos papel | +0,29% |
Recebíveis imobiliários | +1,79% |
Fonte: Ativa Investimentos
Outro fator que atingiu quase todos os segmentos de FII da bolsa foi a alta nos juros. O Banco Central elevou a Selic em 0,75 ponto percentual, para 2,75% ao ano, um ajuste considerado forte pelo mercado. Com isso, os juros futuros de curto prazo terminaram o mês em alta, e as expectativas para a Selic no fim do ano subiram para a casa dos 5%.
Leia Também
Os juros futuros de longo prazo também subiram, pressionados pelo risco fiscal. A preocupação da vez é o Orçamento de 2021, que terminou março ainda indefinido, mas que foi aprovado pelo Congresso prevendo mais emendas parlamentares do que o teto de gastos é capaz de suportar e menos gastos obrigatórios do que o mínimo que o governo precisa para funcionar.
Como os fundos imobiliários têm uma forte correlação inversa com o desempenho dos juros - quando os juros futuros sobem, os preços dos FII tendem a se ajustar para baixo - essa variação negativa no curto prazo pode ser considerada natural.
Porém, nas carteiras recomendadas deste mês, as corretoras fizeram questão de ressaltar que, em um cenário de Selic até 5% ou 6%, os fundos imobiliários ainda são investimentos atrativos nos preços atuais, pois os rendimentos que devem distribuir ainda superariam a taxa básica de juros e também a remuneração dos títulos públicos de longo prazo atrelados à inflação.
Atualmente, o dividend yield do IFIX (retorno percentual em rendimentos do principal índice de FII da bolsa) está em 6,9%, e as taxas de juros acima da inflação dos títulos públicos atrelados ao IPCA estão na faixa dos 4% ao ano.
Segmento | Dividend yield anualizado |
Recebíveis imobiliários | 8,38% |
Híbridos/Outros | 7,81% |
Fundos de fundos | 7,58% |
Lajes Corporativas | 7,28% |
IFIX | 6,93% |
Logístico/Industrial | 6,58% |
Shoppings/Varejo | 5,11% |
Fonte: Santander
Mais uma vez, o único segmento que brilhou em março foi o dos fundos imobiliários de recebíveis ou fundos de papel, aqueles que investem em títulos de renda fixa atrelados ao mercado imobiliário.
No mês passado, os FII que investem em títulos atrelados à inflação continuaram sendo beneficiados pela alta dos índices de preços, sobretudo o IGP-M. Já os FII mais expostos a títulos atrelados ao CDI, taxa que se aproxima da Selic, já começam a ser beneficiados pelo início do ciclo de alta dos juros.
Os fundos imobiliários preferidos para abril
A partir de abril, mais duas corretoras passam a contribuir para a matéria dos FII do mês: Órama e Warren. A Necton não pôde participar neste mês.
O campeão absoluto de indicações do mês de abril foi o TRX Real Estate (TRXF11), com nada menos que quatro indicações: Ativa, Guide, Mirae e Santander. O fundo estreou nas carteiras recomendadas da Guide e da Mirae no mês de abril seguindo direto para o top 3.
Outros cinco fundos tiveram duas recomendações cada nos top 3 das corretoras: CSHG Renda Urbana (HGRU11), indicado por Ativa e Warren; VBI CRI (CVBI11), que estreou nas carteiras de Guide e Santander já entre os preferidos de ambas as corretoras; CSHG Logística (HGLG11) e BTG Pactual Fundo de Fundos (BCFF11), ambos recomendados por Mirae e Terra; e TG Ativo Real (TGAR11), campeão de indicações do mês passado, mantido nos top 3 de Terra e Santander. Ele deixou o top 3 da Ativa, mas foi mantido na carteira recomendada geral.
Confira a seguir os três fundos preferidos de cada corretora entre os FII indicados nas suas respectivas carteiras recomendadas para abril:

TRX Real Estate (TRXF11)
O TRX Real Estate (TRXF11) é um fundo focado em renda que atua nos segmentos logístico e de varejo. Possui 43 imóveis em 11 estados, sendo dois galpões logísticos - um no Rio de Janeiro, alugado para a Camil, e outro no Ceará, alugado para o Pão de Açúcar - e o restante de varejo.
