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Felipe Saturnino
Felipe Saturnino
Graduado em Jornalismo pela USP, passou pelas redações de Bloomberg e Estadão.
fechamento dos mercados

Invasão ao Capitólio gera tensão, estressa dólar e frustra recorde do Ibovespa, que fecha em queda

Índice local desacelerou no fim da sessão após bolsas em Nova York apararem ganhos; mais cedo, Ibovespa havia renovado recorde histórico intraday, mas máxima de fechamento de novo foi impedida

Felipe Saturnino
Felipe Saturnino
6 de janeiro de 2021
19:24 - atualizado às 21:05
Guerra na Ucrânia pode levar à queda do império americano? EUA queda
Imagem: Shutterstock

Não foi desta vez que o Ibovespa renovou o seu recorde de fechamento, embora tenha marcado uma nova máxima histórica intradiária durante a sessão desta quarta-feira (6).

A invasão ao Capitólio — o prédio em que fica localizado o Congresso dos Estados Unidos, na capital Washington —, sem dúvida a grande notícia do dia, pegou os políticos americanos e os mercados financeiros globais de surpresa, melando, ainda por cima, o novo topo de encerramento de sessão do índice local.

Um grupo de apoiadores do presidente Donald Trump invadiu o complexo na hora em que se realizava a contagem dos congressistas para reconhecer a vitória de Joe Biden, eleito presidente nas eleições de novembro, pelos votos do Colégio Eleitoral do país.

Após a entrada de manifestantes no local, os legisladores, por volta das 14h do horário de Washington (16h do horário de Brasília), interromperam o rito e tiveram de se abrigar no Capitólio em meio ao protesto.

As imagens na internet sobre o ocorrido abundam: manifestantes com bonés de apoio ao atual presidente do país e com bandeiras dos Estados Unidos, seguranças do Congresso apontando as armas para uma das portas de acesso ao local em que se realizava a ratificação, um manifestante escalando uma tribuna do local e outros quebrando janelas do prédio.

Do lado de fora, há imagens mostrando a polícia tentando conter o ímpeto dos membros do protesto e vídeos de bombas disparadas no pátio que dá acesso ao complexo. Há notícia de que uma mulher foi baleada dentro do Capitólio e que, seriamente ferida, foi levada às pressas ao hospital.

No Twitter, Biden escreveu que a manifestação não é discordância, "é desordem". Em outro post, exigiu ao presidente Trump que vá à cadeia nacional de televisão dos EUA para cumprir o seu juramento e defender a Constituição do país pedindo o fim do sítio ao Capitólio.

Antes, na mesma rede social, Trump havia pedido a todos no Capitólio que permanecessem "em paz". "Sem violência! Lembre-se, NÓS somos o Partido da Lei e da Ordem", escreveu o republicano.

A notícia surge para limar certo otimismo das bolsas americanas com o governo Biden, que, mediante o controle de democratas em ambas as casas do Congresso — as eleições na Geórgia para duas cadeiras no Senado foram vencidas pelos "azuis" —, teria mais facilidade para aprovar sua agenda econômica (o que significaria mais estímulos fiscais).

No entanto, o evento trouxe incertezas ao radar e fez com que os índices acionários à vista em Nova York aparassem os seus ganhos no decorrer da sessão — ainda que o Dow Jones tenha fechado em recorde. Enquanto isso, o Nasdaq caiu, em face de perspectivas maiores de regulamentação sobre as "big techs" com a "onda azul".

Por aqui, o Ibovespa, que exatamente às 16h10 (por volta do horário da invasão ao Capitólio) atingiu a sua máxima histórica (120.924 pontos, em alta de 1,3%), não conseguiu manter a toada a partir de então, reduzindo a alta, até fechar em queda de 0,2%, aos 119.100 pontos.

Com isso, o Ibovespa novamente não conseguiu renovar o seu recorde de fechamento, registrado em 23 de janeiro, quando encerrou o dia aos 119.527,63 pontos.

O que é bom dura pouco: após recorde histórico no intraday, próximo dos 121 mil, Ibovespa desacelerou e acabou com perdas em meio à tensão nos EUA

"O ambiente hostil nos EUA mostrou que o cenário não é tão fácil para o início do governo Biden", diz Camila Abdelmalack, economista-chefe da Veedha Investimentos, citando ainda que a tensão política americana se somou ao estresse local para puxar a alta do dólar e dos juros.

Quem sobe, quem desce

Faça chuva ou faça sol — ou trumpistas invadam o Capitólio —, as commodities continuam firmes e fortes.

As matérias-primas novamente foram destaque na sessão do Ibovespa, com o minério de ferro negociado na China, por exemplo, subindo 0,5% hoje, puxando as ações de siderúrgicas e Vale.

As ações da Petrobras chegaram a ser destaque hoje, avançando no máximo 0,9%, adicionando aos ganhos da véspera, quando subiram embaladas pelo corte surpresa na produção de petróleo pela Arábia Saudita.