Com exceção de um imóvel alugado para a varejista de itens de casa e construção Sodimac, localizado em Ribeirão Preto (SP), todos os demais imóveis de varejo são alugados para super e hipermercados das redes Pão de Açúcar, Assaí e Extra. Todos os contratos de locação são atípicos (sem revisional e apenas com correção pela inflação), sendo que mais de 80% deles vence apenas a partir de 2035.
O TRXF11 aparece nos top 3 de Ativa, Santander, Mirae e Guide. A Ativa destaca os inquilinos, o longo prazo dos contratos e o retorno com os rendimentos distribuídos nos últimos 12 meses (dividend yield), que correspondeu a 7,21%. Mas além disso, acredita no potencial de valorização do fundo. "Na nossa visão, o fundo tem muito potencial para ganho de capital no médio prazo", diz a corretora.
O Santander também destaca o grande porte dos inquilinos e também o fato de a maioria deles pertencerem a segmentos menos afetados pela pandemia, dado que supermercados são considerados serviços essenciais. No entanto, lembra que há risco de concentração de inquilinos, uma vez que 75% das receitas são concentradas em Assaí (40%) e Pão de Açúcar (35%).
Os contratos atípicos de vencimento distante e a diversificação geográfica do fundo também são apontados como pontos fortes pelo Santander, que estima para o fundo um retorno (dividend yield) de 7,8% em 12 meses.
Outro risco destacado pelo banco, porém, é o fato de o TRXF11 ter R$ 400 milhões em obrigações por securitização de recebíveis atrelados às aquisições de ativos da sua carteira. "Ainda que com o caixa reforçado por conta da última emissão de cotas, em um cenário extremo, o FII poderia ter falta de liquidez para honrar os compromissos assumidos", diz o relatório.
A Guide, que acrescentou o TRXF11 à sua carteira recomendada neste mês, justifica a escolha da seguinte forma: "Assim como galpões logísticos, varejo alimentício tem sido um dos setores que menos sofreram desde o início da crise. Nesse sentido, acreditamos na sinergia defensiva que o portfólio do fundo apresenta entre os dois segmentos, mas também promovendo um potencial atrativo de ganho de capital devido às recentes conclusões de aquisições e retomada de dividendos a patamares acima da média do IFIX."
Retrospectiva
Apenas quatro fundos que figuravam nos top 3 para março tiveram desempenho positivo no mês passado. O TG Ativo Real (TGAR11), campeão de indicações para março, viu queda de 3,6%. Veja na tabela a seguir o desempenho de todos os fundos dos top 3 das corretoras no mês passado:

Carteiras recomendadas completas das corretoras

IRDM11 vai sair da bolsa? Fundo imobiliário quer incorporar Iridium Recebíveis ao portfólio
O FII possui exposição a títulos do mercado imobiliário que deram dor de cabeça para os investidores nos últimos anos
Ibovespa reverte perda e sobe na esteira da recuperação em Nova York; entenda o que levou as bolsas do inferno ao céu
No mercado de câmbio, o dólar à vista fechou com leve alta de 0,07%, cotado a R$ 5,5619, afastando-se das máximas alcançadas ao longo da sessão
BB Renda Corporativa (BBRC11) renova contratos de locação com o Banco do Brasil (BBAS3); entenda o impacto
O fundo imobiliário também enfrentou oscilações na receita durante o primeiro semestre de 2025 devido a mudanças nos contratos de locação
Fuga do investidor estrangeiro? Não para a sócia da Armor Capital. Mesmo com Trump, ainda tem muito espaço para gringo comprar bolsa brasileira
Para Paula Moreno, sócia e co-diretora de investimentos da Armor Capital, as tensões comerciais com os EUA criam uma oportunidade para o estrangeiro aumentar a aposta no Brasil
Quão ruim pode ser o balanço do Banco do Brasil (BBAS3)? O JP Morgan já traçou as apostas para o 2T25
Na visão dos analistas, o BB pode colher ainda mais provisões no resultado devido a empréstimos problemáticos no agronegócio. Saiba o que esperar do resultado
Banco do Brasil (BBAS3) terá a pior rentabilidade (ROE) em quase uma década no 2T25, prevê Goldman Sachs. É hora de vender as ações?