Papéis dos bancos também avançaram, tentando se recuperar do ritmo lento com o qual iniciaram 2021 — Itaú PN subiu 2,8% e Bradesco PN avançou 3,1%, liderando as altas do segmento — e foram importante pressão de alta no índice.

Weg ON foi outra ação que subiu forte, 2,95%, com a sua presença no mercado externo.

Veja as maiores altas do Ibovespa:

CÓDIGOEMPRESAPREÇO (R$)VARIAÇÃO
GGBR4Gerdau PN           27,99 4,95%
USIM5Usiminas PNA           15,72 4,11%
GOAU4Metalúrgica Gerdau PN           12,55 4,06%
CSNA3CSN ON           36,20 4,05%
BRAP4Bradespar PN           70,54 4,04%

Na ponta negativa, ações do varejo se destacaram, com B2W ON liderando a baixa do Ibovespa e puxando sua controladora, Lojas Americanas.

Além disso, foi dia de tombo de Magazine Luiza ON (-5,33%), bem como de Via Varejo ON (-4,4%). Todos esses papéis guardam correlação com o Nasdaq, que fechou em queda em NY repercutindo o cenário de "onda azul" nos EUA que pode prejudicar as gigantes de tecnologia.

O analista da Toro Investimentos, Lucas Carvalho, diz que o movimento também significa uma punição dos investidores em meio à rotação de carteiras. "Papéis como Magalu subiram bastante e investidores embolsam lucros, optando por commodities", diz ele.

Confira as maiores quedas do dia:

CÓDIGOEMPRESAPREÇO (R$)VARIAÇÃO
BTOW3B2W ON           68,41 -6,93%
LAME4Lojas Americanas PN           23,50 -5,74%
ENEV3Eneva ON           59,40 -5,67%
RENT3Localiza ON           63,71 -5,45%
NTCO3Natura ON           48,90 -5,40%

Dólar e juros sobem com estresse doméstico

No mercado de câmbio, o dólar zerou a alta no meio da tarde e operava estável por volta das 16h, mas o alívio não se prolongou o suficiente: no fim do dia, os riscos locais — e a tensão política nos EUA — suplantaram a atuação do Banco Central, que havia pesado no câmbio antes, e a moeda fechou subindo 0,8%, para R$ 5,3024.

O BC ofereceu, por volta das 15h, US$ 500 milhões em operação de swap cambial (venda de dólar no mercado futuro), fator que reduziu o ímpeto da divisa.

Ainda assim, agentes financeiros acompanham com especial atenção os desdobramentos e a resolução vindos da reunião ministerial convocada pelo Palácio do Planalto para 8h de hoje, que fez o ministro Paulo Guedes interromper as suas férias e que não constava da agenda oficial do presidente Jair Bolsonaro ontem à noite.

A assessoria de imprensa do ministério da Economia informou, no entanto, que "oficialmente o ministro continua de férias" e que, "até o momento", não há informações sobre suspensão ou detalhes sobre a reunião. O assunto do encontro foi a vacinação contra o coronavírus, segundo a TV Globo.

Na terça (5), Bolsonaro disse a um grupo de apoiadores que "o Brasil está quebrado" e que ele "não pode fazer nada". Pela manhã de hoje, antes da primeira reunião ministerial do ano, o presidente disse que o "Brasil está uma maravilha".

Contra moedas de países emergentes pares do real, como peso mexicano e rublo russo, o dólar cai, indicando que fatores domésticos ainda pesam no comportamento da divisa americana contra o real hoje.

O lançamento do candidato Baleia Rossi, do MDB, à presidência da Câmara dos Deputados também é monitorado pelo mercado financeiro, depois que o PT, a maior sigla de oposição na casa, resolveu dar apoio ao deputado. Os apoiadores de Rossi somam 261 parlamentares.

Para além disso, os protestos de apoiadores de Trump, que invadiram o capitólio, pesaram no sentimento de risco e deram algum fôlego a mais à moeda.

Os juros futuros dos depósitos interfinanceiros, por sua vez, marcaram um forte avanço, seguindo a tendência de alta dos juros dos títulos do Tesouro americano.

No caso dos títulos públicos dos EUA, com a propensão de democratas a proverem mais estímulos fiscais, o perfil da dívida americana se torna mais arriscada, o que estimula um avanço nessas taxas para atrair credores.

Os juros futuros locais se mantêm perto de suas máximas refletindo um maior risco fiscal e incertezas políticas. Neste momento, juros curtos, como os para janeiro/2023, avançam 8 pontos-base (quase 0,1 ponto percentual), se aproximando do pico de 10 pontos-base de antes.

Juros mais longos dispararam com as incertezas no cenário político, que reacendem questões fiscais, caso das taxas de janeiro/2025 e janeiro/2027.

Veja os juros dos principais vencimentos:

  • Janeiro/2022: de 2,91% para 2,945%
  • Janeiro/2023: de 4,32% para 4,42%
  • Janeiro/2025: de 5,80% para 5,98%
  • Janeiro/2027: de 6,51% para 6,70%

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