Para analistas, o agronegócio deve ser outra vez o vilão do balanço do BB no segundo trimestre de 2025; veja as projeções
Investidor ainda está machucado e apetite pela bolsa é baixo — e isso não tem nada a ver com a tarifa do Trump, avalia CEO da Bradesco Asset
Apetite por renda fixa já começou a dar as caras entre os clientes da gestora, enquanto bolsa brasileira segue no escanteio, afirma Bruno Funchal; entenda
Com ou sem Trump, Selic deve fechar 2025 aos 15% ao ano — se Lula não der um tiro no próprio pé, diz CEO da Bradesco Asset
Ao Seu Dinheiro, Bruno Funchal, CEO da Bradesco Asset e ex-secretário do Tesouro, revela as perspectivas para o mercado brasileiro; confira o que está em jogo
FII Arch Edifícios Corporativos (AIEC11) sai na frente e anuncia recompra de cotas com nova regra da CVM; entenda a operação
Além da recompra de cotas, o fundo imobiliário aprovou conversão dos imóveis do portfólio para uso residencial ou misto
As apostas do BTG para o Ibovespa em setembro; confira quem pode entrar e sair da carteira
O banco projeta uma maior desconcentração do índice e destaca que os grandes papéis ligados às commodities perderão espaço
Na guerra de tarifas de Trump, vai sobrar até para o Google. Entenda o novo alerta da XP sobre as big techs
Ações das gigantes da tecnologia norte-americana podem sofrer com a taxação do republicano, mas a desvalorização do dólar oferece alívio nas receitas internacionais
Ibovespa come poeira enquanto S&P 500 faz história aos 6.300 pontos; dólar cai a R$ 5,5581
Papéis de primeira linha puxaram a fila das perdas por aqui, liderados pela Vale; lá fora, o S&P 500 não sustentou os ganhos e acabou terminando o dia com perdas
O Brasil não vale o risco: nem a potencial troca de governo em 2026 convence essa casa de análise gringa de apostar no país
Analistas revelam por que não estão dispostos a comprar o risco de investir na bolsa brasileira; confira a análise
Trump tarifa o Brasil em 50%: o que fazer agora? O impacto na bolsa, dólar e juros
No Touros e Ursos desta semana, o analista da Empiricus, Matheus Spiess, analisa os impactos imediatos e de médio prazo das tarifas para o mercado financeiro
Ibovespa cai, dólar sobe a R$ 5,57 e frigoríficos sofrem na bolsa; entenda o que impacta o setor hoje
Enquanto Minerva e BRF lideram as maiores perdas do Ibovespa nesta segunda-feira (14), a Brava Energia desponta como maior alta desta tarde
Na batalha da B3, Banco do Brasil (BBAS3) volta a perder para o Itaú (ITUB4) em junho, mas segue à frente de Bradesco (BBDC4)
Em junho, as ações do banco estatal caíram para o quarto lugar em volume negociado na B3, segundo levantamento do DataWise+
Gestores de fundos imobiliários passam a ficar otimistas, após sentimento negativo do 1º semestre; saiba os motivos
Após pessimismo da primeira metade do ano, sentimento vira e volta para o campo positivo, com destaque para os setores de escritórios e aluguel residencial
Petrobras (PETR4) e Vale (VALE3) se salvaram, mas não a Embraer (EMBR3); veja as maiores altas e quedas do Ibovespa na última semana
Bolsa brasileira sentiu o impacto do tarifaço de Trump, sobretudo sobre as empresas mais sensíveis a juros; BRF (BRFS3) fechou com a maior alta, na esteira da fusão com a Marfrig (MRFG3)
Trump volta a derrubar bolsas: Ibovespa tem a maior perda semanal desde 2022; dólar sobe a R$ 5,5475
A taxação de 35% ao Canadá pressionou os mercados internacionais; por aqui, a tarifa de 50% anunciada nesta semana pelo presidente norte-americano seguiu pesando sobre os negócios
BRPR Corporate Offices (BROF11) estabelece novo contrato de locação com a Vale (VALE3) e antecipa R$ 44 milhões
O acordo, no modelo atípico, define que a mineradora passará a ser responsável por todos os encargos referentes ao empreendimento localizado em Minas Gerais